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IMMANUEL KANT A METAFISICA DOS COSTUMES CONTENDO A DOUTRINA DO DIREITO EA DOUTRINA DA VIRTUDE ‘Traducso -Textos adicionais Notes Edson Bini Faculdade de Filosofia, Letras e Cléncias Humanas da USP ‘A Metarisica Dos CosTuMES Innawven. Kant 1° Eaigio 2008 or Ale Rudd Bereier Copa Eoupe Ere Digi: Dagan fae pb aor N° de Catdlogo: 1983 Dados de Catalogo na Fote (CIP) Internacional \Cémara Baile do Lio, SP Bra a, ene 17281808 ‘sais do ots lan Ka tah, toe a le nota Eton Br Bars, 5 EDPRO, 208 See Claes Eel Tho cn: Dl Mey de Sto, Ea rtp fo barn medal de 1977 da Suton eo ue cvesponde 3 ode 18 deat Vero, We. gen prunes ra tae ere 7 {1797 fa Dain dose ISBN 5-7288.965. tidal Séne coon cour Tnaices para ctlogs sensi Dai Dina: Bln 4012 EDIPRO - EdigbesProisionss Lida Fo ned Sho ann, 2 ee om ors ra) 17069 IDI) rn eunrauaicomer ‘Atendemos pelo Reembolso Postal SUMARIO Apresentagio Nota do Tradutor Cronologia Glossario Dados Biograticos adios Bibliografios A Metarisica Dos Costumes Panre Prisciea PRINCIPIOS METAFISICOS DA DOUTRINA DO DIREITO PREFACIO| INTRODUGAO A METAFISICA DOS COSTUMES I. Da idéia e da necesidade de uma meratisca dos costumes IL Da rlagdo ente as feculdodes da mente humana e asieis morals I~ Conesitos proiminares da metafsica dos costumes (Philosophia proctiea universal) IV. Da divisbo de uma metaisca dos costumes INTRODUGAO A DOUTRINA DO DIREITO Pardgrafo A O que éa Doutrina do Diteto? Pardgrafo B: O que é 0 Diseto? 7 9 Sess 49 *® 5 37 or n % 6 6 Parégrafo CO principio universal do Direlto Parégrafo D: O Ditto esta igado & competéncla de ‘exercercoergto Pardgrafo E: Um dito estito pode também ser repre sentado como & possbildade de um uso inteira mente reciproco de coero que & compativel com a Toerdade de todos de acordo com leis unversais ‘Apindic &Invodugio & Dourine do Dieito Do dito equivoco (lus aequacum) I Batidede (Aequitas) IO direito de necessidade (us necesita) Divisho da Doutina do Dieto A) Divsto geal dos devees de dito B) Diisto geral dos dritos S66 um dite inate Divisio da metasca dot costumes como um todo ‘A DOUTRINA UNIVERSAL DO DIREITO Parte I - Direto Privado Capt 1 - Como ter alguma coisa extema como sua a § 2 - Postulado da rast prétca no que tange 208 ietos $3 54 - Exposgdo do conceito de objetos exteros que 80 meus ou tee 455 - Defnigio do conceito de objtos externas que bo meus ou teus 5 6 - Dedugo do concsto de posse meraent ur dice de um objeto extemo (posses noumenon} 6 Ameer 0 Cosnmes z Saute 57 - Aplicagdo a objtos da experince do principio ‘de que € possivl para alguma coisa externa ser minha ou tus 98 9.8 - possvel ter alguma cosa extera como sua Somente numa condo jurdia, sob ume au- toridade que legisla publcamente, ou se, nu- ma condigto civil 101 §.9-- Em um estado de natueza,alguma cosa ex tema pode realmente se minhe ou fa, mas a enas prousoriamente 101 Captulo It - Como adqut alguma coisa externa 103 $10. Principio goral da aqui extema 108 ‘Seco |- Do direito de propriadade 108, §11-O quedo direto a uma coisa? 105 8 12-A primeira aqusigfo de uma coisa pode ser somente a aqusgao de terra 106 413 - Quaiquer pdago de tera pode ser adqurido criginalmente, a possibildade de tal aquisigbo est baseada na comunidade eniginal da tere em geral 107 $14» Na aquiskgo orginal, ato requerido para ‘stabelecer um direto ¢ © apoderamento (oc- ‘upato} 108 4515 - Alguma coisa pode ser adquiida defiitiva- ‘mente apenas sob uma Constuigdo ci em lum extado de natureza também pode ser ade sida, mas somente prousoriamente 109 45 16 - Exposigdo do conclto de aqusiso original ater un 45.17 - Dedugso do conceite de aquisiéo original... 112 ‘ego Il - Do ditetocontatual us 518 us 519 16 $20 us sai 9 Pe ee ea : sa mt st: nl en nm (eben fie oe wat $39 : C) Da recuperagso (reintegrordo na posse) de ta 2 1b) beat oy ond cr os i ones vs baad = $42 1st i= ised Parte Il - Direlto Pablico 153 aa ae ‘Sego I - Direito do Estado 153 ‘a ta 7 wvisdo dogmé te todos os direitos adquiriveis esa st eb ean i : i ory ” ; & $32 136 | EE: Do dteto de puni conceder leméncia 174 i enorme ova cure iets $34 :IL- Heranga (Acquisitio hereditatis) 138 | ‘sua pétia e com paises extrangeiros 181 $35 :Ill- Deixando atrés de si uma boa repu- eH bein! ‘ago (Bona forma defuncti) 139 $51 182 Capitulo ill - Da aquisigdo que é dependente subjetivamente ase bas! §37:A) Do contrat para fazer uma doagto waz m4 186 ue Kaw Aerie 008 Cosros ” Sane seo $55 187 ante SeounDA “ 188 PRIMEIROS PRINCIPIOS METAFISICOS DA DOUTRINA 857 189 DA VIRTUDE 27 $58 190 Pretéio 29 859 og ae Insoduso & Douina da Vitude 223 rt es | Dscusbo do conceit de doutinn da vitude an 228 ‘seco Il - Ditto Cosmopatta ioe 4 Dus do anes de fim gue tab um < aan ome 228 cote ei t1-Datoe pon pram tn i € unten : = Da base para pensar um fim qe & tbe um Apéndice aoe 228 ‘Observacées explicitaivas sobre Os Primeiros Prin- ns que so tab ever? nn 229 ‘iplos Metafisteos de Doutrina do Direto. 