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Fernão Mendes Pinto nasceu por volta de 1509 e faleceu a 8 de Julho de 1583.

A
primeira edição de Peregrinação só surgiu em 1614. Foi contemporâneo do auge do período
da expansão marítima portuguesa.
A sua vida pode ser entendida como estando dividida em três fases. Uma primeira,
narrada sucintamente no primeiro capítulo de Peregrinação, compreende a sua infância,
adolescência e juventude, vividas em Portugal, com os pais, em Montemor, Lisboa e
Santiago do Cacém. Em 1521, muda-se para Lisboa para casa de um tio, até entrar, cinco
anos depois, ao serviço de uma dama nobre, da casa da qual fugiria, um ano e meio depois,
por razões desconhecidas. É o momento em que se inicia a sua vida aventurosa. Embarca
para Setúbal, numa nau que é assaltada por corsários franceses, tendo ficado com toda a
tripulação «nus e descalços» na praia de Melides. É recolhido e tratado por uma senhora
nobre de Santiago do Cacém, que lhe arranja trabalho em casa de Francisco de Faria, a
quem serve por quatro anos. Daí passa para moço de câmara de D. Jorge, Mestre de
Santiago, até embarcar numa armada que seguia para a Índia, à procura de dois dos seus
irmãos.
Na segunda fase da sua vida, Fernão Mendes Pinto viaja em busca de fortuna, entre
1537 e 1558, pelos mares da Arábia, da Etiópia, Índia, Samatra e Japão. Percorreu os
inúmeros reinos do sudoeste asiático, da China e do Japão, como rico e pobre, escravo e
mercador, diplomata e soldado. Foi um dos primeiros europeus a desembarcar no Japão,
onde introduziu as armas de fogo. Este acontecimento ainda hoje é comemorado todos os
anos naquele pais, no último fim-de-semana de Julho, com a realização do Festival da
Espingarda, em Nishinoomote, na ilha de Tanegashima. Também no Japão conhece São
Francisco Xavier, tendo entrado para a Companhia de Jesus, em Goa, após a morte do
Santo, abandonando-a pouco depois em circunstâncias não completamente esclarecidas.
O regresso a Lisboa, oriundo da Índia, em 1558 marca a terceira fase da sua vida.
Casou-se com D. Maria Correia Brito, foi viver para a quinta do Pragal onde teve duas filhas
a quem dedica Peregrinação que redigiu de memória, entre 1569 e 1578. Quase tudo o que
se sabe sobre a vida do autor é baseado na obra Peregrinação, que é predominantemente
autobiográfica.

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