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Apont Economia A - 10.º - U3
Apont Economia A - 10.º - U3
º ANO
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A classificação mais divulgada é a do economista Colin Clark, que apresenta a actividade económica
dividida em três sectores:
• Sector primário – inclui todas as actividades que permitem extrair produtos da Natureza.
Incluem-se neste sector a agricultura, a silvicultura, a pecuária, a pesca e as indústrias
extractivas;
• Sector secundário – agrupa todas as indústrias transformadoras, isto é, as actividades que
transformam as matérias-primas fornecidas pelo sector primário em produtos aptos à satisfação
das necessidades.
É usual distinguirem-se: indústrias ligeiras – onde predomina usualmente o factor trabalho.
Exemplo: indústrias alimentares e indústrias pesadas – quando predomina o factor capital.
Exemplo: indústrias metalúrgicas;
• Sector terciário – inclui todas as actividades que não cabem nos outros dois sectores,
abrangendo todos os serviços.
Jean Fourastié, economista francês, integrou todas as indústrias extractivas no conjunto das
indústrias, ou seja, no sector secundário. Com esta alteração vulgarizou-se a designação do sector
agrícola, do sector industrial e do sector dos serviços.
Hoje, fala-se em sector quaternário para englobar o conjunto dos serviços ligados à informática e
internet.
Os recursos naturais não renováveis são bens escassos que não chegam para as necessidades
ilimitadas da população humana.
O grau de escassez dos recursos naturais está associado à capacidade da sociedade os aproveitar.
Pois, os recursos hoje indisponíveis ou próximo do seu esgotamento podem, através da inovação
tecnológica, transformar-se em recursos relativamente abundantes.
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O factor trabalho num país é constituído pela população com condições para participar no processo
produtivo.
As alterações na legislação e a situação política e económica do país provocam modificações na
constituição da população activa. Factores como as taxas de natalidade, de mortalidade, as migrações,
a idade da reforma, o nível de escolaridade obrigatória e a idade mínima para entrar no mercado de
trabalho alteram os valores da população activa de um país
A taxa de actividade dá a conhecer a relação percentual entre a população activa e a população total
anual.
O desemprego em Portugal e na UE tem atingido fortemente os jovens dos 15 aos 24 anos. A taxa de
desemprego dos jovens tem sido superior aos valores da taxa de desemprego total, contribuindo para
esta tendência o desemprego dos jovens licenciados.
Idêntico comportamento tem registado a taxa de desemprego das mulheres comparativamente com a
dos homens.
O desemprego distribui-se de forma irregular, sendo o Norte e o Litoral Norte as regiões do País mais
atingidas pelo desemprego.
Uma das formas de combate ao desemprego implementadas pela UE tem sido a formação profissional
dos jovens e dos desempregados de longa duração.
A evolução do emprego tem uma relação estreita com a tecnologia utilizada. Deste modo, as
alterações de natureza tecnológica que o mundo tem conhecido nos últimos anos tem levado a
alterações também ao nível do emprego.
O desenvolvimento tecnológico e a crescente especialização do trabalho contribuíram para uma maior
eficiência do trabalho. As recentes inovações tecnológicas, nomeadamente ao nível informático, têm
provocado grandes alterações ao nível das condições de trabalho e da sua própria organização. Isto
porque o processo de produção passou a dispensar, muitas vezes, a intervenção directa do Homem.
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A utilização dos computadores permite a obtenção de algumas vantagens: uma maior rapidez de
execução; uma melhor qualidade do produto; uma redução dos custos de produção.
Concluindo, a introdução das novas tecnologias conduz à destruição de muitos postos de
trabalho e até a extinção de algumas profissões, mas, ao mesmo tempo, permite a criação de
emprego mais exigente.
Cada vez mais as empresas utilizam novos equipamentos e novos métodos de produção. Ora, esta
situação vai incidir sobre o emprego, já que, por um lado, reduz o número de trabalhadores, mas, por
outro lado, dispensa trabalhadores para outras actividades.
Esta passagem dos trabalhadores para outras tarefas pode originar uma situação de “desemprego
temporário”, de natureza tecnológica da população empregada. O “trabalhador substituído” pode ser
encaminhado para outras tarefas, se o mercado de trabalho precisar dele e se ele for capaz de se
adaptar às suas novas funções.
Deste modo, o desenvolvimento das tecnologias tem efeitos profundos no emprego, pois pode
levar ao desemprego um conjunto significativo de trabalhadores.
Na análise económica do desemprego, podem verificar-se os seguintes tipos de desemprego:
• Desemprego tecnológico – é o desemprego resultante da evolução das tecnologias. Os
trabalhadores sem formação profissional, não são capazes de se adaptarem às novas
tecnologias e podem engrossar as fileiras do desemprego.
• Desemprego longa duração – é o desemprego que resulta do enfraquecimento da actividade
económica e que pode levar à falência de empresas. Em Portugal são considerados
desempregados de longa duração, os que procuram emprego há mais de um ano.
• Desemprego repetitivo – é o desemprego que resulta das alterações da procura dos bens e
serviços. É o caso de certas actividades agrícolas, como as vindimas, em que aumenta o
emprego na altura das vindimas, diminuindo nos outros períodos.
A evolução tecnológica tem vindo a acontecer de forma tão rápida que comprar, hoje, um computador
é ter bem presente que, amanhã, ele estará tecnologicamente ultrapassado.
