no incio da colonizao, os portugueses buscaram escravizar os ndios de
forma sistemtica. Mas a iniciativa apresentou uma srie de inconvenientes.
"Eles no estavam acostumados ao trabalho regular e intenso. Caam incapacitados com as doenas trazidas pelos europeus e, sempre que possvel, se embrenhavam pelo interior do territrio, que lhes era familiar", diz Baptistini. Os relatos apontam que, por volta de 1562, duas violentas epidemias mataram por volta de 60 mil ndios.
Ao mesmo tempo que surgiam as dificuldades com a escravizao dos
indgenas, os portugueses j estavam envolvidos com o comrcio de escravos em um lucrativo negcio do outro lado do Atlntico. Essa forma de organizao do trabalho era adotada nas ilhas africanas dominadas por Portugal e Espanha, como Cabo Verde, Aores e Canrias, que praticavam o sistema de plantation.
As origens dessa explorao, por sua vez, remontam ao sculo 7, quando a
escravido domstica, de pequena escala, passou a conviver com um comrcio mais intenso aps a ocupao do norte da frica pelos rabes. Centenas de negros eram trocados e vendidos em sua prpria terra ou no mundo rabe. "Portugal encontrou esse comrcio relativamente organizado, comeou a se beneficiar dele e depois o trouxe para o Brasil", afirma o professor Baptistini.
Assim, a coroa lucrava duplamente: com o comrcio de escravos e com o
uso dessa mo de obra na colnia. A Igreja no se ops escravizao do negro. Explique aos alunos que algumas ordens religiosas, inclusive, eram grandes proprietrias de escravos. A "misso evangelizadora" tambm era uma justificativa para escravizar os africanos "infiis". Alm disso, o negro era considerado um ser inferior, uma coisa, no uma pessoa, e por isso no tinha nenhum direito. Dessa forma, gradativamente os negros substituram os nativos indgenas no trabalho escravo na colnia.
Estima-se que 4 milhes de africanos tenham desembarcado no Brasil entre
1550 e 1850, trazidos fora de seu continente, de regies onde hoje esto Angola, Benin, Congo, Costa do Marfim, Guin, Mali e Moambique.