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PASSAPORTE PARA A IGUALDADE —= a 7 a) ic ——) PASSAPORTE PARA A IGUALDADE Sobrenome .......cceesseecee Bice teeeseseteenesebicseeeeeenenes Data de nascimento , Pais .... Domicilio Seu Pais assinou a Convencio sobre a Eliminacao de todas as Formas de Discriminagao contra a Mulher ? - Sim wee NGO eee (PASSAPORTE VALIDO POR TODA A VIDA) PREFACIO DO DIRETOR GERAL DA UNESCO Este Passaporte para a Igualdade contém o insirumento normative mais importante relativo as mulheres, e objeliva atingir a igualdade de direitos para as mulheres em todos os lugares. A Convengdo para a Eliminagdo de Todas as Formas de DiscriminagGo Contra as Mulheres (CEDAW) foi adotada hd vinte anos pelas Nacdes Unidas. Até novembro de 2000, 166 Estados tinham tatificado ou tinham tide acesso a ela. Sua efetividade cresceu desde 1999, quando a Assembléia Geral das Nagées Unidas adotou o Protocolo Adicional 4 Convencdo, atribuindo as mulheres o direito de supmeter reclamacdes sobre a violacdo da Convengao pelos seus governos ao Comité das Nagdes Unidas responsavel pela CEDAW. © Protocolo credencia © Comité a conduzir investigacdes sobre os abusos que tenham acontecido nos paises que aderiram a Convengao. A UNESCO ajuda a promover a CEDAW e esi particularmente comprometida com a implemen- tagéie do Artigo 10, que trata do direito da mulher a uma educa¢do igualitaria aquela provida ao homem e da eliminagdo dos conceitos estereotipades sobre os papéis da mulher e do homem em todos os niveis e em todas as formas de educagao. A UNESCO concebe o Passaporte para a Igualdade como um instrumento que ajuda a pro- mover a Convencdo. Ele visa especialmente os lideres de opinide local da comunidade: organizacées de mulheres, professores, advogados, médicos, membros do corpo governamental e local, organizacées sindicais, jornalis- tas, locutores de TV e outros. Eles estdio convidados a aju- dar tanto os homens quanto as mulheres a se familiarizarem com a Conven¢géo e a uséla quando os direitos destas iltimas forem ameagados ou violados. Gragas 4 generosa contribuigdo do Governo da Holanda, o Passaporte sera distribuido, este ano, nas seguintes linguas: Arabe, Chinés, Inglés, Francés, Hinai, Portugués, Russo, Espanhol, Swahili e Urdu. Nos somos gratos a todos os parceiros que estao dando assisténcia @ UNESCO, disseminandoo mundo afora, nomeada- mente as entidades da ONU {FAO, HABITAT, ILO, UNDAW, UNEPA, UNFPA, UNHCR, UNICEF e UNIFEM) e as organizagées ndo-governameniais como a International Federation of Women in Legal Professions (Federacdo Internacional das Mulheres em Profissdes legalizadas). Que este Passaporte para a Igualdade ajude yocé, pessoalmente, e possa ajudé-lo a compartilhar a mensagem que contém com o maior numero de pessoas possivel. KOICHIRO MATSUURA INTRODUGAO * No dia 18 de dezembro de 1979 deu-se um grande passo para alcancar a meta da igualdade de direitos da mulher, quando a Assembléia Geral aprovou a Convengao sobre a EliminagGo de Todas as Formas de Discriminagao Contra a Mulher. Com trinta artigos, a Conven¢do promulga, em forma juridicamente obrigatéria, ndo sé principios aceitos universalmente assim como medidas para fazer com que a mulher tenha em toda parte os mesmos direitos dos homens. Sua aprovagéo foi o dpice de um esfor¢o de consultas rea- lizado por varies grupos de trabalho ao longo de cinco anos, na Comissao da Condicao Social e Juridica da Mulher e na Assembléia Geral das Nagdes Unidas. Esta Convengde ecoa a profunda exclusdo e as reslricdes sofridas pelas mulheres devido oo seu sexo, e reclama igualdade de direitos , qualquer que seja o seu estado civil € em todos os campos — politico, econémico, social, cultural, civil, etc. Pede a promulgacdo de leis nacionais que proibam a discriminagdo; recomenda medidas especiais tempordrias para acelerar a igualdade de fato entre o hornem e a mulher, assim como disposicées destinadas a modificar os padiées socioculturais aque perpetuam a discriminagdo. Outras medidas estabelecem a igualdade de direitos da muiher na vida politica e péblica; 0 igual acesso & edu casGo e aos mesmos programas de estudo; a nao-discrimi- “Texto reproduzido do UNDPI, Divisio de Informagao Econémica e€ Social. nagdo no emprego € na remuneragao; gorantias de segu- ranga no trabalho em caso de mattiménio ou maternidade. A Convengao salienta « igualdade das responsabilidades do homem com relagao a mulher dentro da vida familiar. Enfatiza também os servicos sociais que devem ser propor cionados, especialmente com respeito aos cuidades com as criangas, pera combinar as obrigagdes familiares com as tesponsabilidades do trabalho e a participagGo na vida publica. Outros artigos da ConvencGo pedem a concessdo de servicos médicos sem qualquer discriminagao, inclusive os telativos ao planejamento familiar; e o reconhecimento de capacidade juridica igual a do homem, devendo os Estados concordar que seja "considerado nuio" qualquer contrato ou outro instrumento privado que tenda a limitar a capacidade juridice da mulher. Dase atencdo especial aos problemas da mulher rural. A Convencdo estabelece os mecanismos para 0 acom- panhamento internacional das obrigagdes aceitas pelos Estados. Os progressos realizados sGo examinades por um Comité de Especialistas, eleitos pelos