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. - stm Gacio onciat em rontucuis 'DA IGREJA DO NAZARENO 1 DE NOVEMBRO DE 1982 ® No calendério evangélico dos povos que se expressam neste idioma, 1982 serd especial. £0 ano do novo hinério, LOUVOR E ADORAGAO. Esperado com ansiedade por milhares em varios paises e de varias denominacdes, ‘evangélicas, este hindrio reflecte a f, a experiéncia, a sensibilidade, o talento e a dedi- cacao de muitos, num periodo de séculos. ‘Ocorre-nos uma visita feita hé tempos a famosa catedral de Colénia, Alemanha. Folhas de misica piedosamente conservadas impressionam o observador: sio exempla- res Gnicos, feitos a mao, ha centenas de anos. Porém, jamais circularao entre os fiéis, por mais que estes apreciem a sublimidade das notas. ‘A revolucao técnica moderna e o esmero grafico permitem agora a qualquer 0 uso —no lar, no templo e em toda a parte —da mais significativa colectanea de musica ofe- recida 20 nosso povo. Entretanto, algo muito antigo impregna 0 contemporaneo, nos 478 niameros de LOUVOR E ADORACAO. £ a mesma brisa que inspirou os Salmos; é, também, espirito presente no cantico de anjos sobre as campinas de Belém; persiste ainda aqui a vor de apéstolos, de martires e mil santos em notas que prisdes, acoites € dores nao conseguiram abafar. LOUVOR E ADORACAO teve aceitacao imediata. Os primeiros pedidos ultrapas- saram as previsdes mais optimistas levaram os editores a aumentar substancialmente a tiragem. Cremos, porém, que a recompensa mais preciosa para o nimero elevado de colaboradores em varios paises e culturas sera esta: saber que 0 novo hinério veio esti mular entre os evangélicos 0 LOUVOR E ADORAGAO ao Senhor que pds um cai nossa alma, 2 (322) 1de Novembro de 1982 a vida SANTA Onille W. Jenkins Superintendents Geral H4 muitos séculos Deus decla- rou: “Eu sou o Senhor, vosso Deus; porquanto vés vos santifi- careis, e sereis santos, porque eu sou santo” (Levitico 11:44). De novo Deus falou através do apés- tolo Pedro: “Mas, como € santo aquele que vos chamou, sede v6s, também, santos, em toda a vossa maneira de viver; porquanto esté escrito: Sede santos, porque eu sou santo” (I Pedro 1:15,16). Ser santo € ser puro e de bom coragio; isto 6, ser pessoa de Deus. Pois 0 Senhor é bom, mas nés 56 0 seremos quando Lhe pertencermos, O conhecermos Lhe obedecermos. Em 1941, num de seus livros, Thomas R.Kelly escreveu: “A vida que deseja ser totalmente obediente, submissa e atenta é admiravel na sua per- feicao (integridade). A sua alegria é cativante, a sua paz profunda, a sua humildade sincera, 0 seu poder abrangedor, 0 seu amor envolvente, a sua simplicidade € comp a da crianca. Esta vida e poder foram desfrutados pelos profetas e apéstolos. Também por Jesus de Nazaré; Ele sabia que ’se 08 teus olhos forem bons, todo © teu corpo teré luz” (Mateus 6:22). A vida santa ndo se alcanga pelo recolhimento num santuério de clausura, nem é vida de certo modo suspensa entre 0 céu e a terra. A santidade € uma vida de relacdo com 0 Senhor Jesus e, assim, permanecemos no mundo como Cristo esteve e esté, sempre conscios de que nao nos perten- cemos a nds préprios mas a Ele. Na Sua oracdo sacerdotal, Jesus rogou: “Ngo peco que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Nao séo do mundo, como eu do mundo nao sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra € a verdade. Assim como tu me en- viaste ao mundo, também eu os enviei a0 mundo” (Jodo 17:15- 18). Vida santa nao é simplesmente praticar obras boas (como habi- tualmente a definimos pelo nosso padrao do que € bom), mas € ser bom no mais intimo do nosso ser que frutifica na pratica do bem; pois 0 Senhor nos possui, purifi- ‘cou nossos coragdes € nos en- cheu com Seu amor e Espirito. A santidade origina boas obras por Pertencermos a Cristo e nao ands proprios. A santidade & obediéncia total ao Mestre, sem condices nem reservas. Semelhante relacao nao € a promessa de escapar a doen- Gas fisicas, provas, problemas e reveses da vida. Nem promessa de boa saide e prosperidade. Alguns servos de Deus e santos notaveis foram pessoas que sofre- ram e tiveram graves problemas de sade. Outros passaram priva- des e fadigas por causa de sua £6, como lemos no capitulo 11 de Hebreus. ‘A vida santa firma-se na certeza de que “todas as coisas cont buem juntamente, para o bem daqueles que amam a Deus, da- queles que sao chamados por seu decreto” (Romanos 8:28). No processo de cumprir a Sua vonta- de em nés, nem sempre da Deus ‘© que nés chamamos beneficios, éxito, prazer ou grande alegria. Nao precisamos de receber essas provas tangiveis do Seu amor para descansarmos na certeza de que 36 Ele conhece e compreende todas as coisas e realiza a Sua per- feita vontade em nés, que € a melhor. Nés somos de Deus com © propésito de vivermos para Sua gloria —é esta a esséncia da santi- dade de coracao e vida. a © ARAUTO DA SANTIDADE (323) 3 Juntamente com a Biblia, 0 hindrio € uma identificacao importante dum lar cristao. Este livro, como seu rico conteado de hinos e cénticos, nao 6 apenas a mdsica agora entoada pela congregacao local, mas 0 repert6rio de cristdos cantando através dos séculos. O hinério encerra uma riqueza de material lirico que fortalece e preserva ollar. Ele nunca deve ser substituido por masica secular; antes, ocupard