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ITAICI Revista de Espiritualidade Inaciana Junho de 1993 Ano 4 Edigées Loyola EQUIPE DO CEHITAICI (CENTRO DE ESPIRITUALIDADE INACIANA DE ITAICD: Pe, Claudio Werner Pires, SJ Ir, Iraeélis Maria Souza Dias, ASCJ Pe, José Antonio Netto de Oliveira, SJ — Diretor Pe, José Raman F, de la Cigona, SJ — Secretério Pe, Luiz Antonio C. Neto, SJ Pe, Luiz Gonzélez-Quevedo, SJ Ir, Maria Amébile Didonet, CHIC Ir, Maria Fétima Maldaner, SND I. Maria Thereza Thiele, FSC] Pe. Paulo Pedreira de Freitas, SJ Pe, Raul Pache de Paiva, SJ — Redator EXPEDIENTE Maria Carolina Jurca Freitas COMPOSIGAO, DIAGRAMAGAO. E IMPRESSAO: Edigées Loyola Rua 1822 n° 347 (04216-000 — Sao Paulo — SP — Brasil Caixa Postal 42.335 (0299-970 Sao Paulo — SP CENTRO DE ESPIRITUALIDADE INACIANA DE ITAICE Cx, Postal 09 — Vila Kostka Tels.: (0192) 75-0055 — 75.076 — 75-0557 113330-000 — Indaiatuba — SP — Brasil FAX (0192) 759965 “ITAICI — Revista de Espiitualidade Inaciana” uma publicac@o de Edigées Loyola, sob a responsabilidade do CEF-ITAICL COMUNICAGAO “Boas Noticias” R Paiva, SJ EXPERIENCIAS: Aplicagao dos Sentidos Pe. José Ramén F. de la Cigofa, SJ Exame Geral Cotidiano de Cons Pe. J. Ramén F. de La Cigofa, 5} . Aplicagio dos Sentidos Pe. R. Paiva, SJ DEPOIMENTOS: Retiros a partir da Experiéncia de Deus nas Culturas Oprimidas Ir. Terezinha das Neves Cota (Irs. do Retiro do Cenéculo) ‘TEXTOS INACIANOS ‘Contemplacéo e Acio no Memorial do B® Pedro Fabro, SJ Pe, Armando Cardoso, SJ. ‘ORAGAO INACIANA Sobre as Duas Bandeiras (Oracio de um Leigo Pedindo o Discernimento) Pe, Paulo Pedreira de Freitas, SJ. LIVROS RECOMENDADOS Pe. R, Paiva, SJ... PERFS Anchieta Pe.R. Paiva, SJ. SUBSIDIOS Exercicios Preparatérios e de Ajuda na Oragio Ir. Maria do Carmo Costa (Irs. da Providéncia de Gap) Bibliografias {ell Cursos de Capacitagto para Acompanhantes de Exercicios CELITAICL III Exereicios na América Latina Pe. R. Paiva, SJ ARTIGOS ‘Unido com Deus, Nao Ativismo: O Ideal Inaciano, Pe, Paulo Coutinho, SJ © Deménio Meridiano ou a Crise da Meia-idade! Pe. J. Ramén F. de la Cigofta, SJ = © Acompanhamento Espiritual ‘Trabalho Humano sob a Acio do Espirito Pe. Paulo Lisboa, SJ ‘A Paixio Segundo Santo Inicio: “Teste de Autenticidade” Pe, Peter-Hans Kolvenbach, SJ CUTE) BOAS NOTICIAS iF R. Paiva, SI Acontecem coisas boas, coisas do Reino, pelo mundo afora e também em Itai Senhor da Historia. Assim esta gragas a Deus, omunicasao” traz “boas noticias’ para nossos leitores, NOVOS SERVICOS PARA © LAICATO Neste ano comegamos a oferecer os EE para Ieigos em etapas breves, progra- madas para fins de semanas, os ELs 12. Coloque na agenda: os ELs1 so para quem deseja uma iniciacio A oragio pes- soal, Sempre em siléncio (ajudado pela Orienagao), temos programaclos: 10 a 13, de junho; 06 a 08 de agosto; 12 a 15 de novembro. Gs ELs2 so para 0s ja iniciados, cor- respondendo ao "Principio e Fundamen- to”: Of a 07 de setembro. Para 0 futuro, Deus nos valendo, teremos ELs3, 0 Peca- do e a Miserieérdia; ELs45, de 14a 20 de julho proximo, tere- -mos Exercfcios com Colocngies de 6 dias (14 20 ce julho) para Leigos Adultos. 4 Os Jovens Universitdrios agora se fa- zem presentes em Itaici. Jé tivemos a pri- meira feliz. oportunidade para eles neste primeiro semestre. No segundo, oferece- ‘mos EE-Universtarios de 27 a 29 de agos- to e (1 a 03 de setembro, ‘Continuam os retires de iniciagio A ora- ‘40 pessoal, segundo a pedagogia dos EE, [para os Animadores Leigas das CEBs. Datas: 10 a 13 de junho e 04 a 07 de setembro, CURSOS DE CAPACITAGAO. PARA DIRETORES E ACOMPANHANTES DE EE Pensando ainda no Laicato e, também, em religiosos, sacerdotes e pessoas de ou- ‘ros paises latino-americanos, que tinham dlificuldade em freqiientar nossos cursos de capacitagio de diretores de EE, distribui- 5 EE A === dos ao longo do ano, 0 CEFITAICI deci- iu colocé-los no més de janeiro, a partir de 1994, Aguarde a Programagio de Vila Kostka! OUTROS CURSOS J tivemos o Pe, Ricardo Antoncich com. lum curso sobre “O Pai-nosso:chave de litum ‘dos Documentos de Santo Domingo". Os que vvieram concordaram ter tido uma visio diferente, muito mais otimista do traba- Iho do CELAM. O artigo correspondente sairé no préximo ntimero “azul” (dezem- bro) de ITAICI. De 14 a 17 de outubro, Pe. Carlos Palicio, Professor do ISI de Belo Horizonte, viré discutir conosco a realidade da evan- eS ll A ‘gelizacio neste mundo, onde a cultura nao 6 s6 pluralista, mas fragmentada: “Jesus ‘numa cultura fragmentada”. CORRESPONDENCIA A leitora e asssinante, Ir. Maria de Lourdes Marcatto, RA, nos escreve, esti- mula e registra uma correcio: “0 mimero 11 da Revista esta de pa rabéns. Saboreei o precioso contetido. Ao chegar a p. 25, fiquei feliz ao deparar a resenha de O Sinal Verde, mas, na p. 26 ha ‘um equivoco entre o nome da hagidgrafa eo da fundadora da Assuncio... em vez de Marie Dominique, leia-se Maria Eugenia Milleret...” Feito! E muito obrigado! LS CEUER HES blancs aqui dos enfoques complemenars sobre “a ping da sete”, prsenads pels Pes. J Rami eR. ‘Priva cursos suse deenpcogso po orewadoes ‘execs, dads pla equipe do CELITAICL APLICACAO DOS SENTIDOS Encontramo-nos diante de um méto- do de oracio profundamente estudado e questonado na hist6ria da Companhia. Por ser dos “sentidos" alguns diziam que cera um método de oracao inferior por nao pertencer a esfera da "razfo”. Outros pen- savam que nos encontravamos diante de lum método que nos introduzia na mais, alta mistica, por colocar a pessoa em con- tato com os “sentidos espirituais”. Contu- do, ébom precisar que Inicio nfo fala dos “sentitos espirituais” mas dos “sentidos da ‘maginagio”. © diret6rio oficial de 1599, temendo facilitar um certo iluminismo ou ‘um misticismo alienante, ndo pr6prio da ‘Companhia, opta pela consideragio me- nor, isto 6, um método comum de oragio. Apesar dessa declaracio oficial, outros autores de renome como um Gagliardi, Pe, José Ramon B, de la Cigona, SJ Palma’, La Puente, Alvarez de Paz, Suarez etc, deixaram aberto 0 caminho dos sen- tidos espirituais “misticas”. O risco que isso pode trazer 6 0 de esquecer a permanente referéncia & historicidade e corporeidade das cenas evangélicas® A aplicacfo dos sentides € propria para o entardecer do dia, isto & quando se fizeram anteriormente, as outras con- templagbes, Ela exige menor esforco. A “imaginagio” 6 0 sentido corporal interior do espirito, Ela esté dotada de sen- tidos interos. Quanto mais abrangente a ‘experiéncia humana tanto mais profunda fe eficaz. Inicio supera toda dualidade huma- na (alma-corpo)! Ele supera todo “sensua- 1 "Rema de contemplacién perfeca, en Ia cual el alma, Jevantada sobre si misma y sobre las sentidos, Sent Ins cora espiitusles como sas vieray era, y toma sabor en ells como las gustara se confor fellas com la lier, ye abraza y besa lo lgares que tiene ausentes, como a os tocara” Camino Esp. the, 25, Arzublalde: Brees Esplstuales de S Indcio, Mistra y andlisis, Mensajero, 1991 lismo" (corpo! e “intelectualismo” (almal) ‘0 colocr a contemplagio do divino a corpo reidadee hstricidade dos fatoseoangélicas da histéra.O verdadeiramente mistico esta vineulado ao sensivel e conereto, pois 56 aquele que é capaz de enxergar além das, aparéncias pode descobrir a fonte que da sentido unica a vida. EE 121 - “A quinta (contemplagio) send trazer 0s cinco sentidos sobre a primeira e segunda contemplacio” , depois das duas re- petigGes. Isso ¢ muito importante para compreender o método inaciano. Para que a aplicagao dos sentidos seja tal devem estar saisfitos todos os nossos nfves de curiosida- de, inclusive o cle busca. Embora 0 que se contempla nunca possa ser esgotado, os fecos que na pessoa produzem, nesse mo- mento determinado, sim, tém um limite Inacio diz que devemos “trazer os cit co sentides”. Se os trazemos é porque an- tes nao estavam aplicados. O que até agora estava no primeiro plano (nas contemplacses €e nas repeticies) eram nossos nfoeisintelec- tivos ¢ afetivas (emotivos), mas no a sensi- bilidade’. Evidentemente esta nao esteve ausente durante esse proceso mas 0 que Inacio quer 6 outra coisa. Coloquemos um exemplo: se alguém esté aprendendo a rigir, toda sua inteligencia, sua atengio, seu interesse, tudo esta voltado para essa aprendizagem e no dia que conseguir pas- sar, isto é, ser aprovado, é 0 dia que mais “sabe”. E evidente que ainda Ihe resta um. longo caminho de aprendizado, que s6 se percorre através do exercicio (repeticio) do dirigir. Falta prética! Uma pessoa real- mente sabe dirigir quando aquele saber se expressa com espontaneidade, isto 6 quando a propria vista, ouvido e tato es- tao de tal modo conjugados que reagem, como devem, sem perceber. Essa resposta 3 Pe, Chércoles: manuserto sobre oF EE, Init 8 OS espontanea nao é um passo a mais nese conhecimento que se iniciou na auto-es- cola, mas seu climax, Acaso nao poderia- ‘mos relacionar esse climax com 0 que Inécio chama de conhecimento interno que nos leva a uma entrega (amor) e segui- ‘mentos espontaneos (EE 104) ? Resumindo, depois de todo exo que pro- duziu. a contemplagio com as duas repeti- 6es, falta “trazer” alguma coisa que ainda 1nio Se incorporou ao processo e que supve seu climax, Pademos afirmar que esta incor. poragio da sensibildade 6 o que faré opera- tiva a minha resposta. A propria “praxis” nfo estéligada, unida, a um mero saber ‘mas 8 ineorporagio da prpria sensibilidade a esse saber. Indcio diz: “Aproveitao passar dos cinco sentidos da imaginagio pela 1" e 2*contempla- io” (BE 121)... Uma vez trazidos os cinco sentidos da imaginagio, Inécio diz que de- vemos “passé-los”. Em que consiste isso? Nao 0 sabemos, como também no sabe ‘mos como, de fato, se incorporaram espon- taneamente ao proprio “saber dirigir”o tato, ‘0 ouvido, a visio... mas certamente € um fato que se incorporaram pela repeticio! £ interessante perceber que na nossa linguagem espontanea abwndam as expres- ses is qunis aparece essa importancin da Sensibilidad: por exemplo quando encat- regamos um trabalho e queremos que saa perfeito,faclmente a gente diz: "Pelo amor de Deus, coloen 0s cinco sentidos nisso!” Quando alguma cosa cesperta em nds sus- peitas que nio percebemos claramente, Clizemos: "No tj clr isto ai”. 0 isto ne cei al.“ gost, no me agra- ti”. Quando uma pessoa nfo se sai bem nos seus relacionamentos dizemos: “Coi- fda, el ni tem taf”... Todas esas ex- ppressées e outras apontam para esta pro- blematica que queremas entender melhor, ‘ou o que significa “aplicacio dos sentidos” [Nossa sensibilidade nio 6 neutra, nem. _meramente passiva (sensibilidade passiv ‘nko-orientada, néo integrada; sensibilidade ativa = orientada). No homem tudo tem uma o:ientaglo. Serenos sensfoeis para aquilo pra 0 qual a sensibiidade est orientada e se ndo 0 esta ndo 0 seremos'. Ora, enquanto a nossa sensibilidade no adquira a orientagio eoangéica (a de Jesus!) no seremos sensfoeis as seus onlorese nossa resposta espontdnen (que 6a real) nada tent a ver com o Evangelho, no seri frato do seguimento de Jesus. Essa conexco da orientacao da nossa sensibilida- de ativa com a nossa espontanidade ex- pressa a verdade mais real e profunda da [pessoa humana. Estamos querendo dizer 0 Sseguinte: a pessoa renlmente se express na sua espontaneidade’. © que expressa a maior integracio e unificacio da pessoa é sua sen- sbilidade ativa espontineal Essa é a que deve ser pereebida e trabalhada! Outro aspecto importante que pode- ‘mos ter em conta é o seguinte: a aftivida- de (emotividade, sentimentos) ndo éa sensibi- Tidade da qual estamos falando. A afetivida- de mutavel e instavel, mas a orientacao da sersibilidade ativa 6 estavel,e vai além do que possamos sentir ou nao sentir nesse determinado momento’. Se nossas opgoes ‘(nosso seguimento de Jesus) $6 se expres sam na emotividade endo numa nova sen- sibilidade ativa (orientada para o Evange- Tho) rio haveré uma experiéncia real, es- tével, nem profunda da realidade huma- na, nem do mistério de Deus. 4 CF 1 modo de ora Na aplicagio dos sentidos Inicio nao privilegia nenhum sentido, Sio os cinco que devem ser “trazidos” e “passados” Desde o mais distante e extrinseco (a vi- so) até o mais interno, intenso e visceral (ato: abracar, beijar...) A imaginagio pe-se em funcionamen- to mais facimente quando existe emogto ¢ sentimento. O Jesus histrio (sensivel nos lean experitnciasensielhistxica! da divin- de, O sents humano e o sentir espiritual formam uma perfeita unidade. ¥ imposs- vel separar o que pertence 2 estrutura ontol6gica do ser huinano! Experimentamas sensieehmente, na humanidade de Jesus, a sua divindade! Chegaos a Deus por meio da sua Iumanidae histrcn.