Estados contratantes e que exercem suas funcdes a titulo pessoal. Disponivel para assinatura no primeiro dia de marco de 1980, a Convengao entrou em vigor loge que vinte Estados a tenham aceito em cardter obrigatério, mediagnte sua rati- ficagde ou adesdo CONVENGAO SOBRE A ELIMINACAO DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAGAO CONTRA AS MULHERES Os Estados Partes da presente Convengio, Considerando que a Carta das Nagdes Unidas reafirma a crenga nos direitos humanos fundamentais, na dignidade € no valor da pessoa humana € na igualdade de direitos do homem e da mulher; Considerando que a Declaracéo Universal dos Direitos Humanos reafirma o principio da ndo-discriminagao ¢ proclama que todos os seres humanos nascem livres € iguais em direitos e dignidade, que toda pessoa pode invocar todos os direitos € liberdades proclamados nesta Declaragao, sem qualquer distingao, inclusive a baseada no sexo; Considerando que os Estados Partes nos Pactos Incernacionais de Direitos Humanos tém a obrigagio de garantir ao homem e a mulher a igualdade ¢ 0 gozo de todos os direitos econdmicos, sociais, culeurais, civis ¢ politicos; Levando em conta as convengées internacionais concluidas sob os auspicios das Nagées Unidas e dos organismos especializados para favorecer a igualdade de direitos entre o homem ¢ a mulher; Levande em conta, outrossim, as resolugdes, declarages ¢ recomendagées aprovadas pelas Nacées Unidas ¢ os organismos especializados para favorecer a igualdade de direitos entre o homem e a mulher; Preocupados, contudo, com o fato de que a despeito desses dife- fentes instrumentos as mulheres continuam sendo objeto de deletérias disctiminagies; Recordando que a discriminagao contra a mulher viola os princi- pios da igualdade de direitos e respeito pela dignidade humana € dificulta a parcicipagéo da mulher, nas mesmas condigdes do homem, na vida politica, social, econdmica ¢ cultural do seu pais que representa um obstdculo para o aumento do bem-estar da sociedade e da familia e que prejudica o pleno desenvolvimento das possibilidades que tem a mulher de prestar servigos ao seu pais e & humanidade; Preocupados com o fato de que em situagées de pobreza a mulher tem acesso minimo & alimentacao, satide, educagdo, capacitacio e oportunidade de emprego, assim como A satisfagio de outras necessidades; Convencidos de que o estabelecimento da nova ordem econémica internacional, baseada na igualdade e na justica, contribuird de forma significativa para promover a igualdade entre o homem ¢ a mulher; Enfatizando que para 0 gozo cabal dos direitos do homem e da mulher é indispensvel a eliminagao do apartheid, de todas as for- mas de racismo, colonialismo, neocolonialismo, agressdo, ocu- pagio e dominio estrangeiros, assim como da ingeréncia nos assuntos internos dos Estados; Afirmando que 0 fortalecimento da paz e da seguranga interna- cionais, o alivio da tensdo internacional, a cooperacdo muitua entre todos os Estados, independentemente do seu sistema econémico e social, o desarmamento geral e completo e, em particular, 0 desar- mamento nuclear sob um controle internacional estrito e efetivo, a formagéo dos principios da justica, igualdade e beneficio reciproco nas relagdes entre paises € a implementagiio dos direitos dos povos submetidos a dominio colonial e estrangeiro ou a ocu- pacio estrangeira a sua livre determinacao e independéncia, assim como a respeito 4 soberania nacional e & integridade territorial promoverao o progresso e 0 desenvolvimento sociais e, em conse- qiiéncia, contribuirao para alcangar a plena igualdade entre o homem e a mulher; Convencidos de que a participagao maxima da mulher em todos os campos, em igualdade de condigdes com o homem, é indis- pensdvel para o pleno e completo desenvolvimento de um pais, 0 bem-estar do mundo e a causa da paz; Levando em conta a grande contribuigdo dada pela mulher ao bem-estar da familia ¢ ao desenvolvimento da sociedade, até agora nao plenamente reconhecida, a importancia social da maternidade a fungio de ambos os progenitores na farnilia ¢ na criag&o dos filhos, e conscientes do papel da mulher na procriagéio ndo deve ser causa de discriminacio, pois a educagao dos filhos exige a responsabilidade compartilhada do homem, da mulher e da sociedade como um todo; Reconhecendo que para alcangar a plena igualdade entre 0 homem ea mulher é preciso modificar o papel tradicional exercido tanto na sociedade como na familia por parte do homem e da mulhe: Decididos a aplicar os princfpios enunciados na Declaracio sobre a Eliminagio da Discriminac4o contra a Mulher, e para isso ado- tar as medidas necessérias que terminem com essa discriminagio em todas as suas formas e manifestagdes, Concordaram com o seguinte: PARTE | ARTIGO 1° Para os fins da presente Convengao a expressio "discrimi- nagao contra a mulher" denotard toda distingao, exclusio ou restrigao baseada no sexo, que tenha por objeto ou por resul- tado prejudicar ou anular o reconhecimento, com base na igualdade do homem e da mulher, independentemente do seu estado civil, do gozo ou exercicio pela mulher dos direitos humanos e das liberdades fundamentais nas esferas politica, econémica, social, cultural e civil, ou em qualquer outra esfera. ARTIGO 22 Os Estados Partes condenam a discriminagao contra a mulher em