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c 



 


A sociedade internacional, ao contrário do que sucede com as comunidades nacionais organizadas
sob a forma de Estados, é descentralizada.

No plano interno, o Estado, segundo Max Weber, detém "o monopólio legítimo da coerção" física
ou moral para impor as suas vontades por meio da sua soberania.

No plano externo, o Estado não detém este poder soberano de impor as suas vontades. Assim, como
diz Thomas Hobbes, a anarquia domina as relações internacionais. Entretanto, isto não significa que
a realidade internacional seja um caos.

Como é que esse caos é controlado? Por meio da hierarquia entre os Estados em termos de
desenvolvimento econômico, social e tecnológico e pela balança do poder militar. Esses dois
elementos, portanto, transformaram a anarquia internacional em um sistema de Estados.

E como funciona o sistema de Estados? Por meio de normas jurídicas, isto é, por meio do DIP.

c
O DIP apareceu somente no séc. XVII como ciência autônoma e sistematizada por meio da Paz de
Westfalia (1648) - pôs termo à Guerra dos 30 Anos - que consagrou o princípio da igualdade
jurídica dos Estados.

  
Segundo Hildebrando Accioly, é o "conjunto de normas jurídicas que regulam as relações mútuas
dos Estados e, subsidiariamente, as das demais pessoas internacionais, como determinadas
organizações, e dos indivíduos".

!"#$
O estudo do fundamento do DIP busca explicar a sua obrigatoriedade. Duas principais correntes
explicacam a razão de ser do DIP:

#% #&'## para estes, a obrigatoriedade decorre da vontade dos próprios Estados,
ie, no seu consentimento.

(% # )# para estes, a obrigatoriedade decorre de razões acima da vontade dos
Estados, ie, no "pacta sunt servanda", princípio pelo qual o que foi pactuado deve ser cumprido.

* )+
*,   ##' - % ##' funda-se na razão humana e abrange os princípios de
justiça que devem governar as relações entre os povos

*,c   ) funda-se no acordo de vontades dos Estados. Subdivide-se em convencional e


costumeiro:

#% .)#' é o direito expresso, positivado, escrito. Ex.: Tratados Internacionais como a
Carta da ONU

(% .$ é o direito tácito, não positivado, não escrito.

Em termos gerais, o DIP se divide, como diz Hugo Grotius no seu livro ³Do Direito da Guerra e da
Paz´, em Direito de Paz e Direito de Guerra. Tudo o mais é subdivisão.
A divisão quanto ao âmbito de aplicação do DIP é:

#% /#' aplicação em toda a sociedade internacional; e,

(%  #'# aplicação limitada a certos membros da comunidade internacional. Ex.: DI
Americano.

0.'# #
0,   voltada às questões políticas, militares e econômicas dos Estados em seus
relacionamentos internacionais. Sua fonte pode ser encontrada no art. 38 do Estatuto da CIJ, a
saber:

a) Convenções internacionais;
b) Costume internacional;
c) Princípios gerais: solução pacífica de controvérsias, não intervenção em assuntos internos dos
Estado, auto-determinação dos povos e "pacta sunt servanda";
d) Jurisprudência e doutrina; e,
e) Questão "ex aequo et bono": a equidade no DIP é um meio que visa ao preenchimento de lacunas
do direito positivo.

0,c  ) voltada aos interesses dos particulares. Sua fonte é a legislação interna que tenha
conseqüências internacionais. Ex.: nacionalidade (proteção diplomática do Estado) e a condição
jurídica do estrangeiro (proteção judicial do Estado).

1 ##') ##


1,  . #'# o D. Internacional e o D. Interno de cada Estado são sistemas
rigorosamente independentes e distintos, de tal modo que a validade jurídica de uma norma interna
não se condiciona à sua sintonia com a ordem internacional. Enfatizam a diversidade das fontes das
normas jurídicas.
Ex.: O alemão Triepel e o italiano Anzilotti.

1,c.$# subdividido em duas correntes


a) preponderância do D. Internacional Os monistas internacionalistas voltam-se à perspectiva ideal
de que um dia se instaure a ordem única regulada pelas leis que regem a ordem internacional.
Ex.: Hans Kelsen, escritor da famosa obra "General Theory of Law and State", é o maior defensor
da supremacia do Direito Internacional.

b) preponderância do D. Interno. Os monistas nacionalistas dão relevo à soberania de cada Estado e


à descentralização da sociedade internacional. Dão culto à constituição. Ex.: pouquíssimos autores
se comprometeram com este monismo, salvo os ex-soviéticos. Contudo, vários países norteiam-se
nesta corrente - inclusive o Brasil - quando os seus tribunais enfrentam o problema do conflito entre
as normas do D. Internacional e do D. Interno.
Exceção: o artigo 98 do CTN prescreve que o tratado internacional prevalece sobre a lei tributária
interna.

Obs.: todas as correntes são criticáveis

2 $34# #'#


a) A importância do DIP é diretamente proporcional à globalização, ie, ao processo gradual
eliminação das barreiras econômicas concomitante com o aumento das trocas internacionais
(comércio) e da interação transnacional (investimento).
b) A finalidade do DIP é a manutenção da ordem jurídica entre os Estados com o fito de se manter
uma ordem internacional.

Hoje, no pós-guerra fria, esta finalidade é mais possível de ser colocada em prática devido à
existência de "polaridades indefinidas", como assevera o ministro das Relações Exteriores Celso
Lafer, ao contrário do que ocorria na guerra fria em que as polaridades eram bem definidas -
conhecimentos dos pólos de poder Leste/Oeste - e por causa disso a ordem internacional era
mantida por uma balança de poderes e pela hierarquia entre os Estados.

c) Contexto atual: globalização e a soberania dos Estados

- Princípio do ³Campo de futebol´, segundo o ex-secretário-geral da UNCTAD Rubens Ricupero

ë563
Há dois princípios do DIP:

#%63#7 )# entende-se como a relação que existe entre um fato e uma regra.

Tem importância no DIP como requisito para a validade de certos institutos que são usados pelas
Grandes Potências, pois somente elas dispõem de meios (força) para imporem tal efetividade. Ex.:
bloqueio e ocupação.

A efetividade é conseguida no DIP, porque a sociedade internacional é descentralizada.

(% 63 # 3# é a medida de ³igualdade´, que é obtida por ³reação´. Sua
finalidade é atingir um ³equilíbrio.´

89:
Os métodos para o estudo do DIP são três:

#% ) a partir do D. Natural, os autores deduziram as normas a serem aplicadas pelos


Estados nas suas relações externas;

(%) a partir dos fatos, os autores elaboraram normas jurídicas; e,

%9 concilia os dois métodos anteriores.

O melhor método é o misto, pois o dedutivo faz com que o jurista se afaste da realidade social. O
indutivo diminui o papel do jurista, que fica limitado a constatar o que existe, tirando-lhe a sua
função de construidor e renovador.

5 '#+$$##$
#% '6#³o direito só existe e os isntitulos legais só operam dentro de determiandos contextos
políticos.´

(% '#+## tem o mesmo interesse, ou seja, paz e cooperação internacional.

% .#' o D. Constitucional Internacional estuda as normas constitucionais que


produzem efeitos no âmbito internacional. Ex.: conclusão de tratados.

% .)' a LICC

% #' o D. Penal Internacional versa sobre a extradição, genocídio, entre outros.
% .$#' lida, por exemplo, com tratados comerciais, uniões aduaneiras.

;%  trabalha com nacionalidade, extradição, imunidades dos Estados/chefes de Estado/agentes
diplomáticos, reconhecimento de Estado e de governo etc.

 "
7<
 

.
Fontes do DIP constituem os modos pelos quais o Direito se manifesta, isto é, as maneiras pelas
quais surge a norma jurídica.

Difere-se do fundamento, pois este é de onde o Direito tira a obrigatoriedade.

c" #33)#
#%7'#)# acordo de vontades é a fonte do DIP, seja expresso (tratado), seja tácito
(costume).

(%7'#
(=)#

" $# ³num curso de água, encontraremos a sua nascente, ou seja, o local onde surge a
água´; e,

"$## ³diversos fatores como a composição do solo e a pluviosidade que fizeram com
que a água surgisse naquela região´.

,27##.>(fonte formal)
1 - A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe
forem submetidas, aplicará:

a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente
reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d) sob ressalva da disposição do art. 59(*), as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais
qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.

2 - A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão "ex aequo et
bono", se as partes com isto concordarem.

(*) A decisão da Corte só será obrigatória para as partes litigantes e a respeito do caso em questão.

!73 #
#%$#?# convenção, costume e princípios gerais

(%'#@#) significa que as fontes nascem constantemente

*#### (a ser estudado na próxima aula)

0.$##
#% #+

,7'$(=) repetição constante e uniforme de determinados atos durante certo período.
,7'$(=) convicção de obrigatoriedade; e,

Difere-se da cortesia internacional (Ex.: cerimonial), pois o costume acarreta a responsabilidade do


autor da violação enquanto a cortesia não, que é somente considerado um ato inamistoso.

(% 4# protesto. Visa evitar a formação do costume, o DIP visa proteger o costume do
país.

163/#
São pautas genéricas que orientam a compreensão do ordenamento jurídico e que são avaliados
conforme a sua importância

Difere-se da regra, que é ³tudo ou nada´.

Também distingue-se do Direito Natural, pois os Princípios Gerais fazem parte do Direito Positivo.

Ex.: solução pacífica de controvérsias, não intervenção em assuntos internos dos Estado, auto-
determinação dos povos e "pacta sunt servanda".

2 =A#-=3B#)
#% . jurisprudência é o pronunciamento uniforme, permanente e do mesmo modo pelo
Judiciário.

(% A jurisprudência internacional significa, tanto o conjunto de decisões arbitrais internacionais
entre Estados (Corte Permanente de Arbitragem de Haia), como o conjunto de decisões judiciárias
proferidos pelos tribunais regionais (Corte de Justiça das Comunidades Européias e as Cortes de
Direitos Humanos da Europa e da América Latina). Entretanto, a CIJ tem se baseado somente em
seus próprios julgados.

(, as decisões judiciárias nacionais não se aproveitam no plano internacional a título de


jurisprudência.

% Importante aspecto é que a jurisprudência internacional pode também vir a se tornar costume
internacional.

ë #
#% Atualmente, o papel da doutrina diminuiu, e por conseguinte, a sua inclusão no Estatuto tem sido
contestada. Assim, a CIJ, em seus julgamentos, evita mencionar opiniões de juristas; mas, em
compensação, nas exposições dos governos, o recurso à doutrina é freqüente, o que dá uma idéia de
seu valor.

(% Entretanto, é importante indicar que as doutrinas já tiveram uma influência marcante no


desenvolvimento do DIP. É o exemplo da doutrina sobre o Direito do Mar, que foi a base jurídica
para a criação da Convenção do Mar de Montego Bay, na Jamaica, em 1982.
O Tribunal do Mar (instalado em 1997) fica em Hamburgo e trata do fundo marinho (antes, de
competência da CIJ), que é patrimônio comum da humanidade. Os EUA não a ratificaram, pois a
Conv. considera o solo e o sub-solo dos fundos marinhos de patrimônio comum da humanidade e
não de "res nullius".

8CD@#?(D
#% Parece generalizada a convicção de que a equidade pode operar tanto na hipótese de insuficiência
da norma de direito positivo aplicável quanto naquela em que a norma traz ao caso concreto uma
solução inaceitável pelo senso de justiça do intérprete.

(% A equidade no DIP é um meio que visa ao preenchimento de lacunas do direito positivo e deve
ser, conforme o art. 38, aceito pela partes.

'##+#
;#E#+##
#%.##6#
- Não há diferença entre atos e decisões. Ambas trazem consequências jurídicas. A única diferença
é quanto ao emissor;
- Não são previstas pelo Estatuto da CIJ; e,
- Não são leis, mas sim atos jurídicos (agente capaz, objeto lícito e consentimento), que também
produzem conseqüências jurídicas (direitos e deveres) como as leis.

(%7'$#
- Emanado de um sujeito do DIP apenas;
- Independente de outro ato, posterior ou anterior; e,
- Não necessariamente traz obrigações aos terceiros Estados.

%3
 # o Estado leva ao conhecimento do outro um fato que possa produzir efeitos jurídicos.
<'Bconsentimento tácito.
$# Condição: dirigida e formulada por um suj. DIP e boa fé
 Condição: capacidade jurídica (sujeitos do DIP), capacidade de órgão (Poder Executivo
apenas), vontade sem vícios e objeto lícito.
 $Ex.: Taiwan.
 F#

c
G#'#.>3 #
O Brasil não reconhece a cláusula facultativa de jurisdição obrigatória da CIJ, que corresponde ao
art. 36, 2:

"Os Estados-partes do presente Estatuto poderão, em qualquer momento, declarar que reconhecem
como obrigatória, "ipso facto" (pelo mesmo fato) e sem acordo especial, em relação a qualquer
outro Estado que aceite a mesma obrigação, a jurisdição da Corte em todas as controvérsias de
ordem jurídica que tenham por objeto (...)".

Isso não significa que o País não possa, em um litígio específico, aceitar a jurisdição da CIJ, porque
como o País ratificou a Carta da ONU, por conseguinte, ratificou "ipso facto" o Estatuto da CIJ,
segundo o art. 93, 1, da ONU.

<= 
São sujeitos, de acordo com a CIJ, toda entidade jurídica que goza de direitos e deveres
internacionais e que possua a capacidade de exercê-los tais como os Estados, as Organizações
Internacionais e a Santa Sé.
!  
<
1ª parte

  
Segundo o art. 2º da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados(*), o tratado é um "acordo
internacional celebrado por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional (...)"

(, conquanto entre Estados, a Convenção de Viena também regula os tratados entre os demais
sujeitos do DIP.

(*) A Convenção de Viena sobre o direito dos tratados entre os Estados foi assinada em maio de
1969 e sua negociação envolveu 110 Estados. Entrou em vigor aos 27 de janeiro de 1980, quando,
nos termos do seu art. 84, chegou-se ao quórum mínimo de 35 Estados partes. Em 1986, outra
Convenção, de igual substância, foi celebrada, também em Viena, sobre tratados entre Estados e
Organizações Internacionais, ou somente entre estas últimas.

c.##6#
#%7# possui um preâmbulo (parte genérica como as partes, os motivos, o local da assinatura
etc), dispositivo (parte contendo os artigos com os direitos e deveres) e anexos (parte técnica, que
contém dados geográficos, equações etc)

(%
#' não é a regra. Contudo, também tem obrigatoriedade.

.'# #
#%C#H3# bilateral ou multilateral.

(, bilateral não significa que é uma composição de dois Estados. Pode ser, por exemplo, o
Mercosul e a UE.

(% C# H ?#'# # 3# Estados ou Org. Internacional ou Sta Sé ou Beligerantes
(qualidade limitada). Ex.: Palestina

%C##(= militares, civis ou comerciais

%C###E#=6#
## normas objetivas, abertas e impessoais. Estabelecem regras uniformes de conduta
e são, de uma forma geral, celebrados entre muitos Estados. Ex.: tratado da Lua, convenção de
Viena sobre tratados

 ##.# realizam uma operação jurídica. Em outras palavras, procuram regular


interesses recíprocos dos Estados e são geralmente de natureza bilateral. Ex.: acordos de comércio
sob a égide da OMC

(,no caso de guerra, estes são abrrogados enquanto os tratados-leis são suspensos.