€ no homem que encon- framos Deus, € ra intagio da care que sen- fins a preseg do Esprit! Se Deus desea a n6s (encaracfo!) nfo precisamos “subie” muito para encontré-lot Nosso Deus é un Deus “encarnado”e verdadeiramente He ests no meio de nés. A verdaein mista acontece no meio das reaidaes hibtvews e terrestres. A aplicagio dos sentidos nos querem colocar nessa dimensio: relacionar-nos cor- poral e espiritualmente com as pessoas (li- vinas) e suas circunstancias. Para isso ros posiconamos dante dos primeirasplanas (“ver”) dle palaoras que so dts por pessoas diferentes Cowvir’); reagindo “corporaimente” diante da presenga contemplada (“sentir odor”, “degus- tar”); impactos ("tocar")... Quem realmente cexperienciou a aplicagio dos sentidos nos EE se fart, durante e depois dele, nao 36 “contempla- tivo na ago” mas também “sensitioo"” diante de toda e qualquer realidade 5- Valrizamos mais wm gstomisanoexpressado com espontanedade do que otro realizado com grande scrtico, Por hp, um ati ge ita an oe por eta dpi, enra x sch pos eondicionar © que toque enquante expressive JF Caper de sentir ab pesmas © qualquer outa renlidade © “ver” além das aparéncias apresentadas. EE =—=— | “Toaos os qe owcram est comunicago do Aor sentra etr dante dew visto, sempre fil ts intuiges aca, mas profudamenterenooada do Exeme Geral de Consiéce. Ela pode tlargar aso do comin em bso de pre de ordem, a consign, placa que, de ft, tem sid wafer order desu ida EXAME GERAL COTIDIANO DE CONSCIENCIA’ Pe, J, Ramén F. de la Cigona, SJ “Indcio seguia 0 Espirito, nao se adiantava a ele, Deste modo era conduzido serenamente por onde néo sabia. Aos poucos 0 caminho se the abria @ 0 percorria, sabiamente ignorante colocando, simplesmente, seu corasio em Cristo”®. 1— HERANCA DA ESPIRITUALIDADE INACIANA: “Gxaminar-se” 6 um dos exercicios es- pirituais recomendados por Sto. Inicio no livrinho dos EE como forma de orar? a0 lado da meditacio, contemplagio etc.. E 1-EB 8. 2 Nadal. Didogs 1. PN Lp. 252. ‘no hé diivida que ocupa, na 1! semana, ‘um grande espacot Inécio dava grande importancia a0 Exame de Conscitncia. Os dois instrumen- tos espirituais que ele entregava ao jest ta para se sair bem na sua misso eram a 3" por este termes, exertcos espns, se entende qualquer mado de examinar a conscéncia, de rmedit: "(EE D 1 Dertc 0s 68 nimeros correspondentes& primers semana 20 pertencem de alguma forma a0s xames: E2451 (exame pt E43 Imodo de fazer 0 exame geraD, Ian); EE 242 (exame gral de consciéea para se prifieare melhor se confess), u loraglo e o exame geral cotidiano de cons- ciéncia® e em caso de conflito pedia para indo se deixar 0 exame. Ele, evidentemen- te, privilegiava o exame. Por qué? (Os EE falam dele no n° 43, Historica- mente o exame entrou “praticamente” em desuiso, embora 0 Direito Canénico 0 re- comende’. Tirando-o do seu contexto, dos EE, torna-se pesado, improdutivo, macan- tee facilmente substituido. A liberdade do homem, fundamento 4a stn individagto, no € uma liberdade te rlagio 1 possives condiionainentos (biologics, psiologicos ou socologicos), io ¢ um “libertarse de” (hs vezts iso rio ¢ porstvel), mas umn “ibertar-se para tomar uma posto diante dos possiveis condicionamentod preciso, poi oplat cr aqule “se deiarlvar” pelo Eaptit. Eseo que podemos examinar! Nao tan. too proprio agir que deve ser observado thas o agir de Deus em néal Por onde 0 "Vento" do Espirito me leva? 2.— 0 QUE NAO £0 EXAME: © Bxame nio & —uma avaliagdo moral do nosso agi, embora tamiémn essa dimensto posta sof importante e significativa em algum mo- mento da vida - — uma avalaglo psicolbgiea: desco- brir nossas feridas, traumas... ee ma oracao piedosa no final do dia 5 - Para Sto, Inicio era importantsima o exame frequent ‘conse “no entar demasodamente em letras e devoqSes" ter moderagso hos execs ment ‘mas nio es dispensava dos exames. Na Tefrma cos mostlros de religiosts ma das primeirasatviad fmprgadas pelos juitas era judar as religosas com exames de consiénciae com exercicos spr Ee 3— 0 QUE f 0 EXAME: Eo exercicio didrio do discernimento spiritual, Para entender 0 discernimento preciso ter em conta as meditagbes funda- mentais da 2* Semana (Duas Bandeiras: discernimento com clareza dos diversos ‘campos de atracio; Bindrios: discenimen- to como busca dos meios mais eficazes para me colocar do lado da Bandeira de Cristo; Graus de humildade: optar nao entre o bem e o mal, mas entre o bom e 0 melhor...... & preciso se deixar levar pelo Espirito, pela proposta que o Deus da vida coloca, como semente, na minha vida. Diseerniré querer ser leoado, guiado, por onde o Espirito quer me conduzir. E um pro- ccesso de se enraizar no Senhor. Captar no dia-a-dia a obra do Senhor em nés. Bo mo- mento para sermos testemunhas da obra que o Pai realiza em nés, para configurar- nos mais com Jesus e que me leva a con- cretizar, a justica como exigéncia da £6. 4 — DESCOBRIR A PROPRIA “CONSIGNA" (LEMA, PALAVRA- VIDA...) A “consigna” & a mosio principal, dada por Deus, de modo claro ¢ indiscu- tivel. Ela marca 0 caminho por onde 0 Senhor nos quer levar. E uma revelagio interior de grande clareza e consolagio. £ 1 modo pessoal como Deus quer que di- rijamos e vivamos a nossa vida, Desse ‘modo, evidentemente nos crstianizamos ce evitamos nos “satanizar” tal ponto que aos jsutasenfermas thes CCojavier Osuna en Cuadernos de Espictualdad, 52, (1980), p. 2431 {6 70s reigiosos se esfrcen na sun propria conversdo pare Deus fagam tba todos oa daa exarne te consieneia ese aproxime frogientemente do sacramento da penitinca” CF. CDC. Loyola, 1985, 6 7-V. Frank: Pstterpi seni devia, Quadrante (1984). 4 B-Cr Jos, 9 CEC. Cabarrus: A poagogia do dicrnimento, A ensiia de “deisarse lo”, Loyola, 1991 2 No inicio da vida religiosa, quando (08 cristios se retiravam para 0 deserto, e vviviam em grutas como eremitas, depois, de um certo tempo procuravam o eremita ‘mais vdho, 0 “Abba”, o pai, e este Ihes dava ‘uma pelavra de vida, uma frase evangélica, ppara ser mastigada, ruminada, meditada e vvivida pelo resto da vida. Hoje em dia essa palavra-vida, essa “consigna”, nao ros é dada por outra pessoa mas direta- mente por Deus que a faz brotar, com clareza no proprio coragio. Essa 6 @ pro- posta evangélica, o imperativo pessoal a ser vivido e concretizado no dia-a-dia, A “consigna’, pois, impede o aburgue- samento e a medliocridade e se converte, com o tempo, na nossa peticio e oraglo fun- damenlal. Transforma-se em critério essen- ial de préprio discernimento! Une-nos a Jesus pobre e humithado e ao povo que quer se libertar. A “consigna” deve estar sempre de acordo com a proposta global da prépria congregagio, pois o Espirito ndo pode estar em contradigao consigo mesmo. F assim que, entre as mogbes do Espirito e as mogbes da hist6ria consegui- remos avancar no seguimento de Jesus tentando construir uma tinica hist6ria que 6a de salvagao e nao a de condenacao. 5 — METODO DE EXAME: 1 preciso parar, dar um breve tempo para este exerci Coloque-se na presenga de Deus ¢ traga & mente a sua propria consigna. Perceba as “mogies" do dia e da hora ‘em que faz. exame. Qual a tonica domi- nante?... Consolagio, desolacio, tempo tranqtilo? Examine a mogto principal: um ata- aque descarado (1" Semana) usando sua afe- fividade ow € um ataque encoberto 20 capa de razies aparentes (28 Semana). Para inde fs0 0 leva? (perto ot longe da con signa). Qual fi sua reacio: (Ragin? Aca- tou?...) ‘Termine, com um col6quio com 0 Se- hor, renovando sua Alianga, AMDS. B | | | } } APLICACAO DOS SENTIDOS R. Paiva, SJ “Fora do plano de Cristo, toda a estrutura da obra de Santo Indcfo aparece como incoerente e arbitrari (Pe. Henrique de Lima Vaz, SJ, em "Di fio © Amor" em ITAICL-Cademos de Esplrtualidade Inaciana, n* 3, julho 1990). Ja que Cristo 6 quem é, vale a pena usar tudo © que somos e temos para nos afeigosrmos a ele, para 0 amarmos, para estarmos, de coracio, integrados em seu projeto. amor é uma questio de afeicio, de bem-querer, de movimento da vontade. Nesta perspectiva, os nossos afetos predominam, isto 6 aquilo que, com a gra- ‘@ do Espirito, pode humanamente aetar, nossa vontade, tornar-se central nos nos- 808 exercicios espirituais. Portanto aplicar (28 sentidos interiores & contemplacio dos Mistérios de Cristo pode nos ajudar a cres- cer no amor afetuoso ao Senhor. Podle nos motivar no seguimento voluntario dele até 14, onde o encontraremos, junto & huma- nidade pobre, oprimida, dilacerada e rou- bada de seus dons, pois ele é 0 Bom Sama- ritano, o Bom Pastor, o carissimo Médico e © nosso Redentor, A indicagao de Santo Indio sobre essa ‘maneira de contemplar, “a aplicacio dos sentidos interiores”, ocorre na 2 Semana (EE 121-123), e é muito sucinta e simples. Parece supor que é trangiilamente perce- bido por todos nés que possuimos cinco sentidos interiores, e que sabemos usé-los aplicé-los com toda a espontaneidade: € til aplicar os cinco sentidos da imaginagdo a 1" e 2° contem- plagdo da maneira seguinte: 1° ponto: ver as pessoas, com o olla da imaginagio ¢ contemplando em particu lar as. circunstancias; tar algum pro- eito do que se ve; 2° ponto: aplicar 0 ouvido ao que falam ‘ou podem fala; e refletindo consigo mes- ‘mo, trar disso algum provelo”, Até ai o exercitante jé esta habituado a contemplagio e néo costuma se surpre- ender. No entanto, a seqiiéncia pode in- timidé-lo: 3* ponto: com o olfato e 0 paladar, sentir ¢ saborear a infinita suavidade ¢ docura da divindade, da alma e suas vir- tuuies e de tudo 0 mais, conforme seja a pesson que se contempla,refletindo em si ‘mesmo para tirar disso algum proveito; 4 ponto: com o tato tocar e beijar os lugares onde as mesmas pessoas pisam e se sentam, procurando tear disso provei- 10". i Ora, Inacio aqui se refere a uma mo- dalidade de oracéo apoiada no dinamis ‘mo de uma Fé que acolhe vital ¢ concreta~ ‘mente o Verbo de Deus “feito carne”. Mas 6 problematico que o iniciante se sinta aju- dado por suas lachnicas observacées. Por ‘sso mesmo, diz um dos seus bons comen- tadores: "Para interpretar corretamente este exercicio, é preciso tomé-o no seu aspecto‘es- piritual’, penetrando para além do véw dos sentils (simbolismo concreto) até a realidade subjacente, por meio das virtudes teologais” GEE.EE. trad. e notas Pe. Geza Kovecses, SJ, 1* ed,, Porto Alegre 1966, p. 86 a 88). ee Mas, pergunta o exercitante, meu problema 6 justamente o como penetrar além dos véus dos sentidos até a realida- de subjacente...? No entanto se ver (e ou- vir) “com o olhar(e 0 owvido) da imaginagio” no 0 assusta, deste ponto ele pode se colocar na pista certa para “aplicar” os demais sentidos interiores, Na verdade, além das memérias visual e auditiva, te- ‘mos memérias olfativa, gustativa e tatil, ceujos ricos recursos podem ser emprega- dos na “aplicagto dos sentidos", ajudan- do o exercitante a atingir 0 nivel da ora- cio unitiva de simplicidade. Nao se trata de algo enigmético e reservado. Pelo contrério, as pessoas ha- bituadas A vida ativa e a trabalhos concre- tos sentir-se-do nesta “pista” mais velozes fe aproveitadas do que na oracio das “3 poténcias”, pois esta exige mais reflexaio e abstragio, Irma Ana Roy, que costuma orientar EE para religiosas(os) inseridas(os), e que, ela mesma, vive na inser¢do, deu-nos exemplo destas ricas possibilidades da aplicacao de sentidos numa “composicao de lugar” que muito ajudou os participan- tes do Seminério de Diretores de Exerci- ios de Itaici em 1989. Reproduzo de ‘meméria, tentando dar uma idéia de sua apresentagao (de fato, bem mais notavel e surpreendente “ao vivo"!), O tema era a terrivel realidade do pecado humano com toda a sua repercussio social. Proponho fazermos juntos esta “composicio de Iu- gar” com “aplicagio dos sentidos “Imaginem um operirio na fila do Onibus, de madrugada. Suas roupas pobres. Sua marmita, Muito cedo. Onibus lentos ¢ lotados. Tempo de condusio. Trabalho suado todo o dia. Regresso penoso noutros dnibus super-lotados. Seu barraco onde moram tantos. Seu banheiro. Higiene dificil. Ao lado a valeta de esgoto a céu aberto. Mau cheiro. © lixo jogado nas viela: da ni Mau cheiro. © barraco fechado, para o descanso ite. O cheiro pesado dos corpos ¢ roupas mal-lavados. © cheiro da “caca” € urina dos bebés da famil . Do velho avé doente. Tenham coragem! Respirem! Sintam o fedor do lugar onde dorme 0 meu irmio! Sintam o cheiro medonho! Sintam o fedor do pecado social”) Fste uso da aplicagio dos sentidos, tao esclarecedor, trata de um tema de I* Semana, 0 pecado, Santo Inécio, como sa- bemos, vai propor, na 2* Semana, a “apli- cagio dos sentidos interiores" como reca- pitulagio e aprofundamento privilegiados das contemplagdes da Encarnacao e do Nascimento e da Vida Oculta, Nao 6 nada dificil, por exemplo, “sen- tirmos", imaginativamente, apoiaclos em nnossas memérias sensoriais, o bom cheiro da casa limpa de Nazaré, 0 ar puro deste pequeno povoado da verde Galiléa, 0 aro- ma de saboroso pio assado pelas maos diligentes de Maria Santissima, e 0 odor dos cavacos da madeira trabalhada pelo bom & José. Daf passamos.a perceber o “bom odor das vittudes”, associando a atmosfera per- fumada da casa de Nazaré ao zelo pacifi- co do trabalho amoroso da Sagrada Famt- lia, & sua bondade operante, ao seu amor tivo. Este 6 um pequeno e fécil passo, Eyperimentem! Verdo que a bondade © a santidade tém “odor de suavidade’, FFicaré mais concreto para nés mesmos desejar ser 0 “bom odlor de Cristo”! (Cf 2Cor 2, 15}: “Pois nds bem que somos, por Deus, ¢ bom odor de Cristo entre aqueles que salva.” Eo “gosto” de Deus? Nao ¢ uma “esquisitice” de Indcio? Se for uma extra- vagincia seré uma extravagincia biblica, endo criginalmente do afével Santo Inéci. De fato, 0 Salmista nos convida a “pro- ‘nr... como 0 Senhor & suave” ($1 34/33, 9) Lembremo-nos também, que, sem divide, todos nés jt sentimos “o gosto amargo das lagrimas”. Por oposicio, suscitemas