todas as suas formas, e concordam em adotar, sem demora e por codos os meios apropriados, uma politica orientada para eliminar a discriminagdo conera a mulher; com esse objetivo assumem 0 compromisso de: a) consagrar em suas constituigdes nacionais e em qualquer outra legislagao apropriada, se ainda nao o fizeram, o princi pio da igualdade do homem e da mulher, e garantir por lei ou outros meios apropriados a implementagio prética desse principio; b) adotar medidas adequadas, legislacivas e de outra natureza, com as sangées cortespondentes, proibindo qual- quer discriminagéo contra a mulher; ¢) insticuir a protegao juridica dos direitos da mulher, com base na igualdade com os homens, e garantir, por meio dos tribunais nacionais competentes e outras instituigées publi- cas, a protecao efetiva da mulher contra qualquer ato de dis- criminagao; d) abster-se de qualquer ato ou pratica de discriminagao contra a mulher ¢ zelar para que as autoridades e instituigdes publi- cas atuem em conformidade com essa obrigacao; e) tomar todas as medidas adequadas para eliminar a dis- criminagao contra a mulher praticada por quaisquer pessoas, organizagdes ou empresas; f) adotar todas as medidas adequadas, inclusive de nacureza legislativa, para modificar ou revogar leis, regulamentos, uusos e prdticas que representem discriminacio contra a mulher; g) revogar codas as disposigdes penais nacionais que repre- sentem discriminagao contra a mulher. ARTIGO 3° 10 Os Estados Partes tomario todas as medidas adequadas, inclusive de natureza legislativa, em todas as esferas, e em particular nas esferas politica, social, econémica e cultural, para garancir o pleno desenvolvimento e progresso da mulher, com 0 objetivo de assegurar-lhe o exetcicio ¢ 0 gozo dos direitos humanos ¢ das liberdades fundamentais, em igualdade de condigées com o homem. ARTIGO 42 1. A adogio pelos Estados Partes de medidas especiais de cardter tempordcio para acelerar a igualdade de fato entre 0 homem e a mulher nao ser4 considerada discriminagao, na forma definida pela presente Convengio, e de nenhum modo implicaraé como conseqiiéncia a manutengdo de normas desiguais ou separadas; essas medidas cessarao quando forem alcangados os objetivos de igualdade de oportunidade e tratamenco. 2. Nao seré considerada discriminatéria a adogio pelos Estados Partes de medidas especiais, inclusive as contidas na presente Convencio, orientadas para a proteco da maternidade. ARTIGO 5? Os Estados Partes tomardo todas as medidas adequadas para: a) modificar os padrées socioculturais de conduta de homens e mulheres, tendo em vista conseguir a eliminagio de todos os preconceitos e das praticas consuetudindrias e de qualquer oucra indole que se baseiem na idéia da inferioridade ou superioridade de qualquer dos sexos ou em fungdes estereoti- padas de homens e mulheres; b) garantir que a educacio familiar inclua uma compreensio adequada da maternidade como fungio social e o reconheci- mento da responsabilidade comum de homens ¢ mulheres no que concerne A educagio € ao desenvolvimento dos seus filhos, no entendimento de que o interesse dos filhos consti- tuird em todos os casos a consideracgdo primordial. ARTIGO 6? Os Estados Partes comario todas as medidas adequadas, inclusive de natureza legislativa, para suprimir o tréfico de mulheres em todas as suas formas e a exploragao da prosti- tuigdo feminina. PARTE Il ARTIGO 7® 12 Os Estados Partes comarao todas as medidas adequadas para eliminar a disctiminagdo contra a mulher na vida politica € plblica do pais, e garantirio especialmente, em igualdade de condigdes com os homens, o direito a: a) votar em todas as eleigdes ¢ referendos piiblicos, sendo clegiveis para codos os drgiios cujos membros sejam escolhi- dos por eleigéo piiblica; b) participar na formulagio e execugao das politicas governa- mentais, ocupar cargos publicos e exercer todas as fungdes ptblicas em codos os niveis governamentais; c) participar das organizacGes e associagdes nao-governamen- tais que se ocupem da vida ptiblica e politica do pais. ARTIGO 8? Os Estados Partes comario codas as medidas adequadas para garantir A mulher, sem qualquer discriminagao e em igual- dade de condigdes com o homem, a oporcunidade de repre- sentar 0 seu governo na esfera internacional e de participar no trabalho das organizacées internacionais. ARTIGO 92 Os Estados Partes outorgarao as mulheres direitos iguais dos homens com relago & aqui: nacionalidade. Garantirao especialmente que nem o casa- mento com um estrangeiro nem a mudanga de nacionalidade do marido, durante 0 matriménio, acarretem automatica- mente a mudanga da nacionalidade da esposa, convertendo-a em apétrida ou obrigando-a a adotar a nacionalidade do cnjuge. ico, mudanga ou manutengao da Os Estados Partes ourorgarao 4 mulher os mesmos direitos do homem no que se refere 4 nacionalidade dos seus filhos. 