##C# São tratados cujas regras são temporárias, isto é, previstas em um período de
transição. Ex.: Mercosul - União Européia (*).

(*) é a Comunidade Européia (CE) - e não a União Européia (UE) - que é membro da OMC. A UE
é a representação internacional e política dos seus membros e é composta por um tripé: CE (vertente
econômica), Cooperação em Assuntos Judiciais e Criminais, e Política Externa e Segurança
Comum.

(, o art. 38 da CIJ não faz a distinção. Assim, a distinção é meramente prática. Não existe
hierarquia entre eles.

!.+)#'#
#% ; #3#E Estados soberanos, Organizações Internacionais, Beligerantes (atualmente, os
movimentos de libertação nacional têm concluído tratados) e a Santa Sé.

(%I#('##; é feita pela carta de Plenos Poderes (art. 7º da convenção de Viena), que
dá o poder de negociar e de concluir tratados.

A importância desta Carta é evitar que o tratado obrigue o Estado imediatamente, como ocorreria se
o tratado fosse assinado diretamente pelo Chefe de Estado, uma vez que estaria dispensada a
ratificação. Além disso, pela intensificação das relações internacionais, é impossível fisicamente o
Chefe de Estado assinar todos os tratados.

Quem recebe se chama plenipotenciário. Quem expede, seja nos sistemas presidencialistas, seja nos
parlamentares, é o Chefe de Estado ou o Ministro das Relações Exteriores.

Os chefes de Estado e/ou de Governo (competência originária), os Ministros das Relações


Exteriores (competência derivada), chefes de Missão Diplomática junto ao Estado acreditado sendo
o tratado bilateral entre o Estado acreditante e o acreditado não precisam apresentar esta carta.

Todos os demais como os chefes de delegações nacionais etc. precisam.

(,os Secretários Gerais das Organizações Internacionais não precisam também da Carta.

c% .$ $F qualquer vício, erro, dolo ou coação no consentimento torna o tratado
nulo.

%
(='636)' objeto lícito significa que não pode o Brasil assinar um tratado com a
África para explorar o fundo marinho, pois o fundo marinho é de todos. Precisa pedir permissão ao
Tribunal do Mar, sediado em Hamburgo, na Alemanha.

Objeto possível significa que não dá para fazer um tratado com os EUA para montar um barzinho
com forró na Lua.

*5.'A'#J(#(K
#%.
Em todos os tratados com prazo indeterminado ou prazo muito longo, a cláusula determina que o
tratado deve ser revisto ou terminado quando as circunstâncias sociais que lhe deram origem forem
modificadas.

Difere-se da ³condição resolutória´ uma vez que as partes não prevêem na cláusula ³o fato futuro e
incerto´.

Também distingue-se da ³força maior´, pois esta apenas ³suspende a execução do tratado´ até que
ela cesse.

(%K.4##K
Deve-se examinar se a alteração das condições sociais viola as intenções das partes contratantes na
época em que concluíram o tratado, uma vez que o seu fundamento é o acordo de vontades.
É importante enfatizar que, ocorrendo tal modificação nas condições sociais, o Estado não pode
simplesmente denunciar o tratado. Somente um novo consentimento mútuo pode terminá-lo.

Nota: esta cláusula não se aplica a tratados que estabelecem fronteiras.

0'$##
Negociação - assinatura - ratificação - registro (troca de notas ou depósito) - promulgação -
publicação

1;#
#%.$3B#;#' a negociação é a fase inicial do processo de conclusão de um tratado. É
de competência do Poder Executivo. A competência original é do Chefe de Estado. O Ministro das
Relações Exteriores tem competência limitada.

(%;#('##' é entre o Ministro das Relações Exteriores e a sua contra-parte.

%;#$''##': desenvolve-se nas conferências e congressos.


Exemplo: tratados-leis

% Esta fase termina com a elaboração de um texto escrito que é o tratado.

2##
#%. é a firma ± pelo presidente da República ou por um agente munido de carta de plenos
poderes - que põe termo a uma negociação.

(%# $#+
- As convenções internacionais do trabalho não são assinadas; e,

- Assinatura diferida consiste em dar aos Estados maior prazo para a assinatura do tratado, a fim de
que os Estado que não participaram das negociações figurem como partes contratantes originárias.

 a assinatura não faz com que o tratado se torne obrigatório, desde que haja cláusula
confirmando isso. Caso contrário, conforme o art. 11 da Convenção de Viena sobre Tratados(*), o
tratado tem vigência imediata, não necessitando da ratificação.

(*) "O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado pode manifestar-se pela
assinatura, troca de instrumentos constitutivos do tratado, ratificação, aceitação, aprovação ou
adesão, ou por quaisquer outros meios, se assim for acordado".

Na prática, todavia, o tratado só é exigível após o depósito ou troca dos instrumentos de ratificação.

*  
<
2ª parte

ë # #


ë,  . é ato unilateral com que o sujeito do DIP, signatário de um tratado, exprime
definitivamente, no plano internacional, sua vontade de obrigar-se. Após a ratificação, o tratado
passa a ser obrigatório.

ë,c.##6#
#% C# H $3B# é fixado pelo Direito Constitucional de cada Estado. De uma forma
geral, há três sistemas sobre o poder competente para proceder a ratificação:
1º) competência exclusiva do Poder Executivo (adotado nas monarquias);

2º) divisão de competência entre o Executivo e o Legislativo.


Exemplo: Brasil. De fato, em nosso País, a ratificação é um ato do Poder Executivo, exigindo ou
não a prévia autorização do Legislativo; e,

3º) competência exclusiva do Poder Legislativo.


Exemplo: Suíça

(%C#H## ratifica se quiser. Não comete qualquer ilícito internacional se o


Estado não ratificar. Todavia, ao recusá-la, o Estado pode estar sendo inconveniente politicamente.
Assim, duas são as características:

1ª) indeterminação do prazo para ratificação; e,

2ª) licitude da recusa da ratificação.

% C# H ##('# ratificou, deve-se cumprir o tratado e a denúncia unilateral, se e


quando possível, deve ser praticada de acordo com as regras prefixadas.

ë,"$# por escrito

ë,!  3A o tratado só produzirá efeitos a partir da troca (tratados bilaterais) ou depósito
dos instrumentos de ratificação (tratados multilaterais).

87@)
8,. são todos tratados internacionais que não necessitam da aprovação do Congresso
Nacional. Dessa forma, não há ratificação.

8,cB#;#
#% acordos celebrados para cumprimento ou interpretação de um tratado já ratificado

(% acordos administrativos que decorrem de um tratado já ratificado


Ex.: acordos de transporte aéreo

% acordos que regulam o "modus vivendi", ie, acordos que estabelecem bases para futuras
negociações
Ex.: tratados sobre meio-ambiente.

()# os primeiros e últimos fazem parte da praxe da rotina diplomática, pois é competência
privativa do presidente da República manter relações com os Estados estrangeiros. O segundo deve
ser reputado coberto por prévio assentimento do Congresso Nacional

8, ###6#;#
#%.(##$A# qualquer tratado que não onere o tesouro público pode ser concluído
pelos acordos executivos. Se onerar, deve existir recursos orçamentários já alocados ao Ministério
das Relações Exteriores. Se não tiver recursos previstos, não pode ser acordo executivo; e,

(% )('# o acordo executivo deve ser reversível, ie, desconstituído por vontade
unilateral.

$3#'#$#G#'
Negociado e assinado um tratado bilateral ou multilateral, o chefe de Estado pode mandar arquivá-
lo - se achar que a negociação bilateral ou multilateral não foi o suficiente - ou submeter o texto à
aprovação do Congresso.

A remessa do tratado ao Congresso faz-se por $#;$ do chefe de Estado, acompanhado da


@3$) do ministro das Relações Exteriores.

O tratado é discutido nas duas Casas, primeiro na Câmara, depois no Senado. Se o tratado for
reprovado na Câmara, isto põe termo ao processo. A votação em cada Casa requer a maioria
absoluta (mais da metade de seus integrantes). E a aprovação nas duas Casas se materializa por
meio de um ';'#), promulgado pelo presidente do Senado.

Após esse decreto, o chefe de Estado pode ratificar ou não, dependendo da sensibilidade política
internacional. Se reprovado, há somente uma comunicação dirigida ao chefe de Estado.

()# a maioria simples é mais da metade presentes à sessão. A maioria qualificada é a de


3/5, e serve para aprovação de emenda constitucional.

C o Congresso Nacional pode emendar um tratado negociado pelo Executivo?


A melhor posição é de Pontes de Miranda negando a possibilidade de emenda e aceitando a
apresentação de reservas, pois a emenda, segundo a teoria da divisão de poderes de Montesquieu, é
uma interferência indevida do Legislativo nos assuntos do Executivo. Já a reserva não tem esse
aspecto.

c )#
A ratificação não deve ser condicional. Todavia, na prática, principalmente em tratados
multilaterais, a mesma permite a formulação de reservas sobre dispositivos específicos na
negociação.

A reserva permite que o Estado não se obrigue a cumprir determinadas regras do Tratado que
afrontariam a Constituição.

Nos Tratados bilaterais, a reserva não é permitida, uma vez que, como é um acordo que envolve
apenas dois Estados, eles têm tempo para chegarem a um denominador comum, o que não é
possível nos multilaterais.

7##$);
#% ;3('#
A Carta da ONU determina em seu art. 102 que todo tratado internacional concluído por qualquer
membro deverá ser registrado no Secretariado e por este publicado sob pena de não poder invocar
qualquer órgão do ONU. A Convenção de Viena sobre Tratados ratificou esta regra. É importante,
porém, enfatizar que mesmo não registrado, o tratado é obrigatório entre as partes.

(%$';#3('###G#'
Uma vez ratificado, o tratado - além de ser registrado - deve ser promulgado (atestar a sua
existência) por decreto do chefe de Estado. E publica-se (atestar a sua obrigatoriedade) no Diário
Oficial da União, os que hajam prescindido do assentimento parlamentar. Em relação aos acordos
executivos, basta a publicação no Diário Oficial, autorizada pelo ministro das Relações Exteriores.

!##$);
#%7  a partir da troca/depósito (registro), o Estado tem direitos e deveres a serem cumpridos
na ordem internacional
(% #depende do que está acordado. Quando não há nada, é por tempo indeterminado.

% é feita pelo Estado que não negociou, nem assinou o acordo - e portanto, não ratificou -
mas que tomado por interesse, decide tornar-se parte de um tratado que permita o ingresso.

, 3 aberta a todos ou aberta a um grupo com base no critério geográfico.

, $ adesão definitiva (sem ratificação, porque presume-se que a mesma já tenha
sido feita) ou adesão "ad referendum" do Poder Legislativo (sujeita a ratificação)

%7$# possível desde que previstas, e pode vir de qualquer Estado parte. A revisão é uma
emenda em proporções gigantescas.

%&'# infringiu o tratado bilateral ou multilateral, há punição, seja com a extinção do tratado,
seja com a expulsão do mesmo.

%3# pode ser:


,3'#unilateral, por um dos contraentes, sem obrigação no plano internacional; e,

,3'###' pelos contraentes ou por um tribunal.

()# a Convenção de Viena sobre Tratados apresenta as principais normas de


interpretação: 1ª) interpretação de boa-fé; e, 2ª) interpretação segundo o "pacta sunt servanda"
(palavra dada deve ser cumprida).

*7@##
a) Execução integral do acordo
b) Consentimento mútuo
c) Termo: quando existe um tempo determinado
d) Condição resolutória: quando algum fato realizar ou não
e) Renúncia
f) Caducidade: quando não mais for aplicado ou algum costume for contrário
g) Guerra: tratados-leis são suspensos e tratados-contratos são abrrogados. Contudo há alguns
tratados mantidos como os tratados de limites territoriais e os tratados que estipulam as condutas
numa guerra.

05 )##
A revisão, parcial ou geral, pode ser feita judicialmente, por negociações diretas ou por um órgão
internacional.

Muitos tratados, porém, já prevêem a sua própria revisão. Por ex., na ONU exige-se a aprovação de
certo número de Estados e dos cinco membros do CS.

Difere-se da emenda, pois esta tem um alcance menos amplo e atinge normas secundárias do tratado
enquanto que a revisão é ampla e atinge normas fundamentais.

0 7<

7#)'#
Paz de Westfalia (1648): originou-se da obra-prima do holandês Hugo Grotius - Do Direito da
Guerra e da Paz de 1625.
Com esta paz, que pôs termo à Guerra dos 30 Anos, triunfou o princípio da igualdade jurídica dos
Estados.

Assim, com a Paz, o feudalismo entra em crise e surge a Europa Moderna. É o momento em que os
Estados se consolidam (Grã-Bretanha e a França) por meio do reconhecimento da soberania
absoluta do Estado no plano internacional definindo-se, destarte, as bases do DIP. Na prática, os
senhores feudais abrem mão de seus exércitos particulares deixando-os sob a tutela do Estado. O
Estado se torna soberano.

Observação: É importante frisar que a Paz de Westfalia define relações entre os Estados e não o
Estado em si.

c>6#7#
Estado é a organização de um povo (agrupamento político), em um dado território, para a realização
do bem comum, sob a direção do poder público soberano.

Em outras palavras, segundo a Convenção de Montevideo de 1933 que definiu o que é um Estado, o
mesmo reúne quatro elementos indispensáveis para a sua formação: população, território, governo e
soberania.

.$#$7#L
Um Estado faz um pedido de adesão à ONU e declara que irá respeitar as regras básicas da Carta da
ONU. O Conselho de Segurança analisa o pedido e faz uma recomendação (crucial). No fim, a
Assembléia Geral toma a decisão.

!7## #
#%# vínculo psíquico.
7#vínculo jurídico.

(%# realidade duradoura, perene.


7# frágil no momento de uma dominação estrangeira.

%# mantém vivos os valores nacionais, o estilo de vida, que são passados de gerações para
gerações.
7# mantém a ordem e tranqüilidade.

7'$)$7#: território, povo, governo e soberania.

*
#% sub-solo, solo (plataforma continental) e ilhas

(% 9#6$ mar territorial, zona econômica exclusiva (ZEE) e águas interiores. Fundamento
legal: a) Convenção sobre o Direito do Mar de 1982. Entrou em vigor em 1994; e, b) Lei 8617 de
1993 que dispõe sobre o mar territorial, zona contígua, zee e a plataforma continental.

9# #' 12 milhas da costa e sobre o qual o Estado exerce sua soberania econômica e
política plena (sub-solo, solo, água e ar). Porém, permite-se o direito à passagem inocente aos
navios mercantes estrangeiros (*).

(*) Isto significa que estes navios mercantes estrangeiros não precisam de autorização para adentrar
ao mar territorial desde que a passagem seja contínua, rápida e não atente à paz, à boa ordem ou à
segurança do Estado costeiro. Todavia, navios de guerra e submarinos estrangeiros necessitam de
autorização.
M77 de 12 até 200 milhas (total de 188 milhas). O Estado costeiro é soberano, somente, na
exploração dos recursos naturais do sub-solo, solo e água.