em 1nds 0 bom sabor do pio, do sal, co mel © do queijo numa convivéncia amiga como a que experimentou nosso pai Abraio com 03 anjs & sombra do grande carvalho de Mambré (Gn 18). Ou melhor, gozemos 0 gosto maravithoso da 4gua fesea num dia dle mata sede, porque o Espirito do Pai e do Filho é pura e limpida "Agua Viva" Comecamos, certamente, a perceber “a forga dintmica da meditagio dos simbolos ‘plicadas” (Pe. Geza, loc. ct). Como este tipo de oracao é to sensorial e tio esp tual, ele concilia em si, om verdadeira sim- plicidade, tanto a ascensio do exercitante a Javé desde as criaturas, como a sua desci- dda encarnada ao conereto e terreno da vida humana, ajudando-nos, sempre de novo, "a ‘encontrar a Deus em todas as cosas”. Mas eo tato? Como aplicaremas o tato? Quem sabe se subirmos com Elias a0 ‘Monte Carmelo, em meio ao verde, olhan- do o azul do Mediterraneo 14 embaixo, atrafdos pela voz de Javé, imensa “como o ruido das muitas 4guas” (Ap 1, 18), de- pois de nos assustarmos com 0 “furacio to forte que fendia montanhas e quebra- vva rochedos”, mas “onde Javé nao estava”, © apés o terremoto e o fogo, onde ele tam- bém no estava, afinal percebamos a pre- ssenca divina na “brisa ligeira” que nos toca suavemente (IRs 19, 9-18)? Que este toque de Javé na brisa, stia boa criatura, nos leve, unidos ao Profeta, a descer 0 Carmelo da oragio intima eafetuo- sa para enfrentar os opressores, participan- 16 ” do, conforme com a vontade do Senhor, nas lutas de libertacio do seu povo. PPor fim, devemos observar que, apesar da rica simplicidade da “aplicagio dos sen- tidos interiores a contemplagio dos misté [___ re ios", 6 bom ter presente que Inécio a colo~ a quando o exercitante jd fez 0 seu cami nnho contemplativo, trabalhando a partir de Mistérios que jf foi ajudado a perseru- tar e sentir através de meditagoes, contem- plagies e, sobretudo, repeticoes. BIBLIOGRAFIA, 1 Laplace, “camino espuitual a a lz dels EjerciiosIgnacanae, trad, Flip Prd, El Sl Tera, Santander, 198, pp. 879. Sears Cannons “Comtmentive da livre des Exerices”, Collection Cilstus 18, Suppkments, Deselée tle Brouwer, Past 1965, pp 179-184 de yee iptcoe de Sen fanaa iz del Vaticano 1”, Congres Internacional de Eeccos, Loyola 1966, ‘3d. eab, por Clemente Espinosa, SJ, BAC, Madrid 1963, pp. 272; 263-4; 397 i fe vague, “Voeabuliro de Brcicios Rspiritunes- ensayo de hermendutic ignacana”, CIS, Roma, 2 ed. 197, p. 150 5: Pater Hans Keo, "Imagenes imaginacién en los Eercicis tn los Epes Ignacianes”, C15, Roma, tli 1987, pp. 21-29 Eiguaede Lol "Tent suographe dos Bxercces Spriuels t documents contemporain (5261615), 4 ett parn Blouard Gucydan Sen colaboration. 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UM ANO DE MUITOS ECOS No ano de 1992, vivino sertio do Cears, na cidade de Independencia, diocese de 19 Cratedis, Estar numa insergio no Nordeste, por si, jf € uma grande Graga de Deus. Apesar das exigencias da insercio, pude orientar diretamente sete retiros. Destes, quero destacar trés, porque neles ‘0s temas inacianos receberam um contet- do inculturado da experiéncia de Deus de ‘nossos irmios negros, indios, mulheres e ‘camponeses. Nestes, muitos ecos profun- ‘dos nao apenas da minha identidade, mas da identidade do povo brasileiro. © primero f em juno ade de Acopiara, para overs. segundo foo retro diocesino, em jlo, no Centro de Treinamento de Crates. Em Independén- tin aconteceu 0 tereiro, noms de out bro. par jovens partiepantes do Retro aovitno da vida, para monitores de es- mae extequsias No retiro diocesano éramos uma equi pe: Dom Fragoso, Ana Maria (tedloga lei- a), Pe. Géo (vigério de Ipueiras) © eu. ‘Contamos com depoimentos do Pe. Eligsio (vigétio de Cratetis) e de In, Margareth (Ge Poranga). Em Acopiara e Independén- cia apresentei todos os temas, porque nao foi possivel formar uma equipe. (s jovens de Acopiara haviam solici- tado um retiro que os ajudasse na busca de autoconhecimento. Pensei, entao, em dduas opgées: o recurso da Psicologia ou a abordagem das raizes culturais. Escolhi a segunda, E assim, em um retiro onde foi possi- vel sugerir 0 Principio e Fundamento, a Meditagio do Pecado ¢ o Seguimento de Cristo, integrei aspectos culturais relacio- nados com os valores e a experiéncia de Deus nas culturas oprimidas. Na dindmica de apresentacio 0s jo- vvens foram convidados a expressar pelo ‘menos um traco significativo de sua he- ranga cultural, Num primeiro momento, fiquei impressionada com a auséncia de | » tragos da cultura camponesa, pois sabia que muitos eram filhos de camponeses. Felizmente, durante 0 retio, 0s jovens foram percebendo a beleza de tantos valo- res e tacos culturais, que faziam parte da hheranca de suas familias e deles préoprios. Pereebi que o proceso de autoconhe- cimento susado teve wna qualidade ¢ tim vigor realmente prundos. Sent nos Joven uma alsa eu justo orgulho por Tere raizes negra, or indignas, ou cam ponesas e € caro, mesticas. [Em Cratetis, Dom Fragoso fez. a colo- cagto inical, situando 0s 500 anos de re~ sisténcia das culturas oprimidas. ‘Ao Pe, Bliésio coube aprofundar a ex- pperiéncia de Deus ¢ dos irmaos negros e fle 0 fez partilhando desde experiéncias familiares até suas experitncias jf como sacerdote negro. Ir. Margareth falow a partir de sua ex periéncia de convivéncia, do jeito do Povo Miki amar a Deus e de muitos valores da fraternidade indigena. Pe. Géo, com suas raizes campone- sas, falou da {6 do povo do sertéo. A mim, coube abordar o jeito feminino de crer no Deus da Vida. ‘Ana Maria “costurava” tudo a partir de duas referéncias: a Palavra Enearnada fe todo significado que possui a palavra na Cultura Guarani “Apesar de os demais membros da equi- pe nao serem deliberadamente inacianos, as, ‘Colocagées se integraram formando um bo- nito roteiro de “Principio e Fundamento”, As nse ei cob am ie wager simples © com desenhos a pit Sips repay de resistin na desolato, Membres de Cie, pessoas zealmente muta simples, compreendera e valor qaram Fol uma grande alga para mim 1a No retiro de outubro, bem como em. outros retiros que oriento’ para jovens, as regras de discernimento da primeira sema- na e an? 333 da segunda semana so abor- dadas e reconhego 0 bem que faz a eles. Quero partithar um pouco do conteti- do, pelo menos trés pontos de cada cultu- ra, 08 que mais me tocam e me fazem. rezar. Eles me inspiram atitudes de resis- téncia a tantos contra valores que nos su- focam e oprimem. DA CULTURA NEGRA, “Deus é terura e paciéncia comoa mae negra a trancar 0s cabelos de sua menina’” ta frase escolhida por um grupo de consciéncia negra, para expressar a imagem de Deus de seu povo, com certeza descon- certa aqueles que esto marcados por uma imagem de um Deus severo e vingador. Resgata também os tragos femininos Da- quele que tem entranhas de misericdrdia, A festa e a ciranda: “Quando experimen- tamos Deus, expressamos na danga, no canto, tno abrago e na partilha”. A festa é muito propria do coraglo negro. O gingado esta em todo o seu corpo. Celebar Deus na alegeia, é uma festa, & uma ciranda. E proprio dos negros e dos iis pre- ferirem a ciranda, circulos que inspira igualdade. Fils e ovtras posigbes que sge- rem hierarguiasioinfluénia portuguesa © curopéia de modo gera. A vivencia da jgualdade, om ensaio de fa- lernidale sem diseriminagies: nos Quilombos eram acolhidos como irmaos, indios fugit- vvos e também pobres homens brancos, EE j& que estamos falando de Quilom- bos, admirei a leitura de f6 feita no 8 En- contre de CEBs, onde se fez um paralelo entre Moisés e Zumbi, pois ambos abriram ‘aminhos de libertagio para um povo opri- ido, por acreditarem no Deus libertador. DA CULTURA INDIGENA. Destacarei também tr@s tragos. A unio entre a religito € a medicina: ensina a intuigdo de que 0 Deus da vida quer satide, vigor, vida plena. A Mite Terra: e'mie ndo se negocia, rio se vende, se respeita, se ama, se com- partiha. Esta e outras dimensdes de harmonia com a natureza poderiam gerar os mais belos e verdadeiros tratados ecol6gicos. O dom ¢ a Troca: nossos nativos no conheciam a economia da acumulacio. E proprio deles a partitha, o colocar tudo em comum — atitudes profunda- mente evangélicas, que inspiram também. a esséncia do voto religioso de pobreza, DOS CAMPONESES Confianga em Deus: hd uma atitude do sertanejo que é bastante ilustrativa: 6 a de plantar no seco, isto 6, antes das primeiras chuvas, esperando unicamente em Deus. Terra é Vida: ¢ como fonte de vida & muito amada, respeitada, Dela vem o sus- tento da familia e 0 bem-estar familiar é 0 ‘objetivo principal do camponés. Relagio mais humana com 0 tempo: sa- ‘bem equilibrar trabalho e descanso. A re- lagio com o trabalho foge totalmente da légica capitalista dos lucros e das horas extras, Trabalha-se o necessério para ga~ rantir a vida, vida simples, porém digna, para toda familia. 0 JEITO FEMININO DE SE CRER NO DEUS DA VIDA. Foi este o titulo escolhido por para a colocagio sobre a mulher. VIDA 0 grande grito de nossa fé no ‘Deus da Vida. Ele nos fez, desde as entra- nnhas, defensoras da vida, fundamental destacar o despertar da consciéncia hist6rica das mulheres e nos- 0 objetivo da luta pela superagio de todo autoritarismo e submissdo na relacio ho- ‘mem/mulher. Neste sentido a necessidade de rever os papéis determinados para ‘ambos e assumir a dignidade do ser femi- nino e a dignidade do ser masculino ¢ a contribuigio especifica e complementar de cada um na construgio da histéria. Eis os tragos que selecionei para este texto: A marea da maternidade: profunda mes- mo entre as que nao geram fisicamente. Nosso corpo € capaz de carregar outras vvidas, dele pode brotar o alimento, nele ha capacidade de conviver com a espera da fecundagio e da gestacio. E claro que {sto nos marca profundamente suscita ‘em nés a vocacio da defesa da vida, sobre- tudo da vida fragil e ameacada, além de ‘uma esperanga paciente © compromeida, Sabedoria de vida: nascida das experién- cias do dia-a-dia; do dom que o Senhor nos confiou de poder conhecer 0 Mistério da Vida dentro de nés, da atengio as li- ‘goes desta primeira e grande escola, que sempre seri a Escola da Vida. Compacras presentes,solidérias: com imensa capacidade de luta. As CEBs e orga- nizagSes populares tm a presenca marcante fe maporitaria de mulheres. Também a vida sindical, politica e outros campos da vida ‘eclesial estio ganhando nossa presenca. Estas experiéneias de Deus e de frater- nnidade foram se integrand aos temas ina~ anos ¢ junto com 0s textos biblicos suge- ridos, foram suscitando apelos de Deus e ‘compromissos como resposta a Ele. 2 CONCLUSAO. Reconheco 0 limite das palavras, 0 {quanto as vivencias e descobertas nfo estio aqui retratadas, realmente isto seria impos- sivel, pois nao estou falando de idéias, ‘estou falando de vida e a vida é tao indes- critivell 86 mesmo a pureza intuitiva da poesia pode expressi-la melhor. Como seria bom se eu fosse capaz de escrever ‘em versos tantos tesouros que vislumbrei nas culturas oprimidast grande apelo de evangelizagio em ‘nosso continente remete-nos & Cultura, ‘Quem nao se sente desafiado pelo proceso de evangelizagio de todos estes anos, cujos frutos sao manchados por injusticas e opressées, cujos frutos si0, de certo modo, superficiais? Nunca deixarei de crer na importan- cia de buscar nossas raizes culturais, de niio perdé-las, pois elas nos sensibilizam ‘numa solidariedade efetiva com os em- pobrecidos (a massa sobrante do capitalis- ‘mo desumano). Creio numa evangelizagio incultura- da sensivel As sementes do Verbo encarna~ do presente nas culturas oprimidas, dando vvigor a0 que jé é evangélico. Jé sonho com (0s frutos que se manifestardo, com as pré~ ticas evangélicas das culturas oprimidas que poderio se difundir. A evangelizagio inculturada permiti- rf a emergencia dos rostos: negro, indige- nna, camponés e feminino, enfim, DO ROSTO POBRE DA IGREJA. Préticas como a justiga, a partilha, 0 poder-servico, a luta pela vida, 0 canto e a festa, enfim, um amor mais solidério € ‘efetivo pelos pobres, serdo frutos visiveis € vigorosos no nosso empenho pela cons trugio da IGUALDADE. LSS LIEGE CS (© fomaventurado Fe Pai Fb, prin geo gon nd yu fama Compe, ¢ tn pnt Sun rp na, ‘Marr nny pn Conte os proces inode alguim famado wos EE pls pp Inc Pe. Cade ao titel olor, not, fai nla as pgm oer, testa de hr espinal que ects. CONTEMPLACAO E ACA NO MEMORIAL DO Be PEDRO FABRO, SJ Apresentamos os niimeros 126 a 129 ‘do Memorial do B* Pedro Fabro, 1° disc ppulo de S. Indcio, escritos em 4 de outu- bro de 1542, dia de S. Francisco de Assis, portanto der. anos antes do eélebre dito do Pe Jeronimo de Nadal, descrevendo 0 jesuita como contemplative na aio’ Fibro encontrava-se em Espira, ci dle imperial da Alemanha, para onde fora mandado como assessor do Pe, Pedro Ortiz, embaixador especial de Carlos V" 0s Coléquios com os Protestantes. Uma carta sua para Sto. Inacio, de 28 de setem- bro de 15422, nos informa que foi para Mongzicia e como af se ocupou: & consul- tado, em duividas de doutrina, pelo Car- ‘Nicolau Pits 2, 85 in. Fab Ep 60 3 — Gerry de Carlos V" imperador da Alemanta e Pe. Armando Cardoso, SJ deal Alberto de Branderburgo e vem a co- mhecer e tratar alguns cOnegos da cidade, dé audiéncia particular tres bispos que entio af