13 PARTE Ill ARTIGO 10° 14 Os Estados Partes adotardo todas as medidas adequadas para eliminar a discriminagio contra a mulher, de modo a assegu- rarlhe igualdade de direitos com 0 homem no campo da educagao e em particular para garancir-lhe, em condigées de igualdade entre homens e mulheres: a) as mesmas condigoes de orientagdo em matéria de carreiras e capacitagio profissional, acesso aos estudos ¢ obtengao de diplomas nas instituigdes de ensino de todas as categorias, tanto nas zonas rurais como nas urbanas. Essa igualdade sera garancida no ensino pré-escolar, geral, técnico e profissional, inclusive na educagao técnica superior, assim como em todas as modalidades de capacitagdo profissional; b) 0 acesso aos mesmos programas de estudo e aos mesmos exames, a pessoal docente do mesmo nivel profissional, a locais ¢ equipamentos escolares da mesma qualidade; c) a eliminacio de qualquer conceito estereotipado dos papéis masculino e feminino em todos os niveis e em todas as for- mas de ensino, mediante o estimulo @ educagao mista e a outros tipos de educagio que concribuam para alcangar esse objeti- vo €, especialmente, pela modificagio dos livros e programas escolares, assim como a adaptagao dos métodos de ensino; d) as mesmas oportunidades para a obtengao de bolsas e oucras subvengdes educacionais; ) as mesmas oportunidades de acesso aos programas de edu- cago complementar, inclusive os de alfabetizacfo funcional e de adultos, tendo em vista em particular a redugao 0 mais cedo possivel da diferenca de conhecimentos existente entre o homem ¢ a mulher; f) a redugao da taxa de evasio escolar feminina, nos estudos, € a organizagao de programas orientados para as meninas € mulheres que tenham abandonado a escola prematuramente; &) as mesmas oportunidades de participar ativamente nos esportes e na educagio fisica; h) 0 acesso a material informativo especifico que contribua para garantir a satide e 0 bem-escar da familia, inclusive informagio € assessoramento a respeito do planejamento familiar; ARTIGO 112 1. Os Estados Parces adotartio todas as medidas adequadas para eliminar a discriminagdo contra a mulher no campo do emprego, para garantir-lhe os mesmos direitos, em condig&es de igualdade entre homens e mulheres, especialmente: a) o direito ao trabalho, na condicdo de direito indisponivel de todo ser humano; b) o direito as mesmas oportunidades de emprego, inclusive com a implementagio dos mesmos critérios de selecdo nas questées relativas ao emprego; 15 16 c) o direito de escolher livremente profissio e emprego, 0 direito & promocio e & estabilidade no emprego € a todas as vantagens e demais condigées de servico, assim como 0 direito a0 acesso a formacdo profissional ¢ & readaptagao, inclusive ao aprendizado, 4 formacao profissional superior € ao creina- mento periddico; d) 0 diteito a igual remuneragao, inclusive vantagens, ¢ A igualdade de cratamento com relacao a trabalho da mesma importancia, assim como a igualdade de tratamenco com respeito a avaliaggo da qualidade do trabalho realizado; €) 0 direito & seguridade social, particularmente nos casos de aposentadoria, desemprego, enfermidade, ou outra forma de incapacidade para o trabalho, bem como o direico a férias pagas, invalidez, velhice £) 0 direito a protecao da satide e & seguranga nas condigdes de trabalho, inclusive com salvaguarda da fungao reprodutiva. 2. Para impedir a discriminagao contra a mulher por razdes de macriménio ou maternidade, ¢ pata assegurar a efetivi- dade do seu direito ao: trabalho, os Estados Partes tomarao medidas adequadas para: a) proibir, sob pena de sangées, a dispensa do emprego por motivo de gravidez ou licenca macernidade e a discriminagao nos casos de dispensa com base no estado civil; b) implantar a licenga maternidade, com saldrio pago ou com beneficios sociais comparaveis, sem perda do emprego prévio, da antigitidade ou dos beneficios sociai ¢) promover a concessio dos servigos sociais de assisténcia necessérios para permitir que os pais possam combinar suas obrigages familiares com as responsabilidades do trabalho e a participagdo na vida ptiblica, especialmente mediante a cri- ago e o desenvolvimento de uma rede de servigos destinada ao atendimento das criangas; d) conceder protegao especial 4 mulher durante a gravidez, nos tipos de trabalho que comprovadamente possam causar- Ihe prejuizo. 3. A legislagdo de protesio relativa as questdes abrangidas por este artigo seré examinada periodicamence a luz dos conhecimentos cientfficos e tecnolégicos, e serd revista, revogada ou ampliada, conforme o caso. ARTIGO 122% 1, Os Estados Partes adotario todas as medidas adequadas para eliminar a discriminagao contra a mulher no campo da assisténcia médica, para assegurar-Ihe 0 acesso a servicos médicos, inclusive os que se referem ao planejamento familiar, em condicées de igualdade entre homens e mutheres. 2. Sem prejuizo ao disposco no pardgrafo primeiro, acima, os Estados Partes garantirfo 4 mulher servicgos adequados rela- cionados com a gravidez, o parto e o periodo posterior ao parte, proporcionando-lhe, quando necessdrio, servicos gratuitos e assegurando-lhe uma nutricdo adequada durante a gtavidez e a amamentacao. V7 ARTIGO 13° Os Estados Partes adotardo todas as medidas adequadas para eliminar a discriminagio contra a mulher em outras esferas da vida econémica e social, a fim de assegurar-Ihe os mesmos direitos, em condigées de igualdade entre homens e mulheres, especialmente: a) o direito aos beneffcios familiares; b) o direito a obter empréstimos bancdrios, hipotecas e outras modalidades de crédito financeiro; c) o direito de participar em atividades de lazer, esporcivas € em todos os aspectos da vida culcural. ARTIGO 14° 1. Os Estados Partes levarao em conta os problemas especiais enfrentados pela mulher rural e o papel importante que ela desempenha na sobrevivéncia econémica da familia, inclusive seu trabalho nos setores nao-monetérios da economia, e comario todas as medidas adequadas para garantir a imple- mentago dos dispositivos da presente Convengao 4 mulher das zonas rurais. 