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1. BIOLOGIA CELULAR
Existem dois tipos celulares básicos: as células procariontes e as eucariontes.
As células procariontes não possuem núcleo, com o genoma sendo separado do
citoplasma por um envoltório. Geralmente não apresentam membranas dividindo o
citoplasma em compartimentos. O citoplasma é dividido por membranas em
compartimentos contendo moléculas distintas e que executam funções especializadas
em cada compartimento, aumentando muito a eficiência dessas células.
As células eucariontes são maiores, estruturalmente mais complexas, contêm
muito mais DNA, seus cromossomos são complexos, contêm histonas e ficam separados
do citoplasma pelo envoltório nuclear. As células eucariontes das plantas têm
geralmente um grande vacúolo citoplasmático, apresentam plastos, têm parede de
celulose, armazenam amido como reserva energética e se comunicam por meio de
plasmodesmos.

2. CARACTERÍSTICAS GERAIS E BIOLOGIA DOS VÍRUS


Um vírus não é capaz de se multiplicar, exceto quando parasita uma célula de
cujas enzimas se utiliza para a síntese das macro-moléculas que vão formar novos vírus.
Não possuem todas as enzimas e nem as estruturas necessárias para a fabricação de
outros vírus, sendo parasitas intracelulares obrigatórios, pois induzem a síntese das
moléculas que vão formar novos vírus em vez de produzir moléculas para a própria
célula.
Os vírus que atacam as células animais não atacam as vegetais, e vice-versa. Há,
porém, alguns vírus vegetais que, invadindo-as, multiplicam-se nas células de insetos
disseminadores desses vírus de uma planta para outra. Os vírus das bactérias são
chamados bacteriófagos, ou simplesmente fagos.
Cada vírus é formado basicamente por duas partes:
a) Uma porção central que leva a informação genética, isto é, um genoma
constituído de ácido ribonucléico ou desoxirribonucléico, no qual estão contidas,
em código, todas as informações necessárias para a produção de outros vírus
iguais;
b) Uma porção periférica, constituída de proteínas, que protege o genoma, pos-
sibilita ao vírus identificar as células que ele pode parasitar e, em certos vírus,
facilita a penetração nas células. Alguns vírus contêm ácido ribonucléico (RNA),
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enquanto outros contêm ácido desoxirribonucléico (DNA). Os dois tipos de


ácidos nucléicos jamais estão presentes no mesmo tipo de vírus.
Certos vírus maiores e mais complexos apresentam um invólucro lipoprotéico. A
parte lipídica desse invólucro origina-se das membranas celulares. Mas as proteínas
(glicoproteínas) são de natureza viral, isto é, são codificadas pelo ácido nucléico do
vírus

3. CÉLULAS EUCARIONTES
Apresentam duas partes morfologicamente bem distintas: o Citoplasma e o
Núcleo, apresentando compartimentos que separam os diversos processos metabólicos,
que serão descritos a seguir.

3.1. MEMBRANA CELULAR


É a parte mais externa do citoplasma, que separa a célula do meio extracelular,
contribuindo para manter constante o meio intracelular, que é diferente do meio
extracelular.
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A Membrana celular engloba a célula, definindo seus limites, separa o meio