199 le oe cd a to aie a 1. Preparao légica para um conceito de diet re 1 eee cen oe erat oor centementeproposto 200 A) A ptceia pega de cada um 230 2, dusticagbo do conccto do dete relatvamente a B)Aeliidade dos outos 2 uma pesoaapserado 2 dito a uma cose. 201 i Vi A ia no propse leis para ages (is © fz) 3. Beempls 202 ‘as somente par as miximas das ages 232 4. Da confusbo de um dito @ uma cosa com um ‘Vit - Devers dios volver lata obvigasSo, 20 pas ecto a uma pessoa 208 so que deveres de dro enuohem esti ob 5, Discussdo complementar do canceito do dito ecto 28 de punir 205 VU - Expasigo dos devers de vitude como deveres 6.Do direto de wsuceniso 206 ios 235 7.Daherenga 208 1A prépia pio de cad um emo um fin 8. Do direito de um Estado no tocnte 8s fundagdes ue também um dever oo erpttua para seus sltos 209 2. A felidade dos outs como um fim que & A 210 também un dever za 8 210 1K-O que um dever de vinude? 238 c a2 XO principio supremo da doutine do deo era nalts © da doutine da vitude @sitico «239 > ais ma ae Conctusso 213 Xi-Omateal do dever de vite XIl- Conceitos do que é presuposto da pte da sen sagéo pela recetividae da mente aos concelios de dover com ta A Sentiento moral 8B) Consinca| ©) Do amor dot sees humanos D)Respeito Xi Princios geras da mafisca dos costumes no ‘rato de uma pre doutina da tude X0V-Da vieude em gra XV- Do princhio ue dsingue a dautina da virtue do doutine do deo. Obsenagio - Da Dostna da Vite de acordo ‘com rnp da ierdade neice XVI-A viru rquer, em prin lua, o dominio desimesmo XVIL- A vied presupte necesaramente@ apa (contra como fora) Obveregso XVI Conastospretiminres bdivsso da doutina davituse Obsenagsa IK Divi da ice DourRina Dos ELEMENTOS DA Erica Parte DOS DEVERES CONSIGO MESMO EM GERAL. Inno $1 Occneito de deer consigo mesmo contin fa brine vista) ua contigo 482+ O er humana, todavia, te deveres para con- soomeano 43. Selucd deste apareneantiomia 54 Do pincpo no qual a dvs doe deveres pa ‘2 congo meno ext based 2a BEBE 245 248 249 249 251 252 253 28 27 259 259 289 260 ‘A Doutrina da Virude 263 isto | Dos devetes prftos congo mesmo 268 Captulo 1 - © dever de um ser humana congo mesmo como se animal -§ 5 263 ‘Aigo I- Do suiiio-§ 6 263 Aigo Il - Da degradagso de si mesmo pela concupiscénca- $7 266 [Ati Il - Do entorpecer-seatrauts do uso ex ‘czsivo de almento ou bebeda-§8 269 Capitulo = O dever de um ser humana consigo mesmo meramente como um ser mora 270 [-Da mentia-§9 m 1D avareza-§10 274 I -Do servismo-§ 11 276 ge 208 Seg I= Do dever de um ser human consigo ‘mesmo como seu proprio juz inato- $13. 279 Segio Il - Do primeto comando de tos os everesconsigo mesmo -§ 14 283 415 23 Seco episidica - Da anfooia nos conceit ‘morais de rellexso, tomando o que € 0 ever de um ser humane consige mesmo orm dever com outos eres 816... 284 sa 288 #8 285 Limo Il - Deveres consigo mesmo - Dos deveres impereitos cde-um ser humana para consigo mesmo (elatva mente a0 fim de ur ser mano} 286 ‘Segio 1 - Do dever de um ser human consigo mesmo de desenvolver e aumentay sua per. Feigao natural, ito ¢, vsando a um propesto pragmatico- 819 286 520 287 15 Seqao ll - Do dever de um ser hurano consigo ‘mesmo de aumentar sua perfeigio moral, 0 6, somente com um propesito moral § 21 922 Parte ‘DOS DEVERES DE VIRTUDE COM OS OUTROS Caputo I - Dos deveres com os outros meramente como se es humanos Segio I - Do dever de amor com outs seres hu- § 23. Divisso 528 525 §26- Do dover de amor em particular a2 528 Divisio dos deveres de amor |) Do dover de beneticéncia -§ 29 530 531 B) Do dever de radao -§ 32 933 ©) 0 sentinento solidasio ¢ gealmente um ever #34. $35 Dos vii do dio aos seres humanos, deta ‘mente (contre) opostos ao amar a les -$.96, ‘Sesto II- Dos doveres de vstde para com outios sores humanot provenienes do rexpelto a les devido 937 £38: 288 21 21 291 201 22 22 298 298 204 BERRRR 8s 205 305 305 539 206 540 207 sa 208 os welos que vilam o dever de reset por ou toe srs humanos, 208 $42 1) Sobeta 0a 543 -B) Detatagio 309 $44-C) Escmio 310 Capitol - Dos deveres eens recpocos dos sees hus reltvamente a condiio deses an 545 aun Concluséo da Doutrina dos Elementos [Da Etica] 312 Da mas ffi unigo do amr com reset na cmibade ae $46 312 sar a4 Avtndice 26 as ites da conuivanci soil ortes hort ‘oh 316 +48 216 Doutrina Dos METODOs DA ErIcA 319 Segio 1-0 ensino ico a9 549 319 $50 320 581 a $82 = ‘Seo I Ascese ca 227 $33 wr Conelsto- A doutina rose come doutina dos levees 2 Deus et lem dot tes da pa flosta meal 228 APRESENTACAO © conjunto da obra antiana consitui um exemplo marcante do espirito germénico da organizago e discplina no pensar e no air ‘Sisteratizagdo foi um farol fundamental a nortear a produgéo intelectual de Kant, em coerencia, a propésito, com a propria vida ‘pessoal do filésofo. Assim, aleitura e estudo proveitosos de A Me- tafisica dos Costumes dependem necessariamente de situar esta importante obra no sistema do pensamento kantiano, O proprio Kant, zeloso, meticuloso e metédico, esclarece o le tor a esse respeito a partir do primeiro pardgrafo do seu prefécio & Metafsica dos Costumes, de forma a bastartecermos aqui apenas algumas consideragbes. Como afirmamos nos Dados Bibliogréficos, o texto capital de Kant é a Critica da Razdo Pura, Neste abalho encontra-se 0 cerne do criticismo, todas as demais obras, de algum modo, a ele se subordinando e se reportando direta ou indiretamente, inclusive a Crea da Razio Pratica, Desia maneita, o estudo da MC, a qual é uma explicitagao e ‘eprofundamento de conceitos das doutrinas do dieito e da vit de, nao deve anteceder o estudo atento das tes Crficaslincluindo 2 Critica do Juieo), dos Prolegomenos a toda Metfisica Futura © dos Fundamentos da Metafisca dos Costumes, 2 wane Kane RRR