O que é a Inteligência? O que significa ser uma pessoa inteligente?

Em termos educacionais, a inteligência é vulgarmente designada como a capacidade de

raciocinar, planear e resolver problemas, bem como a capacidade de abstracção, compreensão
e aprendizagem. Baseados nesta concepção, Alfred Binet e Theodore Simon elaboraram uma
escala de modo a avaliar a inteligência das crianças de acordo com a idade (mental) das
mesmas e que esteve na origem do termo QI (Quociente de Inteligência).

O QI foi considerado uma medida de âmbito puramente académico. A medição da inteligência

com base em testes foi reportada como não dando conta da dimensão holística do ser
humano. Surgiu, assim, a teoria das “múltiplas inteligências”, advogada por Howard Gardner.
Segundo este, a inteligência compreende nove componentes: a lógico-matemática, a
linguística, a musical, a espacial, a corporal cinestésica, a intrapessoal, a interpessoal, a
naturalista e a existencial.

Com base nas propostas de inteligência intrapessoal (a capacidade de entender as intenções,

motivações e desejos dos outros) e interpessoal (saber conhecermo-nos a nós próprios),
personalidades como Daniel Goleman escreveram sobre a importância da “inteligência social”
e da “inteligência emocional”, dando conta da relevância, para o nosso desenvolvimento e
bem-estar, de aprendermos a relacionar-nos com o outro, entendendo as suas acções e
lidando com as suas diferenças.

Actualmente, tem-se evidenciado a colaboração social como prática adequada à criação de

ambientes de aprendizagem mais ricos. Tal facto ganhou expressão no protagonismo atribuído
às teorias sócio-construtivistas e assume-se como fundamental numa sociedade cada vez mais
plural e num mundo cada vez mais global.

Fontes consultadas:

Gardner, H., & Hatch, T. Multiple intelligences go to school: Educational implications of the
theory of multiple intelligences (1989). Boston: Educational Researcher, Vol. 18, pp. 4-9.

Goleman, D. A Inteligência Emocional (2004). Lisboa: Editora Temas e Debates, Lda.