teria nascido do nascimento do acorde, ou o acorde inspirou-se na aurora de três sons, três cores, três sortes? A aurora não grita, murmura, num momento interciso do círculo entre o arco e seu duplo, entre o fuso e a corda, entre o bule e a chávena, entre o sono e o primeiro movimento lânguido, tímido, lasso da pálpebra.
Não é morosa como a vemos,
a aurora. É mais, muito lentamente mais laboriosa a tintura crescente da aura que o levante súbito descolore. A aurora é o silêncio necessário ao solo, a proposta e a antessala, o primeiro vapor, as carícias preliminares são auroras.
O despertador não é aurora.
Acorde-me às oito, como a égua lambe o despertar do potro.