mmm ‘Tomados tniscuidados, a MC por certo se nos faré compreen sel A Metaisica dos Costumes foi publicada originalmente em ‘dues partes, a Rechislehre (Douttina do Direto) provavelmente em janeiro de 1797 ea Tugendlehre (Doutrina da Virude) somen- teem agosto desse ano. ‘Tudo indica nao ter havido qualquer problema para a edigéo da obra e, muito menos negligéncia por parte do editor ou do pr6prio Kant, Pelo contrério, teria havido, sim, excesso de zelo no sentido de antecipar a Doutrina do Direito, ao invés de publicar 0 conjunto, ou sja, a Metafsia dos Costumes, em agosto de 1797. Na verdade, a publicagdo foi condizente tanto com 0 projeto de Kant quanto com a ordem de sua efetiva produgdo intelectual Eniretanto, embora as duas doutrinas possam respirar com pulimées propris, sua conexdo e mesmo imbricagéo séo flagrantes (com efeito, &impossvel distingui fonteiras ntidas entre o dieito a moral}, o que se destaca na visio do flésofo de Knigsberg, Esta tradugéo fot baseada na edigo alema de 1977 da Suhr kkamp Verlag (que corresponde a edicéo de 1956 de Insl-Verlag, Wiesbaden). Estas edigdes, por sua vez, se reportam divetamente {as edigdes de 1797 e 1798 {para a Doutrina do Direto) e exclusi- vvamente a edicao original de 1797 (para a Doutrina da Virtude), Edson Bini NOTA DO TRADUTOR Ha quase nada de iterério em Immanuel Kant. Seu texto ex: lui rigorosamente 0 recurso @ incursées pouco legtimas & lingua gem livre, formalmente rica e colorida, dos artistas da palavra, para expor sua filsofia. Ele se expresso, assim, de manelra segura e confldvel, mas dura, seca, quase que asceticamente técnico, Se pensarmos que escreveu em alemdo, um idioma j6 por si s6 estraturamente ena: ‘morado da perfeigdo linguistca ¢ distante das suavidades e debi- Tidades tpicas das linguas latinas, teremos um perfil razodvel do texto kantiono, Esforgamo-nos para traduzir a MC como figis servidores do ‘autor, mes atentos co espiito do seu texto no que respeita a0 teor das ides, © resutado, parece-nos, foi um texto denso, geralmente ca: rente de beleza e graca, por vezes dspero e até um tanto avesso & legincia € leveza do nosso vernéculo. Mas afnal, 0 objetivo pi ‘mordiale inarredével fot preservar Kant e seu pensamento na rou: pager da palavra Que os leitores julguem este esforgo € manifestem suas opi- nides quanto as suas folhas e imperfeicses, para que possamos aprender e nos aprimorar sempre. CRONOLOGIA Nota: Esta € uma cronologin sumriae bisica, quase que recta 208 even tose fates envolvendo dirtamente Immanuel Kant Todas as obras sm & IndicagSo do autor so da autora de Kant 1712 - Nasce Jean Jacques Rousseau, 11724 - Nasee Immanuel Kant em Kénigsberg no leste da Pistia em 2 de ab 1727 More Isaac Newton, 1780-1732 ~ O menino Kant frequenta a escola primasla (Vorstdater lospitalschule. 1732-1740 — Kant prossegue seus estudos no Colleglum Fridercionum {instuigdo paroquiana peta), 1740-1746 ~ Kant equeta a Universidade de Kénigsberg, 1747-1754 ~ K,atua como tutor particular de membros de falas res dentes préximo a Kenigsbers 175 ~ Mone Montesquieu. K. finda sua dissertagio 208 ottlo: Expos 0 sucina de clgumas mediagses sobre 0 fogo; € graduado como doutor pela Faculdade de Flosofia da Univenidade de Konigsberg. K- expe uma teowlaastondmica em um trabalho inttulado Fistria natural universal e teorie dos e6us K.apresen- '2 8 Faculdade de Mlcsoia 0 artgo Nous elucdogao dos prime 1s prncpis de cognigao metafisca 1756 ~ Aperecem tes tratados de K sobre ssmelogia fem tomno de um tememoto ocorrido em Lisboa. 1760 -Benjemin Franklin venta 0 pra-ries 1762 - Surge a obraA Jalsa stleza das quatro figuras silogistis 1763 ~ Vem a lume O siico argumento possivel em apoio de uma de- -monstagio da exisancia de Deus. Publicagio de Dos Deltos e as Panes, de Cesare Becca, 1764 ~ Aparecem Obsorvagdesacerea do senimento do belo e do su bile e também Invesigogdo concernente & distingto entre os rincipios do teologa naturale «moral 1766 - Vern & luz Sonhos de um idente de espntos elucidados por sons de mets, 1770 ~ Kent é nomeado professor de gia e metafca na Universidade de Kenigsber, © que ensea 0 aparecimento da dsseiagio Da {forma e princpies do mundo sensivel edo ineligivel 1774. Aparecem os pimeiros trabalhos de Lavoisier. 1778 - Momrem Voltaire e Rousseau 1781 ~ Critica da Rasdo Pura, primeira edi, 1783 -Prolegémenas a toda mean fur. 1784 Idias rumo a uma Hstéria universal de um ponto de vista coe- ‘opie; Uma respesta& queso: © que éluminismo? 1785 Kant executa uma reisso das is pare uma flosofia da hist. ria da humenidede, de Herder, Fundamentos do meafisiea dos 1786 ~ Kant ¢ eto para a Academia de Cincias em Beri; surge a obra Inia conjtra da hits humana; amibem Fundomentos met ‘sees da circa naturel ainda O que €erentagio no pensar? 1787 ~ Critica da Resdo Puro, segunda edi, 1788 ~ Critica da Razto Pritica; Do uso de principio tleolgicos em flosofa 11789-1791 ~ Realzada na Franga a Assembléia Constitute 1790 ~ Critica do Juizo. prea eda. Gronien 1798 ~ Do odtgl: que pode ser verdadeira na teora mas nao tem uso rico; Crea do Juiz, segura edigao; A Regio nos Limes da Simples Razao, 1794 ~ Kant stv censura do censor imperil eleito no mesmo ano para a Academia de Cigaias de So Petesburgo; publicagao de O Jim de todos os coisas. 1795 - Da pas perpéua. 