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2.

NÓS E VOLTAS
É de extrema importância o conhecimento de alguns nós, como executá-los e, também,
aonde aplicá-los. Lembre-se que um nó, provavelmente, será desatado após o emprego. Não
ficará nada bem, aplicarmos um nó que não consigamos desatar após sua utilização.
Dos diversos nós existentes, alguns são mais, comumente, usados no serviço de
Bombeiros.

2.1. Nós na Extremidade de um Cabo


2.1.1. Nó Simples
Usado para evitar que a extremidade de um
cabo se distorça, para formar um botão ou ainda, como
parte de outro nó.
Feitura: Formar um anel perto da extremidade
do cabo e passar o chicote por dentro do anel, puxando-
o para apertar o nó.

2.1.2. Nó de Frade
Usado para evitar que a extremidade de um
cabo escape de uma amarração ou de um anel. É,
comumente, usado em operação com fateixa ou em
escada de cordas.
Feitura: Formar um anel com o firme do cabo,
passar o chicote em volta e por trás do firme e introduzí-lo
no anel de cima para baixo. Puxar a extremidade do chicote para apertar o nó.

2.1.3. Nó Direito
É empregado para unir cordas do mesmo diâmetro.

2.1.4. Nó Torto
Assemelha-se à feitura do nó direito, deferenciado por não ficarem, na última fase, os
chicotes paralelos aos seus firmes.
OBS.: Apresentam dificuldades no desatamento, após operação, não devendo ser utilizado.

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2.1.5. Nó de Escota Simples
É empregado para unir cordas de diâmetros diferentes.

2.1.6. Nó de Escota Duplo


O duplo é o de escota simples com mais uma volta do chicote, fornecendo maior segurança.

2.1.7. Nó de Aboço
Utilizado para cargas pesadas e para unir amarras grossas ou cabos pesados. Ele
não aperta sob a ação de uma carga pesada.
Feitura: Formar um anel num cabo, passar o chicote do outro cabo por baixo do firme
e por cima do chicote do cabo em que se formou o anel. Então, passar o chicote por baixo
de um lado fora do anel, por dentro do anel, por cima do firme do seu próprio cabo, para
baixo atravessando o anel e por baixo do outro lado do anel.

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2.2. Nós Alceados
2.2.1. Nó de Cabrestante ou "Lais de Guia"
Serve para fazer uma alça, que não aperta
quando submetida a esforço e fácil de desatar.
Usado, comumente, em salvamento de pessoas,
é cognominado na Corporação como "Nó de
Salvação".

2.2.2. Nó de Cabrestante Duplo


Serve para formar uma "cadeira" improvisada, para descida ou subida de vítimas e,
ainda, em trabalhos onde o operador ficará suspenso. Para esta última aplicação deve-se usar
uma tábua com encaixe à guisa de banco.
Feitura: Para fazer o nó de
cabrestante duplo, dobrar o chicote sobre
o firme do cabo numa extensão de cerca
de três metros. Usando a alça assim
formada com o novo chicote, fazer um
nó de cabrestante, tal como ilustrado na
figura. Usa-se a alça do novo chicote
para suportar as costas, e as duas alças
restantes para suportar as pernas.

2.2.3. Nó de Azelha
Empregado, normalmente, para dar tensão às cordas, na
segurança, durante a transposição de obstáculos ou onde haja necessidade
de uma alça que não corra num cabo.

2.2.4. Nó Balso pelo Seio


Empregado para fazer uma alça em qualquer ponto de um cabo ou, ainda, uma "cadeira"
tal como no nó de cabrestante
duplo com exeção da alça
para as costas do usuário.
Fácil de desatar e não cede.

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2.2.5. Volta do Fiel ou Nó de Barqueiro
Empregado para fixar uma corda no ponto de amarração.

2.2.6. Nó de Catau
É empregado para diminuir o comprimento ou para isolar um
trecho coçado de uma corda.

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3. APARELHOS E TÉCNICAS DE DESCIDA EM CORDAS
São utilizados diferentes equipamentos, e para cada qual uma técnica específica para
descida no plano vertical.
Considerando-se dois aspectos fundamentais: o ponto de ancoragem e o meio de descida,
podemos utilizar uma gama de nós, cada um visando diferentes particularidades, mais tendo o
mesmo objetivo final. Esta atividade é realizada com uma corda de fibra sintética ( Nylon )
trançada de 10 a 12 mm de diâmetro, sendo usado um aparelho de descida ( trava de salvação,
aparelho oito, etc).

3.1. Aparelhos e Equipamentos de Descida


3.1.1. Cinto Cadeira
Feito de nylon de elevada resistência, possuindo alças
para as pernas com fechos de engate e de desarme rápido.

3.1.2. Trava de Salvação


Peça construída em latão
ou bronze naval, possui a
finalidade de proporcionar uma velocidade, relativamente, baixa e
constante; quando da sua utilização em cabos de nylon sêda e poliéster
pré-estirado de 10 mm.