N;#  não se admite o direito à passagem inocente. Todos os tipos de navios
necessitam de permissão.

(, zonas contíguas (12 a 24 milhas): funciona teoricamente como área de fiscalização aduaneira,
fiscal, imigração e sanitária.

%"')#' são os rios nacionais e internacionais.


Fundamento legal: tese sobre "bacia de drenagem internacional" da International Law Association
acolhida pela ONU em 1997.

% ##
.6;(quando correm entre os território de dois países. A soberania de cada Estado estende-
se até a linha divisória); e,

 <) (quando atravessa território de dois ou mais países. A soberania de cada Estado
corresponde a parte do curso compreendida dentro do seu território)

% : cada Estado tem soberania completa sobre o espaço aéreo acima de seu território,
incluindo o ar acima do mar territorial. A "passagem inocente" é permitida para aeronaves civis,
cujos países são membros da Convenção de Chicago. Aeronaves militares necessitam de
autorização.

"#$ ';#' a) Convenção Internacional sobre Aviação Civil de 1944 (Chicago); e, b)


Convenção sobre Infrações praticadas a bordo de aeronaves de 1963.

()# o espaço extra-atmosférico é regido pelo Tratado sobre o Espaço Exterior de 1967 da
ONU. Em síntese, este tratado permite o acesso livre, insuscetível de apropriação deste espaço.

0)
É a coletividade humana e compreende todos os habitantes - nacionais e estrangeiros - presentes em
um dado país e em um determinado período de tempo.

O ideal de todo Estado é que seu povo torne-se uma nação, pois este é uma consciência coletiva -
indivisível - ligada por laços históricos, culturais, linguisticos e econômicos. Aqueles Estados que
não conseguem criar uma nação estão fadados ã divisão. Ex.: Ex-Iugoslávia [Eslovénia, Croácia,
Macedónia, Bósnia e Herzegovina, Sérvia (Kosovo) e Montenegro] e Espanha (Catalonia).

(, povo difere-se da massa:


#%A massa é indiferenciada. O povo só existe pela diferenciação dos seus membros, naturalmente,
inseridos numa multiplicidade de grupos sociais;

(% Na massa, o homem perde o centro de referência do seu "eu". No povo, cada homem encontra
condições para desenvolver a sua personalidade completa; e,

% Na massa, todos os homens são iguais. No povo, os homens são considerados iguais quanto ao
ser (origem, natureza e destino idênticos) e desiguais quanto ao modo de ser (aptidões, capacidade
etc).

1/)
Objetiva o bem comum.

O governo é a sua organização política, que é uma decorrência da soberania do Estado assegurada
pela ordem jurídica internacional.

O DIP não impõe uma determinada forma de governo. Assim, quando os textos do DIP, como a
Carta da OEA, estabelecem como forma de governo, a democracia representativa, isto é imposição
de Estados fortes.

2<(##
O Estado soberano é aquele que tem exclusividade, autonomia e plenitude de competências. Em
outras palavras, é aquele país que tem capacidade de fazer acordos com outros países.

É a única defesa que o Estado fraco possui em relação ao forte no plano jurídico internacional.


1 O /
<
7<
< 7 P7<7 .
<

. 7#
#% O chefe de Estado é o representante do Estado na ordem internacional. A política externa do
Estado segue a sua orientação.

Os chefes de Estado trocam entre si correspondências. Os usos e costumes consagram três tipos de
cartas:

-Cartas de Chancelaria: utilizadas para reconhecer governos e comunicar a sua investidura, entre
outros. São assinadas pelo chefe de Estado e referendadas pelo ministro das Relações Exteriores.

-Cartas de Gabinete (menos solenes): utilizadas para a formulação de convites, agradecimentos de


homenagens, entre outros. São assinadas pelo chefe de Estado e referendadas (ou não) pelo ministro
das Relações Exteriores.

-Cartas Autógrafas: cartas informais, sem forma determinada em lei ou regulamento.

(% Possuem completa imunidade civil e criminal (estendida a sua família) em território estrangeiro.
Imunidade igual é dada aos chefes de Governo.

Exceções: ações relativas a imóveis, ações resultantes de herdeiro de chefe de Estado e quando o
mesmo renuncia à sua imunidade.

c9# '#+7@
#% É o chefe do Ministério das Relações Exteriores

O Ministério possui as seguintes funções:


-Executar a política externa fixada pelo Presidente;
-Recolher as informações necessárias à formulação da execução da política exterior;
-Representar o governo brasileiro;
-Negociar e celebrar tratados;
-Organizar e instruir as missões especiais;
-Organizar conferências internacionais que se realizem no Brasil;
-Proteger os interesses brasileiros no exterior; e,
-Representar o governo brasileiro nas relações oficiais com missões diplomáticas estrangeiras e
junto a organizações internacionais.
O Ministro tem as seguintes funções:
-Preparar os atos referentes aos assuntos externos que são assinados pelo chefe de Estado;
-Designar os agentes diplomáticos e cônsules e transmitir instruções a eles;
-Entrar em contato com o corpo diplomático estrangeiro; e,
-Cuidar dos interesses do seu Estado no exterior.

(% Quando se encontra no exterior, o ministro (e seus familiares) goza dos privilégios e imunidades
dos agentes diplomáticos para que possa desempenhar com independência as suas funções.

;3'$A
São as pessoas enviadas pelo chefe de Estado para representar o seu Estado - não o seu cidadão -
perante um governo estrangeiro.

São eles, portanto, um dos órgãos do Estado para as relações internacionais.

';#
É o direito de enviar e receber agentes diplomáticos. Este direito decorre da soberania do Estado e
pode somente ser exercido se há consentimento mútuo, segundo a Convenção de Viena sobre
Relações Diplomáticas (1961).

c<'Q$###G#'
É assunto regulamentado pela legislação interna dos Estados.

No Brasil, a seleção é feita pelo IRBr e a nomeação é feita ou por concurso público ou, para o cargo
de embaixador, por comissão. A carreira se inicia como 3º, 2º, 1º secretários, ministros
conselheiros, ministros de 2ª e de 1ª classe (embaixadores).

. $3'$A#'# #


No Brasil, os chefes de missão diplomática são nomeados pelo presidente da República com a
aprovação do Senado(*) e são, dentro da carreira diplomática, embaixadores, ou seja, ministros de
1ª classe.

(*): art. 52, IV da CF: ³(...) voto secreto após argüição em sessão secreta (...)´. Ao contrário do
procurador-geral, do presidente e dos diretores do Bacen, entre outros, os candidatos, portanto, não
são sabatinados em sessão pública.

A Convenção de Viena classifica-os em três classes:


a) embaixadores;
b) ministros; e,
c) encarregados de negócios (geralmente, não é um ministro de 1ª classe).

!93'$A#
É formada por agentes diplomáticos e pelo pessoal técnico e administrativo. Sua função é de acordo
com a Convenção de Viena:

#% Representar o Estado acreditante perante o Estado acreditado;


(% Proteger, no Estado acreditado, os interesses do Estado acreditante e os de seus nacionais; e,
%Negociar, inteirar-se e promover as relações com o Estado acreditado.

*)':;$#
Estendem-se não apenas aos agentes diplomáticos, mas ainda aos funcionários administrativos,
técnicos e domésticos da missão, desde que não nacionais do Estado acreditado, embora com
privilégios e imunidades decrescentes. São: inviolabilidade, imunidade de jurisdição civil e criminal
e isenção fiscal.

*,  "#$ concedido não para dar vantagens aos indivíduos, mas para assegurar a
realização eficaz de suas funções em nome de seu Estado

*,c  )'#('# significa que na missão e nas residências particulares dos agentes
diplomáticos, o Estado acreditado não pode exercer nenhum ato de coação a não ser que haja o
consentimento do chefe da missão. Além desses locais, o mobiliário, os arquivos e a
correspondência diplomática são também invioláveis.

Exceção: a inviolabilidade cessa em caso de urgência. Ex.: incêndio.

*,  $#  = )'  $#' existem algumas exceções quanto a imunidade
civil. Por exemplo:
#% Em relação a uma ação real sobre imóvel privado, situado no território do país acreditado, salvo
se o agente diplomático o possuir por conta do Estado acreditante para os fins da missão; e,

(% Uma ação referente a qualquer profissão liberal ou atividade comercial exercida pelo agente
diplomático no Estado acreditado, fora de suas funções oficiais.

A imunidade criminal é total. Contudo, a doutrina defende que esta imunidade não se aplica se o
agente (diplomata) estiver traficando entorpecentes.

(,a imunidade de jurisdição não significa que o agente esteja acima da lei, mas significa apenas
que o mesmo deverá ser processado no Estado acreditante.

*,!   #' os agentes têm isenção de todos os tributos (impostos e taxas) diretos e
indiretos além da isenção alfandegária naquele país acreditado.

0"$#$
#% 3# - não suspensão - das relações diplomáticas; e,

(%/#,

()#mesmo com a ruptura, o Estado acreditado deve respeitar a inviolabilidade dos locais
da missão. E mesmo com a guerra, o Estado acreditado deve respeitar a saída dos agentes
diplomáticos.

1.R'
São funcionários públicos do Estado que os envia para o estrangeiro a fim de exercerem
determinadas funções como a da proteção dos interesses - em sentido amplo - de seus nacionais.

1,c  '#+ '# são independentes das relações diplomáticas. Assim, a ruptura
diplomática não acarreta a ruptura das relações consulares.

1,"+ observar, proteger, executar (notarial) e fiscalizar (arrecadação de emolumentos


pagos pela função de notário).

Os consulados só têm funções locais, daí normalmente existirem mais de um consulado em um país
acreditado.

1,!I#?#
Os consulados agem independentemente um do outro e da missão diplomática - conquanto seja esta
quem as proteja - e se correspondem diretamente com o MRE do seu país. Contudo, se na
correspondência, o assunto se referir a interesses, principalmente, políticos e econômicos, o
consulado tem que dar ciência à missão diplomática.

1,*<'Q$### Brasil
No Brasil, não existe carreira consular. Os agentes consulares são tirados da carreira diplomática e o
Cônsul Geral é sempre, no mínimo, um ministro de 2ª classe.

1,0 )':;  $# o seu fundamento é o mesmo do agente diplomático, isto é, é


concedido não para dar vantagens aos indivíduos, mas para assegurar a realização eficaz de suas
funções em nome de seu Estado.

Contudo, esses benefícios são reduzidos, em comparação com a dos agentes diplomáticos, e de uma
forma geral, a imunidade consular pauta-se pelos atos praticados no exercício de suas funções, o
que difere em relação aos diplomatas.

Exemplo: não tem imunidade criminal, nem fiscal, nem alfandegária em sentido amplo.

1,1  #(A#R'#;3'$A
a) cônsul não representa politicamente o Estado, enquanto o agente sim;
b) cônsul tem funções junto às autoridades locais, enquanto o agente junto ao governo central;
c) os agentes têm mais privilégios e imunidades em relação aos cônsules; e,
d) o agente recebe credenciais do Estado acreditante, enquanto o cônsul recebe carta patente do
Estado de envio.

2   7
<7 7&7 7<
7<

 
#% "#$# direito à liberdade (independência) que é relativo à soberania, que não é mais
absoluta como outrora. Assim, temos:

(##quando o Estado consegue impor o seu poder - leis - em relação às pessoas e


as coisas dentro de seu território. É conhecida como autonomia. É a consagração do direito da
autodeterminação, ie, o direito de ter o governo e as leis que lhe bem entender sem sofrer
interferência estrangeira.

7@$3' organização política, legislação, jurisdição e domínio.

(# @# competência conferida pelo Direito Internacional e se manifesta pela


liberdade que o Estado tem em suas relações com os demais sujeitos do DIP. É conhecida como
independência.

7@$3' capacidade de celebrar um tratado internacional.

(% )#
, H;#'#=6# a igualdade jurídica, na prática, é uma ficção, pois os Estado são
desiguais.

7@$3' Conselho de Segurança (CS) da ONU (o direito ao veto por parte dos cinco do CS é
justificado pelo fato de os cinco possuírem maiores responsabilidades para a manutenção da paz na
ordem internacional Assim, maiores obrigações, mais vantagens).
Mesmo assim, é necessário mencionar - teoricamente - as conseqüências dessa dita igualdade
jurídica:

-O voto do mais fraco deve ser igual ao do mais forte; e,

-Um Estado não tem jurisdição sobre outro Estado: dentro desse contexto, a doutrina distingue os
atos praticados pelo Estado "jure imperii" (como pessoa pública) e os atos "jure gestionis" (como
pessoa privada).

Os primeiros gozam de imunidade e os segundos não, isto é, são passíveis de jurisdição por um
Estado.

Exemplo de atos "jure imperii": atos legislativos, os concernentes à atividade diplomática e


empréstimos públicos contraídos no estrangeiro.

Exemplo de atos "jure gestionis": os resultantes de acordos comerciais entre Estados e particulares.

(, é importante mencionar que a moderna doutrina abandona a interpretação estrita da expressão
"igualdade jurídica" e considera a desigualdade de fato entre os Estados. Assim, distinguem a
"igualdade jurídica" e a "capacidade dos Estados resultantes de obrigações internacionais".

(c a ³Doutrina do Ato de Estado´ consiste no fato de que um Estado não pode julgar atos do
governo estrangeiro realizados dentro do seu território, pois o Estado é soberano (imunidade de
jurisdição de Estado estrangeiro).

Assim, por exemplo, os bens do Estado fora de seu território gozam de imunidade de execução.
Entretanto, o STF entende que não há imunidade da jurisdição trabalhista de Estado estrangeiro
(embaixada). Quem tem competência para julgar a causa é a Justiça do Trabalho. Fica em aberto o
problema da execução da sentença vez que os bens de uma embaixada são impenhoráveis.

, #3$F significa que um Estado não deve tratar o outro de maneira ofensiva
(atentando contra a integridade territorial) e deve respeitar os seus símbolos nacionais (bandeira).

, H #)# não é legítima defesa. A defesa e a conservação significam que
o Estado pode manter uma força armada.

7@$3' Japão, pela Constituição, não pode ter uma força armada. Assim, o país tem somente
uma força de "auto-defesa", que é tão poderosa quanto que a da Grã-Bretanha. Só que é uma força
de ataque/repulsa e não de ocupação. O Japão, como a China, não tem capacidade militar de manter
uma região sob os seus domínios.

(, a legítima defesa tem a finalidade de garantir a existência do Estado contra o uso ilícito da
força armada por parte de outro Estado, e está previsto tanto na Carta da ONU (art. 51) quanto da
OEA (art. 21). Possui dois requisitos:
- Ataque injusto e atual; e,

- Proporcionalidade entre a defesa e a agressão

Diferenças e semelhanças entre a legítima defesa (LD) e a represália:

 #
- A LD é uma reação a um uso ilícito de força enquanto a represália é uma reação contra qualquer
ilícito;
- Na LD, o Estado apenas se defende enquanto a represália, visa a punir o autor do ilícito; e,

- Admite-se a LD preventiva enquanto a represália só é lícita quando houver um pedido de


reparação não atendido.

<$'##
-Ambas são praticadas em resposta a um ato ilícito e não acarretam a responsabilidade do Estado.