lugar cimeiro na estante e estard a mao para uso de todos. A sua poesia € preciosa para devocées. Quer cantadas ou lidas no culto familiar, as palavras dos hinos dardo sempre um ambiente adequado, edificante. Com o hinarioa cocupar um posto central no lar, a misica mundana parece completamente descabida. Intrinsecamente, a misica nem boa nem mé—nem moral nem imoral. Concordamos, no entanto, que ela pode intensificar a disposicao dum individuo para bem ou para mal. A mGsica tem um apelo forte e 6 uma influéncia em todos os lares. Sendo assim, torna-se importante procurar métodos e meios de Ihes fornecer ‘masica adequada. Os regulamen- tos e proibicdes no campo da misica para diversao e enriquecimento cultural podem ser guardados como minimo no planejamento cuidadoso de um regime musical cristao. (© magnifico recurso de apare- Ihagens sonoras para misica gravada eo grande estoque de composicdes excelentes podem ser usados com proveito no lar cristo. Os classicos de misica sacra, 0s hinos e os cénticos evangélicos estdo hoje ao dispor nna mais alta qualidade. Esta classe de masica exerce influéncia para bem —e também provéa familia de outra fase da educagao crista. 4 (24) 1de Novembro de 1982 musica no lar Floyd W. Hawkins cantamos os hinos adequados 2 =W.E. MeCumber De quando em quando recebo cartas dos leitores da nossa revista. Ha pouco recel una de certa professora de instrucdo pri maria. Creio que o leitor também tiraré proveito das observacdes que ela faz: “Como professora oficial tenho verificado que 0s hinos evangélicos influem profun- damente nos meus alunos que assistem & igreja. Aqueles que cantam os hinos tradi cionais evangélicos, que participam no coro, em conjuntos musicais ou que simplesmen- te cantam com os pais e a familia hinos congregacionais, distinguem-se pelo respei- to & autoridade escolar, por decisées sabias e bom comportamento, daqueles que ape- nas cantam cangées “populares” ou coros do departamento de criancas. Talvez 0 crente comum nao note tal distincdo mas eu, 20 tratar com os alunos todos os dias a nivel profissional, observo essas diferen- as. ““Além disso, tenho sentido uma reac¢io interessante. Conheco os hinos evangélicos desde crianca e decorei muitos deles. Quan- do tenho problemas ou passo por priva- ‘ges eles brotam espontineos do fundo da minha alma. Nesses momentos de neces- jidade, se canto um hino de fé, de louvor ou de intercessio, sinto-me fortalecida e recebo ajuda divina. Mas se entoo uma “cangao popular” das que apelam mais 20 pé que ao coraco, fico triste, mais cons- ciente dos meus problemas e eles adquirem maiores proporcoes...” Nao me encontro em posicao de aprovar ou rejeitar estas observacdes. Mas estou certo de que os hinos constituem ferramen- ta de ensino efectivo. O seu conteido e ritmo adquirem alto significado. As cancdes, triviais produzem efeitos passageiros, emoti- vos, sem profundeza espiritual. Os hinos majestosos exprimem verdades bi formam, ilustram a mente, alegram 0 cora- ‘sao e predispdem a vontade para prosseguir na nossa peregrinacao espiritual. Devemos cantar a nossa fé, exaltar 0 seu autor e con- sumador, nosso Senhor Jesus Cristo e Deus P Diz-se que “somos 0 que comemos” ou que “somos 0 que lemos”. Nao se poderao aplicar estes adagios a0 que cantamos? Na nossa vida, o impacto ou a influéncia da masica é enorme. A misica evangélica deve dar gloria a Deus, no ao executante, e oferecer conforto, estimulo e fortaleza 20 ouvinte. o Volume x1 Namero 2 1 de Novembro de 1882 BENNETT DUDNEY, Director Geral JORGE DE BARROS, Director ACACIO PEREIRA, Redactor ROLAND MILLER, ‘Arista CASA NAZARENA DE PUBLICACOES, Administradora © ARAUTO DA SANTIDADE (USPS 393-310) ¢ 9 6rgao otal da iraa do Nazarene now pases onde se fala 0 portugues. € publiado quinzenal- $35 City, Missourl 64109, EULA. As rata” anual, "U'S$200; mimeo tle, USS 0. Favor di ‘orrespondencla 8 Casa Nazarena de PublengSes, .0. ox 527, Kanes Cy, Misours 4161, LUA. (© ARAUTO DA SANTIDADE (Uses 593510) published sem-monthy iy the ternational Publications BoardPoctuguese-ol the Church fof the Nazarene. rinted a the Nae {arene Pubshing House, 2923 Troost ‘Avenue, Kansas City, Misour 64103, USA Subscription price U5 $200 year in. advance: ingle copy, 10 ‘ents in American currency. Second dass postage paid at Kansas City, Miourt 6t41-US. Fotor CAPA? Schrock Pigina 3c. Vall Pagina 3E Rawlings Pagina 9—NAVCO. Pagina 1,11 A Cliburn Pagina 12,13—D. Anderton Pagina 14,15A.Chburn © ARAUTO DA SANTIDADE (325) 5 Deus merece um cantico Earl C. Wolf Um profeta do Antigo Testamento tinha dificuldade em cantar. Era Habacuque. Na sua profecia encontra-se perplexo e deprimido. Nao compreendia certas coisas referentes a desgraca que adviria a Israel. A invasio dos caldeus humilharia e devastaria o pais. Como explicaria 0 profeta ao seu povo —o povo escolhido, a semente de ‘Abraio —que os pagios seriam o instrumento de castigo? ‘Como contenderia Habacuque com o desalento que dominava a sua prépria alma quando soube da calamidade nacional que em breve sobreviria ao povo de Deus? A circunstancia acarretava-Ihe uma dor esmagadora. Mas ele seria verdadeiro mensageiro do Senhor. Procuraria amparar a fé e a esperanca do seu povo. ‘A fé comecava a esmorecer. O profeta combatia a davida obsti- nada e