se achavam, e isso, por dez. dias de grande fruto espiritual: eram eles Jorge Scholtborg, arcebispo de Lunde, primaz dda Dinamarca e Suécia; Miguel Hel bispo de Merseburgo e Jlio Pflug, bispo de Naumburgo. © Cardeal Alberto, a0 se despedir de Fabro, queria enché-lo de presentes que ele recusou, mas néo pode impedir que 0 Cardeal, com suas mis, Ihe pusesse no bolso cem florins. Mandou-os em parte para Lovaina onde, expulsos de Paris pela guerna, Pe, Jeronimo Doménech e sete Francisco IP da Frang, pela posse das repablics italiana os espanhaie de Paris eram perseidos e press (Carts, asin) eT escolisticos se entregavam aos estudos. Di noticia da volta da peregrinagio do novigo Alvaro Alfonso com insigne elo- fio desse experimento: “Diz ele nao saber feclarar nem compararo fruto de tl pe- regrinagio por todas as coisas criadas nao {quereria delxar de a empreender, falando de toda ela de cada parte dela. Bendito Sejn Deus que dat morte e dé vida”. Noutra carta a um amigo, datada de ‘Mongiicia em principios de novembro, es- creve: “Bendito seja Deus que me conce- dew um fim e uma saida melhor: jé no havia em Espira, quer de seculares, quer de sacerdotes, quem nio nos fosse sobre~ ‘maneira benévolo. Até aqueles mesmos que pareciam mais contririos a nés, quanto se rofere & f6, ao verem nosso trato e animo, tornaram-se benévolos, de sorte que saf- ‘mos doloridos e espiritualmente ficaremos sempre em Espira” Sabemos por outras cartas que em Mongticia comecou a dar conferéncias s0- bre os salmos, que fundou um asilo para peregrinos e um hospital para doentes po- bres que freqiientemente visitava por si ‘ou por seus novicos e leigos’. Era, portan- to um homem de acdo constante e natt- ralmente se colocou este problema em seus exames de consciéncia 8 noite ou em suas, meditagdes da manha. Assim nos deixou ‘por escrito as mogies que Ihe vieram sobre ‘ assunto, alarganclo-se nisso como tedlogo e como asceta em discernimento, cuidado- so de sua perfeicao, ‘Traduzimos do latim esse trecho, de ‘Monumenta Fabri, Madi 1914, tendo dian- te dos olhos o texto espanhol de Eiiciones Diego Torres, Buenos Aires 1983, apresen- ado por J. Amadeo e M. A. Fiorito, SI, ‘com introducio breve e notas ao texto; mas principalmente a edicio francesa de Michel Cerdeau, SJ., na colegio Christus nn? 4, Deselée de Brouwer Paris 1959, que ‘comparou entre si sete c6pias antigas e nos forneceu uma obra definitiva, com longa in- trodugio, cronologia, mapa geogrifico, bi- bliografia e texto apurado com notas pre- ciosas, que aconselhamos de preferéncia aos que sabem francés. Procurando ser figis ao sentido, afastamo-nos as vezes da letra e procuramos aligeirar o estilo nada facil, carregado de gertindios e relativos, ‘como era moda escrever naquele tempo, principalmente tratando-se de notas de ‘mogdes espirituais escritas para si proprio, no fim do dia e as pressas. ‘TEXTO DO MEMORIAL DO B° FABRO. 126 — No mesmo dia, ao pensar so- bre os modos de bem orar e de bem agit e como os bons desejos da oragio so ca minhos que disp6em para as boas agies «, por oul Jado, as boas obras sao cami- “4 — Tonos, jsltas da 2 geragi: Doménech era homem de confianga de St, Inicio e procuava que 2 ‘Companhia fesse reconhecida na Franc, o que nfo te consegulu sendo muito mais tarde; sobre Doménech rnhos para os bons desejos, advert, entao, ce sent. com clareza 0 seguinte: quem bus- ca.a Deus pelo espirito nas boas obras 0 cencontra depois na oragéo, mais facilmen- te (£48) do que se o procurasse primeiro na oregio, para o encontrar depois na ago, ‘como sucede freqiientemente. Portanto quem procura e encontra 0 espirito de Cristo nas boas obras, esse tal aproveita mais solidamente do que se cexercitasse 56 na oragio. Assim, quem tem. Criste na acio e o tem na oracio, procede, freqiientemente, como quem o tem no efeitoe no afeto. Para isto te deves esforcar em quebrar a ti mesmo, mortificar-te, vencer-tee tornar-te capaz de empreender quaisquer boas obras. Freqiientemente sentiris que isso & a melhor preparacio para a oragio mental” “Tua vida se realize com Marta e Maria: apoie-se na oragio e nas boas acbes, unin- do contemplacio e agio de tal modo que se te exercitares numa, nao por aquilo que ela é em si (como freqientemente suce- de), mas como meio para chegar a outra, {sto 6, se procurares o bem orar como meio para a boa acio, ou, a0 contrério, o bem agir para bem orar, digo que, quando estas ‘duas se orelenam uma para a outra, isto ser o melhor. Geralmente falando, devem estar ordenadas todas as tuas oragbes para (9s tesouros das boas obras, melhor do que procurar na agio tesouros para a oracio", Seria diferente para o que leva uma vida puramente contemplativa: seu inten- to € acumular tesouros de conhecimento e amor a Deus ¢ do tal nao se devem exigir aqueles dons universais proprios de Mar- ta, necessdrios aos que se ocupam na agio. 127 — Os ativos, porque tém muitas fungées, responsabilidacies ¢ negécios sob si, sobre si, dentzo de si, diante ¢ atrés, 3 direita e& esquerda, necessitam de variadas aptiddes para a agio. Disto se conclui que devem aperfeicoar-se em muitas virtudes e, se nio o fizerem, falhardo, Precisam,em cer- to grau, de paciencia, humildade, caridade ‘€ outros dons em relacio aos pobres, doen tes, pecadores, perseguidores... De outro ‘grau, em relacio a0s seus inferiores, neces- sitam de outras virtudes, também em certo grau, para umas ou outras ocasibes: para {sso ihes 6 fécil ver em si, através de suas obras, as proprias necessidades que reque- ‘em forgas divinas, ungoes einfusto de dons variados de Deus, no s6 para si, mas ainda para aqueles que estio a seus cuidados. Para auxilio e ajuda do proximo preci- samos dle muitas luzes, vista, ouvido e ou- {aos sents espirituais; e nko 6 disto, mas também de fortaleza, piedade, iberalidade, diligencia e outras varias virtudes de alma ‘e corpo, Se carecermos delas,é facil vermos estes dois inconvenientes: um, de nossa parte, 0s defeitos que temos; 0 outro, da parte do préximo, a quem se serve ea quem. ‘se providencia de muitos modos, nao bem ‘ou mal ou no menos bem". 10 — Os nimeros 126-129 tatamn do problema, oragbo © cio, “Ter Cisto no eft eno afet” significa ter fk (aris de Sto Indio I Edgbes Loyola 1990p. 122) 5 “Alvaro Alfonso Joo de Anagio eram dois novices espanhs que debando o cargo de capelies das ‘has de Carls V" {rfabno até a Alemanba, af entrando sa Compania, na qual fram homens inignes (¢L Mon Fab Indice de nomes) (6 PeregyinaBese santuisos S20 una das provagies que Sto. Inicio prope para a formacio das novices, pedindo tomela hospedagem pelo caminho, pra excita neles odesprezo dos bens temporais €2 confiangn fm Das (Cont 11 6 2 Mon abr Bp. 6; Tels 2, 6 8 — Mo. Fabri Ep. 6 9 — Mon. Fae Ep. 6466 OO LL, EEE EE EEE EE—ExX« | |= -_-__vV ‘unisafatvn, ado dejo; uno eftva, a dno Teal ara Fabro a orago prepara ou faz recone 2 uno com Cito, gue a elln na exeeuch da meso. me {iA la tana? ou tanbldesta como escreve Loe a Sto, niio (FN. 1, 70) & ade quem sabe ombitar orgie aco ou ado "contemplative ha acie” ou 0 da “Vida ava superior” (expresses de Nadal ‘Nicolo Pliis 29, 85) Teele Ie 36 Marae Mara, No mesmo sentido escrevia Indio aos PP eT. de Coimbra: “Para infunir ‘os enttosa forma da hunlldade,paiénen cardade, quer a diving sabedoria que a causa medias, usada Cie any gern ker um paca Anca or Spertigoaneo-vos avs ineanes em fogs virtue judas grandemente ao pron, pos sparclhas no arene esp mace para confers gigas, tnt no tom proaiment como’ oun, Pores um oul requerem o instrumento pete” (Carls de St, Inc Ed Loyola 1990p. 51. 2% ‘obras, geralmente falando, se devem diri- igi nossas oracdes e no ao contrario, as bras para a perfeicio das oragoes, Isto eu diria em geral, considerando a finalidade dda propria vida mista. Pois, falando de ‘asos especiais e mais particulares, é im- possivel nao orarmos muitas vezes na i fengio de algumas obras boas; e, pelo con- trdrio, freqitentemente executamos obras de modo a alcancar o fim a que se propu- ‘ham nossas oracbes, ‘Mas nosso empenho deve ser ndo s6 fazer bem e muito bem as coisas puramen- te espirituais, como so a oracao e a con- templagio mental e afetiva para encon- {rar a Cristo, mas também procurar com todas as forcas que nas préprias obras ex- temas, nas oragbes vocais bem como nas cconversas particulares e nas pregacdes a0 povo se encontre © mesmo espirito, verdad que se podem executarmui- tas obras ecizer muita palavras com fac lidade se moo algura do esp: 50- bretuco quand as obra a exceutar ou as polavras'n dizer nao sto contra alguna Incline propria, inata ou adquiids cow- tume ou vontade propria, Pos estas, mais aterfamente ge vee mais aparece a neces- sidade do expiito, ee ele falta Em geral deve-se procurar o espifrito para entender e mais prontamente querer aquele bem que existe em tais agves, prin- cipalmente nas mais dificeis e contrarias, a0 homem velho. Estas requerem mais es- pitito do operante e Iho aumentam ao exe- a cutar a obra, mais do que as outras que info Ihe so tio contrérias. Nessas obras di- ficeis entenderés 0 que existe no homem © porque necessitas de espirito maior do que necessério para executar as obras fé- ceis e sem contradigao. O mesmo sucede ‘na oragio mental afetiva, porque também la precisa do mesmo espitito especial © tual, sem o qual divaga de toda a mente endo alcanga o fim proposto da oracao” 129 — Sobre este assunto podem no- tar-se trés classes de obras a que especial- ‘mente convém entregar-nos: umas respei- tam a nés mesmos, outras ao préximo, ou- tras a0 proprio Deus. A nés mesmos se re- ferem, por exemplo, a peniténcia que se exerce pela mortificagio e abnegagio pro- pia, castigo e suplicio, como sio jejuns, pe- rogrinagbes, vigilias, rentincia de comodi- dades naturais ¢ de riquezas e outras atitu- des que maltratam o corpo e vencem a von tade em seu egoismo. Refere-se ao préximo tudo o que o aju- da, consola, alivia, como sao as esmolas & tudo o mais que pertence ao cuidado cor- poral e espiritual. Refere-se a Deus diretamente, embora Ihe pertenca também tudo o que j foi dito, todo o tacante a0 culto, celebragdes em hon- za sua e dos Santos, como sio ofertas, oma- ‘mentos das igrejas, decoro dos sacramen- 408, gastos de lumindrias etc... Quanto a pri- rmeira classe cle obras, tute exerces ati mes- mo e te ergues de certo modo, como ini rmigo, para alcangares a vitGria de ti pro: prio, Na segunda classe, tomas-te dtl a0 13— Sobre estas vistucs Sto, Infeloescreve: “Nio se ache nas da Companhia &possivel) menos devote ‘em qualquer obra de caridadee obediznla do que na oragio e meditagio.Pois nada devern fazer que no Son por amor ¢ servigo de Deus Nosso Senhor e nisso se deve achar cada um mais contente de The ser ‘mandado, porque entao no pode duvidar que se conforma com a vontade de Deus Nosso Senor” (Carts 67 n° Gem Obras Complete BAC Madi 1977p. 810). Fabro inka encontrado este equi: o esprito de foraghoenvovia today as suas agOes, mesmo as mais dies, comunicandothe, coma ret Intengio, wma stasio zesistve, 6 pproximo. Na terceira tu te manifestas pie doso para com Deus ¢ as coisas santas & sagradas. Poder-se-ia também dizer que a primeira atende as obras de peniténcia, se- ‘gundo as obras de caridade e a terceira as ‘obras de piedade; e contudo, todas na ver~ dade se podem chamar obras de penitén- cia, obras de caridade e obras de piedade' Concluames fazendo nossa uma das consideragies de Certeau sobre o proble- ma da contemplagio e acio: “No prinef- pio de seu Memorial Fabro se proibia a si prdprio 0 procurara devogio para edificar 1 assisténcia ete. Quera votara “raga essen” acima das “gragas acidentais" Dora em diate, por motivo da establidade assim alcanga- Aa, chegara a verdadera font e pereebeu dai o movimento af esr, e ordenar para 0 minstrio as gracas mediate da ora Go. A"semente”recebia, no silencio da trngto deve produzitfrutos. © recolhi mento, reunindo a forga viva que hs de dlsabrochar para fora em obras fis 90 “espinto” origindrio, efestemumbo ainda donc apresetse agora ch for mada humildade, da renuncia propria © das provacges. A agio de Deus se torna wisivel na atividade do apéstolo, mas nao ‘essa de continua como que “escondida” 1 — Notar, como sempre, o gout de Fabro pelo mimero que Ihe lembrava a Sanssima Trindade; bem sim saa ideas "para sentir com a igre” (EE 382-370) z eC rs —E-__||_|_,_ _:—~«~=~C=_CE_—P""—""=—_ |, Vv] UEC LIEGENEY (Autor é membre do CEFITAIC Superior de Vila Kosta. Anterormente, no Rode Joni fw reonimaler es EE na Case de Retrs Pe, Anca, na forme ser ea Glies. O clei Exerc das "Duss Bandi” presenta aq de Tim leg cristo, ns nse contarbds desis tempos, Dusan di rag da lide ‘spt yam gil em suns dies, fl como fo ispirad a go Ini de Lye Comeco, hoje, pedindo-Ihe, Jesus, para acertarmos sempre em nossas op- ‘bes... Nas escolhas que fazemos cada dia Na escolha do regime de governo quando, votames no Plebiscito. Na selegao do pro- grama de TV que assistimos, em nossas casas, depois de um dia estafante de tra- balho. Na ajuda prestada aos nossos fi- Thos adolescentes, Sentimo-nos, Jesus, por ‘vezes, esmagados pelas imposigdes da ‘vida! Pesa-nos, mais ainda, Jesus, as esco- Ihas erradas que fizemos! Vinde em nosso auxilio, Jesus! Queremos usar bem o maior dom que