),  H #'#3$# significa que o país nunca entrará num conflito armado,
salvo para se defender, e esta situação deve ser reconhecida pelos demais Estados.
Exemplo: Suíça e Santa Sé.

c )
#% )$#' são aqueles que não estão positivados.

Exemplo: dever de agir de boa-fé e de assistência humanitária

(% )=6 são os que trazem uma sanção jurídica em um caso de não cumprimento de uma
lei. Exemplos:
-Solucionar controvérsias por meios pacíficos;
-Não permitir que no seu território se prepare uma revolta ou guerra civil em outro Estado;
-Respeitar os direitos do homem;
-Evitar que no seu território haja ameaça à paz e à ordem internacional;
-Não usar a força como ameaça à integridade de outro Estado e não utilizar a guerra como
instrumento de política nacional;
-Não auxiliar o Estado que violou o item anterior;
-Não reconhecer aquisição territorial ocorrida por meio da força;
-Conduzir as suas relações internacionais com base no DIP; e,

%  )intervenção é uma atitude de imposição de um Estado ao outro por meio da
força, esta não querida pelo outro Estado (ingerência em assuntos internos e externos do Estado).

B+3##@)
- Imposição de vontade de um Estado sobre outro;
- Existência de dois ou mais Estado soberanos; e,
- Ato abusivo, ie, não baseado em compromisso internacional.

7@$3'  )+ diplomática, coletiva (Guerra do Golfo), individual (o que os EUA
fazem a toda hora) e armada (guerra).

7@$3'#?#)+ a legítima defesa, em nome da defesa e


da conservação e a por motivos humanitários (praticado pela ONU ou pelos Estados
individualmente)

# #;
 no século XIX (1902), o bombardeio de portos venezuelanos pela Inglaterra e
Alemanha provocou protestos na América Latina O Ministro das Relações Exteriores da Argentina,
Luís Maria Drago, fez um duro protesto contra a passividade dos EUA (Doutrina Monroe, ie,
³América para os americanos´).


(=) pretendia que a dívida pública - embora não negasse a obrigatoriedade de pagá-la por
via diplomática ou arbitral - não pudesse motivar a intervenção armada. Foi bem sucedido. Os EUA
fazem a mediação da crise e passam a ter, como resultado, uma maior influência no continente
americano.

ë  7<
<G  77 .

7<

  
"É o instituto jurídico em virtude do qual o Estado a que é imputado um ato ilícito, segundo o
direito internacional, deve uma reparação ao Estado contra o qual este ato foi cometido" (por
Rousseau, Basdevant, anotado por Celso D. de A Mello).

c.##6#
#% É uma responsabilidade cível com a finalidade de reparar o prejuízo

(% A responsabilidade é de Estado a Estado, independentemente da vítima ser um particular

(, no plano internacional, é necessário que a reclamação do particular seja endossado pelo
Estado por meio do instituto da "proteção diplomática".

7'$
#%'6 a responsabilidade internacional tem por base a violação de uma norma internacional

()#alguns doutrinadores assinalam, ainda, que a responsabilidade também pode ocorrer


sem que haja um fato ilícito, que seriam as atividades lícitas que apresentam riscos como a
exploração nuclear.

(%$3#('# é o nexo que liga o ilícito a quem é responsável por ele.

()#a imputabilidade não se confunde com o autor do ato ilícito, isto é, se o autor for um
funcionário público, quem responde pelo ilícito é o Estado.

%=6E# pode ser moral ou patrimonial e pode ter sido causado a um Estado ou a um
particular.

!73:
#% # quando o ato ilícito é cometido pelo governo, órgão ou funcionário de um Estado.

(% # quando o ato ilícito foi cometido por uma coletividade sob tutela de um Estado
protetor, que é responsabilidade por aquela coletividade na ordem internacional.
Ex.: Timor Leste (antes das eleições de 2001)

%.$ quando o ato ilícito é resultado de uma ação.

%
$quando o Estado deixa de praticar um ato obrigatório pelo Direito Internacional.

%.)#' quando tem a sua origem na violação de um tratado internacional.

% '# quando a responsabilidade surgir da violação de uma norma consuetudinária.

*3'$A#
*,.
Como a responsabilidade internacional opera de Estado a Estado, quando o indivíduo ou uma
coletividade é lesada, é necessário que o seu Estado nacional o proteja endossando a reclamação por
meio da proteção diplomática.

*,c.+
#% ##'#  # # '#$# o Estado só pode proteger diplomaticamente o seu
nacional, ou a coletividade que ele representa na ordem internacional.

Contudo, a jurisprudência internacional não é uniforme, pois:


-ora considera como devendo ter o indivíduo a nacionalidade do Estado no momento em que sofreu
o dano; e,

-ora tem considerado que o particular não precisa ter a nacionalidade do Estado que o protege no
momento do ilícito, mas basta tê-la no momento em que a demanda é apresentada em um tribunal.

(, Dupla nacionalidade - a proteção diplomática não se exerce contra o Estado de que o
indivíduo é nacional.

(,cExiste também a proteção diplomática de quem não é seu nacional. Ex.: em caso de guerra,
é o Estado neutro que protege os nacionais do beligerante.

(, Proteção diplomática funcional é aquela que não é fundamentada na nacionalidade, mas sim
na sua função. Ex.: funcionários da ONU.

(%7;#$ a proteção diplomática só pode ocorrer quando os recursos


internos oferecidos pelo Estado tiverem sido esgotados. Ex.: recurso ao Judiciário até a última
instância.

"#$
- evitar reclamações prematuras
- presunção que os recursos internos do Estado possam ser capazes de dar satisfações aos
estrangeiros.

% $  # # '#$# significa que a vítima do ilícito deve ter suas "mãos
limpas". Em outras palavras, não há como dar a proteção diplomática se o indivíduo:
-violou o direito interno (diplomatas) ou internacional; e,

-demorou, embora não existam prazos estabelecidos na ordem internacional. Sendo assim, toma-se
como referência os prazos internos para apresentar a reclamação.

*,.?B#
#% a proteção diplomática faz a reclamação individual passar a ser do Estado;

(% o Estado apresentará a reclamação quando bem entender; e,

% a indenização porventura recebida será distribuída conforme quiser.

*,!.'A'#.#')
Elaborada pelo jurista argentino Carlos Calvo no começo do séc. XX, foi comumente inserida nos
contratos de concessão entre governos latinos e estrangeiros.
#%
(=) a cláusula declara que qualquer reclamação de estrangeiro deverá ser resolvida pelos
tribunais do Estado e o estrangeiro, consequentemente, deve renunciar à proteção diplomática de
seu Estado nacional, ou seja, nenhum processo internacional poderá ocorrer.

(% 9) evitar que países desenvolvidos interferissem em assuntos internos alegando proteger
seu nacional.

% Jurisprudência internacional não é pacífica, pois uns não admitem a sua validade e outros a
admitem, mas restringem os seus efeitos. Atualmente, está em desuso.

0
# 3#('###'
0, 7@) é responsável pela maioria dos ilícitos que dão origem à responsabilidade
internacional. São praticados pelos funcionários estatais.

0,c   ;'#) acarreta a responsabilidade internacional nos seguintes casos: a) se o


legislador aprova leis contrárias às normas internacionais; b) se o legislador, por omissão, não
revogou uma legislação contrária às normas internacional; e, c) se o legislador deixa de aprovar
legislação indispensável para que o Estado cumpra uma obrigação internacional.

0,   >A acarreta a responsabilidade internacional quando denega justiça, seja
impedindo o acesso do estrangeiro aos tribunais, seja tendo um aparelho judiciário deficiente.

13#'#
O Estado não é responsável pelos atos de particulares nacionais ou estrangeiros cometidos no seu
território desde que cumpra dois deveres perante a ordem internacional: a) prevenir o ilícito; e, b)
reprimi-lo. Ex.: Embaixadas

(, no caso de seqüestro de diplomatas, o Estado não é responsável se o estrangeiro for o


provocador do ilícito ou quando o Estado o aconselhou a se retirar do seu território e ele não o fez.

27@'#3#('#
Danos provocados a um Estado devido à legítima defesa e a represália.

ë 3##
É a finalidade do instituto da responsabilidade internacional, e sua natureza é cível.

ë,9#''#
a) "restitutio in integrum";
b) sanções internas. Ex.: responsabilidade do Estado por atos do particular;
c) natureza moral. Ex.: pedido de desculpas; e,
d) indenização: a mais comum.

8  7.
I7.97
 77<
7 7/
&7 

$7#

.
Quando um Estado surge na sociedade internacional, este deverá pedir o seu reconhecimento, que é
o ato pelo qual os Estado já existentes constatam a existência do novo membro na ordem
internacional.

c
(=)
Ter a sua soberania respeitada
 ?3##?$7#=#
#% existência de um governo independente;
(% existência de uma população; e,
% existência de um território delimitado

!#E#=6#
Declaratória, isto é, o reconhecimento de um Estado é um simples ato de constatação do Estado que
preexiste a ele. Assim, a personalidade estatal não é criada pelo reconhecimento, uma vez que ela
existe desde que se tenha os requisitos mencionados no item anterior.

*.##6#
#% Incondicional, de acordo com o art. 6º da Convenção sobre Direitos e Deveres dos Estados de
1933.

(, contudo, atualmente, esta prática está sendo alterada. Ex.: a UE fixou condições para
reconhecer os novos Estados que surgiram na Iugoslávia e ex-URSS.

(% Unilateral, ou seja, a sua validade repousa na manifestação de vontade de um único sujeito do
DIP e já produz efeitos jurídicos.

% Irrevogável, isto é, não pode ser retirado discricionariamente.

(, o rompimento das relações diplomáticas não implica retirada do reconhecimento dado
anteriormente.

% Discricionário

% Retroativo, pois decorre da natureza declaratória do Estado.


Efeitos práticos: validade dos atos emanados do novo Estado antes de ela ser reconhecida.

0"$#
#%7@3# $#
)#' ato - nota diplomática - emanado de um Estado por meio do chefe de Estado ou MRE.

.') sempre envolve um tratado

(%A# $#
)#' envio ou recepção de agentes diplomáticos. Ex.: EUA e Taiwan (visita presidencial)

.') sempre envolve um tratado

$/)

1.
Deve ocorrer sempre que um novo governo se instalar em um Estado com a violação do seu sistema
constitucional. Em outras palavras, quando um governo alcança o poder por meios não previstos no
sistema jurídico estatal.

(, se um governo, que está no poder, der um golpe de Estado em si mesmo para nele se
perpetuar, alterando o quadro constitucional, há a figura do reconhecimento condicional, conforme
as observações do item 5 a). Ex.: Peru.
2/) #
#% /)  # é aquele que atinge o poder por meios não previstos na Constituição e sua
autoridade é mantida à força.

(%/) é aquele que chega ao poder por processo previsto na Constituição.


Efeitos práticos: quando dois governos se apresentam num mesmo Estado, é o governo de direito
que vale. Ex.: Colômbia.

(,o governo de direito não se confunde com legitimidade, pois todo golpista promulga uma lei
que o justifique no poder. Assim, legitimidade significa que o governo atende aos valores existentes
na sociedade. Todavia, a legitimidade não tem força na órbita internacional e o que prevalece é a
efetividade.

ë ?3##?$;)=#
#% 7 )# controle de fato da maquinaria administrativa do Estado, e a aquiescência da
população do Estado ao novo governo, a qual se manifesta pela ausência de resistência armada às
novas autoridades;

(% .$3$ # (;#+ ##  7# fundamenta-se na identidade e


continuidade do Estado apesar da mudança de governo;

% 3#$  ) ;)  $   significa eliminar - teoricamente - o
reconhecimento de governo imposto por intervenção estrangeira; e,

% $##'+') teoricamente.

87 
#% Manutenção de relações diplomáticas;

(% Imunidade de jurisdição;

% Capacidade para demandar e ser demandado em tribunal estrangeiro; e,

% Admissão da validade das leis e dos atos do governo.

"$#
#%7@3-# $#%
)#' pode ser feito por um ato unilateral - nota diplomática - ou por um tratado

.') sempre envolve um tratado

(%A-# $#%
)#' manutenção de agentes diplomáticos

.') assinatura de um tratado multilateral

c/)@6'
c,
Com a descolonização afro-asiática no pós 2ª Guerra Mundial surgiu o reconhecimento de uma
série de movimentos de libertação nacional com os seus "governos no exílio".

c,c9)$'(###'
A expressão "movimentos de libertação nacional" surgiu na ONU a partir de 1965 e surgem na luta
contra o colonialismo, mas não podem, em primeiro, afetar "a unidade política ou a integridade
territorial do Estado".

É importante, em segundo, mencionar que o reconhecimento é mantido enquanto esse governo


ainda está fazendo esforços para voltar ao poder.

E, por último, antes de obterem o reconhecimento da ONU, eles necessitam ser reconhecidos pelas
organizações regionais. Ex.: Palestina (antigo MLP).

c,#E#=6#
Constitutiva

 <

.S". 7
S/
<7 .
<

5 
6;segundo a CPJI (atual CIJ), é ³um desacordo sobre uma questão de direito ou de fato, uma
contradição, uma oposição de teses jurídicas ou de interesses entre dois Estados´.

É denominada de cláusula compromissória a inserida em um tratado em que o Estado se submete a


um modo de solução pacífica.

c.'# #
c 
  
#%;#+3'$A# podem ocorrer de duas formas. Bilaterais (a mais utilizada, pois é a
mais discreta), se a questão interessa apenas a dois Estados. Multilaterais, se interessa a mais de
dois Estados.

Resultados (sejam bilaterais, sejam multilaterais):


-Desistência: quando um Estado renuncia à sua reivindicação;
-Aquiescência: quando um Estado reconhece a reivindicação do outro; e,
-Transação: quando os Estados fazem ³concessões recíprocas.

(%<)#$ são os prestados sem aspecto oficial, sendo entretanto que algumas vezes o
governo solicita ao seu diplomata que o preste.

%G 6 são atos por meio das quais uma terceira potência procura aplainar e abrir a via às
negociações das partes interessadas ou de reatar as negociações que foram rompidas.

% 9# é o ato pelo qual um ou vários Estados, seja a pedido das partes em litígio
(solicitada), seja por sua própria iniciativa (oferecida), aceitam livremente, seja por consequencia de
estipulações anteriores, se fazerem intermediários oficiais de uma negociação com a finalidade de
resolver pacificamente um litígio, que surgiu entre dois ou mais Estados.

 #$
G 6 mediador é mais ativo, não é um simples intermediário que se contenta em colocar
para negociar os Estados em litígio.

(#;$ a opinião do mediador não é obrigatória, enquanto a decisão arbitral é obrigatória.


Contudo, o mediador não está sujeito a normas, como ocorre com o árbitro, que deve seguir os
termos do compromisso arbitral.
) a opinião do mediador não tem aspecto ditatorial.

c c
  
Soluções dadas pelas organizações internacionais tais como a ONU e a OEA.

#%

A solução pacífica das controvérsias está regulamentada no capítulo VI da Carta da ONU. O art. 33
determina que nas controvérsias ³de ameaça à manutenção da paz e da segurança internacional´ as
partes litigantes devem chegar à solução pacífica por meio dos seguintes modos: mediação,
conciliação, arbitragem, solução judicial, negociação, inquérito, através de organismos regionais ou
qualquer outro meio.

