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Editorial do Jornal Agora SP, de 27/05/2010

Procuram-se professores
Faltam professores em São Paulo.

A Secretaria da Educação do Estado não informa quantos, nem em quais matérias, mas
reconhece o problema. O sindicato dos docentes afirma que a carência é "generalizada".

O governador Alberto Goldman (PSDB) também admite a falta de pessoal, ao menos em uma
disciplina. "Parece que ninguém quer ser professor de física", comentou. "Não sei por quê."

Como assim, governador? Faltam professores porque os salários são péssimos --e as condições
de trabalho estão longe das ideais.

Um jovem que se forma hoje em uma boa universidade, em cursos como física ou
matemática, tem inúmeras outras opções de emprego, onde certamente vai ganhar mais do
que o Estado se dispõe a pagar.

A carência de profissionais é tão grande que o governo paulista teve que voltar atrás em
medidas importantes e positivas que havia adotado.

Para melhorar a qualidade dos docentes, professores temporários passaram a se submeter a


uma prova de seleção desde o ano passado. Como o número dos aprovados foi insuficiente, o
Estado teve que convocar até os que ficaram abaixo da média.

Agora, até quem não tinha prestado o exame pode ser chamado a dar aulas.

Nessa toada, vai ser impossível elevar a qualidade da educação oferecida aos estudantes
paulistas.

Se quer mesmo melhorar o ensino e valorizar os docentes, o governo não pode fazer o
trabalho pela metade. É preciso cobrar qualidade, mas também pagar por ela.

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