3.1.3. Mosquetão (Mola de Segurança)


Atuam como sistema de segurança com engate rápido,
servem ainda como freios de descida. Os mais recentes são de
liga de duralumínio (de alta resistência a grandes esforços de
tração), podem vir a possuir resistência de 600 kgf a 2300 kgf
no sentido transversal e de 1200 kgf a 5000 kgf no sentido
longitudinal.

3.1.4. Aparelho Oito


Utilizado em cabos de diâmetro entre 10 e 16 mm,
como o próprio nome sugere, possui o formato de um oito,
constituído geralmente, em liga leve, possuindo tamanhos
variados, o que proporciona velocidades variadas.

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3.1.5. Aparelho Davy ou Liberator
Consiste de um tambor metálico, contendo em seu interior duas
sapatas que se expandem em direção à parede deste, por onde passa
um cabo de aço (revestido, externamente, por nylon sêda) e unida nas
extremidades (fechado), dentro do limite de operação de 150 kgf. Quanto
maior o peso, menor será a velocidade.

3.1.6. Cabo para Descida (Corda)


Quando utilizada para descida usando-se aparelhos, a corda deve ter as seguintes
características: leveza, boa flexibilidade, boa elasticidade, elevada carga de ruptura (1400 a 2000
kgf), resistência ao atrito e diâmetro de 10 a 12 mm.

3.1.7. Luva de Vaqueta


São necessárias nas operações de descida, pois evitam queimaduras nas mãos, devido
ao atrito da corda com estas.

3.2. Técnica de Descida com Aparelho "Três"


Técnica utilizada, quando deseja-se executar descidas no plano vertical nos diversos
serviços de salvamento. O Aparelho "Três" é composto de: cinto cadeira, trava de salvação e
mola de segurança.
Depois de fazer a amarração de ancoragem, executar a colocação do cinto cadeira passando-
se as alças por trás das coxas e predendo os olhais das mesmas, nos fechos, na parte da frente;
colocar a mola de segurança no olhal da frente do cinto. Em seguida colocar a corda na trava de
salvação, encaixando o olhal desta à mola de segurança, já presa ao cinto cadeira. Passar para
fora da sacada e tomar a posição inicial para o começo da descida, segurando a corda com a mão
direita próximo a coxa. Flexione as pernas e estique-as empurrando o corpo para trás, de forna a
fazer um pêndulo, e com a mão do freio (direita) vá liberando a corda para ir descendo. Quanto
mais corda liberar, neste movimento, mais rápido será a descida.

3.3. Técnica de Descida com Aparelho Oito


Essa técnica é a mesma utilizada na descida com o Aparelho "Três", porém a trava de
salvação é substituída pelo aparelho oito. Deve-se atentar para forma correta de colocar a corda
no aparelho oito.

3.4. Técnica de Descida de Rappel


Quando for realizar a descida de uma encosta de declive moderado ou pequenas descidas,
o bombeiro poderá empregar a técnica denominada "Rappel", que consiste na utilização de uma
corda, previamente, ancorada na parte superior do obstáculo.

3.4.1. Rappel Improvisado ou Rápido


Com a frente voltada para o ponto de amarração, passar a corda por baixo das axilas, de
tal forma que o chicote seja empunhado pelo mão de frenagem. A outra mão segura o firme da

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corda e proporciona direção durante a descida.
Para a descida, caminhar lateralmente sobre o declive. Quando necessário frear, levar a
mão de frenagem à frente do corpo e, simultaneamente, voltar-se na direção do firme da corda.

3.4.2. Rappel em S ou de Corpo (Clássico ou em Oito)


Com a frente voltada para o ponto de amarração, passar a corda entre as pernas,
envolvendo uma das coxas; levá-la ao ombro oposto, passando à frente do peito; empunhar o
chicote da corda com a mão de frenagem, que a do mesmo lado da perna envolvida; a outra mão
segura o firme da corda e proporciona direção e equilíbrio durante a descida.
Para a descida, a frente deve estar ligeiramente voltada para um lado, com a mão de
frenagem sempre abaixo; os pés devem manter, entre si, um ângulo de 90 º; as pernas devem ser
ligeiramente flexionadas e separadas para dar estabilidade lateral, sendo que a envolvida pela
corda deve, sempre, estar abaixo da outra; as costas devem permanecer retas, a fim de reduzir
a fricção desnecessária.
A descida será executada por saltos ou caminhada.

3.5. Técnica de Descida com Aparelho Davy ou Liberator


Essa técnica é utilizada para descida de vítimas, sendo sua aplicação feita com um ponto
de ancoragem do lado de fora da janela, na extremidade da AEM ou um outro ponto favorável a
descida.
Coloca-se o cinto na vítima, o qual encontra-se preso ao cabo de aço próximo ao aparelho,
e inicia-se a descida. Pode-se colocar outro cinto no outro extremo do cabo de aço, pois a medida
que a vítima desce o outro cinto sobe. Quando a operação de descida termina, o cinto do lado
oposto estará no ponto exato de descida no andar do salvamento, em um sistema contínuo de vai-
e-vem.

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