queixava-se a Deus. Escutava e esperava longo tempo pela resposta. A demora era torturante. Mas ele continuava fiel a Deus. Declarou com disciplina e determinacao: “0 justo, pela sua fé vive- 14” (2:4), Apesar de circunstancias perturbadoras e do silencio de Deus, ele confiaria no Senhor. Deus € ainda Deus. Quando o profeta desejava lamentar-se, reconhecia que devia cantar, pois Deus € digno de um cantico. (© canto de fé do profeta (em 2:4) € uma das declaracdes mais relevantes do Antigo Testamento. No Novo Testamento, Paulo citou a visio de Habacuque e deu a sua verdade um lugar central na pregagio (Romanos 3:17; Galatas 3:11). Também o escritor inspirado de He- breus mencionou esta afirmacdo de f€ (10:37-38). Séculos mais tarde, © canto de fé do profeta tornou-se util na conversio de Martinho Lutero, lider de Reforma. E, a0 longo dos sécullos, este canto tem sido um dos principios fundamentals da religiao evangélica. ‘A nota predominante no canto de fé de Habacuque encontra-se no capitulo 3 da sua profecia. No meio da angistia da nacio, a alma do profeta reveste-se de asas e eleva-se as alturas. Canta: “Porquanto ainda que a figueira nao floresca, nem haja fruto na vide; 0 produto da oliveira minta, e os campos no produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais nao haja vacas. Todavia, ‘eu me alegrarei no Senhor: exultarei no Deus da minha salvacao. Jeov, 0 Senhor, é a minha forca, e faré os meus pés como os das cervas, e me fara andar sobre as minhas alturas” (Habacuque Habacuque nao s6 rejubila em Deus, mas também d a0 director de misica para executar 0 seu canto de f€ com instrumen- tos de corda, no culto do Templo. O seu louvor a Deus e a salvagéo devem ser compartidos com outras pessoas (3:19). Todas devem cantar glorificar a0 Senhor com instrumentos de corda; e o mesmo deve fazer 0 coro do Templo. ‘A sua espera firme e disciplinada pela resposta de Deus trouxe novos cumes de vitoria espiritual. “€ assim o triunfo da fé! Confia em Deus nas horas sombrias e nas provas mais agudas; aguarda a reivin- dicacdo de seus actos; e olha para a frente com convic¢ao pelo ama- nhecer certo do prometido dia de gloria’ (George Williams). ‘Num sermao, James Reid recorda que o “mundo nao € como um navio a deriva”. Deus ainda mantém 0 comando. Se Lho permitirmos, Ele realizara a Sua vontade na nossa vida. “Esta € uma realidade glo- riosa. Tudo que nos acontece torna-se valioso nas mios de Deus pelos proprios designios do amor” (James Reid). ‘Quando 0 nosso mundo jaz indeciso a nossos pés, a fé é ainda a resposta. Quando somos tentados a desfalecer precisamos de cantar. Deus é ainda Deus e, enquanto Ele existir, no nos abandonaré. 9. 6 (326) 1deNovembro de 1982 Até que cantaé melhor que afé que se lamenta. Mas adi as vezesafése esforga por cantar. como vencer o desinimo Gordon Chivers © desanimo € uma enfermidade bastante mum, Poucas pessoas terao chegado a adultas ‘a terem experimentado. Até aquelas que rutam de excelente temperamento e de boa fisica e espiritual! fartinho Lutero tanto conheceu os vales do nimo como os cumes do regozijo. O desani de ter graves consequéncias. £ considera- omo a arma mais poderosa de Satands. O vem desanimado vé as cores do céu entre cinzento e preto. € pessimista. A sua vontade est minada, as energias gastas, as esperancas dest tas. Cansa-se facilmente de trabalhar. Tem um coragéo quebrantado e pronto a reclamar a forma injusta como pensa ser tratado. Apesar disso, 0 desalento ndo um mal irrepa- vel. Usado com criatividade pode transformar- em béngao. Os fracassos que provocam 0 destnimo podem contrabalancar-se;entio, produzem éxito e trabalho proveitoso. Frank Laubach ansiava ser dade e dum seminério teol6gico nas Fil mas perdeu a nomeacdo por um voto. Profui damente desanimado julgou-se incapaz de en- frentar outra votacio. Até a satide se resseni Entdo resolveu ir como missionério para Lanao, uma regio primitiva habitada por muculmanos. Estes rejeitaram a mensagem de Laubach e nega- ram-se a colaborar com ele. Decorrido um més, sentiu-se t20 desanimado que caiu no desespero: ‘Que mal fiz eu?”, pe guntava-se. Sempre fora um homem de oracao. Abalado, subiu ao topo dum monte que ficava perto da sua cabana, donde podia observar uma paisagem encantadora. Foi ai que entregou a Deus 0 seu desanimo. Conseguiu resposta. Descobriu um método simples de leitura capaz de resolver o problema de ignorancia e de pobreza de muita gente. Esta descoberta foi das mais importantes da actuali- dade. Segundo Laubach declarou, foi o resultado directo de sua oracio. Walter Scott, novelista inglés, trabalhara duro para construir_ uma casa sumptuosa. Os seus editores faliram e os credores podiam ter sofrido graves perdas. Mas ele assumiu voluntariamente a responsabilidade de pagar tudo. Vendeu a casa, desfez-se de todas as suas economias. Situagao verdadeiramente desoladora! Nessa ocasido Scott escreveu: “Nao me sinto desonrado nem abatido pelas noticias. Dei o iltimo passeio pelas propriedades, entrei pela ltima vez nos corredores que construi; no en- tanto, se a desgraca os tivesse poupado, a morte mos teria arrebatado”. Terminou a carta decla- rando que 0 préprio desnimo Ihe servira de t6nico, ‘Com 55 anos de idade, Walter Scott comecou uma série de livros maravilhosos. Pagou quanto devia