nos deste: a nossa liberdade! Hoje, numa era de democratizagto sem- pre crescent estamos tendo, cada vez mais, ‘ocasido pata optar. Como era 0 seu corajoso desejo arimordial, Jesus, quando nos criow Pe, Paulo Pedreiva de Freitas, SI livres e responsiiveis. Nos dias de hoje esta mos sendo chamados.a participar mais cons- cientemente nos destinos da Hist6ria, ‘Quem sabe faz a hora, nio espera aconte- cer, nos lembra conhecida cangio. Fomos aliviados do peso opressor de imposigdes arbitrérias. Somos, agora, muitas vezes, so- licitades a tomar posigio. Continuamente fazemos escolhas. As coisas © os aconteci- _mentos no nos esto sendo entregues pron tos, como pacotes fechados, rigidos blocos gelados. Estamos sendo convidados, ecoan- do sua vontade original, Jesus, a participar, como seus scios, na criagao de um mundo ‘mais justo e mais humano, revelador da Bondade e Beleza infinitas do Pai Mas ser. que estamos sempre acertan- do nas nossas escolhas?! Aproveitando 9 bem as oportunidades que nos sao ofere- cidas? Para muitos de n6s 6 coisa do passa- do fica paralisados sem fazer nada. Ago- rm, Jesus, querendo segui-Lo, estamos mais ativos, muito ativos mesmo. Queremos participar nesta obra gigantesca da re-cria- ‘glo do Ser humano e da efetivagio da ci vilizagao do amor! Intimeras reunides S40 feitas, Trabalha-se muito em todos os se- tores da sua Igreja! Por toda parte, com a colaboragio de tantos, surgem novas obras, tomam-se novas iniciativas... Contudo, os frutos de vida, de paz profunda, de frater- nidade, de servico efetivo ao homem neces- sitado parecem ainda muito escassos. Ha muito trabalho, muita atividade, muita boa vontade, Estranhamente, os frutos de vida abundante no aparecem. Deve haver mui- to engano por af... Nao estamos acertando ‘em nossa opgées! Nem sempre e nem to- dos nés estamos trabalhando junto com 0 ‘Senhor, Jesus! Os frutos de vida abundan- te seriam certamente maiores. Certamen- te estamos sendo enganados. Sabemos, Jesus, que a existéncia nes- te mundo é ambigual Misturam-se 0s va- lores com as ilusdes, a verdade com 0 erro, sementes de vida com carunchos de mor- te. Enfim,a vida verdadeira e a falsidade. Conflitam na Hist6ria, Jesus, o Senhor, res- ssurgindo cada dia, em cada um de n6s, ¢, persistente e maldita heranca de Adio, ra- dicalmente presente no nosso ser original. [Nao estamos sozinhos, Jesus, nem s0- ‘mos senhores absolutos da Hist6ria, Nos- sa liberdade se confronta, continuamente, diante de dois apelos que a querem con- quistar para si, No desenrolar da existén- cia, no tempo no espago, a proposta de vvida, apresentada pelo Pai, é sempre per- turbada pelas insinuagbes mentirosas dos ‘espiritos malignos. Nao estamos sozinhos, nem somos senhores absolutos da Hist6- 30 Nossa liberdade é chamada a se deci- dir acolhendo, confiantemente, o chama- do do Deus-Pai para a Vida verdadeira, ota se enredar nas propostas enganosas dos espiritos malignos. 3s frutos ndo tardario a se manifestar, Se nos decidirmos acolhendo, filialmente, ‘20 chamado do Pai, nos encontraremos na ‘Vida, Se nos deixarmos enredar pelas pro- postas dos espiritos malignos, terminare- ‘mos saboreando o amargor da frustragio e da morte. Sabemos, Jesus, que o Senhor entrou na nossa Histéria, assumiu a nossa carne, justamente para que n6s, agora, com 0 Senor, recuperdssemos a postura de Filho confiante, e pudéssemos, assim, colher a proposta de Vida, amorosamente ofertada por Deus-Pai. Por Maria o Senhor ficou jun- to conosco! Maria © pés junto conosco. N6s pedimos, agora, insistentemente, a Maria, que nos ponha junto com 0 Senhor! Que ‘Deus-Pai nos coloque junto com 0 Senhor! Que 0 Senhor nos receba! Transmita-nos ‘seu espirito filial! Faga-nos sentir por onde ‘andam 08 apelos de Deus-Pai para a Vida verdadeira, Faca-nos rejeitar as insinuagdes cenganosas dos espiritos malignos! Que- remos, Jesus, com 0 Senhor, em nossas es- colhas, colher a Vida para os homens, para todo 0 homem, para todos os homens! Como saberemos, Jesus, que estamos com 0 Senhor?! Jé experimentamos, Senhor, que nto basta estar materialmente filiados & Sua Igreja. Pertencer aos quadros institucionais fe mesmo diretivos da Sua Igreja. Também 14 experimentamos a atuagao dos espiti- tos malignos, Parece, também, Senhor, que néo basta ter um elenco de crtérios objetivos indicando valores onde o Senhor estaria presente! Também por estes valores, dis- ee OO EE EE EE EEC CCC CCC ee ee eeeeersrrrr,rtré“‘i‘ err farcada e enganosamente, 0 espirito ma- ligno pode se manifestar... E sabemos, como nos recorda $, Paulo, que 0 Senhor, Jesus é > Senhor da vida e da morte! “Ne- inhum de nés vive para sie ninguém morre para si. Se vivemos, vivemos para 0 Se- nnhor; se morremos, morremos para 0 Se- nnhor, Quer vivamos, quer morramos, per- tencemps ao Senor. Para isso é que mor- eu Cristo e retomou a vida: para ser 0 Senhor tanto dos mortos como dos vivos” (@m. 14, 79). Parece, Jesus, que o Senhor esté que- rendo nos esclarecer através destas pala- vvras de S, Paulo. Poderemos estar com 0 Senhor quer vivendo, quer morrendo, O que decide 30 60 estar morrendo, ou vivendo. Mas, sim, se morremas com 0 Senhor, € se vivemos com @ Senkor! O importante, 0 de- cisivo € estarmos com o Senhor! E viver e atuar com 0 Senhor! £ acolher a atuagio do Senhor em nés. Isto acontece, vamos percebendo Jesus, quando nenhuma coi criada sobre a face da terra podemos amar por si mesma, mas, 86 a amamos pelo Senhor e no Senhor! Muito the agradecemos, Jesus, pelas marcas de Sua presenca que o Senhor deixa em nés. Quando o estamos acolhen- do, Jesus, quando nos unimos ao Senhor, nos colocando numa atitude filial, esta- ‘mos acolhendo as propostas de Vida de Deuts-Pai, Entio percebemos brotar em nés a Fé, a Esperanca. Somos abrasados no ‘Amor. Por vezes, sentimos 0s nossos olhos derramando légrimas diante de algo rela- cionado com o Senhor! No meio das tem- ppestades deste mundo sentimo-nos, como que azalmados, seguros, pacificados e tranqtilizados em Alguém que veio para reconstruir e harmonizar a vidal 1Nés Ihe pedimos, Jesus, que esqueci- dos de nés mesmos, desprezando todas, coisas do mundo, humildes, nos encon- tremos trangiiilos, com profunda paz e se- ‘guros, por estar com o Senhor! Presentes e envolvidos nas maiores intempéries deste mundo, nés Ihe peelimos, Jesus, sen- tir Sua presenca nos envolvendo e nos ga~ rantindo tum lugar de paz, humilde, belo ce gracioso, $6 entdo, seguros desta Sua pre- ‘senca, livres de todos os enganos, dé-n0s, Jesus, a graga de entregar-nos totalmente a0 trabalho!! [Nés Ihe pecimos também, Jesus, que ros alerte e nos faga perceber a presenga insidiosa e enganadora dos espfritos malig nos, Que percebamos Jesus, as suas marcas. les nos deixam sem fé, sem esperanca. ‘Areuinam o nosso amor. Eles nos agitam, ‘nos inguietam e nos deixam perturbados, ‘confusos longe do Senhor! Longe, assim, de Sua presenca Jesus, nés Ihe pedimos, nestas clrcunstincias, corte as nossas ini- ciativas, Que permanegamos firmes nas re- solugdes anteriormente tomadas quando sentiamos a sua presencal Que loucura ‘que presuncéo seria aventurar-nos, so- zinhos, longe do Senhor, em companhia dos espiritos malignos! © estar com 0 Senhor, Jesus, nto é, ‘pois, somente manter o rétulo de perten- cer & Sua Igreja, Nem mesmo ajustar-nos a certas proposicoes tidas como valores de uma determinada cultura crista. Agra~ decemos-Ihe, Jesus, por nos mostrar, cada ‘ver mais, que estar com 0 Senhor 6, pri- ‘mordialmente, uma experiéncia interior de profunda seguranca, na pobreza, no esva- ziamento de nés mesmos, na humildade, na entrega a uma missio ao servigo do hhomem, do homem todo e de todos os homens. Sentimo-nos com o Senko, Jesus, quando, mais seguros, mais unificados, ‘com profunda paz, nos percebemos, como que envoltos, num grande abrago de per- dio e de vidal Sentimo-nos com o Senhor, Jesus, quando, envoltos neste fiuxo filial uni- ficador de todos os homens e mulheres at dispersos, caminhamos, profundamente felizes, todos e todas, para Deus-Pai (mes- ‘mo sem chamé-Lo explicitamente com este nome), acolhendo a Sua Vida. Faca, Jesus, nds Ihe pedimos, que es- tejamos sempre com 0 Senhor! Com 0 Senhor, Jesus, digamos sempre sim a Vida que o Pai quer nos comunicar. Mesmo ‘quando este sim a Vida signifique um nio. ‘aos arremedos da vida, ou um sim & morte ddos arremedos da vida para dar Iugar a vvida do Pai. Jesus, 0 Senhor tomou sobre si as nossas inigiiidades para que pela morte na eruz possamos ter a Sua vidal! 2 Agradeco por sermas postos ao seu Jado, do seu Indo. Por sentir como 0 Se~ hor sente! Por saborear 0 que o Senhor saboreia, Por vestir, com prazer e espon- taneamente, a Sua camisa, Por ser coloca~ dos sob a sua bandeira... ‘Que nés, sentindo as perturbagoes de sua auséncia repilamos resolutamente mesmo as mais reluzentes propostas de sum Reino fécil, vistoso, envolto na rique- za e desumano. Jesus, que a sua graca inspire as nos- sas obras e as sustente até ao fim, para que toda a nossa atividade pelo Senhor comece e pelo Senhor seja levada até o fim, Amém. Livros RECOMENDADOS “Camilo, pintasilgo”, Teonas Tavaresi; ilustracio: Bianca; 15,5 x24, 24 pp, Loyola, Sio Paulo 1992. Uma pioneira obra de ‘espiritualidade inaciana em forma de con- to para criangas. Autor & © nosso co- hecido Pe. José A. Netto de Oliveira, SJ, {que se oculta sob este pseudénimo. Com a primorosa ilustracao de Bianca, em esti- To simples e fluente, ele desenvolve uma pardbcla inteligente e criativa sobre 0 uso {a liberdade. © eto habtuado com os EE reconheceré muitos temas caros a Inécio porque muito evangélicos, como as Duas Bandeiras no didlogo entre o pintassilgo da gaiola e seu agro irmao do campo. “Santo nosso de cada dia, rogai por nds! — Santoral popular”, Carlos Palacin, SJ ¢ Nilo Pisaneschi, 20 x 28, 299 pp, Loyola , Sio Paulo 1991 é recomendado por nés com atraso, Mas seria pena deixar de anunciar a inteligente e saborosa apresen- tacio deste “santoral popular”, que segue o ritmo do calendario. As ilustracoes sio desentos de bom trago. Os AA. inclufram, fem cettos dias, em vez. de santos de ou- trora, dos quais temos pouquissima infor- ‘magi, outras testemunhas cle Cristo mais préximas de n6s no tempo, como por exemplo, no dia 2 de setembro, 0 Arcebis- oe mirtir José Maria du Lau D‘Alleman, ue faz parte do grupo de 191 sacerdotes Pe. R. Paiva, SI ‘massacrados nas prisées parisienses nos dias 2 e 3 de setembro de 1792. O indice, ‘mantendo a ordem cronolégica, abre o vo- lume e é de facilima consulta. Pode ser ‘um presente amigo e de bom gosto. A pro- fissio de historiador do Pe. Palacin, ga- rante a solidez das noticias apresentadas sobre cada santo. “Flagrantes do cotidiano”, Pe. Guy Rutffier, SJ, 14 x 21, 101 pp. Loyola, Sao Paulo 1992 é um conjunto amével de um observador atento da vida, bom viajante € sempre jesutta. Nossos leitores reconhece- Yio 0 olhar de discernimento, a referéncia 10 “mais” ea criteriologia inaciana nos rela- tos tio humanos do Pe. Guy. 0 A,, até re- centemente presidente da AEC, 6 atual Rei- tor do Colégio Loyola de Belo Horizonte- “MG. Louve-se a finura satirica de paginas como “Naimero Tal”, que denuncia a fria Jimpessoalidade das relagies humanas nes- te mundo da modernidade. Outra breve cr6- nica, — “Naim”, introduz uma surpreen- dente brisa da verde Galiléia no nosso co- tidiano. Ha sempre uma preferéncia pelo pobre, uma ternura auténtica, que mostra © Autor tocado fundo pelas opsdes da Igreja Latino-americana, “Doutrina Crista” —Tomo I: “Catecis- ‘mo Brastico", 16 x 23, 239 pp; Tomo Ik 3 “Doutrina Autégrafa ¢ Confessiondrio", Pe. Joseph de Anchieta, SJ, 16x23, 147 pps “Obras Completas", 10° volume; Introducao Histéricovlteréria, tradugio e notas do Pe. ‘Armando Cardoso, SJ; Loyola, $40 Paulo, 992 (em convénio com a Vice-Postulacio dda Causa de Canonizagio do Beato José de ‘Anchieta). Pe, Armando Cardoso prosse- gue a monumental tarefa de publicar a obra completa do Pe. Anchieta, nosso pri- ‘meiro escritor em latim e portugues, primei- ro escritor do mundo em tupi. Os dois to- ‘mos desta “Doutrina Crista” sao langados com ligeira antecedéncia quanto ao *Cate- cdismo Universal” do Papa Jodo Paulo Il fem nossa lingua. Seria interessante con- frontar os contetidos e a pedagogia. Nao hi biblioteca de nossas instituigdes, incla- sive Colégios, que deva dispensar esta edi- ‘glo. tinica, enriquecida com os textos fac- similares ¢ indices competentemente orga nizados. © 1° vol. contém a longa e primo: 10sa introdugio histérico-literdria, que trata do manuscrito da doutrina crista, de suas origens em lingua brasfica, da sua propa- gacio contemporanea, da evolugao e teste- ‘miunhos posteriores (pp. 7-43); 0 texto fac- a -similar (em lingua tupi, manuscrito); 0 texto em ortografia moderna com a tradu- ‘glo e notas, O contetido da doutrina crista consiste em: instrugbes mais necessérias "in extremis” (na hora da morte) e de Cate ctimenos; oragdes e enunciados breves; dilogo; preambulos da f6 e instrugio das coisas da fé; sacramentos. O 2° vol. apre- senta a “doutrina-autégrafa portuguesa de ‘Anchieta”, e, na 2* parte, “a confisséo na vida de Anchieta”; “doutrina de Anchieta sobre o sacramento da confissio”; “o livro do confessiondrio”; mais 0 texto tupi com tradugio e