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Expresses Portugus 12.

ano

Textos Informativos Complementares

SEQUNCIA 2

EXP12 Porto Editora

D. Dinis
Nada do que foi o reinado sereno e de consolidao nacional de D. Dinis merece
referncia na Mensagem. Privilegia-se antes o seu gesto criador que, investido de intuio potica, preparou as condies para as navegaes. Da que ele seja o plantador
das nau a haver e a Busca do oceano por achar atravesse o seu Cantar de Amigo.
Combinando a conteno lrica com o tom pico, o que produz um efeito de rara
beleza, ressalta do poema a ideia recorrente na Mensagem de que o passado j certeza
adivinhada do futuro. Assim, a fala dos pinhais, marulho obscuro e o som presente
desse mar futuro, e os pinheiros so virtualmente as naus que, no seu ondular invisvel,
deixam j pressentir a aventura martima.
Note-se, finalmente, o apelo s foras do inconsciente, numa recriao que privilegia o mito em detrimento do dado histrico concreto. A noite, o ondular invisvel dos
pinhais, o marulho obscuro da sua fala, a voz da terra so foras primeiras e impalpveis (cf. PIRES: 1987, 425), de um passado que j foi futuro no mar que se cumpriu e que
pode voltar a s-lo no Portugal imperial a haver.
VERSSIMO, Artur, 2002. Dicionrio da Mensagem. Porto: Areal

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