aos credores ¢ eles Ihe criaram na literatura um nome imorredouro. Se 0 desanimo nos assaltar por alguma oragio nao_respondida, continuemos, pois a demora de Deus nem sempre significa recusa. E possivel que Ele tenha melhor solugio para 0 nosso pro- blema. Talvez espere 0 momento mais oportuno para nos conceder as bencdos pedidas. Para vencer 0 desanimo precisamos de recur sos d’Aquele que € maior que nés. rei Davi regressava ao lar, em Siclag, fisica- mente abatido pelos esforgos em escapar a perse- guicao de Sail. O inimigo aproveitara-se de sua auséncia para atacar a cidade e levar 0 povo ‘como escravo. Quando 0 souberam, Davi e 0s seus homens choraram. Apesar de cansados, resolveram correr atras do inimigo. No seu de- snimo, “Davi se esforcou no Senhor, seu Deus” (1 Samuel 30:6). No meio das provagdes buscou aajuda ea fortaleza divinas. Embora possa parecer a mesma, a situacdo muda quando oramos. A nossa seguranga nao depende dos nossos recursos limitados, mas da confianca na sabedoria e no poder do Senhor. Davi procurou o conselho e a orientacao de Deus. Sabia que sua vida seguiria o melhor caminho e que o desanimo havia de desaparecer. Todos passamos por momentos sombrios. No entanto, tenhamos a certeza de que Deus nos guardara. O Dr. James Stewart escreveu: “Deus nao escarnece de Seus filhos proporcionan- do-thes uma noite interminavel. O homem que permanecer firme durante a obscuridade, chega- Fé a0 momento da reivindicagdo da fé e do despontar do dia’’ ‘Quando Davi recebeu orientacio € socorro de Deus, usou esses recursos para trocar 0 desa- nimo pelo éxito, Perseguiu, atacou e derrotou oinimigo. Os desalentos no nos devem derrotar. Bem orientados, serdo fonte de beneficios antes desconhecidos. Que eles nos aproximem mais de Deus e estimulem a nossa maturidade espi tual. a © ARAUTO DA SANTIDADE (327) 7 “K misica € a arte dos profe- tas, a Gnica arte que pode acalmar as perturbacées da alma; é um dos presentes mais excelentes e aprecidveis que Deus nos deu’” Assim escreveu Martinho Lute- ro ha mais de quatro séculos e foi dessa forma que a mdsica da igreja colaborou tanto na Refor- ma como os livros, as controvér- sias e os sermées. E 6 por isso que hoje queremos saber 0 que esté a acontecer com a misica da igreja. Nao se pode negar o seu impacto sobre a Re- forma, 0 movimento wesleyano, © teavivamento do século XIX que atravessou a América; tam- bem, sobre o crescimento da igreja por toda a parte. Nos diltimos anos, a mésica da igreja sofreu algumas mudangas. Umas para melhor, sem davida. Com a sua actualizacio e eleva- do trouxe frescura e significado. Novas formas de comunicar podem ser melhores que outras dos tempos passados. Mas novo no significa neces- sariamente melhor. Um exame minucioso das mudangas na mé- sica da igreja ajudar-nos-4 a mos- trar que o “antigo” é melhor quando 0 “novo” sai do trilho teolégico. Para comecar, consideremos a excessiva que pare- a nova geracéo de masicos da igreja. A exibigdo de equipamento electrénico sofisti- cado espalhado pela plataforma recorda-nos os fios, botdes e luzes de uma cépsula espacial em 6rbita. Nao nos surpreenderia ouvir declarar: “‘Estacdo de Con- trole, temos uma avarial”” Mas em ver disso, um dos cantores do grupo movimenta os registos & carrega nos botdes (sem omitir uma nota) até que, depois de alguns gritos estridentes, tudo continua. Quase tudo. Pois um dos microfones nunca chegou a funcionar. Mas cinco dos seis que tinham é uma boa “média’’. Realmente, nada esté errado em usar novos aparelhos dispo- niiveis. Um excelente sistema de som, operando adequadamente, 8 (328) 1de Novembro de 1982 pode aumentar a combinacao de vozes e a sua harmonia. Mas a misica da igreja deve fazé-lo sem 0s ruidos extremos de certos aparelhos electronicos. As pes- soas que infelizmente se encon- tram perto dos altifalantes bem 0 podem testificar. ‘Consideremos também a co- reografia planejada a0 som de certa masica moderna da igreja. Os cantores e misicos parecem autématos—sorriem aqui, andam para a frente, batem as palmas dao voltas de acordo com um padrao obviamente programado. Nao se trata realmente do mes- mo espirito to natural no movi- mento de santidade em que as vezes se levantava a mao para 0 céu, corriam lagrimas pela face ‘ou a masica era interrompida por expressdes espontaneas de santa alegria. ‘Aqueles que tém experimen- tado os dois tipos de expressio no notam semelhanca alguma entre 0 espontaneo e 0 progra- mado. O moderno nao é um pobre substituto. Ele nada substi- t ‘Com a maxima seriedade, con- sideremos agora a falta de subs- tancia em certa musica moderna que aconteceu a musica 0a IGREJa? James P. McGraw da igreja. A misica tradicional tem ensinado aos adoradores uma boa teologia, através do canto. Ninguém pode _permanecer teologicamente analfabeto_en- quanto canta “Castelo Forte £ Nosso Deus”, “Rei da Minha ‘Alma’, Eis 0 Consolador”, Perdao Sem Igual”, para mencionar alguns. Esta € uma lacuna verificada na producao de varias mGsicas mo- dernas. Canticos que falam sobre esse maravilhoso povo, é bom ser ‘amado, sentindo mais do que eu costumo sentir, e por que ndo vens conosco?, tém pouca teolo- gia e muita imaginacao. Em alguns casos a letra e a ma- sica parecem ter sido compostas sob um impulso repentino —um passeio sem propésito