intracelular do extracelular e é o principal responsável pelo controle da saída e entrada
de substâncias da célula. Ela é constituída por duas camadas lipídicas fluidas e
contínuas onde estão inseridas moléculas protéicas, receptores específicos, que
confere o modelo mosaico fluido. Possui grande capacidade seletiva possibilitando
apenas a passagem de substâncias "úteis", buscando sempre o equilíbrio de cargas
elétricas e químicas.
As proteínas da membrana celular, ligadas á superfície da membrana têm as
funções de transporte atividade enzimática tradução de sinais, reconhecimento célula-
célula e ligação intercelular.
Tipos de Transportes:
a) Difusão passiva (CO2; O2): A difusão é um transporte passivo, sem gasto de
energia. Ocorre quando uma substância se difunde da solução mais concentrada para a
solução menos concentrada. Exemplo: captura do oxigênio por uma célula realizando a
respiração celular (oxigênio dissolvido se difunde para a célula através da membrana
plasmática).
As condições necessárias para que as partículas de uma substância entrem ou
saiam da célula por difusão são: a) a membrana deve ser permeável a essa substância e
deve haver diferença de concentração da substância dentro e fora da célula. Na difusão
sempre há deslocamento de átomos, partículas, moléculas e íons de um meio mais
concentrado para um meio menos concentrado.
b) Osmose (Líquidos através de membranas semipermeável): A água se movimenta
livremente através da membrana, sempre do local de menor concentração de soluto para
o de maior concentração, através da pressão osmótica.
A osmose não é influenciada pela natureza do soluto, mas pelo número de
partículas. Quando duas soluções contêm a mesma quantidade de partículas por unidade
de volume, mesmo que não sejam do mesmo tipo, exercem a mesma pressão osmótica e
são isotônicas. Caso sejam separadas por uma membrana, haverá fluxo de água nos dois
sentidos de modo proporcional. Quando se comparam soluções de concentrações
diferentes, a que possui mais soluto e, portanto, maior pressão osmótica é chamada
hipertônica, e a de menor concentração de soluto e menor pressão osmótica é
hipotônica. Separadas por uma membrana, há maior fluxo de água da solução
hipotônica para a hipertônica, até que as duas soluções se tornem isotônicas.
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b) Difusão facilitada: O transporte da maioria das moléculas e dos íons para


dentro e para fora da célula necessita da intermediação de proteínas presentes na
membrana da célula. Geralmente o deslocamento destas moléculas depende da
diferença de concentração entre elas. A difusão facilitada é chamada assim por
necessitar da ajuda das proteínas de transporte presentes na membrana. Ocorre sempre
de um meio mais concentrado para um meio menos concentrado. Moléculas de água por
exemplo entram para dentro da célula muitas vezes por difusão facilitada onde as
proteínas de membrana chamadas de aquaporinas facilitam a entrada da água para
dentro da célula.

3.2. ORGANELAS CELULARES


As organelas desenvolvem funções distintas, ente elas: Síntese de proteínas e o
seu transporte para dentro das membranas; metabolismo e movimento de lipídios;
detoxificação celular. As seguintes organelas estão presentes nos organismos superiores:

a) Retículo endoplasmático: É uma complexa rede de canais interligados. Além de


conduzir substâncias pelo citoplasma, é o local de produção de várias substâncias
importantes. Por exemplo, a síntese de diversos lipídios, como colesterol, fosfolipídios e
hormônios esteróides, ocorre no retículo endoplasmático granular. Já o retículo
endoplasmático granular, graças aos ribossomos, fabrica diversos tipos de proteínas. O
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retículo endoplasmático agranular também participa dos processos de desintoxicação


das células. No retículo agranular das células do fígado, por exemplo, ocorre
modificação ou destruição de diversas substâncias tóxicas, entre elas o álcool.
O RE pode ser de dois tipos: Rugoso e liso.
RE rugoso: (ergastoplasma), é formado por bolsas membranosas achatadas, com
grânulos – os ribossomos – aderido à superfície externa. Sua principal funçãoé a síntese
de proteínas, devido á presença dos ribossomos.
RE liso: é formado por tubos membranosos lisos, sem ribossomos aderidos. Suas
principais funções são: síntese de diversos lipídios, como o colesterol, hormônios
esteróides e fofolipídios, nele ocorre também o processo de desintoxicação das células.

b) Mitocôndrias: são organóides celulares – presentes nos eucariontes – delimitadas


por duas membranas lipoprotéicas. A membrana externa é lisa, e a interna apresenta
inúmeras pregas, chamadas cristas mitocondriais, que se projetam para o interior da
organela. Entre as cristas há uma solução chamada matriz mitocondrial. Essa solução
viscosa é formada por diversas enzimas, DNA, RNA, pequenos ribossomos e outras
substâncias. A mitocôndria é a organela onde ocorre a respiração celular.
A respiração celular é uma queima controlada de substâncias orgânicas, por
meio da qual a energia contida no alimento é gradualmente liberada e transferida ´para
molécula de ATP.
A estrutura da mitocôndria compreende: Corpúsculos elementares, Membrana
externa, DNA mitocondrial, Ribossomos, Matriz mitocondrial, Membrana interna,
Crista mitocondrial, Espaço intermembranoso

