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‘muundo — para epreendé-Ios, atibuimos a eles esséncis pragmti- ‘as que nos fizei, por exeniplo,odiar © muro, esimar a mullet Cada um de nds eonceitua as eoists por comparaglo e con- traste, do Angulo da utilidade, da funglo. Para comunicar esses ‘oncetos,aplicamos prinepios ldgicos, como aqucles que enca- diam os sons na lingwagem falada, formando locugées,sentengas, liscurso. Foi pati da lingua que se inventou a Léica. 0 texto eseito deriva da linguagem falads segundo regras sintiicas mai estas, ue se devem i necessiade de leva regis- {eo para além do ambiente do discurs, no espago eno tempo. Essas regras pretender supra auséncia de tones como a situa (tla- {8es entre falante e ouvinte, empatia,repertrio comum), 0 emvah ‘mento (paisagem ou arguitetura, grau de ruido, lz e sombra), © {feedback instantineo (reagses imediatamente percebidas dos ‘vines © que orientam o prosseguimento da fala), aentonasao ea variedade siziticativa das pansas "No mundo ata, se querens far de nticias, no ¢ possivel pér de lado a eomuicagSo por imagens, o exemplo mais comum && sematica analdpica, No jrmal, nada além de convengio relacions as palavras © o que cas signficam, eo signo, portant, ¢ arbitscio: ro video, cada imagem & aniloga & situagio que registra, €, Se ‘tomarmos essus imagens como elementos para a consrugio de um discurs, no ha dvida de que slo signos dotados de motivato, ‘A sintaxe da linguagem falada ou eserita & mais sélida & ccomplexa, mas sua. semfntica remete a conceitos que so quse sempre abstragdes da realidade. A sintaxe da linguagem visual & ras frig e seus recursos, escusos, mas o que surge dante de nbs sito fragmentos da realidade. Diante do relato feito em texto, pode-se sempre perguntar como teri sido isso”, e imaginar uma possivelrealidade concret, Dante do relato com imagens que se sucedem, cabem as perguntas qual o nome disso?” e "o que iso quer dizer?", Assim, se una imagem pode conter infermagdo que nio eabe em mil palavras, ‘uma palavra pode resumiro conbecimento de mil imagens. 2 Conhecimento e noticia ‘© coahecimento em ger privilegia 0 que as coisas so, Pro- cura arrumar seres e fenémenos em categoras, estabelecer rela~ (es, definir, explicar. Estipula uma série de operagSes logicas Sobre dados ¢extai conlusbes que se devem comprovar empiriea- ‘mente. Hi muito tempo, e talvez desde o inicio da cultura, as tare= fas de guardar e produzir conhecimento vém-se especializando, O jogo de poder entre pajés e caciques amplia-se entre sacerdotes © rs, fldsofos e ditadores. ‘Mas, a par desse conhecimento strato, que se preacupa com. sentido iltimo das coisas e objtiva a manutengo da estabilidade Social através de mits, rts, mistris e lei, outros saberes Sempre exitiram: 0s da agscultura¢ a indstria, do espore, da navegarao, ta uta, da arqitesra, da danga, de ol coisa, enfim, da ida cotiia- ra. Embora essencial& vida € admitado por suas obras, 0 sber-fazer ‘no gozava de grande prestiglo. Quem ensinow a semear ea colher, & rguer pimides © a enxugar os pntanos de Roma? Quem fez a roupa e comida de Sérates? Mesinoo reconhecimento das grandes cries, como a pintur, a escultura ea misca, & eativamente recent. © episidio da revolugdo burguesa marca ume ruptura nessa ccondigao, Porque a burguesia foi a primeira classe na Historia que slcangon 0 poder comprometida com a produgfo cconsmica a cit- ‘lagao dos bens. Sua mitologia &a do empreendimento, da pratici- dade. Com os burgueses o homo faber chegou aos pals subi av pedestal dos monumentos, Supostas verdades, julgadas essen- iis manuteng2o da orden, eeu por terra: a luneta provou que ‘nosso mundo ¢ redondo, eo eéleuleastrondmico, que nao estiva. ‘mas no centro do Universo A razdo estabelecida ira submeter-se ao erivo da realidade, Esgotadas as posibilidades de aplicagto da «que jd se eonheria (os moinhos de vento e de égun, a navegagao @ ‘ela, bissol, a plvora,o pape, o principio da miguing a vapor, ‘investiga cientificatornou-s,afinal, un bom investment. A Sociedade modema européia,espaca da uta entre burgue- ‘88 proletirios, passou a privilegiar a mudanga sobre a preserva. Go. As trocas de informapdes atingiram intensidade © amplitude antes dificeis de imagina. E a noticia, antes restrita © controlada plo Estado e pela Ire, tomou-se bem de consumo essenciel A historia da noticia Na Idade Média, as informagies disponiveis para a populae <0 vinham embutidas em decretos, proclamagaes, exortagdes ¢ fos sermBes das igrejas. Evidentemente, formavarnse citeuitos pparaleles de boatos ¢ testemunhos. Contos de feitos notéveis, de {eventos picareseos, crOnicas da Vida catidiana e retalhos da tera: ‘ra clissica Jevavam décadas para eruzar a Europa em eantigas ¢ ‘fbulas dos trovadores. 4sso comesou a midar a partir do séeulo XI, como resulta do da expansio da aividade comercial. A primeira grande via de comércio, unindo 0 Oriente & Europa, passava pela intermedlagio dos navios arabes que cortavam o Mediterrinea edespejavam mor ‘cadorias na cost oriental da Iti, Ali sugiram cidades-empério, onde se desenvolveu ume versio antecipada do conflito entre but, ‘guests © aristocrats que mais tarde empolgaria o continent Com as mereadorias chegaram téenicas ¢ informagBes. ‘Tempo de Mareo Polo (1254-1324), veneziano que escreveu em francés coisas inacreditiveis sobre Pérsia, China, Bur, Japio, Sli € Java, Ceilio as estepes mongdis, Abissnia e Sibéia. A sscumulagio de capital logo teve conseaiitncias: a organizagio ‘ais ampla e atuante da atividade aresanal e a alfabetizagdo. Os Podiam ser pregados nos muros em eépias mamuscritas, Dispensava-se 0 letrado que tempos atris teria que le-los em vor ala, E, mais importante, nfo provinkam do duque nem do bispo— ‘quem 0s mandava eserevereram hangueios e comercantes. Ali, ‘entio, 0 italiano tomou-se a primeira lingua moderna & atingit 4 ‘iversuidde terra, com a epopsia inovadora de Dante Alighiet (1265-1321), o smo personals de Francesco Petrara (1304-1374) © oealsmo de Giovanni Boceaecio (1313-1375). se ciclo promissor decain com 0 corte das vias de comés- cio com 0 Oriente, em meados do séulo XV. Restava outro cami ‘ho entre a Europa ea Asia, pelo norte, a partir dos burzos da Ale. manha, Ali, em Mogincia, Johannes Gutenberg (1398-1468) imprimiw a Biblia, em 1452, A prioridade a ele atrbuide nainven- ‘io da imprense ¢ diseutivel, mas a tecnologia grifica esultou seguramente do cométeio asitico. © papel era fabricad na Espa nh, no steulo XI, sob ocupagio arabe, ena Ilia, no século XIV. (0s tipos de metal suriram na Coréia, em 1390, ¢ os de cerdmica

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