pararelo a uma rota musical. Se as nossas mensagens dessem a mesma im- presso ouviriamos do palpito comités e juntas oficiais! ‘Mas isto indica que ha esperan- a. A pregacao também sofreu mudancas. Houve tempo em que os pregadores tomavam para “topicos” de sermdes varios te- mas de pouco contetido teolégico. Tudo mudou. Creio que esta- mos agora a ver cada vez mais poderosas pregacoes _biblicas. Que assim seja Orai_pelos jovens. Eles preci- sam de nossas oragbes, com preensio e amor. Acham fasci nagio em algumas melodias e poemas ao seu dispor. Gostam de cantar e isso & bom. Deixemo-los cantar. Mas a verdadeira autoridade mostrar-lhes- como também podem ser inspiradores e frescos ‘0s grandes hinos antigos, quando cantados no Espirito e com com- preensdo. Nos possuimo-los para eles. Nos anos futuros ser-nos-3o agradecidos se nds nao falharmos agora ‘Quando vocé ler isto, pode pensar que se trata de alguém antiquado. Quando eu voltar a ler estas linhas, creio que devo concor- dar. ‘Uma pessoa antiquada, com 0 timpano dos ouvidos inflama- do. a QUEM ESTARA NA BRECHA? .......... Numa época semelhante a nossa, Deus —por intermédio de Ezequiel —fez este comovente ape- lo: “Busquei de entre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim Por esta terra, para que eu nao a destruisse; mas a ninguém achei” (Ezequiel 22:30). Israel atravessava uma crise desesperante; 0 seu nivel espiritual descera até ao infimo. Deus buscava alguém que “estivesse na brecha’’ e intercedesse pelo povo. Ainda hoje o Senhor procura homens e mulheres prontos a taparem brechas. A maioria dos habitantes deste mundo vagueiam em trevas e morrem sem Cristo. Um estadista declarou recente- mente que 0 mundo atravessa a hora mais escura dasua historia. No meio de tanto nervosismo e incerteza, a Igreja do Nazareno propds-se “reconstruir 0 muro”.. e fechar a brecha de separacao entre Deus eo mun- do perdido. ‘A que se referiré o profeta quando fala de “bre- cha’? Simplesmente, da necessidade de langar uma Ponte sobre um abismo de separacio. ‘A obra missionéria consiste precisamente em construir uma ponte que possibilite 8 mensagem do evangelho, vinda do céu, alcancar o homem necessitado. A “ponte de misséo mundial” edifi pela igreja ainda nao se encontra concluida; conti- nua em obras. Grandes arquitectos e engenheiros se tém dedicado a sua estruturacao. Obreiros conseguiram levantar uma ponte com alicerces tao solidos que tem resistido a0 embate do tempo. Milhares de pessoas de todas as racas e condicdes sociais encontraram 0 caminho da cruz, gracas a nossa ponte de misses. No entanto, em diversas partes do mundo a brecha continua aberta. A construcao de qualquer ponte sobre um abismo custa muito dinheiro e até vidas humanas. Aqueles que arriscam a vida nessa empresa precisam do nosso apoio. Sem a ajuda de todos os nazarenos eles fracassarao. Mas com 0 nosso apoio firme e cons- tante conseguirao éxito nessa nobre tarefa! Ainda hoje Deus continua a chamar homens e mulheres dispostos a entrar na brecha de inter- cessio pelo mundo perdido. Andrew Carnegie, um escocés que estabeleceu um império financeiro gigantesco de minas de carvao e fabricas de ferro € aco, disse: “Podem tirar-me as fabricas, equipa- mento e dinheiro; mas se me deixarem os meus figis obreiros, reconstruirei este poder econémico”. Ele reconhecia que a necessidade basica de qual- quer empresa é a mao-de-obra. De igual forma, na obra missionéria é indispen- sivel a dedicacdo total de homens e mulheres cheios do Espirito Santo. Precisamos de pessoas dispostas a dedicar tempo, talentos e posses mate- riais ao Senhor para avanco do Seu reino. Cumpriré vocé a sua parte na construcdo dessas pontes que ligam as brechas de separacéo entre Deus e 0 homem? o © ARAUTO DA SANTIDADE (329) 9 santidade no matrimonio José Cardona Nas instrucdes que Deus dé ao Seu povo, a Igreja, para viver de acordo com a Sua vontade, encontra-se uma ilustracao do que deve ser 0 matriménio cristo: “Porque vés sabeis que manda- mentos vos temos dado pelo Senhor Jesus. Porque esta € a vonta~ de de Deus: a vossa santificacdo, que vos abstenhais da prosti tuicdo; que cada um de vés saiba possuir 0 seu vaso em santi cacao e honra; nao na paixao de concupiscéncia, como os gen- tios, que ndo conhecem a Deus” (I Tessalonicenses 4:2-5). Tanto para viver de acordo com o Senhor, como para as rela- ‘ges matrimoniais, a vontade de Deus é a santificagio. ‘Ao considerar a Sua vontade, compreendamos os elementos que entram em acco para aceitar 0 que o Senhor espera de nés. Primeiro, 0 elemento preceito. Este é uma lei ou manda- ‘mento inalteravel a que todo o homem se deve submeter. Segundo, © propésito. Aqui encontram-se abrangidos a sabedoria e 0 amor divinos prontos a proverem para nés 0 melhor. Terceiro, 0 poder de Deus. Este elemento diz respeito & iéncia divina em conceder beneficios ao homem. ‘Quarto, o elemento promessa. © cumprimento da promessa depende do amor e da misericérdia de Deus. ‘Ao considerarmos que a vontade de Deus € a santificacao do Seu povo, compreenderemos por que Deus requer esta expe- riéncia baseada no melhor para Seus filhos. Ele tem poder para a concretizar. Como prometeu assim fard. ( requisito da nossa parte para que a vontade de Deus —que € a nossa santificaco —se cumpra, consiste em