notas, compreendendo: “acolhi- ‘mento e instrucio inicial’; “dos mandamen- tos da Santa Madre Igreja”; e “repreensio reve e muito proveitosa.” interesse desta publicacio deve ser realgado no momento em que as quest6es ‘em forno da inculturacio esto na ordem do dia por forga da recente reunido da CELAM em Santo Domingo. Muitos pre- conceitos, repetidos com foros de verda~ des absolutas, cerlamente serao derruba- dos diante deste auténtico documento de ‘nossa primeirissima evangelizacio. a —SCSCSsSCS:i‘;SCitC(Ci‘(N.UwWs | g Pe. Anchita 0 dedi peta da Vigo, homer contemplate, que tanto recor pos, 0 eto & a tetro e us eange. nfore er um homem empreeneor eat. Isto &nste perf spe. ‘endenos wm “antepatio a ag" das mais lei. ANCHIETA Pala metade do século XVI, 0 Brasil ain- da nao tina um nome, Suas tribos tupis e tapuias dispunham de enormes territérios fe muttas florestas. Os portugueses mal comecavam a se instalar, arranhando o li- toral, nem todos com boa intengio. Um grupo de Padres e Irmaos jesuitas chegou a Salvador, “cidade” novinha ainda. En- tre eles, um rapaz: José de Anchieta. Tinha sido um bom aluno. Preparado em espanhol e portugués. Ainda melhor tem latim, o inglés da época. Nio era tido como uma satide de ferro. Esperava-se que, longe dos invernos europeus, have- ria de melhorar. No seu tempo ja se fala- vva que nossa terra era “muito sadia e de bons ares!” Pobre Anchieta: que frios haveria de enfrentar, mal agasalhado por fumacentas fogueras, nas alturas de Piratininga, numa cabana que era 0 seu colégio: Colégio Sao Paulo, acima da Serra do Mar, nos cam- [pos perto do Tieté, De tanta fome, chegou. a apreciar farofa de farinha de mandioca com formiga tanajural R. Paiva, SI © que € mais para se admirar neste homer que marco 0 Brasil nascente? O Jovem que com dois nos de ral fer tanta Emizade com os tuple Caiubi Tibi, shu pode vencerabareta da Sera et Cpr um estrada de mulas ene oitoral¢ © planalto? Ou o smpaticoesébio vlhi- so ge a ie vans fre tm ch mndicnal para um amigo esta Aoente tropecu, ci vio a falecer em conseqénia de sua caridade? Como ele foi desde téo jovem tao ca- paz de aprender com 05 in« “curumins’, a lingua, e redigir uma boa gramatica do tupi, um dicionério de va- lor, escrever poesias, teatro, catecismo? ‘Como foi que ele organizou rocas, aldeias, educagio, casas de savide por estas terras tio imensas? Como péde, sem preconceito, ouvir dos pajés 0 jelto de usar as maravi- thas da flora brasileira na arte de curar? ‘Anchieta era capaz de simpatia e ami- zade. Olhava, com singela sinceridade, todos os homens como irmaos. Nao que fosse um ingénuo, cego para as barbari- 5 dades de indios e portugueses. Ele bem que as enfrentou como péde! Entre os guerreiros tamoios, procurando a paz, assistiu a uma cena de canibalismo. Pre- senciou, também, costumes antigos daque- Te povo, que se afastavam da castidade de Jesus e de Maria, Reagiu com um magni- fico Poema, © Poema da Virgem, estrofes fe mais estrofes, traduzindo um coragéo que sabia encontrar seu centro na Boa Nova do Senhor. Anchieta, porque aprendeu, com 0 Coracio do Cristo, a “chorar com os que choram, alegrar-se com os que se ale- gram”, péde ser um bom professor de luma nova nag#o que surgia. Nunca ten- tou impor sua teologia, aprendida, com sactificios, entre Piratininga e a Bahia, na ceabega dos seus amigos tupis. Com poe- sia, delicadeza e respeito, através do tea~ tro e da festa, foi tirando medos, dando gosto pelo Evangelho, cultivando a fé e a esperanca, abrindo caminhos para seus singelos catecismos na lingua da terra, oracéo Como bom mestre, sabia que nao ‘podia exigir conversdes répidas. $6 batiza- ‘va depois le uma educagio amorosa e sem pressas na Fé, Muitas vezes s6 em caso de morte, Lamentava-se dos batismos dados com superficialidade, as vezes sob ameaca Ele é reconhecico pela Igreja como Bemraventurado. Sua fama de milagres se manteve desde aqueles comegos, até 0 nosso tempo, tio descrente e orgulhoso. Os que o conheceram em vida testemu- mnhavam que tinka poder até sobre a nat- reza, 08 bichos, as aguas, assim como 0 Salvador, Jesus, que ele serviu dedicada- mente, numa época nude e frequentemen- te brutal ‘Anda hoje Anchieta tem seus compa- nheitos estas se danlo do mesmo modo, pelo mesmo Mestre, 0 Senhor Jesus. Sua obra nao acabou,e ainda continua muito necessria neste Brasil ta carente de Evan- gelho e de educagio © Deus, todo-poderoso ¢ eterno, que, ao glorificardes 0 Bem- -aventurado Anchieta, destes @ vossa Igreja a renovada prova de vosso amor misericordioso, fazei que sintamos junto a nos a presenga confortadora do nosso Irmao Anchieta, Que, por seu exemplo ¢ intercessio, sejamos levados a imitar 0 Cristo, vosso Filho, que convosco vive na unidade do Espirito Santo, Amém. ‘Suasinios ‘A Autora& menbro da Equlpe Amplnds do CEF-ITAICL fl membre da quip do CETESP. Atualent bale ij, Sul de Ms. EXERCICIOS PREPARATORIOS E DE AJUDA NA ORACAO IMPORTANTE: Ao fazer esses exercicios preparaté- rios ou durante a oragdo, voc® esta con- ‘rotamente acolhendo sua condicéo de criatura humana, situada no tempo e no ‘espace. Pessoa humana condicionada que possui um corpo e necessita acolher essa realidede tal qual se apresenta. Situar-se e pacificar-se (trata-se de sen- tir e nio de pensar) 10 corpo —Sinta a roupa tocando seus ombros... sinta as suas costas tocan- do espaldar da cadeira.. ou sinta sim- plesmente suas costas... sinta seus bra- G08... sinta suas maos... as coxas sobre 0 assento... a maciez, ou dureza do assen- to... as pernas.,. a sola dos pés tocando 8 sapatos... Entre em contato consigo ‘mesma(o) para entrar em contato com Deus... Repita essa seqiiéncia por 3 ve- es... rapidamente... Ir, Maria do Carmo Costa (irs. Providéncia de Gap) 2—A Respiragio — Sinta o ar entran- do nos pulmdes... sinta o ar passando pelas narinas... sentir 0 ar e nio pensar. continue respirando normalmente, Sinta a vida acontecendo através da respira- ‘qo... respirar é viver... Deus é vida... a atmosfera esta densa da presenca imensa de Deus... respire Deus sustentando sua vida... sinta o que sente agora: paz, adora- ‘go, louvor, aco de gracas... sinta 0s dese- js que o impelem nesta oracio... vé sen- tindo o ar que entra e sai dos pulmées.. 3 — Os sons — Escute os sons que ‘estdo a sua volta... 0 mais suave... o mais distante... deixe que lhe cheguem os sons, 1a imensa gama de sons que nos atingem... ‘ada som abarca uma infinidade de ou- tros sons, 1H& harmonia em cada som... 0s sons ros atrapalham quando os rejeitamos... acolha 0s sons... h um siléncio no cora- ao de cada som... os sons expressam 0 a” -— poder de Deus que sustenta a vida... Deus “esta soando”... descanse em Deus... no centro do siléncio ha uma revelacao... Deus se manifestou e se manifesta ainda fem grandes siléncios... silencio de pleni- tude... a vida desabrocha no silencio da semente langada no interior da terra 4— Os sentimentos —'Tome conscién- cia dos seus sentiments... no os ana se... sinta-os simplesmente... 0 que sente agora em relacdo a este momento de o1 ‘clo?... 0 que deseja pedir a0 Senhor? dei- xe seus desejos mais profunclos acontece- rem no aqui e agora... fale com o Senhor sobre eles... agradeca ao Senhor que colo- ca em seu coracao esses desejos de Encon- zo com Ele... de uma profunda oracio. de contemplagio... de comunhSo com a Trindade que habita em voc’. NA ORAGAO 1 — A imaginagio — Sto. Tomés de Aquino ja dizia: “A contemplacio huma- na, segundo a condigéo da vida presente, nko pode prescindir das imagens, Porque 6 algo conatural ao homem o ver as idéias inteligiveis por meio de imagens... 0 co- nhecimento intelectual, contudo, nio con- siste nas proprias imagens, pelo contra- rio, nelas contempla a pureza da verdade inteligivel. Isto nao acontece somente com ‘© conhecimento natural, mas também nas coisas que recebemos por revelacdo” (Se- cunda Secundae, p. 180, a 5 ad 2). A imaginagio orante ndo é simples ajuda exterior, mas tem grande forga ex- pressiva, Cristo usou a imaginacio, Con- centrou na imagem do célice toda a an- guistia, sofrimento, tristeza, tédio, horror... daquela noite trigica do Getsémani, Use sua imaginagio... Recomponha 0 cenério da passagem evangélica ou da ex- periéncia vivida... veja as pessoas... 0 que 38 © que dizem... entre na cena deixe-se envolver na experién- fin... nao reprima sua afetividade... tente ‘ouvir, sentir, acother o que the é revela- do... entre no dislogo com o Senor. sia Jmaginagio orane olevaré do ver ao com- preender... do compreender ao perceber.. {lo perceber ao sentir, a0 saborear.. do Saborenr ao ser tocado... do se tocado a0 decidir. B todo seu ser que esta sendo envolvido: meméria, intligencia, vonta- de, afetividade... sua pessoa com toda a experitncia de vida que carrega até o mo- mento presente, B processo, exerci... no desanime... nao busque resultado busque simplesmente estar com 0 Se- hor... Repita sempre o exerccio, até que ‘Senor Ihe revele outros mods de estar com Fle 2— As distragdes — Como trabalhar ‘com elas? Elas sempre estario presentes na oragio, enquanto nossa caminhada para Deus se fizer na condigfo de criaturas humanas condicionadas. Tome conscién- cia da distracio... pensamentos... senti- ments... preocupagses... ansiedades... tarefas... medos... situagGes existenciais ppassadas ou presentes... questdes do fu- turo. Discernir 0 que acontece... tratando- -se de atividades do pensamento discursi- vo, simplesmente tomar consciéncia e dei- xar passar.., como as aguas de um rio que correm... dizer a si mesmo(a): estou pen- sando... e voltar ao assunto da oragio. Se se tratar de sentimentos agradé- veis ou desagradaveis, deixé-los aconte- cer no aqui ¢ agora... se forem da expe- rigncia presente ou recente serio trangui- lizados rapidamente, apresentando-os ao Senhor tais quais estio no momento. Se forem experiéncias do passado, em parti- cular dores, ressentimentos, magoas, 6dio, - nko perdio, 0 melhor é rezar esse conted- do de vida. Nesse sentido, “a distracio 6 a vida que quer ser rezada”. Use a imagi- nagao orante e faga uma contemplagao dos :istérios dolorosos de sua vida... Repita ssa oragao em outros momentos... Tente continuar a oragdo que se propos fazer... ou retomé-la em outro momento... Atengao: cada vez que se sentir dis- perso (a) ou cansado (a) ou com sono durante a oragio, repetir rapidamente 0 ‘exercicio de sentir 0 corpo, sentir a respi- ragio... 08 sons... Essa dinamica o ajuda- ra estar presente a si mesmo (a) para estar presente a Deus que sempre esté pre- sente. “Ames Autre compart coosco om pio subtio qu es relembraw potaogia da orate num rte, PRINCIPIOS PEDA >O0GICOS PARA UM RETIRO © contetido principal As mediagoes As estruturas de apoio ‘© processo da pessoa © CONTEUDO PRINCIPAL: A fungio do orientador é selecionar 6s textos biblicos que permitem e estimu- Tem a pessoa se colocar em confronto com. a Pessoa de Jesus! ‘Texos que ajudam a fazer um caminho: ‘= 1° momento — fazer a experién- cia do Amor Gratuito de Deus. ‘+ 2 momento — perceber 0 modo como a pessoa resiste ou foge desse plano de amor (pecado) ‘+ 3° momento — propor os textos ‘em que Jesus faz 0 convite para 0 seguimento, + 4° momento — permitir e possibi- litar © momento de opcio elei- ‘g4o— acolhida consciente e con- sistente ao convite para 0 segui- ‘mento — op¢io vocacional ou re- tomada da opcio. Atualizacao do “Sim primeira. + 5° momento — tempo de confir- ‘magio da eleicao ou projeto pes- soal de vida. Nota importante — Toda experi¢n- cia de retiro deveria ser uma retomada ou revisio do projeto pessoal de vida para 0 seguimento de Jesus. Nesse sentido o re- 2 tiro € sempre uma experiéncia de discer- nimento que possibilita uma conversio, transformagao da vida, uma chance para © seguimento situado, atualizado, Observagoes: Escolher textos que facilitem a con- templagio da Pessoa de Jesus. Ex: sama- ritano, jovem rico ete. Jesus agindo, dialo- ‘gando, realizando agées de cura; A seqiténcia dos textos é que feilita o processo. Sempre no pano de fundo € a historia da salengto, [AS MEDIAGOES: A oragio pessoal, o silencio absoluto (verbal © nao-verbal), a partilha com 0 orientador, as celebracbes, comentarios, a ‘oragao da manha com exercicios prepara- trios & oracio, ESTRUTURA DE APOIO: = Misica ambiente — dar muita aten- ‘elo, pois ela influi muito fortemen- te no grupo. Para cada momento do retiro ha um tipo adequado. Textos de apoio — ajudam a apro- fundar 0s textos biblicos e consti- tuem leituras amenas importantes para os perfoclos extensivos. Cui- dar do momento pedagégico para cada texto e levar em conta a per- cepcio que o orientador vai tendo do grupo. Bem-colocados, sto de ‘grande importancia na caminha- da e ajudam no processo que Deus vai realizando. = Decovagio do ambiente — em geral io apoio bem significative. Em lima de silencio tudo fala. £ bom. evar em conta essa dimensio & ‘preparar cartazes com cuidado. Nao ‘exagerar para no desviar do essen- cial que so 0s textos biblicos. — A organizagao do tempo — progra- ‘mar 05 tempos intensivos de ora- ‘Ho pessoal para todos, tem sido muito bom. Ajuda a disciplinar © tempo e cria ambiente como um todo, Deixar muito a vontade cada pessoa nem sempre ajuda, * Outro aspecto do tempo & 0 ho- rério das colocagoes: em geral & preciso