2. Os Estados Partes adotardo todas as medidas adequadas para eliminar a discriminag3o contra a mulher nas zonas rurais, para assegurar a sua participagao no desenvolvimento rural ¢ nos beneficios resultantes, em condicSes de igualdade com os homens e, assegurando-lhe em especial o direito a: a) participar na elaborago e execugao dos planos de desen- volvimento em todos os niveis; b) ter acesso a servigos de assisténcia. médica adequados, ° inclusive 4 informac%o, ao assessoramento ¢ os servigos em matéria de planejamento familiar; c) beneficiar-se diretamente dos programas de seguridade social; d) obter todos os tipos de educagao e de formacdo, académi- ca _e nao-académica, inclusive os telacionados com a alfabe- tizagio funcional, assim como os beneficios proporcionados por todos os servigos comunitarios e de divulgagdo, dentre outros, com o objetivo de ampliar sua capacitagao técnica; e) organizar cooperativas’e grupos de auto-ajuda para con- seguir igualdade de acesso As oporcunidades econémicas, mediante emprego por conta prépria ou alheia; ) parcicipar em codas as atividades comunitétias; g) obter acesso aos créditos e financiamentos agricolas, aos servigos de comercializagio e as tecnologias adequadas, e receber um tratamento igual nos planos de reforma agréria e de re-assentamento; h) manter condigdes de vida adequadas, particularmente no que se refere a habitago, servicos sanitarios, energia elétrica e abastecimento de 4gua, transporte e comunicagées. PARTE IV ARTIGO 15° 1. Os Estados Partes reconhecerao a igualdade entre a mulher eo homem perante a lei. 2. Os Estados Parces atribuirao 4 mulher capacidade juridica igual 4 do homem, dando-lhe as mesmas oporcunidades para o exercicio dessa capacidade. Atribuirao 4 mulher, em parti- cular, os mesmos direitos de firmar contratos e administrar bens, tratando-a igualmente em todas as etapas dos processos nos tribunais e cortes de justiga. 3. Os Estados Partes concordam em considerar nulo todo contrato ou qualquer outro instrumento privado com efeitos juridicos que tenda a limitar a capacidade legal da mulher. 4. Os Estados Partes atribuirio ao homem e & mulher os mes- mos direitos no que diz respeito a legislagao relativa ao direito das pessoas de circular livremente, assim como & liberdade de escother sua residéncia e seu domicilio. ARTIGO 16° 20 1. Os Estados Parces adotarao todas as medidas adequadas para eliminar a discriminagao contra a mulher em todos os assuntos relacionados com o matriménio e as relagSes fami- liares, e garantitdo em particular, em condigées de igualdade entre homens e mulheres: a) o mesmo direito de contrair matriménio; b) o mesmo direito de escolher livremente 0 cénjuge e de contrair matriménio exclusivamente por sua livre vontade e pleno consentimento; ¢) os mesmos direitos e responsabilidades durante o matriménio e por ocasiao da sua dissolugio; d) os mesmos direitos e responsabilidades como progenitores, qualquer que seja 0 seu estado civil, nos assuntos relativos aos seus filhos; em todos os casos, os interesses dos filhos serao a consideragao primordial; €) os mesmos direitos de decidir livre e responsavelmence 0 niimero de fithos ¢ 0 intervalo entre os nascimentos, e de ter acesso & informagio, a educagio e aos meios que permitam exercer esses direitos; f) os mesmos direitos e responsabilidades com respeito tutela, curatela, custédia e adogio dos filhos, ov institutos andlogos, na medida em que esses conceitos existam na legislagio nacional; em todos os casos, os interesses dos filhos serdo a consideragao primordial; &) os mesmos direitos pessoais como marido e mulher, den- tre eles o direito de escolher o sobrenome, a profissao € a ocu- pacao; h) os mesmos direitos a cada um dos conjuges em matéria de propriedade, compra, gest4o, administracao, gozo e dis- posigao dos bens, tanto a titulo gratuito como oneroso. 21 2. O noivado e 0 matriménio de uma crianga no vero qual- quer efeito juridico, e seréo tomadas todas as medidas necessérias, inclusive de natureza legislativa, para fixar uma idade mfnima para a celebragio do matriménio, assim como para tornar obrigatétio o seu registro oficial. PARTE V ARTIGO 172 22 1. Com 0 objetivo de avaliar os progressos havidos na imple- mentacao desta Convencdo ser4 criado um Comité sobre a Eliminagio da Discriminagao contra a Mulher (denominado doravante "o Comité"), composto, no momento da entrada em vigor da Convengao, por dezoito especialistas, de grande prestigio moral e competéncia na esfera abarcada pela Convencio, e por vinte e trés especialistas apés a sua ratifi- cacao ou adesao pelo trigésimo quinto Estado Parte, os quais exercerao suas fungées a titulo pessoal; seraio levadas em conta uma distribuicdo geogréfica eqiiitativa e a representagio das diferentes formas de civilizagéo e dos principais sistemas jurfdicos. 2. Os membros do Comité sero escolhidos por eleigao, em votacdo secreta, a partir de uma lista de pessoas designadas pelos Estados Partes, Cada um dos Estados Partes poderd designar urna pessoa entre seus proprios cidadaos. 