11796 ~ Em julho deste ano, aos 72 anos, Kant dé sua dikima pasta, 1797 ~ Aparece A Metofsica dos Costumes (publcads separadamente rho mesmo ano: pemelto a doutrina do deta e depois 2 doutr- ra do vinude}; Do pretenso dreto de mentr por motivos bene. olentes 1798 ~ Antopologia de um ponto de visa pragmetico; O confito das focuidades (obra da qual a Parte Il é Uma velhe queso nove: mente susctade: esta a espécie humona consartemente progredindo?) 1800 ~ Légica¢ pubienda, 1808 ~ Kant adoece; surge ainda sua obra Pedagogi (Educa). 1804 ~ Morte de Immanuel Kant a 12 de fever; seu sepultamento ‘corre no din 28 desse més, GLOSSARIO Observagéo: a comproensio das acepgées dferenciadas que Kant at ‘bu a viros tammas cortentes do vocabulério filosbico € absolute mente indispenséve! ao etudo e entendimento de seu pensamento CCumpre, contudo aleriroletor que este € apenas um glossiio bi ‘sco e sumério. Um glossrio completo do que se convencionou chamar de “trminologia kantiana”ulrapassri, devido 8 sua ex tens, a iitagdes desta edigio, A propésito, Kant no empresa, Inclusive, acepgbes fixas aos termos, ocoreendo variagdes conce! tuais (especiimente ao longo de suas diferentes obras} no préptio fmbito itera da vocabulsrio kantano e mesmo dupleidade de ‘2cepcées. No que respeta partcularmente & Metgien dos Costu mes, & de se nota que 0 foto de Kongsberg regularmente con- catia ele proprio os termas apresentados em destaque, © que mi- rimiza um glssério que pretendesse contemplar mais espectica ‘mente conceltosurdieos e ecos Notas 1. Abreviatura dos obras de Kent em referénc (CRP ~Citea da Raado Pura (CRPr Crea da Razso Price Cd Crtica do duizo A Antropologia MC - Metaisiea dos Costumes FMC Fundomentos da Metafsicn dos Costumes FFMCN ~ Fundamentos Metafscos da Cigna da Natureza L-Ligien ‘crorean 2. Os substantivos esto registrados com inical maidscula;adjtvos & verbos com inicial mindscua. Na indicacso das termos originals em ‘alemio consderamos algumas ateragoes orogatcasefetindas ou sgetdas pelos atuasedtoesalemaes, A absolute (abso) ~ diz-se de uma coisa daquilo que nela tem validade ‘do ponto de vista de st mesma e, pot consequinte, do prisma de sua interirdade, da qualdade de alguma coisa ser valida de modo i resto em todos os seus aspetos. (CRP) ‘Avaltiea (Analyt) etudo dos formas do entendimento, ‘Analtica transcendental (ranszendentole Anaytik) ~conhecimento das formas a prior da entencimento puro, (CRP) ‘Anfbolia transcendental (ranseendertale Amphibole) (o mesmo que ‘onfbolia dos concetes de reflexio) ~ ambigidade produzida pela plcaggo dos predicades puramente intletuais determinados pelos coneetos de reflexdo aos fendmenos serves, com 0 fio de com- preendé-los ou transcends, isto & revela das condigoes que ca ‘aelevzam a sensbildade, (CRP e MC), ‘Antinomia (Antinomie) ~ desacordo ou contradigdo oconida entre 08 leis da razdo pura. A antinomia ocorre, ademas, no dominio da razko prética, naquele do juzo teleolégico e naquele do gosto, (CRP, CRPr e C3) ‘Astropologia moral {moralsche Anthropolote) ~ cnc eujo objeto de ‘studo ¢ 0 ser humano, sendo 0 conhecimento deste digido aqui ‘que deve produai sabedoria para viver, em harman com os pin- pias da metafsica dos costumes ‘Antropologia pragmatic (pragmatische Anthropologie) ~ a eéncia do se hhumano dirgida aquilo que pode ser assegurado e incrementado ragas 8 destveza humana, Anttopoogia teria (theoretische Anthropologie) - ciéncia do ser huma- ‘no em geral no que concere i faculdades humanas ‘Anitoponomia (Anthroporomie) ~ a lel moral ofunda e resultante da revo. (MC) Apereepsio empiica (emplrche Appersepton) - agio de refeie uma representagio & conscitnia(pereepg8o ~ Bewusein) de x, (CRP) ‘Apercepedo transcendental (ranszendentale Apperzeption) ~consciéncia (percepgao ~ Bewuptsein) des. (CRP) A posterior di-se daquilo (paricularmente cognigéese concetes) que nde $6 Se funda na experiéncia e desta depende, como também & logicamente posterior a el, (CRP) A priori (a mesmo que puto) - di-se daca (paricularmentecognighes fe concetes) que nao s6 independe da experiencia, como Ihe & ne: ‘cessriament anterior do panto de ita Kio. (CRP) ‘ArquitelOnica (Archtekionik)~ sstematizagbo teicacienten presente ‘no conhecimento em geal ‘Autonomia da vontade (Autonome der Wile) ~ carder da vontade pura na medida em que esta 6 indeterinével, salvo em fungio de sua peépria essénca. (CRP) c CCasusica (suis) ~ no que tange & apicagio das regis ices &s cir ‘cnstancias particles, 0 questonamento e invesigacao dos pro ‘blemas que abarcam parteulardades restates de ta aplicagao, Categoria (Kategori: coneeto fundamental do entendimento puro, ou ‘a, a forma a prior do conheeimento representative des fungbes ‘essencais do pensamento expresso no discurso, Hi quatro grandes classes de categorias: quantiade(unidade, pluraldade, otaidade), ‘quaiiode (realdade, negaq, imitagio}; relagto (Inerénca e sub- Sstncia (cubstiniae acide), cusaidade e dependnca cousa € feta), comunidade (permita entre o agi © sofrer; modaidede (possilidade ~ impossibidade,exsénca - nio-er, necesidade — contingéacia). (CRP) Causaldade (Kausaltt| ~ a segunda categoria (da eacio) na sua esso- ‘lacie necessria & Dependénca. Coresponde & causa (CRP) CCoisa em si (Ding an sich) - a cosa particular enquanto subsistente er si ‘mesma, realidade shia, pensavel a priori mas empricamente in perceptive. Ver Néumenon Comunidade (Gemeinschaf) ~ a terceta categoria da relago,expressa na relaggo de reciprocdade do agi safer (ago e paixio ~ polesis ‘ai pates). (CRP) ‘Conceito de reflexdo (Refiexionsbegri)~ conceto pelo qual o entend ‘mento estabelace 0 conftonto das represntagtes {matiiae forma, Idenidade e dversidade, intrordade e extereridade, harmonia & ‘oposgio}. (CRP e MC) Concste puro (reine Begri) ~ todo concitaconstrud a priori, ou sia, sem qualquer concuso da experiénca, (CRP) CConfito (Widerstet) ~ conradig na qual ncotre a razio no seu em penho de descobrir um fenémeno incondicional que deterinasse & \dependéncia de todos os fendmenos condicionados. Ver Antinomia, (CRP) consti honstuieren) ~ representar um cancel ou rlagSo numa int ‘go a prion. (CRP) CContingénca (Zufaligke) a trceia categoria (oposicional & Neces dade) da modaldade; no quadro das etegoras, a contingnca € a ‘ima, (CRP) CConvieg#o (Oberzeuguna) ~ certeva de cunho tigico. (CRP) CCoragem (Tapferke) ~ Disposgéo ou faculdade moral carcterizade pela determinagéo e ressténcla diante da ago injusta do out Kant dtingue & coragem (valor) da Vrtude. (MC) Cosmologiaracinal (vemiinfige Kosmologle)~ 0 elenco de problemas levaniados e estudados que tocam & orgem e natuteza do mundo ‘enquanto realidade, renga (Giauben) - 0 asentimento que € sufientesomente do ponto de usta subjetva, (CRP) Cates (Krk) — investiga flosfiea ou flosofla enquantoinvesigacio ‘que obedece ao seguinte roteo stem: I. valoragéo do objeto de estudo; 2, estabelecimento de afmagies acerca Jo objeto esta ado ¢, ademais, apresentande como exigincia metodoléga pri meio exper e eslarecer as condigbes do conhecimento, para 36 2 Bo pretenders produ conbesimento, Citcsmo ~termo com o qual se designa a doutina flosfica de Imma. uel Kat D Deismo (Deismus) ~ doutina que sustenta a crenga de que mediante a ‘aabo 36 se pode ating @ cognigio da exisncia de Deus, porém fo o conhecimento da natureza de Deus ou, mals proprismente, seus atibutos. Ver Teisma, Dependéncia (Dependent) ~ a segunda categoria (da relagio) na sua assocagdo necessria& Causadade, Conesponde ao elito. (CRP) Anterarocs 008 Cosrumee 2 Dever esto srenge Pht) - deve cuasapleagbes evelam preciso © ‘so bem determinades, Os deveres de ireo sao deveres eos. FMCeMC) Dever lato (wetere Pfc) ~ deve euasapieagbes carecem de preciso, encerando um aspeco de valoragso pessoal indetermingve. Os dlevers de oitude S80 deveres Its. FMC e MC) Dalen Dilek — login das paren égea geal eomo suposto ‘Grganon. Kant emprege este substantvo em acepiao pera, chamando por ves a Dita (qu & ves uta os aces Jormal formate) ou iia (ogischel de “sofia ds anos.” Dili formal formule Dilek ~ ver Dil. Dalia lige lagche Dilek) ~ ver Diltin Dali ronscendental (ransendeine Dili) - crea das apaén ‘5 hse gies dilésco (daletsch) ~ ise dos raicnis engoncss, Susi ot solsios Dignidade humana (Menschensrde) - principio moral segundo 0 ql ser harman deve er atado como um fn (Zweck mS, jamas rmeramente como um meio que visa a um fm dsinto exemo a stereo. (FMC) dle (ech) —da-sedo ato que se conforma ao deve. (MC) Aseursivo (shar) ~ dese do conhecimento gual em opesigbo 20 onhecient do pal (tiv} Doge (Dogma) ~ poposigio ou jst snitis dete por conceit. (CRP, Ver Maxema Dogmatsme (Dogmafsmus}~ com reerinca & metfsca, 0 preconceto que corse em dela ocsparse sem uma pea cls da rao pi "a, Kant otibu um senigo negatvo e peloaivo a exe temo. (cae) Doutina da vitude (ugendlehre) ~ doutina (eta) que se oupe do Princo inte dos agdes hunonas e da deterninagio dos fins Imoras desta Eo Milo da segunda gande parte da Metyfea dos Costumes (MC) Doutina do dreto Rechehre)~ doutine (cova) que se restinge @ Considerar a oder das agoes humanas exteriors E © Wu dap mera grande pate da Metsca dos Costus. (MC) See e tempirico (empirich) (o mesmo que 2 posterio ce-se daquilo que na ‘experiencia (empeira)¢insaurado exteremente a0 proprio est. to, no tendo como orgem nem at formas nem as lis deste Opoe. s¢.3 puro (a prior) Entendimeno (Verstand) ~ a faculdade ou fungi da expt humano de lune sequencialmente as sensagdese realizélo dentro de sistemas concatenados empregando as categories. (CRP) Espago (Raum) ~Inuigho pura fundamental para percep do sueto ‘cognoscente, anterior a toda experiénia, Tal como 0 Tempo, oes ago, para Kant, no € um exitente © néo tem realidade propia, ‘bo é um Noumeno nem um Fendmeno, no é um conetodscur sivo e,tampouco, um conceit empiricn; € uma projegao infuva ura da cnscitnela humana. Ver Tempe. Esquema transcendental (ranszendentoles Schem ~ repesertagto iter ‘media que, de um lado, apresenta homageneidade com o cancels 4 prior (ou sj, destudo de qualquer contigo empiico} ede ou ‘ro, apresenia homogenedade com as percepges no que & perinen te ordem do sensvl)admitindo consequentemente a subsingio de ‘maneir indireta das percepges ou das imagens em submis bs co tegoras (CRP) Estéca transcendental (rorszendentale Asthet) ~ estado ou investiga ‘um lugar sobre a Tera com meu corpo que este lugar @ alguma coisa fextera que é minka (pois conceme somente & minha iberdade externa, dat somente 9 posse de mim mesmo, n3o uma coisa externa a mim, de ‘modo que @ apenas um diteitointemo). E meu se ea ainda o posi, fembore o tenha abandonado por outro lugar, somente entdo € meu dire extemo envelido. E qualquer um que quetr fazer da minha continua