A rapidez do desenvolvimento das tecnologias exige que o trabalhador esteja actualizado e em
contínua formação. O trabalhador tem de assumir uma atitude de pesquisa e de actualização constante
dos seus conhecimentos.
Esta atitude do trabalhador é, hoje em dia, uma competência avaliada, pelo empregador, no momento
da sua admissão.
Neste sentido, a educação formal, adquirida nas escolas, é encarada como uma formação inicial.
Depois, no local de trabalho, essa formação é completada, a fim de o tornar apto às exigências do
trabalho que vai desenvolver. Espera-se que o trabalhador seja um elemento activo na aprendizagem,
que esteja disponível para frequentar acções de formação e que não assuma um comportamento
passivo, desinteressado e desmotivado pela inovação e pelas novas tecnologias.
Distinguem-se, assim, dois tipos de qualificações:
• Qualificação individual – preparação adquirida para o desempenho de um conjunto de
tarefas;
• Qualificação profissional – formação especializada adquirida, no local de trabalho, para o
exercício da sua profissão.
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No entanto, não é possível substituir todos os factores de produção no mesmo período de tempo.
Existem factores de produção que dificilmente podem ser substituídos a curto prazo. Por exemplo, as
instalações da empresa, as suas máquinas (o capital fixo) não podem substituir-se de um dia para o
outro.
Representando graficamente a função de produção num sistema de eixos e assumindo que a
quantidade produzida varia apenas em função das quantidades do factor trabalho e do factor capital
utilizadas no processo produtivo, constata-se que as isoquantas (curvas que representam a mesma
quantidade de produção, a partir de diferentes combinações dos factores de produção ) têm
inclinação negativa, devido à substituibilidade dos factores de produção. Isto significa que à
medida que se reduz a utilização do capital, maiores quantidades do factor trabalho serão necessárias
para obter o mesmo nível de produção.
Como a escolha das quantidades produzidas depende dos custos de produção, construída a curva de
isocustos (curva constituída por todos os pontos que representam igual custo de produção para
diferentes combinações dos factores de produção), o empresário pode decidir qual a quantidade de
produção que tem menores custos de produção.
Logo, a escolha da empresa vai incidir na máxima quantidade de produção que pode obter com
o menor custo possível.
Quando a empresa utiliza no processo produtivo maiores quantidades de capital do que do factor
trabalho, diz-se que utiliza uma técnica de produção capital-intensiva. Quando se verifica o oposto,
diz-se que utiliza uma técnica de produção trabalho-intensiva.
As empresas precisam de escolher a combinação dos factores de produção que lhes permita serem
mais eficientes no mercado. A eficiência da combinação dos factores de produção mede-se através da
produtividade.
A produtividade é a relação entre a produção obtida e os factores de produção utilizados no
processo produtivo, num determinado período de tempo.
As empresas procuram melhorar a sua produtividade, isto é, obter ganhos de produtividade através da
combinação mais eficiente dos factores de produção.
Aumentar a produtividade significa:
• Produzir mais com a mesma quantidade de factores de produção;
• Produzir o mesmo, com menor quantidade de factores produtivos.
A produtividade da empresa depende da organização do trabalho, do progresso técnico, da
qualificação profissional dos trabalhadores e da sua motivação.
A produtividade pode ser avaliada de diferentes maneiras:
• Por trabalhador;
• Por capital;
• Por recurso natural.
Pode calcular-se a produtividade média dos factores de produção em termos físicos e monetários.
A produtividade média do trabalho, em termos físicos é dada pela relação entre a quantidade da
produção obtida e o número de trabalhadores utilizados.
A produtividade média do trabalho, em termos monetários é dada pela relação entre o valor da
produção obtida e o valor do factor trabalho utilizado.
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A produtividade média do capital, em termos físicos é dada pela relação entre a quantidade do
produto obtido e a quantidade de capital técnico utilizado. E em termos monetários pela relação entre
o valor da produção obtida e o valor do capital técnico utilizado.
A produtividade total é dada pela relação entre o valor total da produção e o valor total dos
recursos utilizados (trabalho e capital) no processo produtivo.
O estudo da produtividade pode, também, ser feito para calcular o acréscimo, nas quantidades
produzidas, que uma empresa obtém sempre que acrescenta uma unidade de um dos factores de
produção (trabalho ou capital).
O empresário tem de avaliar a eficiência da utilização de mais máquinas ou de mais mão-de-obra, no
processo produtivo.
Assim, a produtividade marginal de um factor é o acréscimo de produção resultante da
utilização de mais 1 unidade do factor de produção, mantendo-se constantes as quantidades
utilizadas dos outros factores.
Numa análise de curto prazo, no cálculo da produtividade marginal apenas varia um dos factores
produtivos, por exemplo, o trabalho, mantendo-se todos os outros factores de produção constantes.
Na produção dos bens, as empresas podem reduzir ou aumentar a utilização do factor trabalho para
responder à variação da procura.
Constata-se, então, que à medida que a empresa emprega um maior número de trabalhadores
(mantendo o capital fixo), a quantidade de produção inicialmente aumenta rapidamente, mas a partir
de certa altura, o emprego de mais mão-de-obra faz com que a produção aumente cada vez menos,
podendo deixar de aumentar e até diminuir.
Este comportamento da produtividade marginal designa-se por lei dos rendimentos decrescentes que
estabelece que adicionando unidades sucessivas de um factor de produção, mantendo-se o outro
constante, os aumentos de produção a partir de certo ponto são cada vez menores. Ou seja, a partir de
certo momento, a produtividade marginal desse factor torna-se decrescente.