3. A eleicao inicial seré realizada seis meses depois da data de entrada em vigor da presente Convengio. Pelo menos crés meses antes da data de cada eleic&o o Secretdrio-Geral das Nagdes Unidas dirigiré uma carta aos Estados Pastes convi- dando-os a apresentar sua candidatura dentro de um prazo de dois meses. O Secretério-Geral prepararé uma lista por ordem alfabética de todas as pessoas assim designadas, indi~ cando os Estados Partes que as designaram, ¢ a transmitira aos Estados Partes. 4. Os membros do Comité sero eleitos em uma reuniao dos Estados Partes que sera convocada pelo Secretério-Geral e ser realizada na Sede das Nagdes Unidas. Nessa reuniao, com © quorum de dois tergos dos Estados Partes, serao considera- dos eleitos para a Comité os candidatos que obtenham o maior ntimero de votos e a maioria absoluca dos votos dos representantes dos Estados Partes presentes e votantes. 5. Os membros do Comité sero eleitos por quatro anos. Nao obstante, 0 mandato de nove dos membros eleitos na primeira elei¢ao expirard ao fim de dois anos; imediatamente depois da primeira eleigao, o Presidente do Comité designara por sorteio os nomes desses nove membros, 6. A eleig&éo dos cinco membros adicionais do Comité serd realizada em conformidade com o disposto nos pardgrafos 2, 3 e 4 do presente Arcigo, apés o trigésimo quinto Estado Parte haver ratificado a Convengio ou a ela aderido. O mandato de dois dos membros adicionais eleitos nesta ocasido, cujos nomes sero designados por sorteio pelo Presidente do Comité, expirard em dois anos. 7. Para preencher as vagas imprevistas, o Estado Parte cujo especialista tenha terminado suas fungdes como membro da Comissdo designaré entre seus cidadios outro especialista, 23 sujeito a aprovagio do Comité. 8. Mediante aprovagio prévia pela Assembléia Geral, os membros do Comicé receberao emolumencos dos fundos das Naces Unidas, na forma e nas condigdes que a Assembléia decerminar, Jevando em conta a importancia das fungdes do Comité. 9. O Secretério-Geral das Nagdes Unidas proporcionar4 0 pessoal e os servicos necessdtios para o cumprimento eficaz das fungées do Comité, sob a presente Convencio. ARTIGO 182 24 1. Os Estados Partes assumem 0 compromisso de submeter ao Secretdrio-Geral das Nacdes Unidas, para que seja consi- derado pelo Comité, um relatério sobre as medidas legislaci- vas, judiciais, administrativas ou de outra natureza que te- nham sido adotadas para implementar as disposigdes da pre- sente Convengio, e sobre os progressos realizados neste sentido: a) no prazo de um ano a partir da entrada em vigor da Convengio, para o Estado de que se erate; € b) depois disso, pelo menos a cada quatro anos e, adicional- mente, sempre que o Comité o solicitar. 2. Os relatérios poderdo indicar os fatores e as dificuldades que afetem o grau de cumprimento das obrigagdes impostas pela presente Convengio. ARTIGO 192 1. O Comité aprovard o seu proprio Regulamento. 2. O Comité elegera a sua mesa diretora pelo periodo de dois anos. ARTIGO 202 1. O Comité se reuniré normalmente codes os anos por um petiodo que nao exceda duas semanas, para examinar os relatérios que Ihe sejam apresentados em conformidade com © Artigo 18 da presente Convencdo. 2. As reunides do Comicé serao realizadas normalmente na Sede das Nagdes Unidas ou em qualquer outro local conve- niente que o Comité determine. ARTIGO 212% 1. Através do Conselho Econémico e Social o Comité relatard anualmente suas atividades 4 Assembléia Geral das NagGes Unidas, podendo fazer sugestdes ¢ recomendagoes de cardter geral baseadas no exame dos relatdrios e dos dados recebidos dos Estados Parces. Essas sugestdes e recomendacdes de carter geral serao incluidas no relatério do Comité juncta- mente com as observagées porventura existences dos Estados Partes. 25 2. O Secretdrio-Geral transmitiré os relatérios do Comité & Comissao da Condigio Juridica e Social da Mulher, para a sua informagao. ARTIGO 222 Os organismos especializados terio 0 direito de se fazer re- presencar no exame da implementagao das disposicées da presente Convengao que recaiam dentro do ambito das suas atividades. O Comité convidard os organismos especializados a submeterem relatérios sobre a implementagao da Convencao nas dreas que recaiam dentro do 4mbito das suas actividades. PARTE VI ARTIGO 232 26 Nada na presente Convencao afecard qualquer disposigio que seja mais favordvel a alcangar a igualdade entre homens e mulheres, ¢ que possa fazer parte: a) da legislago de um Estado Parte; ou b) de qualquer ourra convengao, cratado ou acordo interna- cional vigente nesses Estados. ARTIGO 24? Os Estados Partes assumem 0 compromisso de adotar todas as medidas necessdrias, no 4mbito nacional, para conseguir a plena realizagio dos direitos reconhecidos pela presente Convengio. ARTIGO 252% 1. A presence Convengao estar4 aberta A assinarura de todos os Estados. 2. O Secretdrio-Geral das Nagdes Unidas é designado como depositatio da presente Convencio; 3. A presente Convencio esta sujeita a ratificagéo. Os instru- mentos de ratificagdo sero depositados junto ao Secretdrio- Geral das Naces Unidas. 