c) Complexo de Golgi: O aparelho de golgi está presente em praticamente todas as


células eucariontes, consistindo em bolsas membranosas achatadas, empilhadas como
pratos, chamadas Dictiossomos. Em células animais os dictiossomos geralmente
encontram-se reunidos próximo ao núcleo, já nas células vegetais, geralmente os
dictiossomos se encontram espalhados pelo citoplasma.
Atua como centro de armazenamento, transformação, empacotamento e remessa
de substâncias na célula, atua na secreção do ácido pancreátil, na produção de
polissacarídeos, na produção de lipídios, na secreção de enzimas digestivas, formação
da lamela média em células vegetais, formação do lisossomo e na formação do
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cromossomo do espermatozóide. Desempenha papel fundamental na eliminação de


substâncias úteis ao organismo, processo denominado secreção celular.

d) Lisossomos: São bolsas membranosas que contêm enzimas capazes de digerir


diversas substâncias orgânicas. Existem mais de cinqüenta tipos de enzimas hidrolíticas
(atuam por hidrólise) alojadas no interior das pequenas bolsas lisossômicas. Estão
presentes em praticamente todas as células eucariontes, sua origem é o Aparelho de
Golgi. O retículo endoplasmático rugoso produz enzimas que migram para os
dictiossomos (complexo de Golgi), são identificadas e enviadas para uma região
especial do Aparelho de Golgi, onde são empacotadas e liberadas na forma de pequenas
bolsas.
Uma das funções dos lisossomos é a digestão intracelular. Com a digestão
intracelular as partículas capturadas pelas células são quebradas em pequenas moléculas
que atravessam a membrana do vacúolo digestivo, passando pelo citosol. Estas
moléculas fornecem energia à célula e serão utilizadas na fabricação de novas
substâncias. Os materiais não digeridos no processo digestivo permanecem dentro do
vacúolo, que passa a ser chamado vacúolo residual, sendo eliminado, por muitas células,
para o meio exterior. O vacúolo residual encosta-se à membrana plasmática, fundindo-
se nela e lançando seu conteúdo para o meio externo.
Outra função do lisossomo é a autofagia, processo pelo qual as células digerem
partes de si mesmas, com o auxílio de seus lisossomos. A autofagia é uma atividade
puramente alimentar. Quando um organismo é privado de alimento e as reservas de seu
corpo se esgotam, as células passam a digerir partes de si mesma, como estratégia de
sobrevivência. A autofagia permite destruir organelas celulares desgastadas e
reaproveitar alguns de seus componentes. Este processo inicia-se com os lisossomos,
que se aproximam, cercam e envolvem a estrutura a ser eliminada, que fica contida em
uma bolsa repleta de enzimas, denominado vacúolo autofágico. Além das funções
citadas acima, os lisossomos têm como função a citólise ou autólise, que o processo
pelo qual a célula toda é digerida. Isto acontece com a cauda do girino, na sua
transformação para a fase adulta.

e) Peroxissomos: são bolsas membranosas que contêm alguns tipos de enzimas


digestivas, semelhantes aos lisossomos, como a catalase, que transforma o H2O2 (água
oxigenada, formada na degradação dos aminoácidos e das gorduras) em H2O (água) e
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O2 (oxigênio), e outras, em menor quantidade,   que degradam gorduras e aminoácidos.


Atuam no processo de desintoxicação das células (absorvem substâncias tóxicas,
modificando-as de modo a que não causem danos ao organismo). Alem da digestão, eles
participem da desintoxicação da célula. O peróxido de hidrogênio, que se forma
normalmente durante o metabolismo celular, é tóxico e deve ser rapidamente eliminado.

f) Ribossomos: Presentes em todos os seres vivos são grãos formados por ácido
ribonucléico (RNA) e proteínas. Nas células eucarióticas, podem aparecer livres no
hialoplasma ou associados a membrana do retículo (RE rugoso). É nos ribossomos que
ocorre a síntese das proteínas, através da união entre aminoácidos, sendo o mecanismo
controlado pelo RNA. Este é produzido no núcleo da célula, sob o comando do DNA. O
RNA, apoiado num grupo de ribossomos chamado polirribossomo ou polissoma,
comanda a seqüência de aminoácidos da proteína. Durante esse trabalho, os ribossomos
vão "deslizando" pela molécula de RNA, à medida que a proteína vai sendo fabricada.