activar a nossa vontade e em nos apartarmos da impureza sexual. A ilustragao € 0 matrim6nio: “Cada um de v6s saiba possui ‘0 seu vaso em santificacdo e honra; ndo na paixao de concupis- céncia, como os gentios, que no conhecem a Deus” (I Tessalo- Entre os gentios de Tessal6nica, a esposa era tida em pouca consideracdo. As relacdes matrimoniais caracterizavam-se pela infidelidade e poligamia. Hoje, para os cristaos que vivem em santidade e procuram andar no centro da vontade de Deus, significa ter uma 56 esposa € ser-the fiel. Dessa forma ela sera tida em grande consideragao pela fidelidade que o marido Ihe devota. ‘Os conjuges devem ser fiéis um a0 outro. Nas Escrituras 0 termo prostituicao era também usado quan- do 0 povo de Deus seguia apés outros deuses. Entio afastava-se dos preceitos divinos e praticava toda a espécie de maldade. A prostituicdo, seguir outros deuses, era indicio duma vida cheia de pecados. Ns cumpriremos a nossa parte afastando-nos da impureza. Consagremo-nos hoje totalmente a Deus, como servos fiéis. ‘Que nio haja outros deuses na nossa vida. Se assim procedermos, Deus cumpriré a Sua promessa e enviaré o Espirito Santificador. Senhor, queremos cumprir a Tua vontade. Sabemos que Tu desejas 0 melhor para nés. Envia-nos o Espirito Santo para viver- mos em santidade. Santifica as nossas relacdes matrimoniais. No nome de Jesus. Amém. o 10 (330) 1de Novembro de 1962 ODRIGADO, SENHOR, TOR ME SALVANES —Oliver Delgado © Senhor, eu lembro-me muito bem de como era antes de Te conhecer. Dizia a toda a gente que Te conhecia, mas isso real- mente nao era verdade. Tinha ouvido falar de Ti e podia ver-Te a distancia, mas nao Te conheci Recordo 0 dia em que finalmente Te encontrei. Eu seguia com um grupo de amigos para um charco de pecado. Nao cons- tumava ir, mas aproximei-me de suas margens e observei os meus amigos que la se encontravam. Pareciam divertir-se. Insistiram comigo para que entrasse. Disseram que a égua estava espléndida. Finalmente, decidi aproveitar. Que teria eu a perder? Além disso, poderia divertir-me. Primeiramente, s6 andei parte do percurso. Estava com medo, pois desconhecia se era capaz ou nao de nadar. Aparen- temente, os meus amigos jé tinham passado muito tempo nesse charco @ aparentavam ser bons nadadores. Eu estava quase a desistir. Fiquei muito tempo na 4gua de menos profundidade. Gostei. Ao regressar noutros dias, verifiquei que cada vez me tornava mais corajoso e aventureiro. Certo dia resolvi avancar 0 mais possivel. Que haveria la para eu ter medo? Se comecasse a afundar-me sob o olhar dos ‘meus amigos, eles me ajudariam a sair. Aventurei-me e cheguei até ao meio. Eu no imaginava que a corrente fosse tao forte. Primeiro, pareceu-me divertido, mas enquanto permanecia nesse lugar notei que nao era um nadador nem resistente e que ndo conseguia voltar para trés. A corrente tornou-se demasiado tumultuosa e eu gritel por socorro. Mas ‘05 meus amigos do mundo pensaram que eu estava a brincar. Nao compreenderam por que eu pedia salvamento. Riram-se de mim e divertiram-se. Eu nao sabia que fazer. Continuava a afundar-me e sentia que a morte se aproxima- va. Gritei mais alto por socorro; quanto mais gritava, mais eles se riam de mim. Principiei a afundar. Pela diltima vez pensei que tudo para mim tinha acabado. . . mas. Entdo eu vi-Te. Corrias direito a mim. Vieste ao meu encon- tro e agarraste-me. Senti nesse momento o aperto da Tua mio poderosa a se~ gurar-me. Fiquei aliviado. ‘Agartei a Tua mao e continuei a viver. Nao duvidei que Tu me podias salvar. Recordo ter pensado que apesar da Tua mio ser tio grande € poderosa, também era muito suave. faste-me da Agua e transportaste-me até terreno enxuto. Como me senti reconfortado quando me restituiste a vida! Creio que foi nesse momento que reconheci que Te amava. Nao com amor profano, mas com amor genuino e profundo que nunca mais me deixaré. Depois de restabelecido, disseste que a corrente nesse charco era demasiado forte para mim e para qualquer outra pessoa. Recomendaste-me que nao voltasse Ia pois morreri Senhor, jamais esquecerei aquele dia. Foi o maior da minha vida. Observo hoje muitos dos meus amigos do mundo metidos esse charco e sinto pena deles. Em diversas ocasides me tem procurado atrair, mas nao irei. Tenho desejado tiré-los, mas eles resistem. A minha consolacio é saber que Tu os vés e os salvarés, se eles clamarem por socorro. Obrigado, Senhor. o © ARAUTO DA SANTIDADE (331) 11 Nem o barulho das dezenas de passageiros, nem os solavancos do camiao ao longo da estrada estreita, de piso irregular, desviaram os olhos de um dos ocupantes do veiculo de sobre 0 ministro que, de vez em quando, pedia silencio num tom de voz de quem interrompia uma con- versa séria. Entretanto, o orientador do grupo nao vinha conversando com nenhum dos passageiros, em- bora parecesse atento a tudo e a todos: No destino disse, como que a con- cluir a longa conversa de 40 minu- tos: “Gracas a Deus’. E, depois de pequeno interval, continuou: “vinha orando todo o caminho e Deus nos guardou”. Orando? Sim. € muito mais agra- davel fazé-lo longe de barulhos e movimentos, mas a porta de Mateus 6:6 pode ser fechada em plena praca piblica, atravessando uma rua movi- mentada, ou viajando num camiao com dezenas de pessoas a cantar e a conversar. O “aposento” funciona ali como no siléncio de quatro pare- des e um tecto ou na solidao de um ermo. Entramos no “quarto” cada vez que conseguimos esquecer tudo todos para estarmos a s6s com Deus e sentirmos que Ele é, entdo, a nica pessoa que importa. Isto significars que teremos de esquecer-nos de 16s prdprios? £ mesmo assim. Por outro lado, quando oramos para pessoas que nos ouvem, acha- mo-nos encostados a “esquina’” de ‘Mateus 6:5. Essa esquina pode ser 0 canto de um quarto ou pode funci nar no altar, banco ou plataforma do templo. ‘O trecho do Sermao da Montanha a que nos referimos devia ser lem- brado em cada reuniéo de oracao, culto pablico, familiar ou privado. E as recompensas do lugar oculto comegariam sempre pela bencao de nos termos achado na presenca de Deus. O espectéculo das esquinas, além de pouco atraente é, também, tempo perdido. Deus nao nos ouve sendo no lugar oculto. o —tugénio Duane 12 (332) 1de Novembro de 1982 aposento ou esquinas? Em Génesis 4:21 6 feita referéncia a harpa e ao Orgao. Menciona-se Jubal como pai dos que tocam esses instru- mentos. ‘O seu uso fazia parte da adoracao no Antigo Testamento. O rei Davi foi 0 primeiro a organizar meticulosamente um grupo de misicos. Grande parte da tribo de Levi dedicou-se a0 servico divino tocando instrumentos (I Créni- cas 15:16,19). Quatrocentos anos antes de Cristo. os israelitas usavam instrumentos de misica no Templo de Jerusalém; mas nao nas sinagogas, onde se cantava sem acompanhamento. No Novo Tes- tamento ndo se mencionam instru- mentos, pelo menos relacionados com aadoracio. Na Igreja Grega ou Oriental apenas eram permitidas a lira e a citara. Talvez a proibicao de outros instrumentos estivesse relacionada com as festivida- des pagas. Na Igreja Ocidental comecou-se a usar 0 6rgao nos templos por volta do século XV. No entanto, era de uso limitado, pois 0 canto oficial da igreja, ‘ou canto gregoriano, nao precisava de acompanhamento. $6 no século XVI € que apareceu 0 teclado de 6rgao como hoje & conhecido. Calvino baniu da igreja 0 uso do 6rgio, mas os luteranos conserva- ram-no. O concilio de Trento (1545- -1663) tolerou-0 mas com certas restri- Ges. Nos trés séculos seguintes, 0 6rgao desapareceu praticamente das igrejas. A Igreja Anglicana adoptou-o novamente em 1866. Tem havido diversas opinies e atitu- des quanto 20 uso de instrumentos musicais_nos cultos evangélicos. O 6rgao ainda hoje continua a ser 0 rei dos instrumentos de misica religiosa Tém sido usados outros instrumen- tos de acordo com a regido do pais ou © grupo congregacional —jovens, criangas e adultos. Na apreciagdo de ‘idsica os gostos sao tao diferentes que por vezes causam friccdes. Por exem- plo, certos adultos nao gostam que os a musica na adoracao jovens cantem na igreja acompanha- dos a viola. Outro aspecto da misica € 0 con- tetdo dos préprios canticos. Ha hinos € coros vazios de sentido; nado chegam a elevar a alma até Deus. As palavras que cantamos devem reflectir a fé que professamos, a teologia da nossa igreja. Se a misica ndo se harmoniza com 0 significado das palavras, entao nao tem razio de ser. Calvino optou pelo canto dos sal- mos, Lutero incluiu 0 canto dos hinos. Isaac Watts, chamado “o pai da hinolo- gia moderna”, dizia que os hinos so © louvor do homem em resposta aos actos da revelacao divina. (© apéstolo Paulo parece dar a me- Ihor solucao. Fle exortava 2 que se cantassem salmos, hinos e canticos espirituais. Mas 0s hinos que louvam a Deus devem testificar da f que pro- fessamos. Quanto aos instrumentos musicais, depende muito de como sao tocados. ‘A misica & uma arte e, como tal re- quer estudo, pratica e crescimento no seu apreco. A boa misica deve ser desfrutada como um verdadeiro dom de Deus. £ nossa responsabilidade contribuir para que melhore. O Se- nhor conta com o desenvolvimento dos talentos que nos concedeu. Para apreciarmos a boa masica escu- temos com atencéo e cantemos os hinos da nossa igreja. Nao sejamos escravos de nossas preferéncias e pre- conceitos. A misica € um meio ade- quado para louvar e glorificar a Deus. Tanto jovens como adultos unamo- -nos em cantar louvores a0 nosso Deus. O amor de Cristo ajudar-nos-& a superar diferencas de opiniao. Vive- ‘mos num processo de crescimento cul- tural e espiritual. Demos o melhor para o Mestre. Em Colossenses 3:12-17 sao enume- rados alguns dons espirituais que de- vem caracterizar a congregacao_no louvor continuo a Deus: 0 anico digno de toda a honra e gloria. a Oscar R. Lopez © ARAUTO DA SANTIDADE (333) 13 Emsi, 0 perdao de pecados a ninguém converte. Quando alguém & perdoado sente bem-estar. “Que allvio!”, comenta. Mas serd apenas, isso o mobil que nos leva a buscar o perdao? Se é, o que buscamos deixa de ser cristao, talvez origine uma atitude paga, Permitimos, inconscientemente, que as atitudes morais destorcam a revelacao de Deus. A imagem de um Deus que nos ama evaporou-se ‘ou enublou-se com a de um Deus que tolera todas as acces de conformidade com a sociedade que “0” criou. Por isso, continuamos a proceder segundo os nossos desejos “carnais” ou naturais, crendo que Deus perdoara. Conserve-se a virtude do perdao divino. A paz que ele produz 6 significativa. Elimina a pressdo da culpa. O certo € que nio merecemos ser perdoados, mas nao nos envergonhemos em