4. A presence Convengao estard aberta a adesao de todos os Estados. A adesio serd feica mediante 0 depésico do instru- mento de adesio junto ao Secretério-Geral das Nacées Unidas. ARTIGO 262 1. A qualquer momento, qualquer um dos Estados Partes poderé apresentar pedido de revisio da presente Convengao, mediante comunicagao escrita dirigida ao Secretdrio-Geral das Nagies Unidas. 27 2. A Assembléia Geral das Naces Unidas decidira as medi- das que se fagam necessérias com relagio a esse pedido. ARTIGO 27° 1. A presente Convengio entraré em vigor no trigésimo dia depois da data do depdsito do vigésimo instrumento de rati- ficagdo ou adesao com o Secretério-Geral das Nagdes Unidas. 2, Para cada Estado que ratifique a presente Convengao ou aceda a ela, depois de depositado 0 vigésimo instrumento de ratificago ou adesio, a Convengio entrar em vigor no trigésimo dia depois da data de depésito do seu prdprio instrumento de ratificagdo ou adesio. ARTIGO 28° 28 1. O Secretério-Geral das NagGes Unidas receberd € transmi- tird a todos os Estados 0 texto das reservas formuladas pelos Estados no momento da ratificacdo ou adesao. 2. Nao serd aceita nenhuma reserva incompativel com o obje- to € 0 propésico da presente Convengao. 3. Toda reserva poderd ser retirada a qualquer momento, mediante notificagéo para esse fim dirigida ao Secretario~ Geral das Nagdes Unidas, que informaré disso a todos os Estados. Essa notificagao surtird efeito na data em que for recebida. ARTIGO 29° 1. Qualquer controvérsia que surja entre dois ou mais Estados Partes a respeito da interpretaco ou implementagao da presente Convengio, que nao seja solucionada por meio de negociagdes, sera submetida a arbitragem, a pedido de uma dessas Partes. Se dentro do prazo de seis meses contados a partit da data de apresentacio do pedido de arbitragem as Partes nfo conseguirem chegar a um acordo sobre a forma do arbitramenco, qualquer uma poderd subme- tera controvérsia Corte Internacional de Justiga, por meio de uma solicitago apresentada em conformidade com o Estatuto da Corte. 2. No momento de assinar ou ratificar a presence Convengio, ou de aderir a ela, qualquer Estado poderd declarar que nao se considera obrigado pelo pardgrafo primeiro do presente Artigo. Os demais Estados Partes nao estaréo obrigados por esse pardgrafo perance qualquer Estado Parte que tenha for- mulado tal reserva. 3. Qualquer Estado Parte que tenha formulado a reserva prevista no parigrafo segundo do presente Arcigo poderd retiré-ta a qualquer momento, mediante notificacio ao Secrevirio-Geral das Nagies Unidas. ARTIGO 308 A presente Convencio, cujos textos em drabe, chinés, espanhol, francés, inglés € russo sio igualmente auténticos, ser deposi- cada em poder do Secretdrio-Geral das Nagdes Unidas. Em testemunho do que os subscritos, devidamente autorizados, assinaram a presente Convengao. 29 CONVENGAO SOBRE A ELIMINAGAO DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINACAO CONTRA AS MULHERES Passaporte para a Igualdade 30 1. © Passaporte para a Igualdade é expedi- do em virtude do direito que tem todo ser humano, sem distinc¢Go de sexo, de conhecer os direitos fundamentais proclamados pela DeclaracGo Universal de Direitos Humanos, e a desfruté-los. 2. O objetivo deste Passaporte é fazer com que os homens e as mulheres de todo o mundo tomem consciéncia da existéncia da Convengdo sobre a Eliminasdo de todas as Formas de DiscriminagGo Contra a Mulher. 3. A Convencgdo sobre a Eliminagao de todas as Formas de Discriminagdo Contra a Mulher (conhecida pela sigla em inglés CEDAW) é um instrumento normativo internacional ado- tado em 1979 pelas Nacdes Unidas, e que entrou em vigor em 1981. Atualmente cento e sessenta e seis Estados sGo Partes da Convencdo. 4. A CEDAW estabelece a universalidade do principio de igualdade dos direitos entre homens e mulheres e contempla medidas para garantir em todo o mundo a igualdade de direitos das mulheres. 5. Ao inscrever-se em uma perspectiva muito ampla, a Convengiio visa estabelecer a igualdade de direitos das mulheres, independentemente da sua situagdo matrimonial, em todos os campos - politico, econdmico, social, cultural e civil. Contemplase nela a adogéo de um plano nacional de disposicdes legislativas que proibam a discriminacdo, assim como medidas especiais, de cardter tempordrio, destinadas a acelerar a instauragéo da igual- dade de fato entre homens e mulheres, incluin- do a modificagdo dos esquemas e modelos de comportamento sociocultural que perpe- tuam a discriminacdo. 31 32 6. A ComissGo para a Eliminacéo da Discriminagao Contra a Mulher foi criada em 1982, depois da entrada em vigor da Convengéo, e se incumbe principalmente de examinar os relatérios periddicos apresenta- dos pelos Estados a respeito das medidas de natureza legislativa, judicial, administrativa ou outra adotadas para que a Convencao seja efetiva, fazendo recomendagdes sobre os meios a serem empregados para imple- mentar a Conven¢do, especialmente pela sua transposigdo para a legislag¢ao nacional. 7. Na pratica, a aplicaga@o da Convencéo se fundamenta em larga medida na vontade dos governos de acolher os termos da Convencao nas suas leis nacionais. Assim, um Estado Parte aceita incorporar essas normas univer- sais na sua legislagao nacional, transforman- do-as em politicas e praticas administrativas e sociais com o fim de lograr uma erradi- cacao de fato da discriminacGo. 