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Belém está soterrada por grande lixão

Edição de 28/02/2010

SUJEIRA - Cidade produz 900 toneladas de lixo por dia e grande parte é jogada na rua
Pedro Paulo Blanco

Especial para O Liberal

Belém tem hoje dois lixões. Um deles, o legalizado, é o Aterro Sanitário do Aurá, que
fica no município de Ananindeua, mas numa área que pertence a Belém, na região
metropolitana. O segundo - mais do que ilegal, imoral - está espalhado pelas ruas,
esgotos, canais, matagais e terrenos baldios da capital, onde todo tipo de entulho e
resíduo orgânico ou inorgânico é despejado por uma legião de moradores que tratam
o lixo produzido dentro de suas próprias casas como uma doença contagiosa ou
algum tipo de ameaça iminente para a família.

Desde setembro do ano passado, quando a Secretaria Municipal de Saneamento


(Sesan) retomou os trabalhos da operação Inverno, que consiste na limpeza de valas
e esgotos e na desobstrução dos canais que cortam a cidade, 50 mil toneladas de
lixo despejadas irregularmente foram recolhidas pelas equipes do órgão municipal.
Fora isso, Belém produz 900 toneladas de lixo domiciliar por dia - o que resulta em
27 mil toneladas por mês. Todo esse material é despejado no Lixão do Aurá, que
também recebe os resíduos produzidos pelos municípios de Ananindeua e Marituba.

Atualmente, a coleta regular de lixo domiciliar consegue cobrir cerca de 95% dos
domicílios da capital. Nem mesmo isso, porém, evita que o despejo clandestino de
entulho, sobretudo às margens e dentro dos quase 100 quilômetros de canais que
atravessam a cidade, crie transtornos que vão muito além do mau cheiro ou da
poluição visual. A coordenadora de Projetos Ambientais da Sesan, Elvira Pinheiro,
acredita que é preciso mudar a mentalidade. 'Você tem, por exemplo, o vendedor de
frango da feira que não suporta o odor das partes orgânicas do animal que ele
mesmo corta e vende. Se precipita e, numa atitude errada, joga tudo no canal ou na
vala. Isso é descabido e contraditório'.

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