Se o litígio não for resolvido por nenhum destes modos, as partes devem submetê-lo ao Conselho de
Segurança, que fará recomendações de ³procedimentos ou métodos de solução apropriados´.

Se as recomendações do CS são rejeitadas, o mesmo pode ³ordenar´.

Nota: a AG tem também tratado da solução de conflitos internacionais, mas só tem o poder de fazer
recomendações.

(%
7
Há o regime de consultas como modo de solução pacífica das controvérsias.

A consulta é definida como sendo a troca de opiniões entre dois ou mais governos, interessados
diretamente ou indiretamente num litígio internacional, com vistas à solução pacífica deste.

c   
#% .$+  );# consiste, quando do aparecimento de um litígio, em submetê-lo a
investigadores, cuja missão é estabelecer a materialidade dos fatos, mas sem se pronunciarem sobre
as responsabilidades.

Apresenta as seguintes ##6#


-visa apurar meramente fatos
-o relatório não é obrigatório

Este meio de solução pacífica é usado muito por organismos internacionais a fim de se fazer
esclarecimentos.

(% .'# consiste no exame do litígio, sob todos os aspectos, por um órgão gozando de
confiança comum das partes litigantes que dirige suas negociações e que, sem a sua participação
direta, propõe-lhe uma solução, fundada em concessões recíprocas, que as partes são livres de
aceitar ou de rejeitar.

É uma mediação ³institucionalizada´ sujeita a regras de procedimento. Tem se observado que a


distinção entre mediação, bons ofícios e conciliação é meramente acadêmica, porque na prática,
estes procedimentos se misturam.

Apresenta as seguintes ##6#


-deve propor uma solução para o litígio
-relatório não é obrigatório
-exerce processo semelhante ao das comissões de investigação (a diferença é que os resultados de
uma comissão de investigação são aceitos mais facilmente pelas partes do que os de uma comissão
de conciliação que propõe uma solução).
%<'=A#
Apresenta as seguintes ##6#
-materializado por meio de um tribunal judiciário
-juízes não são escolhidos pelas partes litigantes
-desenvolve uma jurisprudência
-rege-se por normas que não podem ser alteradas pelas partes

Os Estados não usam muito este meio.

% Arbitragem internacional (Direito Público)


,  
Modo pacífico de solução dos litígios internacionais por meio de juízes escolhidos pelas partes
litigantes.

 #$##(#;$ )#
-a de Direito Público tem um processo mais formalista
-a de Direito Privado está sujeita ao controle judiciário
-a sentença na de D. Público é publicada enquanto não o é na de D. Privado, o que é considerado
como sendo uma vantagem pelos grupos econômicos.
-na de D. Privado, a sentença é executável.

A #(#;$$$33(#$##. Apresenta-se sob # $#


(#;$ #'#)# quando não existe um tratado anterior ao litígio obrigando a sua
submissão a uma solução arbitral.

 (#;$ (;## quando existe um tratado anterior ao litígio obrigando o Estado a


submetê-lo a uma solução arbitral.

Os tratados que obrigam a submissão do litígio à arbitragem podem ser:


###(#;$ com o próprio nome diz, são os que apenas tratam de arbitragem.

##$'A'#$3$#aqueles tratados que, versando sobre os mais diferentes


assuntos, possuem uma cláusula (chamada compromissória) obrigando a submissão de litígio que
venha a surgir no futuro à solução arbitral.

,
(=
Qualquer litígio pode ser resolvido pela arbitragem com exceção daqueles que, em virtude da
cláusula facultativa do estatuto da CIJ, forem a esta submetidos.

,(#;$$$ #'#)
A arbitragem não é obrigatória para os Estados. O seu fundamento está na vontade das partes.

Se houver dúvidas sobre a submissão de um litígio à arbitragem, quem decide é a CIJ.

),.##6#
-as partes fixam livremente o objeto do litígio
-os árbitros são escolhidos pelas partes
-a decisão é obrigatória

# a arbitragem se distingue dos bons ofícios, da mediação e da conciliação porque a decisão
arbitral é obrigatória.
),.$3$#(#'
É o acordo de vontades entre as partes litigantes destinado a submeter o litígio à solução arbitral.

É um tratado internacional. A nulidade do compromisso arbitral acarreta a nulidade de toda a


arbitragem.

O $3$#(#')
-o compromisso de submeter a questão à arbitragem
-objeto do litígio
-método de formação do Tribunal e o número de árbitros
-as regras de direito a serem seguidas pelo Tribunal e se ele pode julgar por equidade
-se o Tribunal tem o poder para fazer as suas próprias regras de processo
-número de membro para formar o quorum
-maioria necessária para a sentença
-prazo para proferir a sentença

No silêncio do compromisso, aplicam-se as regras do art. 38 da CIJ, que declara que a Corte, para
resolver as controvérsias, aplicará as convenções internacionais, o costume internacional e os
prinicípios gerais do direito. Como meio auxiliar, as decisões judiciárias e a doutrina. Por fim, com
base na equidade, desde que as partes concordem.

),.(#'
Determinada pelas partes litigantes. A indicação dos árbitros (competentes em Direito
Internacional) pode constar do compromisso ou ser feita posteriormente.

O Tribunal deve ter um número ímpar de juízes (de preferência cinco árbitros) e um deles deve ser
escolhido como presidente.

),(#'
Especificados no compromisso arbitral.

O árbitro só pode julgar com base na equidade se o compromisso arbitral lhe der tal poder
expressamente

O Tribunal, na ausência de normas no compromisso arbitral, aplicará as convenções internacionais,


o costume e os princípios gerais de direito. As decisões judiciais e a doutrina serão empregadas
como ³meios subsidiários para a determinação de regras de direito´.

),#(#'
Especificados no compromisso arbitral.

O processo deve compreender duas fases: a escrita e os debates orais.

A escrita é formada pela memória, réplica.

A oral é dirigida pelo presidente e ela só será publicada se o tribunal assim decidir, com a
concordância das partes.

Os documentos devem ser juntados até o encerramento da fase escrita.

O Tribunal pode convocar peritos e pedir a audiência de testemunhas. Além disso, pode determinar
medidas provisórias visando preservar os direitos das partes.
As deliberações são secretas.

Quando uma das partes não comparece perante o Tribunal, a outra pode pedir que ele decida em seu
favor. Contudo, o Tribunal pode conceder ao ³revel´ um prazo para que compareça perante ele. Se
a parte ainda não comparecer, a decisão pode ser favorável a outra parte se ela estiver fundamentada
de fato e de direito.

Todos os árbitros devem participar das decisões. Se algum árbitro estiver ausente sem permissão,
ele será substituído por um indicado pela CIJ.

@,<#
A sentença é obrigatória para as partes litigantes.

Será dada no prazo determinado pelo compromisso. Entretanto, o Tribunal tem competência para
estender este prazo.

A sentença possui duas partes: a exposição de motivos e a parte dispositiva.

Ela é dada por maioria de votos e será por escrito. Deve ser proferida em sessão pública. Durante o
período de um mês após ela ter sido dada, o Tribunal, por iniciativa própria ou a pedido de uma das
partes, pode retificar erro tipográfico ou aritmético.

A sentença não é executória e sua execução deve ser implementada de boa fé (o mesmo não ocorre
com as sentenças da CIJ, que são passíveis de execução forçada pelo CS da ONU).

@,3###
O recurso de interpretação pode ser interposto no prazo de 3 meses após ter sido proferida a
sentença.

Se for impossível submeter o recurso ao mesmo Tribunal, e se as partes não chegam a um acordo,
ele poderá ser levado a CIJ. A execução será suspensa até a decisão do recurso.

@,'###
A decisão arbitral é passível de anulação.

7'#3)##;#
-excesso de poderes
-corrupção de um membro do Tribunal
-violação de um princípio fundamental do processo ou erro na motivação da sentença
-compromisso arbitral é nulo

Se no prazo de 3 meses após ter sido contestada, as partes não chegarem a um acordo, a questão
deverá ser decidida pela CIJ, que declarará a nulidade total ou parcial da sentença.

##$#$$'#:@3#$
-decidir com base na equidade quando não tinha poderes expressos para tal
-violação do compromisso arbitral
-abuso na interpretação do compromisso
-não motivação da sentença

@, )##
É possível se forem preenchidos ;?
-descoberta de um fato novo que seja decisivo na questão
-desconhecimento deste fato por parte do Tribunal e por parte de quem pede a revisão
-revisão pedida no prazo de 6 meses a contar da data da descoberta do fato novo
-não tenham decorrido 10 anos da sentença

A revisão sempre que possível deverá ser feita pelo tribunal que deu a decisão. Se isto não for
possível e as partes não decidirem de outro modo, ela será submetida à CIJ.

@,.$#(#;$
Criada em 1899 em Haia, Holanda. A Corte é na verdade uma simples lista de juízes indicados
pelos Estados.

:$##3
-não ser permanente, pois não se reúne em momento algum, tendo apenas uma sede, que é em Haia
-ter tendências para decisões diplomáticas
-não ser uma Corte pois os juízes que a compõem não são obrigatórios para as partes.Como
resultado, devido à variabilidade dos árbitros, não desenvolveu uma jurisprudência uniforme

Atualmente, a CIJ passou a ter preferência dos Estados para a solução de litígios internacionais. A
arbitragem é empregada em assuntos de menor importância, cuja submissão à CIJ seria exagerar a
sua importância, bem como naqueles assuntos em que as partes desejarem uma solução rápida.

c <

.
7 .& 7
S/
<7 .
<


O DIP procura organizar as suas sanções de modo que as violações às normas internacionais sejam
reprimidas.

A sanção visa uma reparação (ex: pagamento de indenização) ou submeter o culpado a uma pena
(ex: punição de criminosos de guerra).

No DIP, o sistema de sanções é inteiramente diverso do sistema de sanções no direito interno. Na


ordem jurídica internacional, ele não é monopolizada por um poder central superior aos Estados ou
indivíduos, mas, pelo contrário, ela são ainda de fato aplicadas pelos próprios interessados.

A coação, no DIP, pode ser vista como um conjunto de normas que regulam as relações entre os
Estados (concepção tradicional: Ihering/Carnelutti) ou um conjunto de normas que disciplina o caso
da força nas relações internacionais modernas (concepção moderna: Kelsen/Ross).

c$#)##;#
As medidas coercitivas não se confundem com a guerra pelas seguintes razões:
#% a prática de sanções não é considerada ato de guerra e, em conseqüência, permanecem as
relações diplomáticas;

(% as medidas coercitivas não podem atingir terceiros Estados, enquanto a guerra cria, para os
terceiros, direitos e deveres (ex: neutralidade);

% as medidas coercitivas devem ser paralisadas quando o Estado que as sofre aceitar a solução que
lhe tiver sido apresentada, enquanto a guerra só cessa se as duas partes concordarem;
% tem sido acrescentado que na guerra, o Estado não encontra limite ao uso da força, a nãos ser que
dentro do que estabelecem as leis de guerra e de humanidade. As medidas coercitivas devem ser
proporcionais ao ilícito praticado;

% a guerra é empregada para resolver conflitos em que os Estados consideram não ser possível
outra solução dentro do quadro da paz; os meios coercitivos são assim um estágio anterior à guerra;
e,

% o emprego dos meios coercitivos, não quebrando o estado de paz, faz com que os tratados
continuem a ser cumpridos, ao contrário do que ocorre com a guerra.

 $3$'#+3'$A#-$#$$%
Ato unilateral, discricionário e que não viola o DIP.

Feito pela retirada dos agentes diplomáticos. Esta sanção serve para demonstrar que a parte
ofendida já não espera nada das negociações diplomáticas e que poderá adotar medidas de caráter
independente.

Não se confunde com a suspensão de relações diplomáticas. Esta ocorre, por exemplo, quando:

-um Estado retira o chefe de Missão para ³consultas´ e a entrega a um encarregado de negócios
interino.
-um novo governo sobe ao poder por um golpe de Estado

O rompimento não faz com que desapareça a inviolabilidade dos locais da Missão e dos seus
arquivos, bem como os agentes diplomáticos permanecem com suas imunidades.

Ademais, não acarreta necessariamente o rompimento das relações econômicas e consulares.

! -$$#:3##)
('$#%
Ato unilateral, discricionário e que não viola o DIP.

É lei de talião, ou seja, na aplicação, pelo ofendido ao ofensor, das mesmas medidas que este
aplicou em relação a ele.

A retorsão precisa de um ato que não contrarie o DIP. Ex: proibição por um Estado que navios do
outro entrem em seus portos ou um aumento exagerado de tributos alfandegários de produtos
provenientes de outro Estado.

* 3A'#
Ato unilateral, discricionário e que pode violar o DIP.

São medidas empregadas por um Estado em relação ao outro que tenha violado seus direitos. Elas
se justificariam por ser uma resposta a uma violação do DIP e visam fazer com que o Estado autor
da ofensa respeite o DIP.

)3;?
-existência de um ato anterior contrário
-inexistência de outros meios para que o Estado obtenha a reparação
-proporcionalidade em relação ao delito
-que o Estado lesado tenha tentado, antes de praticá-las, obter satisfação sem sucesso
-não ocasionar danos a terceiros
A represália e a legítima defesa têm o mesmo fundamento (violação de uma norma internacional
por um Estado), mas suas finalidades são diferentes:

-na represália se procura obter uma reparação enquanto na legítima defesa se paralisa o ataque
-na represália, o ilícito já está consumado enquanto na legítima defesa impede que o ilícito seja
realizado
-a represália é uma reação a qualquer ilícito internacional enquanto a legítima defesa é utilizada em
caso de ataque armado

É importante mencionar que terceiros Estados podem aplicar represálias. Ex: quando da ocupação
das ilhas Malvinas pela Argentina, a Nova Zelândia cortou relações diplomáticas e cancelou vôos
aéreos.

$#'#3A'# 
#% G'? 3#6  impedir, por meio da força armada, as comunicações com um porto ou as
costas de um país ao qual se não declarou a guerra.

?
-a ser empregado após o fracasso das negociações
-que seja efetivo
-que seja notificado oficialmente
-que é só obrigado para os navios do bloqueante e do bloqueado (não para terceiros)
-os navios que forem apreendidos devem ser devolvidos no final do bloqueio

(% 7$(#; imobilização de navios de comércio estrangeiros, tendo em vista fazer pressão no
Estado de que eles são nacionais.

.##6#
-exercido somente por Estado soberano
-ato inamistoso
-exercido em relação a navios de comércio
-acompanhado de certas medidas (ex: guarda armada no navio, desembarque da tripulação)
-não é confisco, pois não se opera transferência de propriedade
-não dá direto a indenização

%G#;$ interrupção de relações comerciais e financeiras com outro Estado.

Pode ser realizada pelo governo ou por particulares, sendo que esta última pode ser espontânea ou
forçada pelo governo. É considerada legal quando for uma represália para a defesa do Estado. Neste
caso, não acarreta a responsabilidade do Estado.