8. Nao obstante, a adesdo de um Estado a qualquer tratado internacional pode ds vezes fazer-se acompanhar de reservas. Elas per- mitem ao Estado subtrairse de certas dis- posigées do tratado, as quais nao deseja ou ndo pode submeter-se, sem deixar por isso de dele participar. Para justificar essas reservas os Estados invocam diferentes razées, como a legislagao nacional vigente, o direito consue- tudindrio ou a liberdade religiosa. No entanto, ndo pode haver uma reserva que seja incom- pativel com 0 objetivo e a finalidade do tratado. 9. No que diz respeito 4 CEDAW, o némero e a natureza das reservas emitidas pelos Estados, a propésito da sua ratificagdo, cons- tituem hoje uma realidade preocupante, do ponto de vista do pleno reconhecimento e implementagGo universal da Convensdo. Algumas dessas reservas atentam contra o préprio’ principio da Convencdo, ou seja, a eliminagGo da discriminacGo de que sdo viti- mas as mulheres, e constituem obstdculos impeditivos 4 promogGo da condi¢Go feminina. 10. Em caso de violagdo de algum dos Artigos da CEDAW, as vitimas na@o dispu- nham de qualquer meio de recurso individual. Por isso foi elaborado recentemente um 33 34 Protocolo Facultativo da CEDAW, aprovado em 12 de marco de 1999 pela Comissdo da Condi¢Go Feminina, que em fins de 1999 foi submetido & Assembléia Geral das Nagées Unidas para a sua adocdo. 11. © Protocolo Facultative da CEDAW prevé-se, por um lado, a concessGo a todas as mulheres do direito de apresentar denéncia individualmente perante a Comissdo contra qualquer violagao da Convencdo pelos seus governos; e além disso, de conceder 4 Comissdo o direito de efetuar investigagdes sobre os abusos de que sejam vitimas nos paises signatarios do Protocolo. 12. Até o presente os seguintes Estados rati- ficaram o Protocolo: Austria, Bangladesh, Dinamarca, Franga, Irlanda, Italia, Namibia, Nova Zelandia, Senegal e Tailandia. Qs titulares deste passaporte assumem o compro- misso de familiarizar-se com a Convengio sobre a Eliminag&o de Todas as Formas de Disctiminagio Contra a Mulher, cujo texto é aqui reproduzido, para que a CEDAW seja aplicada universalmente e passe a ser uma teferéncia para todos. Assinatura da (do) titular do Passaporie: 35 ESTADOS PARTES DA CONVENGAO, Em 15 de setembro de 2000 os 166 Estados citados abaixo haviam ratificado a Convengao ou aderido a ela: Africa do Sul, Albania, Alemanha*, Andorra, Angola, Antigua y Barbuda, Argélia*, Argentina*, Arménia, Australia*, Austria*, Azerbaijao, Baamas*, Bangladesh*, Barbados, Bielorrtissia, Bélgica*, Belize, Benin, Bolivia, Bésnia e Herzegovina, Botsuana, Brasil*, Bulgéria, Burkina Faso, Burundi, Butan, Cabo Verde, Camboja, Camerun, Canada, Casaquistao, Chad, Chile*, China*, Chipre*, Cingapura*, Colémbia, Comores, Congo, Costa Rica, Céte d'Ivoire, Crodcia, Cuba*, Dinamarca, Djibuti, Dominica, Egito*, El Salvador, Equador, Eritréia, Eslov4quia, Eslovénia, Espanha*, Estonia, Etiépia*, ex-Repiiblica Iugoslava da Macedénia, Federacg&o Russa, Fiji*, Filipinas, Finlandia, Franga*, Gabao, Gambia, Gana, Geérgia, Granada, Grécia, Guatemala, Guiné, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Guiana, Haiti, Honduras, Hungria, Jemen, India*, Indonésia* Jraque*, Irlanda*, Islandia, Israel*, Itdlia¥, Iugosl4via, Jamahiriya Arabe Libia*, Jamaica*, 36 Japio, Jordania*, Lesoto*, Leténia, Libano*, Libéria, Liechtenstein, Lituania, Luxemburgo*, Madagascar, Maldsia*, Malavi, Maldivas*, Mali, Malta*, Marrocos, Mauricio, México*, Mogambique, Mongélia, Myanmar*, Namibia, Nepal, Nicardgua, Nigéria, Noruega, Nova Zelandia*, Paises Baixos*, Panamd, Papua Nova Guiné, Paquistéo*, Paraguai, Peru, Polénia, Portugal, Reino Unido*, Repiblica Centro- Africana, Reptblica Tcheca, Reptblica da Coréia*, Republica da Moldavia, Repttblica Democratica do Congo, Reptblica Democratica Popular Lao, Repiblica Dominicana, Repiblica Unida da Tanzania, Roménia*, Ruanda, Samoa, Saudi Arabia, Saint Kitts e Nevis, Santa Liicia, Sio Vicente e Granadinas, Senegal, Serra Leoa, Seicheles, Sri Lanka, Suécia, Sufga, Suriname, Tadjiquistéo, Tailandia*, Togo, Trinidad e Tobago*, Tunisia, Turquimenistéo, Turquia*, Ucrania, Uganda, Uruguai, Uzbequistao, Vanuatu, Venezuela*, Vietna*, Zambia, Zimbabue. (*} Os Estados indicados por um asterisco sdo aqueles que ao ratificar a CEDAW fizeram reservas ou declaragdes destinadas a modificar o efeito juridico da Conven¢ao. 37 Este Passaporte foi preparado com a assisténcia financeira do Ministério de Cooperagéo para o Desenvolvimento dos Paises Baixos, em colaboragdo com as seguintes instituigGes: ACNUR (Escritério do Alto Comissariado das. Nagées Unidas para os Refugiados) DAWNU (Divisio das Nages Unidas para a Promogdo da Mulher) . FAO . (Organizagaodas Nacdes Unidas para a Agricultura:e a Alimenta¢ao) FNUAP (Fundo de Populagao das Nagées Unidas) HABITAT (Centro das Nagées Unidas para os Assentamentos Humanos) OT . (Organizagao Internacional do Trabalho) UNICEF undo Internacional de Emergéncia para a Infancia) UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nages Unidas para'a Mulher) 38 Cv rela oR cel SAS - Quadra 5 — Bloco H - Lote 6 Ed. CNPq/IBICT/UNESCO - 9°andar PAO Oy A0no A See ceri eRe eed Telefone: (61) 321- 3525 - Fax: (61) 322 - 4261 E-mail: UHBRZ@unesco.org

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