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Murphy
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http://danielgasnie
Princípio N° 1: Murphy existe. Murphy está em toda parte. Depois que nos
apresentam este sujeito e sua lei, é fácil de percebê-lo na espreita, pois nos
processos logísticos coisas que deveriam funcionar bem ocasionalmente ou
freqüentemente dão errado. Fornecedores atrasam, máquinas quebram,
pessoas adoecem e computadores travam. Existe uma aleatoriedade inerente
nestes processos, denominada incerteza, a qual apelidamos aqui
carinhosamente de “Murphy”.
Cabe aqui uma estória comentada por Peter Bernstein em “O Desafio aos
Deuses”, sobre um professor de estatística que sempre permanecia em casa,
quando Moscou estava sendo bombardeada, ao invés de descer aos abrigos
antiaéreos. Assim ele justificava sua decisão: “Não me darei ao trabalho de ir
ao abrigo, pois existem sete milhões de habitantes em Moscou. Então,
considerando as probabilidades, porque seria justamente eu a ser atingido
pelas bombas?”. Certa vez, no entanto, quando soaram os alertas, ele foi um
dos primeiros a se dirigir ao abrigo. Foi quando lhe perguntaram o que havia
ocorrido para que ele mudasse de opinião. Sua explicação foi a seguinte: “-
Existem sete milhões de habitantes em Moscou e apenas um elefante no
jardim zoológico. Ontem à noite, acertaram o elefante!”.
Riscos e surpresas
A diferença entre ambos é sutil, mas importante. Risco é um evento com
conseqüências negativas que tem uma chance de ocorrer. No gerenciamento
de riscos procuramos identificar aquilo que pode ocorrer de indesejado, para
providenciar medidas preventivas e contingenciais. No entanto, se deixarmos
de ser suficientemente cuidadosos no planejamento, podemos nos deparar
com surpresas ou imprevistos, que são eventos que não haviam sido
previamente identificados. Aqui a lição é de que devemos respeitar o Murphy,
pois ele não perdoa quem o ignora.
Principio N° 5: Murphy pode ser seu amigo. Se não pode vencê-lo, junte-se a
ele. Procure conhecer o Murphy e perceberá que ele pode não ser tão
imprevisível quanto parece. Costumo afirmar que existem Murphys bons,
Murphys maus, grandes e pequenos. Alguns são realmente ameaçadores, mas
a maioria é menos perigosa do que aparenta. Ele apenas gosta de se
esconder, mas raramente é de fato invisível.
Enfim, ao afirmar estes cinco “princípios”, pode até parecer que não gostamos
do Murphy, mas esta conclusão será um grande equivoco. Gostamos dele por
várias razões, entre as quais:
• Desafio: Murphy é quem coloca um pouco mais de tempero e de graça
na nossa vida. Se não concorda, imagine como seria qualquer jogo de
dados onde todas as faces dos dados fossem seis. Qual seria a graça
do jogo?
• Oportunidade: Murphy é seu amigo, e você pode ser amigo dele (os
profissionais de seguros que o digam). Valendo-se das compensações e
outras estratégias, o Murphy pode até lhe deixar rico.
Por outro lado, enfim, a vida é um exercício de riscos, portanto, quando algum
Murphy lhe atingir, procure não levar o revés tão a sério e evite se estressar
tanto.... Não planejamos para acertar sempre, mas apenas para aumentar
nossas chances, de maneira que não há como ter 100% de sucesso em todas
as nossas empreitadas. Naturalmente, existe uma dose saudável de riscos
para cada empresa e cada pessoa, de forma que alguns são mais arrojados e
outros mais conservadores. O fato é que você se mantém em forma arriscando
pois, no final das contas, nós nos arrependeremos mais daquilo que deixarmos
de fazer do que daquilo que fizermos errado.
Então, de que forma você poderia arriscar um pouco mais hoje?