.'# #
-recusa de comércio com outro Estado, ou empresas ou nacionais
-recusa de permissão para serem reexportadas mercadorias para o Estado boicotado
-recusa de tratar com terceiros Estados ou empresas que lidam com o boicotado
-recusa de tratar com quatro Estados ou empresas que tratam com terceiros Estados ou empresas
que lidam com o boicotado
-recusa de dar assistência militar a terceiros Estados que auxiliam o boicotado
-esforços diplomáticos para uma terceira nação se juntar ao boicote
 
/M P7<7 .
<

.
Segundo Angelo P. Sereni, "é uma associação voluntária de sujeitos de direito internacional,
constituída por ato internacional e disciplinada nas relações entre as partes por normas de direito
internacional, que se realiza em um ente de aspecto estável, que possui um ordenamento jurídico
interno próprio e é dotado de órgãos e institutos próprios, por meio dos quais se realiza as
finalidades comuns de seus membros mediante funções particulares e o exercício de poderes que lhe
forma conferidos".

c.##6#
#% Associação voluntária de sujeitos do DIP;

(%O ato institutivo da organização é internacional;

%Personalidade internacional;

% Ordenamento jurídico interno;

% Existência de órgãos próprios; e,

% Exercício de poderes próprios.

O;
Pelo menos, dois órgãos reputam-se indispensáveis na estrutura de qualquer organização
internacional, independentemente de seu alcance e de sua finalidade:

#%$(':#/#' onde todos os Estados-membros têm voz e voto, em condições igualitárias; e,

(%<## órgão de administração permanente, integrado por servidores neutros em relação à


política dos Estados-membros.

(, nas organizações de cunho político, como a OEA e a ONU, encontramos um outro órgão:
Conselho Permanente.

!5<#+#
# $# ou o Estado-membro tem alguns direitos suspensos ou o mesmo é excluído do
quadro.

*5$)$$(
De uma forma geral, há três aspectos principais disciplinados nos atos constitutivos da organização:

#% $ # #(# # ## # 7#  $$( tem um caráter, geralmente,
geográfico;

(%H## presume-se integral, ou seja, desprovida de reservas; e,

% Aceitação da adesão dos demais Estados-membros.

0 ##7#$$(
Dois elementos costumam condicionar a retirada voluntária do Estado-membro no quadro das
organizações cujos textos fundamentais prevêem a denúncia:
#% Pré-aviso de, aproximadamente, dois anos; e,

(% Atualização das contas.

1 3#('###'
De uma forma geral, são aplicáveis as mesmas regra utilizadas em relação aos Estados.

Se a organização é a reclamante, a mesma deve esgotar os recursos internos do Estado; já este


requisito não existe quando ela é a reclamada, pois não tem recursos internos a serem esgotados.

2 .);#
As organizações internacionais têm:
#%)#, isto é, de concluir acordos internacionais.
Fundamento legal: Convenção da ONU sobre Direitos dos Tratados entre Estados e Organizações
Internacionais ou entre Organizações Internacionais de 1986.

(%   ';#, ou seja, como elas necessitam manter relações com os demais sujeitos do
DIP, a fim de realizarem as finalidades para que forma criadas, as mesmas precisam manter missões
que são representadas por observadores.

Estes observadores possuem privilégios bem mais restritos do que os dos agentes diplomáticos.
Somente se beneficiam das garantias necessárias para atingir a sede da organização onde vão servir
e de permanecer no território onde ela se encontra.

Outrossim, na ONU, há dois tipos de observadores: temporários e permanentes. Estes são os


Estados não membros que têm representação permanente acreditada junto à sede como a Santa Sé e
a Palestina; aqueles são representados por todos os movimentos de libertação nacional reconhecidos
como tal.

Os observadores na ONU têm o direito de fazer pronunciamentos, casos as normas processuais do


órgão assim o permitam. Todavia, o direito de réplica é restrito.

ë"##$
É realizado por meio das contribuições dos Estados-membros para o pagamento das despesas da
organização.

IA :3## @##?##


#% benefícios que o Estado recebe da organização;
(% número de habitantes de cada Estado-membro; e,
% igualdade de contribuição entre os Estados-membros.

No caso da ONU é a capacidade de contribuição que prevalece com base na renda nacional dos
Estados. Entretanto, conforme resolução da Assembléia Geral de 1972, esta contribuição não
poderia ser de mais de 25% do orçamento da ONU. Eis as cotas pagas em 2009: EUA (US$598.2
mi), Japão (US$452mi), Rússia (US$32.6mi), Brasil (US$23.8 mi) e Argentina (US$8.8mi).

8.'# #
#%C#H #'#
/#, que são predominantemente políticas (ONU); e,
 73# (econômicos - FMI, militares - OTAN, sociais - OIT, científicos ± UNESCO,
comerciais - OMC);

(%C##4$(#'
- Universais (ONU);
- Regionais (Mercosul);

%C#H#E#3@

,;#E#+;)#$#-
7Q
%?##E#$
- Órgãos constituídos pelos representantes dos Estados;
- Decisões são tomadas por unanimidade; e,
- Próprios Estados executam as decisões dos órgãos; e,

,;#E#+3###-7%?##E#$
-Órgãos constituídos pelos funcionários da própria organização e não dos Estados-membros;
-Decisões são tomadas por maioria; e,
-Deliberações dos órgãos legislativos e judiciais das organizações são diretamente exequíveis e
obrigatórias no interior dos Estados-membros.

%C##3(
- Cooperação; e,
- Integração.

)':;$#
As organizações internacionais gozam de privilégios e imunidades. ##
Q'
#%contratar, adquirir e vender bens imóveis e móveis e comparecer em juízo;
(% seus bens gozam de imunidade de jurisdição;
% os locais e arquivos são invioláveis;
% suas rendas e bens gozam de isenção de imposto direto (não há isenção de taxa) e de direitos de
alfândega; e,
% seus funcionários gozam de privilégios e de imunidades parecidos com os dos agentes
diplomáticos (inviolabilidade, mas a imunidade de jurisdição só ocorre nos atos praticados no
exercício de suas funções), menos o direito de reclamar a isenção dos direitos aduaneiros ou dos
impostos de consumo ou das taxas sobre vendas mercantis.

! 
7
TQ97 .
<7
/M
9 

.
9T .

73:#
A União Européia (UE) é uma união supranacional econômica e política de 27 Estados-membros
estabelecida após a assinatura do Tratado de Maastricht em 1992.

É constituído o mercado único, com quatro liberdades: de circulação das pessoas, mercadorias, dos
serviços, e de capitais. Possui uma moeda única desde 2002.

Possui 23 línguas oficiais, hino (Nona Sinfonia de Beethoven, sem letra e sem a Ode à Alegria, que
Friedrich von Schiller escreveu em 1785), bandeira (não foi feita para a EU; criada originalmente
para a Comunidade Européia do Carvão, foi adotada pelo governo da UE em 1985), data
comemorativa (9 de maio de 1950) e lema - "Unida na Diversidade". Não possui, porém, uma
Constituição própria ainda.

#%
;$
A origem da UE remonta à Comunidade Européia do Carvão e do Aço, formada em 1951 (pelo
Tratado de Paris) pela França, Alemanha, Itália, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo. Nasceu por
razões geopolíticas (prevenir guerras futuras) e não econômica.
Em 1957 foi criada a Comunidade Econômica Européia (pelo Tratado de Roma) ou Mercado
Comum Europeu. Permitiu a livre circulação de pessoas, mercadorias e serviços entre os países-
membros.

(%
(=)
- Promover a unidade política e econômica da Europa;
- Melhorar as condições de vida e de trabalho dos cidadãos europeus;
- Melhorar as condições de livre comércio entre os países membros;
- Reduzir as desigualdades sociais e econômicas entre as regiões;
- Promover a livre circulação de pessoas entre os seus países-membros;
- Fomentar o desenvolvimento econômico dos países em fase de crescimento; e,
- Proporcionar um ambiente de paz, harmonia e equilíbrio na Europa.

%+
33#+
.'#7 composto pelos ministros dos governos nacionais; possui presidência rotativa;
reúne-se em vários formatos conforme o tema em pauta (assuntos externos, finanças, assuntos
sociais, transportes, agricultura, etc.);

 .$ # 7 -G@'#% órgão executivo, embora também possa propor legislação;
presidência indicada pelo Conselho; corpo de funcionários civis independente dos Estados-
membros; aplica as decisões comunitárias e zela pelos tratados; executa a política externa;

 #'#$ 73 -7#(;  G@'#% representação partidária, não nacional, mas


proporcional à população dos Estados-membros; mandatos de cinco anos; vota o orçamento e
fiscaliza os gastos da Comissão, pode ser consultado, propor, vetar e propor emendas à legislação
sempre, mas seu poder legislativo é compartilhado com o Conselho (co-decision);

 . 73:#  ># -@$(;% um juiz por Estado-membro e oito Advogados-
gerais; interpreta os tratados e aplica legislação; assistida pela corte de Primeira Instância, criada em
1998;

- Corte de Ouvidores (ombudsman), Comitê Econômico Social, Comitê das Regiões; e,

 G# .#' -"#U % criado em 1998 para coordenar a adoção da moeda única (euro);
coordena reformas estruturais e sistema de paridade entre as moedas.

Todos estes órgãos possuem representantes de todos os países membros.



%#6$$(-##'E#$='c88%

9$( # Alemanha Ocidental, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo
1973: Grã-Bretanha, Dinamarca e Irlanda
1981: Grécia
1986: Espanha e Portugal.
1990: Ex-Alemanha Oriental
1995: Áustria, Suécia e Finlândia
2004: Hungria, Polônia, República Checa, Eslovênia, Eslováquia, Estônia, Letônia, Lituânia, Malta
e Chipre (maioria remanescentes do antigo bloco comunista do leste)
2007: Bulgária e Romênia

.## Croácia, Turquia, Macedônia e Islândia


%.+3##;#H7

.:3'6 existência de instituições estáveis que garantam a democracia, estado de direito,


os direitos do homem, o respeito pelas minorias e a sua proteção.

.: R$ ter uma economia de mercado que funcione efetivamente e capacidade de
fazer face às forças de mercado e à concorrência da EU.

.:  #) $A capacidade para assumir as obrigações decorrentes da adesão,
incluindo a adesão aos objetivos de união política, econômica e monetária.

# o euro apenas pode ser adotado quando os países membros cumprirem determinados critérios
económicos, tais como elevado grau de estabilidade dos preços, situação orçamental sólida,
estabilidade cambial e convergência das taxas de juro de longo prazo.

Países membros que estão fazendo a ³lição de casa´ para adotar o euro: Bulgaria, República Checa,
Estonia, Hungria, Lativia, Lituania, Polonia e Romenia (Reino Unido, Dinamarca e Suécia).

c9'
O Mercosul, como é conhecido o Mercado Comum do Sul, é a união aduaneira de cinco países da
América do Sul.

Os idiomas oficiais e de trabalho são o espanhol e o português. Popssui um logotipo (quatro estrelas
da constelação denominada Cruzeiro do Sul sobre uma linha curva de cor verde, que simboliza o
horizonte, sobre a palavra MERCOSUR/MERCOSUL).

#%
;$
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai assinaram em março de 1991 o Tratado de Assunção, com
vistas a criar o Mercado Comum do Sul.

Em dezembro de 1994, foi aprovado um Protocolo Adicional ao Tratado de Assunção - o Protocolo


de Ouro Preto - que estabelece a estrutura institucional do bloco e o dota de personalidade jurídica
internacional. Adota-se os instrumentos fundamentais de política comercial comum que
caracterizam a União Aduaneira.

Em 2002 foi aprovado o Protocolo de Olivos para a Solução de Controvérsias entre os Estados
Partes. É criado o Tribunal Permanente de Revisão (TPR) com o objetivo de "garantir a correta
interpretação, aplicação e cumprimento dos instrumentos fundamentais do processo de integração e
do conjunto normativo do MERCOSUL de forma consistente e sistemática". Tem sua sede
permanente na cidade de Assunção, no Paraguai.

(%
(=)
-Livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países, através, entre outros, da
eliminação dos direitos alfandegários e restrições não-tarifárias à circulação de mercadorias e de
qualquer outra medida de efeito equivalente;

-Estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial comum em
relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e a coordenação de posições em foros
econômico-comerciais regionais e internacionais;

-Coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes (comércio exterior,


agrícola, industrial, fiscal, monetária, cambial e de capitais, de serviços, alfandegária, de transportes
e comunicações) a fim de assegurar condições adequadas de concorrência entre os Estados Partes;
e,

-Compromisso dos Estados Partes de harmonizar suas legislações, nas áreas pertinentes, para lograr
o fortalecimento do processo de integração.

%+
.9. -.'  9# .$$% órgão superior e decisório do Mercado Comum. É
integrado pelos Ministros de Relações Exteriores e da Economia de cada um dos Estados Partes. O
Conselho toma as decisões para assegurar o cumprimento dos objetivos estabelecidos no Tratado de
Assunção.

/9. -/3 9# .$$% órgão executivo do Mercado Comum. O GMC se pronuncia
mediante Resoluções, que são obrigatórias para os Estados Partes.

..9 -.$  .$:  9'% órgão encarregado de assistir o Grupo Mercado
Comum. É integrada por quatro titulares e quatro alternos de cada Estado Parte e coordenada pelos
Ministérios das Relações Exteriores. Entre as suas funções estão: velar pela aplicação dos
instrumentos comuns da política comercial; regular o comércio intra-Mercosul e com terceiros
países e organismos internacionais. As Diretrizes feitas pela CCM são obrigatórias para os Estados
Partes.

- Além desses órgãos, deve-se mencionar o Parlamento do Mercosul (*), a Secretaria do Mercosul,
o Tribunal Permanente de Revisão e o Foro Consultivo Econômico-Social.

(*) Integrado por 18 parlamentares de cada Estado Parte com base na representação paritária. A
partir de 2014 os parlamentares serão eleitos com base no critério de ³representação cidadã´
(sufrágio universal, direto e secreto).

%#6$$(-='c88%

9$( # Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

-2006: Venezuela ingressa, mas depende da ratificação dos congressos nacionais para que sua
entrada seja aprovada. Argentina, Brasil e Uruguai já ratificaram. Falta o Paraguai (atualizado em
ago. 2010).

-2010: Israel, primeiro país de fora da América do Sul, assina um acordo de livre comércio com o
bloco em abril.

-Estados Associados: Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru.

Sua existência justifica-se em função do compromisso do Mercosul com o aprofundamento do


processo de integração regional e pela importância de desenvolver e intensificar as relações com os
países membros da ALADI.

Os Estados Associados - que celebraram Acordos de Livre Comércio com o bloco - podem
participar, na qualidade de convidados, das reuniões dos órgãos da estrutura institucional do
Mercosul para tratar temas de interesse comum, mas sem direito a voto.

%.+3##;#9'
-Compromisso Democrático
-Promoção e proteção dos direitos humanos e liberdades fundamentais

;#E#9#'.$:-
9.%
Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma organização internacional que trata das regras
sobre o comércio, serviços e propriedade intelectual entre os países. Entrou em funcionamento em
janeiro de 1995.

A OMC é diferente de algumas outras organizações internacionais como o Banco Mundial e o


Fundo Monetário Internacional. Na OMC, o poder não é delegado a um conselho de administração
ou da cabeça da organização. O poder é delegado a cada país. As decisões são tomadas por
consenso.

Os membros da OMC, destarte, negociam e assinam acordos que depois são ratificados pelo
parlamento de cada país e passam a regular o comércio internacional.

A sede da OMC é em Genebra, na Suíça.