ocupagao desse lugar por minha pessoa a condiao de eu 110 ‘como meu teré ou que asseverar que ndo é, de modo algum, possivl ter ‘alguma coisa externa como minha (o que eonfitua com 0 postulado do $ 2), ou exigir que, pare to coma meu, eu eseja em dois lugares a0 mesmo tempo. posto que ito equivale a dizer que me cabe eslor num Iugare também no estar nest, el se contadiz Isso também pode ser aplicado ao cao de eu ter aceito uma pro- essa, pois meu fer e posse no que fei prometide ndo so anulades pel fato do promitete deciarat numa oeasso que “esta coisa € para ‘ser tug” ¢, enfSo, numa ocasio posterior declarat sobre a mesma coisa aque “E agora minha vontade que ela néo seja tua", pois em tis rela. Soe ee es intelectuals ¢ como se 0 promitente howwesse dito, sem qualquer tempo entve as duas decaracoes de sua vontade "isto ¢ para ser teu” © também "isto ndo € para ser teu", 0 que ¢ contador, (© mesma vale para o concelto de pose Juridica de uma pessoa, en {quanto includ nos haveres do sujito (sua mulher, cranga,ciado). Esta Comunidade domésticae a posse de sua respecva condgdo de todos os ‘seus membros face a face entre si ndo so extntos por setem autorizados se separarem uns dos outros se drgirem para lugares distnts, pois © ‘que os iga € uma relagio em termos de dreto e © que é extemarente meu ou teu aqui esté baseado, como nos casos anteriores, inteamente ra hipotese de que a posse puramente raconal em ccupagio mua € possve A recto jurdicamenteprética¢ forged @ um ctica de si mesma po coneeio de alguma coisa extera que é minha ou tua, esto mediante luma antinomia de proposigoes concementes & possibildede de um tl conceit, ou se, somente mediante uma dlalética inevitdvel na qual tanto tese quanto antese reallzam iguais revindiagBes pela validade de dduas condiges incompatives entre si € a raz forgada, mesmo em Seu so prtio (que fem a ver com diets) a fazer uma distingao entre pos se como aparenca e posse pensdvel meramente pelo entendimento A tese di: possivel ter alguma coisa externa como minha, ainda que eu nfo escja de posse dea A anttese diz: ndo é poste ter alguma coisa extema como minh, ‘a menos que eu esteja de posze dela, Solugdo- ambas as proposes séo verdadeiras, a primeira, se eu ‘entender pea palavra posse, posse empirica(possesso phaenomenon):& segunda, se ev por ela entender pura posse intligive postesio nour non). Todavia, nao podemos compreender como € possivel a posse Intlgivele, asim, como € posivel que alguma coisa extema sja minha ‘041 t1a, tendo ns que infer-lo do postulade da razdo prtia. No tocante 2 este postulado, cumpre destacar em especial que # razio pita am- lia si mesma sem inuigdes e sem mesmo necesitar qualsquer que ‘ejam @ priori, meramente omindo condigaes empiicas, como the € justfiado fazer pela li da iberdade. Deste modo pode formular propo: sige sntticas a prion sobre o dio, cua prova (como sera em breve demonstra) pode ser posterirmente aduzkda, num aspect patio, de tum modo anal. AMerarscacos Cosrumes 0 58~ E possivel ter alguma coisa externa como sua somente numa condigéo juridica, sob uma autoridade que legisla publicamente, ou seja, numa condigio civil, (Quando declaro (por palavras ou atos) que & minha vontade que a ‘guna coisa externa deve ser minha declao com isso que todos os de mais estd0 obrigados a se absterem do uso dagquele objeto de minha fescolha, uma obrigagao que ninguém tela se no fora por este meu ato e estabelecer um dieito. Esa pretensio,enreanto,envole o reconhe fimento de que eu, por minha vez, estou obrigado em relagio a todo ‘outro a me abster de usar 0 que ¢ extemamente seu, pois a obrigacao ‘aqui surge de uma regra universal que tem a ver com relagdesjurdias fextemas. Nao estou, por conseguine, obrigado a deixar intocdves obje tos extemos pertencentes @ ouos, 2 menos que todos os demas me proporeionem garantia de que se comportarao segundo o mesmo princ io com respito ao que é meu, Essa Seguranga nao requer um ato espe ‘al para esabelecer um ditt, mas j8eslé encerada no concelto de (obvigarao corespondente a um dreto externo, uma vee que a univers lidade, e com esta a reciprocidade, da brigacgo surge de ume regra universal. Ora, uma vontade unilateral nao pode serir como uma li coerctva para todos no que toca & posse que ¢ extema e, portant, ontingente, i que fo violria a lberdade de acordo com leis univer seis, Asim, @ somente uma vontade submetendo todos & obrigacio, conseqdenlemente somente una vontade coletiva e geal (comum) ¢ Doderosa & capaz de supra todos tal gerantia, Contudo, a condi de ‘star submetido a uma legilagdo externa geal (sto &, pblica)acompa hada de poder € a condigdo civil Concise que apenas numa cond (Ho civ pode alguna coisa extra ser minha ou tua CConseqineia: se fsse necesariamentepossvel, do panta de vista dos direitos, ter um objeto externo como seu, a0 sueéito tera também ‘que ser permide constranger a todos os euros com os quaisentasse em confit, ratvamente a um obyeto extemo ser seu ou alkeo, ain _ressr com ole numa Constiuigho $9 Em um estado de natureza, alguma coisa externa pode realmente ser minha ou tua, mas apenas provisorlamente Quando as pestons vive sob uma Consiuigho cl s lis estat: terias exstentes nesta condigio nso podem volar dieito natural (ito 02 mwas Kar 6,0 dieto dedusivl de princpis a favor da Constituigéo civil 6, as sim, 0 principio juridico “quem quer que aa com base numa maxima ‘Que impossibiita que eu tenha um abjeto de mina escolha como meu me prejudica” permanece em vigor, pols uma Constiuigao chil € pec. samente a condo juridica pea qual o que perience a eada um é ape nas assegurado, porém nao realmente estabelecda e detenninado, Qualquer gaantia, ent, ja pressupge o que perience aalguém {a quer a assegura). Antes de uma Constiuigho ci fu na abstagho dest), 2 possbildade de objets extemos que sio meus ou teus tem, portano, ‘ue ser assumida ¢ com eles um deo de consanger a todos com o% ‘uals pudéssemos entreter quaisquer negociagbes para que conosco Ingressassem numa Consttugao na qual objetos extemos podem ser ‘essegutados como meus ou teus. A pesse em antesipagho © reparacio pare a condigéo cil, que pode ser baseada somente numa lei de uma, Vvontade comm, posse esta que, por conseguinte, se harmoniza com a possibidade de uma tal condieao, € posse provisoriamente Juridica, fenquanto a posse encontrada nua condigéo chil real seria posse defint tiv, Ants de ingressar nese condigSe, um sujefo que est pronto para le exist com direttoaqueles que nao desejam se sobmeter a ea e que ‘querem interferr com sua posse presente, pols @ vontade de todos os ‘outros, exceto ete mesmo, a qual propde submeté-lo a obrigacto de renuncir a uma cera posse, ¢ meramente unteal e, conseientemen- te, tem t80 pouca fora legal em negarshe a posse quanta tem ele ern airms-a (uma vez que esta sé pode ser encontada numa vontade ge ral, 20 passo que ele, 20 menos, detém a vantagem de ser compativel ‘om a introdugio eo estabelecimenta de uma condo civ. Em sintese, ‘© modo de er alguma cosa externa come sua num estado denatureza & ‘ose fsca que fem a seu favor a presungao jrdiea de que sera conver tida em posse jurdica através de sua unigo com a vontade de todos ‘numa legislagdo pablca, e em antecipacdo a iso €vslida comparative. ‘mente como posse juridca, De acordo com a férmula Felies 530 aqueles que tm a poste (beat Possicentes), esta prerogativa do diteito restate da. poste emprca, ‘io consists em ser desnecesstio 20 possuidor ~ visto que se presume Ser ele um homem honesto ~ forecer prova de que sua porte se con forma ao dite (pols iso vale somente em disput acerca de dretos). Essa prerogativa, ao contério, nasce da faculdade por todos poss, segundo © postulado da razéo pric, deter um objet extemo de ue ‘escola como seu, Consequentemente, qualquer ocupagi de um objeto fextemo € uma condigso cuja conformdade com o diet & baseada Aneraeic 00s Cosrmes 02 “A Baca Unan 50 BmeTo= BRET POD naquele pestulado por meio de um prévio aio da voniade, e enquanto festa condigdo nao confituar com a posse anterior de outrem do mesmo ‘bjet, 0 possidor estar provscramente justified, de acondo com a lei da iberdade exter, a impedir qualquer um que no queie ingresar com ele numa condigio de lberdade publica legal de usurpar 0 uso da- {uele objeto para dspor para seu proprio uso, em conformidade com 0 postulada da vazdo, uma cosa que, de ouka manera, seria praticamente aniquieds Capitulo COMO ADQUIRIR ALGUMA COISA EXTERNA § 10 Principio geral da aquisicso externa Eu adguiro alguma colsa quando fac lito) com que se torne mi ‘nha, alguna colsa exter @ orginalmente minha quando me pertence sem qualquer ato que estabelea um diet a ela. Mas a aquisigao rigi- nal €a que no é dervada daquilo que é de autem [Nada extemo é erginalmente meu, porém pode sr realmente ad ‘ulido originalmente, to 6, sem ser derivado do que é de outem. Uma condi de comunidade (communi) do que & meu ou teu jamais pode ser pensada como sendo original, mas tem que ser adquiida (por um ato ‘que estabelece um direto extemo), ainda que a posse de um objeto fextemo possa eriginalmente sor somente posse em comum. Mesmo se alguém pensar (prblematicamente} numa comunidade original (com. ‘murio mei et tut orginana), deve ainda assim ser ditinguida de uma comunidade primitive (communio primaeva). a qual se supte ter sido Insituida no mals remoto tempo das elagées de direitos etre sees hu ‘manos e do pode ser bascada, como a primera, em principios, mas ‘apenas ne histria; embora primi, tenia sempre que Ser pensada co- ‘mo sendo adquiia e derivada(communio deviate), © principio da aquisigo extera € 0 sequnte: € meu © que tago para o meu contole (de acordo com ale da liberdade exterior 0 gue, como um objeto de minha escoha, ¢ alguma coisa para cujo uso tenho ‘apecidade (conforme o postulado da razio praia: eo que, fnalmen fe, quero que seja meu lem conformidade com a iia de uma vortade Unda possve. oe nue. Kat AMerasic 0s Cosrmes 105 LS RRS RET | TRS SARIS (Os aspects (ttendenda) da aquisgSo orginal sio, potanto: 1) | —_prépria outa pessoa, isto 6,0 exindo desi peste na medida em que eu ore den ooo no pores evlagan Gee oa ra data dino emo i tr die com eh ‘maneira a apreensao entaria em confito com a liberdade alhein de Aacordo com les universes, apreenso & tomar poste de um objeto de ‘escola no espago e no temp, de mode que a posse na qual me Insta + possesio phoenamenon; 2) Indeagdo(declaratio) de minha posse esse objeto e de meu ato de escolha no sentido de excluir qualquer | ‘utra pessoa dele; 3) Apropriogto (appropriato) como o ato de uma vontade geral (em ida) produzindo uma li externa pela qual todos ‘ica obrigados a scentrcom minha escolha, A vaidade deste dlimo 2, No