criar ritmo no inicio e ir mo- dificando no final. Depende mui- todo tipo de grupo e da caminha- da que se percebe. — utros pontos a lembrar — nao es- crever cartas, néo partilhar entre si, nlo fazer leituras espirituais mesmo que sejam étimas. — Projto pessoal de vida — a maneira ‘das pessoas nao tem um projeto es- ‘rito, Outros t€m projetos baseados em lista de propésitos que embora muito bons, mais atrapalham a ca- minhada do que ajudam. Uma das fungSes pedagégicas do orientador de retiro ajudar eficazmente na claboragio, na revisio ou na reto- ‘mada do projeto pessoal de vida. © PROCESSO DA PESSOA: — Primeiro nivel — respeitar e aju- dar a pessoa a retomar seu estilo @ experiéncia de oracio, Ajudé-la a sentir-se A vontade nesse aspec- to, Em geral, na orientacao indivi- dual, quando ¢ feita na dimensa0 ideal esse espaco é recuperado, = Segundo nfvel — O discernimento que vai acontecendo na dinamica do retiro pode ser ajudado eu nf- vel de grupo pelo orientador que vai explicitando de modo discreto no decorrer da caminhada. Tem sido de grande ajuda pois as pes- soas se sentem confirmadas no {que vo vivenciando em cada eta pa, E uma estincia objetiva de ‘confronto que o orientador possi- silita a cada pessoa. Sao em geral as regras de discernimento da 1° e 2 Semanas nos EE de Sto. Inacio, Terceiro nivel — considero aqui alguns esquemas mentais de fun- do que em geral carregamos to- dos nés, frutos de uma visio teo- Logica, eclesiolégica, de V.R. e de compreensio do mundo. Isso tudo reunido em forma de experiéncia de vida, cria um circulo ideol6gi- co no qual a pessoa gira e do qual no sai sem que seja ajudada. Para isso pede-se fazer pequenos ace- nos ou esquemas de leitura da rea- lidade para ajudar a pessoa a se perceber em seus préprios esque- mas. Podem ser feilos na oracio dda manha ou no momento das co- Tocagées sob a forma de instrugbes. Nota final Todo esse conjunto de princfpios aplicados no tempo de retiro quan- do feito em grupos, considero co- ‘mo principios pedagogicos que fungio do orientador. O tinico obje- tivo de tudo quanto foi exposto é ajudar a pessoa do retirante a man- ter-se no processo que Deus vai rea- lizando com ela Em outras palavras, ajudar a pes- soa a sustentar sua vontade que- rendo 0 que Deus quer! “Deus po- de realizar infinitamente mais do ‘que tudo quanto pensamos ou que- remos"! Quem realiza é Deus mas Ele precisa de mediadores, Nesse sentido a fungio do orien- tador 6 meramente pedagégica. Sua oracio e postura no process 6 contemplativa. a BIBLIOGRAFIA 1 FE 1 — CURSO DE CAPACIT DE DIRETORES DE EE CELTTAICL ELEICAO E DISCERNIMENTO DE ITAICLREVISTA DE ESPIRITUALIDADE INACIANA: Paiva, R, SJ Discernimento na América Latina, Espec. 1, (1990) 43-57 (Ver bibliografia p. 51) Mac Dowell, .A.A., SJ} “Notas sobre as nogdes de “mogio”, “consolagio” e ‘“desolagio” nos EE”, 1 (1989) 23-53. 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Loyola, SP Leitura orante da Biblia, Ed, Loyola, SP Leitura profética da Palavra, Ed. Loyola, SP A formagio do povo de Deus, Ed. Loyola, SP Omgio no deserto, Ed. Loyola, SP Compreender-se e entender os outros, Ed. Loyola, SP As fontes da vida, Ed. Loyola, SP 43 Maneiras de orar, Fd. Loyola, SP Shadana, um caminko para Deus, Ed. Loyola, SP Jesus antes do cristianismo, Ed. Paulinas, SP Discernimento e lutaespiritual, Ed. Loyola, SP Beber do préprio poco, Ed. Loyola, SP Deus ¢ voc, Ed. Loyola, SP Experitncia de oragio profunda, Ed. Loyola, SP Concentra-te em ti mesmo, Ed. Loyola, SP Un othar sobre a natureza, Ed. Loyola, SP Essa comunidade chamada Igreja, Ed. Loyola, SP Graga e condigio humana, Ed. Loyola, SP A nossa idéia de Deus, Ed. Loyola, SP ‘Acessoa Jesus, Ed. Loyola, SP Apresento-Ihe a baronesa, Fd, Paulinas, SP (0s seis jesuttas mirtres de El Saloador, Ed. Loyola, SP Oscar Romero, profeta e mértir da libertagio, Ed. Loyola, SP © martivio da América Latina, Ed. Loyola, SP RELIGIOSOS/AS: Divarkar, P,, S), Carloni, N., Sf, Lisboa, Paulo, SJ, Laplace, J, SJ Cigofa, J. Ramén, $} Iglesias, M. E,, SJ., F, Spencer, SJ CELITAICI CRB LEITURA ESPIRITUAL: Finkler, J. Mello, A., SJ Nolan, A, Cabra, P. G. © caminho do conhecimento interior, Ed, Loyola, SP Vida e contemplagio, Ed. Loyola, SP Filhos e irmos no Espirito, Ed. Loyola, SP ‘Marcos nos ensina a rezar ¢ a servi, Ed. Loyola, SP Lucas nos ensina a rezar na vida e para a vida, Ea Loyola, SP Dias de gratuidade, Ed. Loyola, SP Dias de fidelidade, Ed. Loyola, SP Rezar a Eucaristia, Ed. Loyola, SP Rezar repartindo, Ed. Loyola, SP Da luz ao amor, Ed. Loyola, SP Una experiénein de vida no Espirito, Ed. Loyola, SP Exercicios Espirituais de 30 dias, Ed. Loyola, SP Omgio e libertagio, Ed. Loyola, SP Na terra como no céu, Ed. Loyola, SP Um retro com 8. Joio e 0 Exodo, Ed. Loyola, SP Um retro com 0 Pai Nasso, Ed. Loyola, SP Exereicios na vida corrente, (EVC), Ed. Loyola, SP Rabi, onde moras ?, Ed. Loyola, SP Leitura orante da Biblia, Ed. Loyola, SP A formagio do povo de Deus, Ed. Loyola, SP Leitura profética da Palaora, Ed. Loyola, SP Oragio no deserto, Ed. Loyola, SP Quando 0 homem reza, Ed. Loyola, SJ Buseai 0 Senhor com alegria, Ed. Loyola, SP As fontes da vida, Ed. Loyola, SP 43 maneiras de orar, Ed. Loyola, SP Shadana, um caminho para Deus, Ed. Paulinas, SP Liberto de tudo, Ed. Loyola, SP Jesus antes do cristianismo, Ed. Paulinas, SP Amarts com todas as tuas forcas, Ed. Loyola, SP Com toda a tua alma, Ed. Loyola, SP Com todo 0 teu coragio, Ed. Loyola, SP "7 8 Fiorito, M. A, Cabarnis, C, $f Gutierez, G Ballester,M. Martini, C.M, SJ Piet Van, B, SJ Manenti, A. Cencini, M. Bary, W,,§} Sobrino, J, §) Discernment lua esprit, Ed Loyola, SP Padagogia do discernimento, Ea. Loyola, SP Beber do prépro pogo, El. Loyola, SP Experitnia de ora profs, Ed. Loyola, SP 0 itnertioespiritual dos doze, Ed. Loyola, SP © plo repartido, Ea, Loyola, SP Voenco, Psicologia ¢ Crag, Ed. 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Loyola, SP, 1990 5 ‘0 Pe. Paul Coutinho, J, ¢indiano,descendente de vs goanos, que anda falam portaguts. Pe. Paul & especialista em Exericos.Atualmente, enguanto ‘complement a sua frmacdona Universidade Calica deSalnt Lous Misour, USA, di aulas nesta mesma Universidade no horizone de wn expecnlidade UNIAO COM DEUS, NAO ATIVISMO: O IDEAL INACIANO Pe, Paul Coutinho, SI ‘Trad. Maria José P. de Castilho INTRODUGAO “Entre os diversos dotes que sao desejveis no Padre Geral da (Companhia de Jesus), em primeiro lugar estao os que 0 unem a Deus nosso Senhor, fazendo-o estreitamente ligado e familiar a ele, tanto na oragao como em todas as suas agdes, para melhor obter d’Ele, como da fonte de todo o bem, uma abundante participacao dos seus dons e das suas gracas sobre todo 0 corpo da Companhia, e maior valor e eficdcia para todos os meios que ela emprega no auxilio das alas". segundo capitulo da nona parte das _espiritualidade. Veremos como se clarifi- Constituigdes da Companhia de Jesus, de ca aqui a tensio entre agao e contempla- onde extraimos esta passagem, 6a cristali- cio, e se refuta a acusagio muitas vezes zagio ¢o sonho de Inicio para um jesuita formulada contra os jesuitas de que eles ideal. Podemos consideré-la 0 Apice de sua _seriam semipelagianos. 1 The Capstituton of he Scey of Jus - Trad para o Ings de George Gans, 5}. (The Insite of Jesuit Soures St Louis 197, 723, 55 _— [esse texto, sem divida, encontramos 1 primeira e a mais importante caracteris- tica do superior geral da Companhia de Jesus. Mas essa caracteristica, no fundo, deve pertencer a todos os jesuitas. Na ver- dade, ela é uma qualidade de todos os cris- ‘tos, na medida em que a unigo e a familia- ridade com Deus, ndo o ativismo, 6 a con- diglo essencial para receber as gracas de Deus, disso dependendo todas as caracte- risticas fundamentais criti. Os companheiros de Inécio no tém diivida de que esse ideal é a projecio do proprio Inécio. Goncalves da Camara, a quem Indcio ditou sua Autobiografia, es- creve a 26 de fevereiro de 1555: "... quan tas vezes observei que, no seu procedimento sgeral, o Pai (isto é, Inicio) cumpre com rigor todas as regras dos Exercicios... 0 mesmo ‘ocorrendo com as Constituigées, especalmen: teem relagto ao capitulo em que ele retrata 0 Geral, quando parece ter se retratado a si mesmo? Os que privaram da companhia de Indcio falavam a respeito da “devogio que le tdo espontaneamente sentia por todas as ‘coisas & em todos os lugares”, estando “vol- tado para Deus, mesmo quando, as vezes, parecia ocupado com outra coisa, Ele se diri- ‘gia a Deus em quaisquer circunstincias”®. O proprio Inécio nos diz. que “estaoa sempre pprogredindo na devogio ow em uma certafa~ cilidade para encontrar Deus, ¢ que mais do que em qualquer momento de sua vida, essa devogio ele experimentava naguele momento (1555), e sempre que ele o desejassee en qual- quer circunstancia podia encontrar Deus. 2- Memorial 226, em FN, 1,65. 3 Foes Narra, i685; 1, 123, 158; Sept, 1523. Neola, AB, 98 5° MHS! Eps. Nadal 1V, 65, 6 In Bram, Annot, Insti. 186, fol. 315 7 Bxerccos Espiritu, 101-126, B-Jos 14h, 56 Nao € de se admirar, portanto, que Nadal, muitas vezes chamado 0 coracio de Inécio e um dos que privava do seu circulo mais intimo, descrevesse Inacio como “simul in actione contemplativus” (contemplativo mesmo na acao}'. De acor- do com Nadal, Inécio era contemplativo sempre e em todas as situagbes. Além dis- 0, quando Nadal faz uma desericio picts- rica de um jesuita, parece enfatizar que os jesuitas, e por extensio todos os que se- {guiem Inécio, ndo s4o mais que contempla- tivos: ”...a partir da natureza desse objetivo, também vemos que a Companhia abraga tanto 4 vida contemplative, como a ation, porque sambas sf vividas por nés, embora a contem- plation mais intensamente; e, falando aberta- ‘mente, deveriamos ser antes de tudo, e se as- sinnfosse possivel, apenas contemplativo..."* ssa declaragio de Nadal torna-se clara, quando percebemos que de acordo com Inacio, ser contemplativo é abrir-se e estar presente a0 mistrio de Jesus na sim- plicidade da f€, com ardente amor, de mo- do que esse mistério inunde e transforme a pesson’. Atavés da nossa contemplagio de Jesus 0 Espirito de Deus vem até nds, nos absorve, penetra em nossa vida; nossa mente, nossa vida e nosso ser so inunda- dos com o Espirito de Deus. Nossa unio e familiaridade com Deus € 0 que Joao descreveu como a fonte de égua viva que Jesus prometeut e que aos pouicos aflora & superficie, Ientamente permeando todo 0 ser, tanto em nivel subliminar, como en- volvendo toda a consciénca. & uma reali zagio do mistério do Batismo,cujaraiz gre- ga “baptizein’ significa “estar embebido” ‘com 0 Cristo, ou como se expressa Inacio de Antioquia, “estar salgado nele”*. O {deal inaciano encontra eco em S. Paulo e em Indcio de Antioquia para quem todas as manifestagies da vida crista sao as de uma vida vivida “em Deus’, “em (unio com) Jesus Cristo”. Paulo usa a frase “em Cristo” nas suas epistolas, significando a imersdo na salvagio trazida por Cristo ou ‘um processo de identificacio do cristio com Cristo, em sua gléria escatolégica”. Dispondo-se para Deus dessa forma, © cristao pode alcancar o ideal inaciano descrito na nona parte das Constituigdes. ‘O restante desse ensaio explica esse ideal, tuniao e familiaridade com Deus ¢ 0s efei- tos de sua conquista. ‘Acima de tudo, o ideal inaciano existe para aleangar a mais intima uniaio e familia ridade possfvels com Deus Nosso Senor. Isso no quer dizer esforco mental de es- tar sempre pensando em Deus, mas uma ‘unio cuja fonte reside na profundidade de nosco ser, “in fundamentum animae meae”. E uma assimilagio gradual de Deus, através da pessoa de Jesus", até que se possa dizer com Paulo: “Jé ndo sou eu que vivo, pois 6 Cristo que vive em mim” Em segundo lugar, quando Indcio fala em. unido ¢ familiaridade com Deus, ele quer dizer muito mais do que longas oragbes. Na verdade, ele chama a atengio contra 0 fato de se dar muito tempo a oracio, pre- judicanso 0 trabalho didrio da pessoa. Ri- badenera, o primeiro bidgrafo de Inécio, cconta-nos: 9 = Ace Magnésoe 10. OE Boner Pend shy, p. 11 Bern pt, 10-106. ocean 13 Ribaeneta, MHI FN 419 14 Bron Espen 1 9; 157; 186; 38 15 - Cont, 258 “Indio nao queria que os membros «da Companhia encontrassem Deus somen- te na oragio, mas em todas as suas acdes, ‘que, por sua vez, era desejivel que se tornassem oracoes, Ble preferia esse mé- todo as meditagGes prolongadas”®. Para Indcio, a oragio nunca é um fim em si mesma, mas um meio para preparar e dispor alguém, de modo que Deus possa arranear tudo © que interfere em nossa fa- milliaridade e uniéo mais profunda com Ele A uniio que Indcio pretende 6 a que [permanece sempre e em todas as situacSes. Em terceiro lugar, Inacio deseja que alguém faca tudo por Deus mas que pro- cure e encontre Deus em todas as coisas, porque Deus af esté presente. “Em todas as coisas procure Deus, deixando de lado, na medida do posstvel, ‘© amor pela criaturas, lembrando-se que toda afeiglo deve ser voltada ao seu Cria~ dor, amando-O em todas as criaturas e todas as criaturas n’Ele”® Ele aponta mais claramente para 0 significado de “uniao e familiaridade com Deus”, quando recomenda que “todo es- forgo tenha uma intengio reta, ndo somen- te em relagio ao estado de vida, mas tam- bém em todos os detalhes, neles procu- rando sinceramente servir e agradar a divina Bondade”*, Inicio espera que de- sejemos viver para Deus de maneira sim- ples e total. Isso requer sinceridade abso- uta, abnegacio completa e uma tal pai- xio pela gloria de Deus, que leve a pessoa fa procurar pura e unicamente a vontade 57 i i ee divina em todas as sua agSes, pensamen- tos, palavras e desejos. Essa explicagio reflete o prinefpio es- colhido por Inécio, “a maior gloria de Deus". Ela 6 também o reflexo do que os Exerci- cios nos ensinam no Prinefpio e Funda- ‘mento e na Contemplagio para Alcancar Amor, isto é, que Deus deve ser nossa tni- ‘ca meta em todas as coisas, e que Deus deve ser 0 tinico objeto de nosso amor. A segunda metade da citacio contém principio fundamentais da espiritua- lidade inaciana: 1) Deus é a fonte de todo (© bem. 2) A eficicia da mediagio. Inicio ‘com Paulo, acreditava na primazia da acio de Deus na vida espiritual e apostélica”. Quando alguém se olerece generosamente a Deus, est permitindo que as suas agées sejam asstumidas por Deus, de modo que, na realidade, Deus age através dela, e seus dons e gragas permeiam o mundo pelas agbes dessa pessoa". Indcio nos relata que fem sua experiéncia de olhar “para o allo”, tomava consciéncia do “acesso perceptivel” ‘ao Pai, uma sensacio de estar indo ao en- contro, ou de estar sendo elevado até a face do Pai”®. Inécio sabia que isso era possivel, porque o Filho, como Mediador, seinclinava com benevoléncia para interceder a seu fa- vor". Assim pode-se ver claramente 0 pa- pel da mediagio na teologia inaciana de ex- periéncia mistica, Indcio elabora uma com- pleta hierarquia de mediadores ou canais, das gracas de Deus nos Exercicios Esp! tuais: Jesus, Maria e abaixo deles, o mun- 17 - Brerccios Bsprtuals, 2,15, 17 18 Bid, 8, 15,20 19- MEI 1, p. 83, 1,303. 