#%
;$
A OMC surgiu do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) de 1947 que foi criado após a
Segunda Guerra Mundial conjuntamente com outras instituições multilaterais dedicadas à
cooperação econômica internacional, como as instituições criadas com o Acordo de Bretton Woods:
o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Internacional para a Reconstrução e o
Desenvolvimento (BIRD), mais conhecido como Banco Mundial.

A essas duas instituições coube, respectivamente, o estabelecimento de uma certa disciplina nas
políticas monetárias dos Estados-Membros, e a aceleração dos processos de reconstrução das
economias européias.

A terceira organização criada pelo Acordo de Bretton Woods foi a Organização Internacional do
Comércio (OIC), que teria por escopo regulamentar e promover a liberalização do comércio
internacional. A OIC, contudo, não saiu do papel, tendo em vista a oposição do Congresso
americano em aprovar o seu estatuto constitutivo, a Carta de Havana.

A necessidade do estabelecimento de novas regras para o comércio internacional fez, entretanto,


com que o conteúdo da Carta de Havana relativo à política comercial (liberalização do comércio de
bens) fosse retomado, de modo que, em outubro de 1947, foi firmado por 23 países o Acordo Geral
sobre Tarifas e Comércio (GATT), que passou a regulamentar o comércio de bens entre as Partes-
Contratantes. O GATT foi um acordo temporário que acabou vigorando até a criação efetiva da
OMC após as negociações da Rodada Uruguai em 1995.

(%
(=)
<
-Administrar os acordos que compõem o sistema multilateral de comércio;
-Servir de fórum para comércio internacional (firmar acordos internacionais);
-Supervisionar a adoção dos acordos e implementação destes acordos pelos membros da
organização;
-Resolver as disputas comerciais;
-Revisar as políticas nacionais de comércio; e,
-Assistir os países em desenvolvimento em matérias de políticas comerciais através de assistência
técnica e programas de treinamento.

%63
A atuação da OMC pauta-se pelos seguintes princípios na busca do livre comércio e também da
igualdade entre os países:
639''##'$
Consiste na liberdade de comércio entre os Estados membros, sem facilidade tarifária diferenciada
para nenhum deles. Este princípio é fundamental para a organização, tendo em vista a sua vocação
para a arbitragem de conflitos comerciais internacionais e para evitar as medidas unilaterais que
conceitualmente lhe são contrárias.

63##9#"#)#
Por este princípio, as vantagens concedidas por um Estado membro a outro, membro ou não da
OMC, serão automaticamente válidas para todos os seus membros. O princípio evita, por exemplo,
a criação de taxas alfandegárias diferenciadas por produtos. É importante frisar que o Estado não-
membro não pode solicitar tal benefício.

(, exceções de diversas ordens a este princípio são permitidas como as chamadas ³exceções
gerais´ (medidas que visam à proteção da moral e à manutenção da ordem pública) e as que dizem
respeito a uniões aduaneiras e zonas de livre comércio, que são autorizadas. Cerca de 25% do
comércio internacional flui sob alguma forma de regime discriminatório.

63# 3#
Complementa a cláusula de nação mais favorecida, limitando o incentivo por ela conferido à
ocorrência dos ³free-riding´. As negociações realizam-se através da troca de concessões em termos
de acesso a mercados, e cada negociador procura obter contrapartidas para aquilo que está disposto
a oferecer.

63##$##'
Refere-se à proibição de impor tratamento diferente entre produtos nacionais e estrangeiros. Em
outras palavras, não se pode criar mecanismos (tributos, regulamentos técnicos, exigências de
embalagem, selos ou etiquetas e requerimentos relativos à proteção da saúde) a modo a permitir a
proteção dos produtos domésticos contra os produtos estrangeiros.

63#.B##'
Visa garantir um comércio internacional justo, sem práticas desleais, como os subsídios (quando
Estados dão dinheiro, por exemplo, aos agricultores de seus países permitindo a produção de itens
mais baratos e mais competitivos perante os dos outros países) ou dumping econômico (quando
uma ou mais empresas de um país vendem seus produtos por preços abaixo de seu valor real para
outro país por um tempo limitado visando eliminar os fabricantes de produtos similares
concorrentes no local).

$3;R$) $@3+$
 $3; #' meio utilizado na produção, para tornar o produto final mais barato, por
exemplo, utilizando mão-de-obra infantil, que é mais barata
 $3; '; os países desenvolvidos têm uma estrutura normativa maior de
proteção ambiental, e gastam mais do que os outros países, o que torna seus produtos mais
caros diante daqueles produzidos nos países menos desenvolvidos
 $3;'; o uso da tecnologia barateia a produção

%+
. B# 9#' é o mais importante órgão e toma as principais decisões sobre os
acordos multilaterais de comércio. Reune-se a cada dois anos.

.' /#' - $# 3' $(#@#% cumpre com as funções da OMC por meio de
tomadas de decisões, nos intervalos entre as reuniões da Conferência Ministerial, além de realizar as
tarefas específicas que lhe são atribuídas pelo Acordo da OMC.
O; <'  .):# criado para solucionar os conflitos gerados pela aplicação
dos acordos sobre o comércio internacional entre os membros.

O; )'6#.$#
<## fornecer apoio técnico para os diversos conselhos e comissões e das Conferências
Ministeriais, presta assistência técnica aos países em desenvolvimento, analisa o comércio mundial
e explica os assuntos da OMC para o público e a mídia. Não tem nenhum poder decisório.

% Países-membros (julho 2010)

Possui 153 membros e 31 países como observadores.

%.+3##;#H
9.
-Qualquer Estado ou nação que tenha independência na condução de seu comércio internacional
-Seguir os princípios

* 
/M
 <
 P7< <


;$
Conferência de São Francisco de 1945 preparou a Carta da ONU, que entrou em vigor no mesmo
ano com o depósito dos instrumentos de ratificação de 51 Estados.

Atualmente (junho 2010) possui 192 Estados-membros. O mundo possui 195 Estados. Os que não
são membros são: Kosovo (Serbia rejeita a independência do dito país. O caso está na CIJ), Taiwan
(China a rejeita) e a Santa Sé (esta última preferiu não ser parte da ONU).

Observador Permanente: Palestina e Santa Sé

c7#
0; Conselho de Segurança, AG, Conselho Econômico e Social, Conselho de Tutela,
Secretariado e Corte Internacional de Justiça.

j  jj
É o órgão mais importante da ONU.

$# 
-Regulamentar os litígios entre os Estados-membros da ONU
-Regulamentar armamentos
-Agir nos casos de ameaça à paz e de agressão
-Decidir sobre as medidas a serem tomadas para o cumprimento das sentenças da CIJ

(+@')#
-Ação nos casos de ameaça à paz
-Aprova o controle da tutela estratégica (*)
-Execução forçada das decisões da CIJ

(*) não existe mais pois as ilhas do Pacífico - que estavam sob a tutela estratégica dos EUA desde
1947 - tornaram-se Estados associados.

(+@')#=$#$(':#/#'
-Exclusão, suspensão e admissão dos membros
-Eleição dos juízes da CIJ
-Designação do SG
-Emendas à Carta

Formado por 15 membros sendo 5 permanentes (EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha). Os
10 não permanentes (que não podem ser reeleitos) são eleitos pela AG pelo prazo de 2 anos.

3#3## $#.<
-Supressão da categoria de membro permanente
-Aumento do número de membros permanentes
-Supressão do veto
-Limitação do veto a algumas decisões

ï  ïjj
É onde estão representados todos os Estados-membros, que têm direito a um voto.

$# 
-Discutir e fazer recomendações sobre quaisquer questões ou assuntos que estiverem dentro da
Carta
-Discutir e fazer recomendações sobre desarmamento e regulamentação de armamentos
-Considerar os princípios gerais de cooperação na manutenção da paz e da segurança internacionais
e fazer as recomendações
-Fazer estudos e recomendações sobre cooperação internacional nas áreas econômica, cultural e
social, codificação e desenvolvimento do DI
-Recomendações para a solução pacífica de qualquer situação internacional

(+@')#
-Eleger os membros não permanentes do CS e os membros dos Conslehos de Tutela e Econômico e
Social
-Votar o orçamento da ONU
-Aprovar os acordos de tutela
-Autorizar os organizamos especializados a solicitarem pareceres à CIJ
-coordenar as atividades desses organismos

    j 


Trabalha nas seguintes áreas: desenvolvimento sustentável, desenvolvimento social, status da
mulher, população e desenvolvimento e direitos humanos.

"+
-Responsável pelos assuntos econômicos e sociais
-Prepara relatórios e estudos
-Convoca conferências
-Promove os direitos do homem e das liberdades fundamentais
-Negocia os acordos entre a ONU e as organizações especializadas

Vários programas, fundos, comitês, comissões e agências especializadas dentro da ONU estão sob o
domínio do ECOSOC: Alto Comissariado da ONU para Refugiados, para Direitos Humanos, a
Organização Mundial da Saúde, a Organização Mundial do Comércio e o Fundo das Nações Unidas
para a Infância são exemplos proeminentes que operam dentro do mesmo.

Ademais, encontramos também Comissões Regionais Econômicas que focalizam um dado


continente como a África, Europa, América Latina e Caribe, Ásia e Pacífico e Ásia Ocidental.
Este é o órgão da ONU onde as ONGs manifestam-se, e que será estudado adiante.

   
j
A finalidade da tutela é conduzir os povos colocados neste regime (territórios coloniais), depois de
terminada a segunda guerra mundial, à independência política.

O Conselho finalizou os seus trabalhos em 1994 com a independência de Palau.

)#; +
-Examinar os relatórios das potências administradoras
-Receber petições dos habitantes e examiná-las
-Providenciar visitas ao território sob tutela (fiscalizar a potência admnistradora)

  
jj
Encarregado da parte administrativa da ONU. O seu chefe é o SG, que possui um mandato de 5
anos.

 +</
-Chefe administrativo
-Outras funções confiadas pela AG, Conselhos de Tutela e Econômico e Social
-Fazer relatórios à AG sobre os trabalhos da ONU
-Direito de chamar a atenção do CS para qualqquer assunto que possa ameaçar a manutenção da paz
e da segurança internacionais
-Indicar seus auxiliares

 


j j
j
%#;##6#
-Principal órgão judiciário da ONU (os países poderão submeter os seus litígios a outros tribunais)
-Único órgão cuja sede não está em New York, EUA (Haia, Holanda)
-Sujeita a todos os dispositivos da Carta da ONU. Além disso, não pode aplicar um tratado não
registrado no Secretariado
-Não pode decidir sobre assunto que seja do domínio reservado dos Estados salvo se o país
voluntariamente se submeta a Corte
-É a Corte que decide se possui jurisdição ou se o assunto é doméstico
-Composta por 15 juízes com mandato de 9 anos, renováveis (um deles é um brasileiro, Prof.
Antônio A. Cançado Trindade), eleitos pela AG e pelo CS a partir de uma lista apresentada pelos
grupos nacionais da Corte Permanente de Arbitragem
-Gratuita pois as despesas são pagas pela ONU

c%#
Somente Estados são partes nos litígios. Organizações internacionais (inclusive a ONU) não podem
ser partes, somente podem prestar informações ou solicitar pareceres.

%>#
A jurisdição é obrigatória em caso de estar prevista expressamente em tratados. Uma vez
obrigatória, que é feito por declaração, o Estado se obriga a submeter à Corte todos os litígios que
tenham por objeto:

-Intepretação de um tratado
-Qualquer ponto de direito internacional
-Existência de qualquer fato que, se verificado, constituiria violação de um compromisso
internacional
-Natureza ou extensão da reparação devida pela ruptura de um compromisso internacional
#3A#Q#'A'#:##3'3#6$)#$
-Reciprocidade
-Determinado prazo (Brasil)
-Apenas a determinados Estados
-Aplicação a litígios futuros

A reserva é admitida, pois o Estado é livre de reconhecer a cláusula como obrigatória ou não. Para a
justica internacional, é melhor que haja aceitação da cláusula facultativa com reservas do que não
haja aceitação.

 !%>')#
A AG e o CS podem solicitar pareceres, que não são obrigatórios.

 *%<#
É definitiva e inapelável. Só são admitidos os recursos de interpretação e revisão (só se houver fato
novo e antes de transcorridos 10 anos).

Os Estados-membros tem que cumprir a sentença. Todavia, se uma das partes se recusar, a outra
poderá solicitar ao CS a sua execução.

6;# #
Francês, inglês, espanhol, russo, chinês e árabe

!#E#=6#
Alguns autores dissem que a ONU é uma federação. Outros, uma confederação.

Na verdade, conquanto a Carta da ONU seja um tratado, ela possui características de uma
Consituição. Isto porque a Carta possui supremacia a todo e qualquer tratado internacional que não
pode violar os seus dispositivos. Ademais, ela não está sujeita a reservas e as emendas são aplicadas
a todos, uma vez aprovada.

*"##E#

Possui as ;##6#
-sua constituição é voluntária
-o Estado territorial onde elas vão se estabelecer precisa dar o seu consentimento
-não são criadas para lutar contra o agressor, mas apenas para se interporem entre as partes em luta
(só usam armas em caso de legítima defesa)
-podem ter as funções de polícia local, supervisão de plebiscito e manter a ordem em um Estado
-não são sanções da ONU
-a responsabilidade pelos atos ilícitos praticados pelas tropas é de seus Estados nacionais, vez que
elas continuam sob os seus comandantes nacionais (não são no sentido pleno, portanto, um exército
internacional; somente o comandante da Força é um funcionário internacional)
-a imunidade de jurisdição civil é apenas para os atos praticados no exercício de suas funções

07$#H.##
Emendas só entram em vigor com a adoção (e respectiva ratificação constitucional interna) de 2/3
da AG, inclusive todos os membros permanentes do CS.

1
/#

Segundo o Comitê de ONGs do ECOSOC, até set. 2009, encontramos 3.288 ONGs possuidoras do
privilégio de ter status consultivo junto ao ECOSOC.

/$# ;A)'#
3
-Providenciam análise feita por experts na área em questão;
-Servem como agentes que alertam perigos iminentes;
-Ajudam a monitorar e implementar acordos internacionais;
-Contribuem para concientizar a sociedade a respeito de temas sociais;
-Defendem muitas das mesmas causas da ONU;
-Voluntariam recursos e executam projetos de desenvolvimento; e
-Auxiliam a disseminar informações.

C##33# $#3##
#
/
-ONGs atuantes na área de desenvolvimento social e econômico podem tentar obter status
consultivo junto ao ECOSOC. Como corolário, as ONGs podem adquirir uma das três categorias de
status: geral, especial e roster. Cada uma destas categorias confere certas prerrogativas às ONGs
dentro do sistema da ONU;

-ONGs podem receber carta de acreditação para atender conferências, reuniões de cúpula ou outror
eventor organizador pela ONU. Tal carta é emitida através da secretaria responsável pelo evento à
ONG com status consultivo dentro do ECOSOC o que lhe permite poder enviar representates com
poderes, dependendo da categoria em que tal ONG se encontra;

-ONGs podem estabelecer relações de trabalho com departamentos, programas ou agências


especializadas que fazem parte do sistema da ONU; e

-ONGs que têm meios de conduzir programas de comunicação em massa a respeito das atividades
da ONU tais como publicação de jornais, condução de programas de televisão ou de rádio,
realização de conferências, seminários podem associar-se também ao Departamento de Informação
Pública da ONU.