que tange & forma (o tipo de aquisiéo), ¢ ou um dieto a uma coisa (us role ou um direto a uma pessoa (us personae), ou um deto a uma pessoa em afnidade com um diréito @ uma coisa (is rea ter personae, to 6, posse fembora no uso) de uma outa pessoa co 43. No que tange & base da aqui no direto (tus), alguma co se extema é adquinda através do ato de uma escoha unilateral, bilateral sspecto da aio, sbne © qual fepouta a concusto “este objeto ou onateral Ut, pao lege). Ebr este nose, estlamente, um texto é meu" ou sea a concn de que minha posse € vide como membre expel da divsio dos detos, de qualquer modo, um a posse meromerte por dreto (possessio nourene),& baseada no se eco da maneira como ¢ agus €realzada Quinte: uma vez que todos ests ats tim a ver com um diretoe, assim, | ‘rocedem da rato prin na questa da que €formulado como dito pods fazer abstragao das condigies empiricas de poste, de sorte que 3 onclusio “o objeto estemo & meu" &comtamentetrada da pose se Segio! ‘iva para ainteigiue. Do Direlto de Propriedade ‘A acs orginal de um objeto extemo de esolha ¢chamada de ‘poderamento ou ecupagao (occupaio) deste e somente coisas cor reas (substncias) podem ser aiqulnidasonignalmente. Quando ocor. 0 {que requer como condigao de posse empirica & anteriridade no tempo 11-0 queé o direito a uma coisa? fem relagdo a qualquer outo que desea se apoderar do objeto (qui prior ‘A explicagso usual de um dieto © uma cosa (is real, ius in re) tempore potior ture"). Como orignal, ¢ somente o resultado de uma segundo 2 qual “é um diet contra todo possudor del & uma defn escola unlateral, pois se exigsse uma escolha bilateral, a aquisigo sein ‘go nominal carta, Mas © que me toma capaz de recuperar um objeto etivada do contato de duas (ou mais) , assim, do que é de um outro, fextero de qualquer um que © esté ecupando e de constrang4o (per 1Néo ¢ facil compreender como um ato de escalha desse ipo poderia bvindcatoner) a reinsaurarme em sua posse? Poderia esta relacto estabelecer © que perence a alguém. Entetanto, se uma aquigio € juricieaextema de minha esclha ser Uma elagao deta com uma coisa primeira nao é, portant, orginal, pois @ aquisicto de uma condicao ‘corporea? Alguém que pensa que seu dirito & uma relagaoditeta com juriica pablca através da unigo da vontade de todos para a produgso ‘coisas e no com pessoas teria que pensar (ainda que apenes obscura eet universal seria uma aqui tl que nenhuma outra podera pre: mente) que visto que ai existe a comespondéncia de um diet, de um cedé-a,e ainda asim seria derivada das vontades particulates de cada Tad, com um dever, do outro, uma cosa extema sempre permanece sob lum e sera onilatra,2o passo que a aqusgdo orignal s pode provir de ‘obrigacso relatvamente 20 primeo pessudor, multo embora tenha uma vontadeuniateral. Sexado suas mos, que, uma vex que i se enconta obrigada 2 el, ‘ejeta qualquer outro que pretend sero seu possuidor, Desta forma, ele Divisdo da aquisipo de alguma cosa externa que é minhe ou tua Densaria no meu dio como se ese fosse um espinto quardido que 1..No que tange 8 matéia (objeto), adquiro ou uma coisa comp ‘scompanhasse a cola, sempre me apontando destacadamente quais: rea (substinea), ou a pestag (causalidade) de uma outa pessoa, ou a ‘quer ouras pessoas que quisessem dela tomar posse e a protegendo ona qualquer aremetida delas. E, portant, absurdo pensar numa brigagdo de uma pessoa em relacio a coisas ou 0 contério, mesmo 58 Guam ro fonpoopievo tam odo one 8) 8 mens Kar {Daca Unvaatoo aro Bro Pao que talverseja permissive, se howe necesidadle por tanto, toner essa relagiojuridica perceptive reratondo-a e expressondo-a desta maneia Asim, a efinigdo real devera ser nos seguites terms um dreto «2. uma coisa é um dreito 20 uso privado de uma coisa da gual estou de posse (origina ou instiuida) em comum com todos os outos, pos eta ose em comum a nica condizao soba qual ¢ possiel a mim excuir todo outo possi do uso privado de uma coisa (ius contra quemlbet huius ret possessorem),uisto que, a menos que tl pose em comun sci _assumida, ¢ inconcebivel como eu, que nao estou de posse da coisa, Doderia ainda ser prejudicado por oukos que esto de poste dela © 2 ‘esto usando, Por minha escolha unilateral no posso obrigar um eutto ‘2 absterse do uso de uma cosa, uma obrigacSo que, de auto modo, ele nao tena; conseqbentemente, x sou capar de faré-o ataués da escola onjunta de todos que a possuem em comum: de outta maneia, teria ‘que conceber um dieto a uma coisa como se a cols tvesse uma obi ‘9a¢80 comigo, da qual meu citeto contra todo out possuidor dein € ‘enti dervade, © que constitu uma concepeéo absurd, Pela expressto dlveito de propriedade (ius reale) deveta ser enen ‘ido no apenas um dirito a ma coisa (sin re), mas também a oma de todas as leis que tm a ver com coisas que s80 minha ou tuas. Mas ‘8 claro que alguém que esiveste fotalmentesozinho sobre a Terra no ppoderia realmente nem ter nem adquiy qualquer coisa externa como ‘Sua, uma ver que ni hé relagio alguma de obrigagao ene ele, como uma pestoa,e qualquer cutro objeto extern, como uma coisa, Conse- ‘uentemente, falando esta e iteralmente, no hé também diet (dre to} a uma coisa. Aquilo que se designa como um dieto @ uma coisa & somente 0 diréito que alguém tem conta uma pessoa que ests de posse

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