desejé-lo. No entanto, a razao por que se busca o perdio deve ser 0 conhecimento d’Aquele que 0 oferece. O perdio é a maneira de Jesus dizer: “Eu conheco-te e estou contigo. Identifico-me com os teus sentimentos e conheco as tuas. faltas. Sinto-me abatido com o peso dos teus pecados. No entanto, amo-te. Perdoo-te. Foi esse o motivo da cruz”. ( sacrificio do Calvério € a expressio maxima do amor divino. A cruz recebe sempre a maior atencao de Deus. Nela morreu Seu Filho; mas nés é que nela deviamos morrer. Para merecer o titulo de cristao, vocé precisa de receber pela fé © perdio de Deus —fé suficientemente sincera para se expressar ‘em arrependimento (Actos 2:38). Voce reconhecera a traicao do pecado ao voltar-se para Deus com o fim de obter vida nova. Entdo rejubila no Senhor e Lhe obedece sem reservas.. © arrependimento e o perdao restauram as boas relagdes com Deus. Por nés mesmos nada podemos fazer. Mas Ele € que as mantém. A cruz demostra-o. Deus nos perdoou antes de nés 0 pensarmos, mesmo quando fugiamos d’Ele. O Seu coracao perdoador continua a alcancar-nos. A mudanca de relacao entre Deus e nés nao se realizar Por iniciativa divina, mas pela nossa. Uma vez concretizada, estamos a caminho de ser cristaos. Aesséncia do nosso cristianismo consiste na semelhanca com Cristo. Parecer-nos @ Cristo equivale a mudar da cruz de perdao para ade reniincia, onde se crucifica a obstinacao. Ao entregar-nos por completo ao poder de Sua ressurreicao, aceitamos a vontade de Deus como o melhor para a nossa vida em Cristo. Reconhecemo-la entio como boa, “agradavel e perfeita”” para nés. Fugir da vontade de Deus é desejar o pi A entrega (ou compromisso) no proporciona o valor de voce ser a pessoa que 6, mas o de se converter na pessoa que deve ser... para isso foi criada e Cristo a libertou. Tal objectivo s6 € alcancado quando nos submetemos a vontade santificadora de Deus. Ela é bem clara: “Os predestinou para serem conformes a imagem de seu Filho” (Romanos 8:29). O novo nascimento nao é a imagem total de salvacdo. O perdao é necessério, mas € 0 primeiro passo que nos deve conduzir ao propésito central da salvacdo que consiste na purificacao do pecado. Pela inteira santificacao, Deus livra o homem do pecado. Deste modo, 20 contemplar a gléria do Senhor, somos transformados de gloria em gloria, na mesma imagem, como pelo Espirito do Senhor (Il Corintios 3:18). Esta é a santidade! Um compromisso de amor com Deus caracterizado pela semelhanca com Cristo, a esséncia do Cristianismo. o 14 (334) 1de Novembro de 1982 do perddo a4 semelhanca de Cristo Jur W. Brannon —wil influéncia dum bom ambiente musical Myron L Tweed O grau de apreco pela misica no lar determina com frequéncia a reaccdo da crianca nas experiéncias musicais da sua escola ou igreja. A familia néo necessita de se apurar no canto ou de tocar instru- ‘mentos. Desfrutar juntos de boa misica tem grande valor espiritual para a alma. 1. Escolha-se boa musica para a hora das refei- es. As sinfonias, por exemplo, podem propor- cionar no lar um ambiente benéfico e criar um clima de beleza 2. As criancas devem captar e estar conscientes da criagao divina e dos sons musicais da natureza. O trinado das aves, 0 sussurro do vento nas arvores, 10 trovdes e os relampagos, 0 ritmo das ondas, tudo louva ao Senhor em coro harmonioso. Até no ciciar das folhas ha melodia, miisica.... “Oh, da misica de Deus a terra est plena Mas poucos distinguem sua inspiracao amena!” 3. A familia pode aprender novos hinos quando todos os seus membros se reunem. facil adquirir um hinério em qualquer livraria evangélica. 4. Podem aprender, por exemplo, cada més um novo hino ou coro. Mesmo tocado por intermédio dum gira-discos ou gravador. 5. Vocé pode sugerir a igreja que estabeleca 0 costume do “hino do més”. Este deverd fazer parte do culto familiar. 6. Na igreja desfrute o melhor possivel dos pre- Iddios, cantos corais, hinos congregacionais ou a misica especial. Todos tém a sua mensagem. 7. Assista aos programas de misica, aos cultos de inspiraco e aos concertos de grupos corais ou instrumentais. ‘A mente fica enriquecida com a misica que se escuta ou executa Bem-aventurado o lar que prové aos seus mem- bros um bom ambiente musical. Nele habitard mais facilmente a presenca do Senhor. o © ARAUTO DA SANTIDADE (335) 15 LOUVOR £ ADORACAO tem 478 ie incluindo muitos classicos ¢ favoritos que nao se achavam em qualquer outro hindrio que temos seco de Leituras biblicas congréBadionais, \do assim maior variedadede' as igrejas trés edigdes: uma com misica, leitur quatro indices elaborados; outra com a letr hinos, leituras e trés indices praticos; a edicdo de folhas soltas, em capa especial com argolas ‘metilicas, foi preparada para masicos e dirigentes, do canto. Encadernacio forte e elegante, permitiré o manuseio frequente e agradavel de to importante livro. PM-009 Misicae letra, encadernado, castanho PM-010 Letra, encadernado, castanho US$5.00 PM-011_ Misica e letra, encadernado, azul US$7.0 PM-012_ Letra, encadernado, azul US$5.00 PM-013 Encadernacao em pasta especial com argolas metalicas, folhas soltas; ide; miisicos das igrejas USS16.50 FAGA HOJE O SEU PEDIDO A CASA NAZARENA DE PUBLICAGOES: Box 527, Kansas City, Missouri 64141, E.U.A. L =~?

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