20 Thi, p86 1.47. 21M p. 83,1. 62 22 Ibi 94, 1.77 23 - Const, 813. 24 Exereiios Exprituns, 23; Const, 725, 25M, 1, 21 58 do de anjos e santos, que Inacio frequente- mente chama de “corte celestial”. O Su- perior Geral se encaixa nessa linha de me- diagao, juntamente com todos aqueles cuja ‘busca 6a unido e familiaridade com Deus, tornando-se um canal dos dons e gracas, de Deus, fonte de todo o bem. Em segundo lugar hé grande poder e ceficdcia nos meios usados para fazer o bem através da familaridade e da unigo de uma pessoa com Deus. Na tltima parte das Cons- lituigdes Inicio enfatiza 0 cariter sobrenatu- ral do fervor como meio de preservar a pro pria existéncia da Companhia de Jesus. Para ajudar as pessoas e conduz-las & sua meta final, devemos ser instrumentos malesveis ‘edéceis na méos de Deus, Tudo o que con- tribuir para firmar e aperfeigoar essa unio de Deus ¢ seu instrumento, na verdade € ‘muito mais eficaz para o servigo de Deus, do que os meios para adquiririnfluéncia e prestigio entre as pessoas. Pouco mais tar- de, ele declara que a eficicia da agio exte- rior provém das forgas sobrenaturais e in- teriores. “Porque elas sio as forgas interio- res das quais provém a eficicia de nossas agdes exteriores, em busca da meta que se propée"® Finalmente, a unio e familiaridade ‘com Deus é a fonte e a garantia para to- das as outras qualidades que Inacio regis- tra para os seus seguidores. Tal pessoa tor- na-se resplandecente em todas as virtu- des, especialmente na caridade e na humil- dade e livre de todas as afeigdes desor- denadas*. Adquire equilibrio na vida, do- sando suavidade com firmeza®. Grande- za e coragem inspiram a pessoa para ini- ciar e levar avante seus empreendimen- tos, Visualiza empreencler grandes coisas por Deas e possui determinacio perseve- rante em suas tarefas” ao mesmo tempo que usa de compreensio e bom senso. Todas essas caracteristicas ajudam a for- 26 -Coxst, 727 2 Wie, 728. 28 bie, 729. 29- Thi, 730, 30- hie, 731, 31-Jo 10 ‘mar uma pessoa de discernimento™ e esse tempo de vida requer vigilancia constan- te e entusiasmo™ para cumprir a vontade de Deus. Assim refletimos sobre 0 que € maturidade fisica e mentalmente saudé- vvel™ essa pessoa é um sinal de que se ccumpriu a missio de Jesus para dar a vida ¢ vida em toda a sua plenitude” 59 (© Autor, Pe J Raman € menbrofendndor do CEF-AIC esecreirioexctivo do meu. Seuseerios aor, num esto prio e ao mesmo tempo profend, va {rn do omen locate pla imei da Gra de Des. Com 0" demnio meri ‘hig a mais ft do congo do homer eo bre em dna eperange pare ai. DEMONIO MERIDIANO OU A CRISE DA MEIA-IDADE'! Muito se tem falado e escrito sobre a crise experimentada por aqueles que se aproximam da metade da vida. A idade madura 6 caracterizada por determinantes especificos tais como forca pessoal, efici- éncia no trabalho, responsabilidade,interio- ridade e nas mulheres também por certas, repercussbes fisiol6gicas e psicoldgicas par- ticulares’. Os posicionamentos afetivos, vidos mas etapas precedentes, passam, ago- 1a, a set percebidos diferentemente quan- do nao se conta mais com a energia ea forca de voniade inerentes & juventude. Contudo nessa idade, entre 0s 40 ¢ 50 anos, ‘somos chamados a vivenciar novos relacio- namen‘os, mais profundos e complexos {que os anteriores, por ser maior o campo de visto, Na verdade, quando diminuem as Pe. J. Ramon F. de la Cigona, SJ. proprias forcas, abre-se a possibilidade de confiar mais nos outros e também em Deus. OLHANDO SEMPRE Na primeira metade PARA FORA! da vida, a maioria das pessoas, eles e elas, Iutam por se abrir, tei- ‘mosamente, para 0 mundo exterior, privile- giando as mediagbes do corpo e do pro- prio ativismo, Desse modo pretendem en- Contrar nos outros, nos acontecimentos out ‘mesmo nas instituigGes visitadas, 0 sentido das suas vidas. Agitacio, relacionamentos sociais mais ou menos intensos, ativismo slo alguns dos ingredientes usados para ‘construir a propria identidade e um “eu” fortalecido permitindo, de algum modo, no sucumbir nem se afogar nessa travessia 1—Chamo de “demdnio meridian” aquela forgo estinulo interior que excita ou conhunde 0 sentimen- fos ou panies nagueles que 8 chegaram ao “meridiano” (meade) da sua vida. CI. John A. Sanford: Os pecs inestels O-masculina efomining dentro de enka um deni. EP, So Paulo 1987. Beanie Gron: Lt mad de a ida como fre espirtul. La rs dels 4.90 aos. Bal Naren S.A. Madi 4980, Ame Brenan ¢ Janie Brew: Miia ¢ vis. EP, S20 Paulo 191 3 Ane Mankowit Menopsusy, Jompo de rnascinento. EP Sto Paul, 187. a perigosa pelo mundo, Gastam-se energias Incriveis para tentar se adaptar, forcosa- mente, a um estilo de vida externo, eff mero e passageiro! Quantos nao sucum- ‘bem nesta metamorfose de adaptacio a0 ‘meio circundante! OLHANDO TAMBEM Mais codo do que PARA DENTRO! se imagina, chegs 0 tempo em que o “eu” ¢ obrigado a olhar, nao tanto para fora, mas para essa outra realidade, imensa e profunda de sua vida interior. Nao é fel abrir os olhos para a enxistncia desse imenso mundo submerso € desconhecido! Dificiimente podemos maniptlar @ que nao vemos mas, queira- mos ou no, ele nos habita apesar de nos- sa ignordncia e desprezo, Els como una religiosa define, perplexa, a descaberta dessas profundezas do seu mundo inte rior! “Teno 44 anos de idade. Neste perodo da ‘minha vida, sem saber como e porque sinto- -e totalmente sem énimo. Nunca pensei que poderia chegar a situagdo em que me encon- tro! Nao tenho forcas para nada, falta-me co- ragem, ano cansada de tudo e de todos! Sinto ‘como se 0 mundo fosse outro e as coisas a0 meu redor um obstéculo!” "Sinto-me inenpa: de assumir qualquer trabalho, mesmo aqueles que sempre fazia sem medi esforcos!” “Eo viajar? Parecebrincadeira mas aque- las viagens que para mim sempre foram ‘rangiiasultimamente estou encontrando di- ficuldades incriveis. Os pensamientos que pas- ‘sam pela minha enbeca sio: onde estd minha passagem?... Vou perder o dnibus!.. Vai ter tum desastre e vou morte... Quantas per- ‘suntas folas, sem fundamento; mas elas en- fram na minha cabega e me paralisam feito uma boba!” ACRISEDO — Todasas perguntas nio-res- “DEMONIO | pondidas, os sentimentos MERIDIANO” de inseguranca experimen- tados, a incerteza e confusio sentides sur- gem, vigorosamente, neste determinado pe riodo da vida. Perde-se um tempo precioso eum monte de energias para se sitar, ade- quadamente, e poder acompanhar 0 ritmo de vida anteriormente vivido, Ea chamada «tise do “deménio merdiana”. Deménio por- aque esse ser mesquinho e perturbador atua, com asticia traigoeira, na fraqueza e confu- so experimentada. Meridiano porque acon- tece no meio-dia da vida, quando “o aalor <0 cansazo” so mais fortes. Segundo os en- tendidos esta nova etapa é habitual que co- :mece em toro dos 40 anos, podendo esten- der-se até 0s 50 ou 55 anos de idade. Sinto- ‘mas? Os mais diversos! A pessoa sente-se perdia, perplexa, sem entusiasmo e gene rosidade. Surgem do pordo do inconsciente velhos “personagens” até agora reprimides, desprezados e abandonados, gerando per turbaglo, cansago e se nfo se tomar cuida- do monotonia e mediocridade’ OLHANDO PARA FORA, A primeira REPRIMINDO 0 DE DENTRO! parte da vi- da tentou-se vivé-la querendo construir, a todo custo e com 0 aplauso social, o pro- prio “eu”. Para isso foi preciso reprimir uma diversidade de sentimentos e emogies que, 2 primeira vista, pareciam equivocos, obl {quos e reprovadas. Talvez até se imagina- va que, desse modo, ficariam eliminados, para sempre, todo tipo de tendéncias ¢ sentimentos indesejados e inferiores que perturbavam e incomodavam. Coitados de rnés! Nada do que incomodavn foi desfeito! O tinico que fizemos foi empurrar, ainda mais, como frastes velhos e para pordes mais pro- fundos, registros negativos que continuam fescondidos mas bem presentes e atuantes. Nesta segunda parte da vida essas realidades escondidas e reprimidas, sem querer, vem a tona. Ninguém consegue fugit defintivamente de si proprio! A vida ‘nos convida a construir sempre a verdade olhar face-a-face as “sombras"® que re- jeitamos para integré-las, sabiamente, no ‘nosso consciente completando, desse jel to, nosso verdadeiro “eu”. Realmente le- vamos tesouros em vasos de barro! TIRANDO ___ preciso entender bem esta MASCARAS! etapa pata nao sucumbir nela, Entrar nesse periodo da vida, que é ameia-dade, correspond a um novo nas- ‘cimento” para o qual poucos se preparam! Tirar as mascaras, tao habilmente cultiva das, e se apresentar pobremente na pr6- pria fragilidade que anseia por ser, gra- tuita e evangélica, nao é nada fécill MIL.PERSONAGENS — Integrar 0s novos (ou NOS HABITAM! ——velhos?) personagens descobertos eis a nova e dificil tarefa a que se € convidado nesta nova fase da vida. O consciente precisa integrar, cada ‘vez mais, o inconsciente (pessoal e coleti- vo) e torné-lo, de algum modo, mais claro enitido, Negando nossa realidade sombria perdemos nossas raizes, nosso equilfbrio ‘emocional e uma visio mais ampla e mise- ricordiosa do mundo e da humanidade!! Assomar-se a essa realidade imensa do in- consciente no traz, como conseqiiéncia, 0 dominio da intuigéo sobre o racional mas abrir, lentamente, um proceso constante de ‘maior integragio do inconsciente no cons- Gente. dar nome aos “bichos” e “monstros” que VSo aparecende?. Acaso no foi isso a pprimeiza coisa que, o nosso velho pai Adao, {eve que fazer para se sentir senor e dono da criagao?® ‘Continuiemos com o testemunho es to dessa nossa amiga “formadora’™, pas- ‘mada, como estava, diante do surgimento desta nova realidade sombria: “Hi varios anos dirigiatrangililamente 0 carro; ultimamente, 0 carro € sindnimo de redo, inseguranca e incerteza, Todo 0 meu 4— Uma senhoracasada define assim esta fase david: “De rpente comes nas nasa corpo sas sensfes de decd fics A more jf no € nae un conceit diatnle mas na compe de oad "Num secede eons, como ese, gue a6 elo as caacteriticns da ent a itn agaza mals ‘nds, principe entrees gos e casas. Quem puso ds 50 é muito velo, lrapassada ein sal ars honrass exces, Muito no congue enprege e ques apes, mes Sluntarament, no orm pa tudo aqui gue profisionent fo. E os las? Els anda com urs pernas¢ com muta dependénci auto -suficinc, Resultado: Come me snt- ne upp, estore ts wexsehstante descr focal Minha een et precendo, ao onc, com un Ie one as esos ws prefer ss refi drm Eo maid? em, snto que opadroesttco vedi acide no Brasil no pertence mo qu ests nest segunda ‘ade. O mario, emtors sj mario, sto que o ‘logis eseaseim e que nto rar le len na supe das ‘elecionamenta..” a 5 CE F Garrido: Grndeaas y misris del ecient, Sal Tera, Santander 1957 6 — Chano de “sombra” aque pate da nossa persnalidade que fl reprimida em prol do ego social. #8 lado esto, nto vivido e reprimido que todos tems. 3" Depois do prntzo nascnento (sir do aonchego do stero matero) edo segundo (mudancs paiguica {do adolescent) aasistese ao texcelro etltimo nascimento- 0 da meinidade '5- Encontramos nosras propras sombras nas proecdes que fazemos nas pessoas que nos redelam. O que eprminos € visto, com grande clareza, nos “otto. 5 Realdades smb econdidae, projads nos sone, imagens e pensamentos constants emergent 10-—"E ohomem deu names a todos os amas domestics, aves do eeu ea toes os animais do campo Gn2, 20 11 Envaregada da formagio de um grupo de jovens inidando-se na vida consagrada @ ee

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