E TUDO O VENTO LEVOU

Crónicas

António Góis

Da Vida Privada Dos Governos

Na mesma semana em que a justiça Britânica decidiu extraditar Julian
Assange, o expresso começou a publicar alguns dos documentos que a
WikiLeaks detinha sobre Portugal.

Se o que a WikiLeaks faz não é jornalismo, o assunto já foi largamente

discutido, o mesmo já não se poderá dizer do trabalho que os jornais The
Guardian, The New York Times, El Pais ou Expresso, no caso Português,
fazem a partir dos documentos divulgados. Para já não dizer que temas para
discussão nunca são demais num País onde os políticos nunca assumem
qualquer responsabilidade pelo que fazem ou dizem.

O Ministro da defesa Santos Silva veio ao terreno dizer

que não comenta documentos confidenciais, o que à
partida parece ser um contra senso, pois os
documentos segundo a lógica deixaram de ser
confidenciais a partir do momento em que foram divulgados pela
WikiLeaks.

Os documentos hoje divulgados versam quase todos sobre o Ministério da

Defesa, de como os militares Portugueses gostam de comprar brinquedos
caros, de que os dois submarinos não faziam qualquer falta, que o
ministério da defesa dispõe de 39 caças dos quais apenas 12 estão em
condições de voar, enfim, nada que o Português comum não saiba há muito
tempo, mas que para os responsáveis políticos é assunto Top Secret. Eu
diria mais… é assunto tabu. Tal como o negócio dos blindados que ainda
hoje não foram entregues.

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A verdade é que a WikiLeaks não inventa. Os documentos são entregues à
organização por alguém. É publico que um funcionário de uma base militar
Norte Americana entregou documentos secretos á organização. Como os
conseguiu? Fácil. Entrava todas as manhãs na base com auscultadores nos
ouvidos e um pequeno leitor de dvd á cintura saindo á tarde de igual forma.
O que os militares Norte Americanos não desconfiavam è que o dvd
entrava vazio e saia cheio de dados que acabariam nas mãos da WikiLeaks.