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Passos

DesComPassos
Essa bagunça, essa farsa começou agora e aqui,
mas poderia ter começado em qualquer lugar.
Falo por ironia cada letra, cada palavra, para
cada infeliz leitor e lhe desejo o
arrependimento, para ter feito algo melhor que
ficar bisbilhotando a vida alheia.
Sem saber por onde começar, sem ter o
que fazer, A. lembrou de um antigo dado, um
verdadeiro amuleto da sua infância. O dado
estava amarelado, não era velho, mas também
não era novo, tinha a idade próxima do seu
próprio dono.

Começou então uma brincadeira


inocente, tão inocente que as lembranças o
levavam para sua infância e enquanto estava
em plena nostalgia se sentia criança novamente,
mesmo que já não lhe restasse nenhum espaço
no rosto para nascer mais um fio de barba,
como já lhe era característico.

O antigo dado foi arremessado para o


alto, bateu no teto velho da casa, rodopiou,
girou e dançou no ar, A. estava enfeitiçado com
tudo e olhava com toda atenção o dado caindo.
Ao chegar o chão cambaleou, foi para um lado,
mas parecia querer ir para o outro, lembrava
seu pai chegando da boemia.

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