g) Citoesqueleto
O citoesqueleto desempenha um papel mecânico de suporte, mantendo a forma
celular e a posição dos componentes e organelas, sendo responsável também pelos
movimentos celulares (contração muscular, formação de pseudópodes, deslocamento
intracelular de ribossomos, organelas, cromossomos vesículas e grânulos diversos.
Os principais elementos do citoesqueleto são:
- Microtúbulos: proporcionam o movimento dos cílios e flagelos e estão presentes no
deslocamento dos cromossomos (mitose) bem como estabelecimento e manutenção da
forma das células.
- Filamentos de Actina: possibilita a mudança de tamanho dos filamentos de actina.
Frequentemente se agregam para formarem feixes mais grossos.
- Filamentos de Miosina
- Filamentos intermediários: são mais estáveis por isso participam nas funções
estruturais. Freqüentes em células que sofrem atrito
Dentre estes componentes apenas os filamentos intermediários são estáveis exercendo
somente papel de sustentação.

4.0 NÚCLEO
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Controla todas as atividades celulares. Representa o centro de coordenação


celular. É no DNA do núcleo que estão localizados a maioria dos genes, depositários da
informação genética que são responsáveis pela atividade celular. Tais informações são
transmitidas ao citoplasma através do RNA-mensageiro, que é sintetizado por enzimas
tendo como molde o DNA (cromatina), onde irá regular atravês dos ribossomos toda a
síntese de proteínas específicas (estruturais e enzimáticas), responsáveis pela arquitetura
e fisiologia celulares.
A maioria das células é uninucleada (apenas um núcleo), mas existem células
binucleadas (dois núcleos), como as hepáticas e cartilaginosas, e plurinucleadas (mais
de dois núcleos), como as musculares estriadas.
4.1. Carioteca: A membrana nuclear constitui um envoltório que engloba o suco
nuclear, e onde estão imersos a cromatina e o nucléolo. Esta menbrana é uma
diferenciação local do retículo endoplasmático e se caracteriza pela alta quantidade de
poros. Através dos poros são realizadas trocas entre o núcleo e o citoplasma. A
quantidade de poros varia de acordo com o estágio funcional da célula. A membrana
apresenta-se constituída de duas lãminas: a interna, que envolve o nucleoplasma e a
externa que vive em contato com o hialoplasma e possui ribossomos. Entre as duas
menbranas situa-se uma cavidade chamado espaço perinuclear. Quimicamente a
carioteca possui a mesma composição do plasmalema e retículo endoplasmático que é
basicamente proteínas e fosfolipídeos.
4.2. Cromatina: é constituída por ácido desoxirribonucléico (DNA) associado a
proteínas. As células eucariontes contêm uma quantidade muito maior de DNA, que
apresenta grande complexidade, estando associado a diversas proteínas como as
histonas. As proteínas têm importante papel nas funções e na organização do DNA,
tanto no núcleo interfásico, isto é, que não está em mitose, como na condensação dos
cromossomos na divisão celular.
4.3. Nucléolo: Síntese de RNA-ribossômico, principal constituinte dos ribossomos.
4.4. Cromossomos: entidades portadoras da informação genética
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5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS

JUNQUEIRA, L. C. Biologia Celular e Molecular. 7ª Ed. Guanabara koogan S.A. Rio


de Janeiro, 2000.

SOBOTTA, Atlas de histologia: Citologia, histologia e anatomia microscópica, 7ª Ed.


Editoria de Ulrich Welsch; [traduzido por Marcelo Sampaio Narciso]. – Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2007.

http://www.educarchile.cl/Portal.Base/Web/VerContenido.aspx?GUID=59e07ec2-11c7-
450a-ab7b-0922a592a15c&ID=133106, acesso em 12/09/2010

http://www.ufv.br/dbg/labgen/celulas.html

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