#%<#')#
/=#7.
<
.
O Conselho oferece três status consultivo: geral, especial e roster.

As ONGs que se enquadram dentro da categoria geral são aquelas que estão ligadas com quase toda
as atividades do ECOSOC, seus órgãos subsidiários, e estão como resultado mais envolvidas com a
vida social e econômica da população. ONGs nesta categoria são poderosas e representam grandes
segmentos da sociedade em diversos países. Dentro das atividades do ECOSOC, elas podem enviar
representantes, atender reuniões, têm o poder de manifestar-se oralmente em suas reuniões, circular
declarações, submeter relatórios quadrienais a repeito de suas atividades no mundo e o direito de
incluir itens nas agendas de suas reuniões. Exemplos de ONGs nesta categoria: ³CARE
International´ (admitida em 1991), ³Greenpeace International´ (admitida em 1998) e Rotary
International (admitida em 1993). Até set 2009 encontramos 141 ONGs nesta categoria.

As ONGs incluídas na categoria especial são aquelas que têm uma competência especial e limitada
a algumas das atividades do ECOSOC. Nas atividades do ECOSOC, elas também podem enviar
representantes, atender reuniões, têm o poder de manifestar-se oralmente em suas reuniões, circular
declarações, submeter relatórios quadrienais a repeito de suas atividades no mundo, mas não têm o
direito de acrescentar itens nas agendas de suas reuniões. Exemplos: Anistia Internacional (admitida
em 1964) e Human Rights Watch (admitida em 1993). Até set 2009 encontramos 2167 ONGs nesta
categoria.

As que estão na categoria de roster são aquelas que contribuem ocasionalmente com os trabalhos do
ECOSOC ou de seus órgãos subsidiários. No ECOSOC, elas podem atender suas reuniões, mas não
têm permissão de pronunciar-se oralmente, circular declarações, submeter relatórios quadrienais e
de sugerir pontos na agenda de suas reuniões. Exemplos: Instituto Brasileiro de Análises Sociais e
Econômicas, NGO Committee on UNICEF e ³Sasagawa Peace Fundation´ (todos admitidos em
1996). Até set 2009, encontramos 980 ONGs nesta categoria.

Abaixo encontramos um quadro a respeito das diferenças entre as três categorias de status
consultivo dentro do ECOSOC:

Privilégios (*)

Geral Especial Roster

-Permissão para fazer -Permissão para fazer consultas -Permissão para fazer consultas
consultas aos funcionários da aos funcionários da Secretaria aos funcionários da Secretaria
Secretaria da ONU a respeito da ONU a respeito de temas de da ONU a respeito de temas de
de temas de interesse da ONG interesse da ONG interesse da ONG

- Permissão para pronunciar-se -Permissão para pronunciar-se -Poder de designar


oralmente baseado nas oralmente baseado nas representantes com assento nas
recomendações do Comitê. recomendações do Comitê. reuniões do ECOSOC e seus
órgãos subsidiários.
-Permissão para submeter -Permissão para submeter
declarações resumidas por declarações resumidas por
escrito. escrito.

-Poder de designar -Poder de designar


representantes com assento nas representantes com assento nas
reuniões do ECOSOC e seus reuniões do ECOSOC e seus
órgãos subsidiários. órgãos subsidiários.

-Direito de acrescentar itens


nas agendas do ECOSOC e
seus órgãos subsidiários.

(*) Status Consultivo na ONU não permite uma ONG: 1) Usar o logo da ONU; 2) Representar a
UN; 3) Receber passaportes diplomáticos ou isenção de tributos; 4) Tornar-se parte do sistema da
ONU.

0   7
 77/ 
7  7
.
9N 


A integração regional significa um conjunto de medidas adotado pelos Estados com vistas à
obtenção, entre eles, da livre circulação de bens, pessoas, mercadorias e capitais, mediante a
abolição de barreiras comerciais.

É importante esclarecer que há diferenciação entre direito de integração e direito comunitário, pois
são normativas jurídicas distintas que se complementam, posto que o direito comunitário tem como
base fundamental o direito da integração.
Pode-se dizer que a nova Ordem Jurídica Internacional se caracteriza pela integração dos Estados
em blocos econômicos buscando benefícios recíprocos (sob os aspectos econômicos, políticos,
sociais e jurídicos) para melhorar a qualidade de vida de seus povos.

c ;#
É o conjunto de tratados que reúne princípios e regras aplicáveis às instituições de integração
regional econômicas e comerciais. Ex: Tratado de Assunção (Mercosul)

O objeto fundamental é a integração comercial e econômica, possibilitando o acesso a mercados -


por meio da isenção ou redução de tarifas alfandegárias sobre os produtos comercializados
intrablocos - ou a padronização das relações entre os países, no fomento do comércio internacional
regional.

Os Estados-membros mantém a sua soberania, porém sofrem restrições em relação ao tratado


internacional firmado. Entretanto, essas restrições podem ser quebradas, advindo à
responsabilização indenizatória perante o Estado membro prejudicado, o que também se aplica em
relação aos blocos econômicos dos quais faça parte.

 .$A
É o conjunto normativo que visa reger as relações dos Estados-Partes que se encontram unidos em
uma federação de Estados, submetidos a órgãos de caráter supranacional. Ex: União Européia.

Neste direito, além da integração comercial e econômica, os Estados-membros visam também a


integração social, jurídica e política ± comandada por uma autoridade supranacional - para a
formação de uma comunidade internacional.

O direito comunitário nada mais é do que o direito da integração aperfeiçoado. Tem como pilar a
delegação de parte da soberania dos seus Estados-membros em favor da comunidade. Em outras
palavras, o direito comunitário é detentor de um poder supranacional, que se sobrepõe aos Estados
membros.

!<3###'#
A supranacionalidade é o poder que se situa acima dos Estados mediante a delegação de
competências constitucionais aos órgãos comunitários.

Significa que o poder supranacional, por estar acima dos Estados, deve ser exercido pelos interesses
da comunidade. Os Estados devem, destarte, submeter-se obrigatoriamente aos organismos
comunitários.

Esse poder supranacional advém de ordenamento jurídico, através de tratados, em que os Estados
membros delegam a soberania para o fim da integração.

#%.##6##3###'#

3###'#:##E##3'#-%
-Transferência de soberania dos Estados para a organização comunitária em caráter definitivo;
-Poder normativo do Direito Comunitário em relação aos direitos pátrios; e
-Dimensão teleológica de integração que é a supranacionalidade para alcançar os fins
integracionistas.

*G'R$,
j  

São associações de países, em geral de uma mesma região geográfica que estabelece relações
comerciais privilegiadas entre si e atuam de forma conjunta no mercado internacional.

ï j  j


Classificam-se em zona ou área de preferência tarifária, zona de livre comércio, união aduaneira,
mercado comum e união econômica e monetária.

Essas características determinam o objetivo estipulado no bloco mediante tratado assinado pelos
Estados membros. Deste modo, há flexibilidade, podendo o processo de integração ir avançando
com o tempo, através de futuros tratados ou ficar estagnad, podendo ainda outros Estados aderir ao
bloco.

ï j j j j j


Para alguns autores, esta é a primeira fase do processo de integração econômica.
Consiste apenas em garantir níveis tarifários preferenciais para o conjunto de países que pertencem
a esse tipo de mercado.

A outrora Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC) foi um exemplo de Zona de


Preferência Tarifária, pois procurou estabelecer preferências tarifárias entre os países da América
do Sul, com exceção da Guiana e do Suriname, mais o México e Cuba. Em 1980, a Associação
Latino-Americana de Integração (ALADI) substituiu a ALALC.

Caracteriza-se pela redução parcial das tarifas alfandegárias não necessariamente a todos os
produtos.

ïc  j  


Quando constituem uma Zona de Livre Comércio (ZLC), os países parceiros reduzem ou eliminam
as barreiras alfandegárias, tarifárias e não-tarifárias, que incidem sobre a troca de mercadorias
dentro do bloco.Esse é o segundo estágio no caminho da integração econômica.

O NAFTA constitui-se em exemplo de Zona de Livre Comércio, um acordo firmado entre os


Estados Unidos, o Canadá e México.

Para o antigo GATT (base da criação da Organização Mundial de Comércio), um acordo comercial
só pode ser considerado uma Zona de Livre Comércio quando abarcar pelo menos 80% dos bens
comercializados entre seus países-membros. Caracteriza-se pela abolição total das tarifas que
incidam no comércio intra-área, uniformização de normas de controle de qualidade e de
padronização dos produtos, certificados de origens e unificação da política tarifária para que não
haja desvios de comércio.

ï jj
O próximo passo consiste na regulamentação de uma União Aduaneira, momento em que os
Estados-Membros, além de abrir os mercados internos, regulamentam o seu comércio de bens com
nações externas, já funcionando como um bloco econômico em formação.

A União Aduaneira caracteriza-se por adotar uma Tarifa Externa Comum (TEC), a qual permite
estabelecer uma mesma tarifa aplicada a mercadorias provenientes de países que não integram o
bloco.

Possui um mínimo de harmonização das políticas fiscal, monetária e cambial. Nessa fase, dá-se
início à formação de comissões parlamentares conjuntas, aproximando-se o Poder Executivo dos
Estados nacionais de seus respectivos Legislativos.
O Mercosul, composto pelo Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai estabelecem na atual fase
de desenvolvimento, uma União Aduaneira em luta para se transformar em um Mercado Comum.

ï  j
O Mercado Comum se apresenta como um processo bastante avançado de integração econômica.
Além da livre circulação de bens e serviços, há a livre circulação de pessoas e capitais também (as
quatro liberdades).

O Mercado Comum pressupõe a existência de uma coordenação de política macroeconômica,


devendo todos os Estados membros seguir os mesmos parâmetros para fixar taxas de juros e de
câmbio e para definir políticas fiscais.

Assim, o Mercado Comum caracteriza-se pela união aduaneira mais a livre locomoção dos fatores
de produção (pessoas e capitais), criação de uma legislação comum, unificação do sistema
previdenciário, tributário e das leis trabalhistas além da sincronização das políticas em geral.

ï   j


j
Constitui o estágio mais avançado do processo de formação de blocos econômicos.
Neste estágio, há uma moeda única e uma política monetária unificada conduzida por um Banco
Central comunitário.

Assim, cada acordo significa um avanço em relação às situações anteriores de níveis de integração,
sempre dependente da vontade política dos Estados membros que se unem com determinados
objetivos em blocos econômicos no processo de integração.

Por exemplo, o MERCOSUL não dispõe atualmente de instituições supranacionais, mas são
transparentes os avanços em seu processo de fortalecimento e consolidação, apesar das crises
conjunturais no plano da integração econômica.

O NAFTA parece não pretender adotar o princípio da livre circulação de trabalhadores, embora
tenha avançado bastante no que diz respeito ao volume das trocas comerciais entre os Estados
membros.

A União Européia representa o mais avançado estágio desse processo de integração em blocos
econômicos, inclusive com a adoção de uma moeda comum (Euro) e também política, com o
funcionamento de um Parlamento Europeu fortalecido, que tem sede em Estrasburgo, França.

Caracteriza-se pela unificação das políticas monetária, fiscal e cambial dos países membros, pela
moeda única, mais banco central independente e uma autoridade supranacional.

1 
7
7 .

<  7
<I9
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5. I$#- I%


³ (..) são as reivindicações morais e políticas, que, no consenso contemporâneo, todo ser humano
tem o dever de ter perante sua sociedade ou governo (...)´, segundo Louis Henkin.

c5 I)#'$
É difícil conseguirmos a universalização dos direitos humanos devido a diversidade cultural. Ou
seja, o que é considerado como uma violação aos direitos humanos no Ocidente ± a extirpação do
clítoris com o intuito de a mulher perder o prazer e, assim, não trair o seu marido -, o mesmo pode
não ser considerado em certos povos do Islã e da África subsaárica.
Entretanto, tem sido apontado em favor da universalidade que ela é um ponto de partida e que faz
parte da moralidade básica dos direitos humanos, bem como que ela é uma meta que deve superar
os particularismos.

Ex.: a China, integrante do ³modus vivendi´ do Ocidente, caracterizada principalmente com a sua
entrada na OMC, deve, destarte, respeitar os direitos humanos presentes na sociedade ocidental.

Como resultado, a tese chinesa, fundada na precedência do princípio da soberania nacional - que se
embasa nas noções de relativismo cultural, pelas quais o conteúdo e significado dos direitos
humanos estão condicionados pela história particular de cada povo e não são redutíveis a definições
globalizantes ± perde substância.

 ##' I$#-  I%
#%  
Conjunto de normas que estabelece os direitos que os seres humanos possuem para o
desenvolvimento de sua personalidade e estabelece mecanismos de proteção a tais direitos.

(%.##6#
-Não está sujeito ao princípio da reciprocidade, que é comum no DIP, principalmente nos aspectos
políticos e econômicos;

-É um Direito politizado, pois versa sobre a relação entre o Poder e a Pessoa;

-É progressista, isto é, vem sendo construído de modo progressivo. É uma construção lenta, porque
é ³uma conquista do indivíduo contra o Estado´;

-São reputados como pertencentes ao ³jus cogens´, ou seja, são normas imperativas;

-Deixa de pertencer à jurisdição doméstica ou ao domínio reservado dos Estados. Assim, o DIDH
diminui a área de atuação da soberania do Estado;

-É autônomo no sentido de que o DIDH é um direito de proteção que visa a defender os indivíduos
± no plano nacional e internacional - e não os Estados; e,

-Existe uma presunção em favor da aplicabilidade direta dos tratados de direitos humanos no
interior dos Estados, isto é, o indivíduo pode invocá-los perante os tribunais nacionais.

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<B
#%##' segundo o sociólogo Max Weber, é o conjunto de normas que são legítimas não
em virtude de sua promulgação por um legislador legítimo, mas em virtude de suas qualidades
imanentes;

(% # ##'# em sentido ³lato´, são aquelas teorias que consideram a origem da
sociedade e o fundamento do poder político em um contrato, ou seja, como um resultado de um
acordo tácito ou expresso entre os indivíduos, terminando com o ³estado de natureza´, e dando
início ao estado social e político; e,

%(=): é aquele que entende o direito como liberdade.

*5
 I$##$##'G#'3#'##
Os tribunais vem se recusando a aplicar as convenções sobre os DHs, quando estes conflitam com a
Constituição.
Ex.: o art. 5º, inciso LXVII admite a prisão civil do devedor de alimentos e do depositário infiel, ao
contrário do que é previsto nos textos internacionais dos direitos humanos, que proíbem a prisão
decorrente do não cumprimento de obrigação civil.

05
 I$'A'#3:#
A importância deste tema é no que se refere aos conflitos armados que fazem com que os Estados
declarem a suspensão de inúmeros direitos e das garantias individuais. Entretanto, os países têm
uma limitação: as cláusulas pétreas.

Dentro desse contexto das cláusulas pétreas, encontramos duas maneiras de tecer considerações
sobre o tema.

A primeira forma de estudar a cláusula pétrea é aquela que obriga o Estado a respeitar todos os
direitos humanos, independentemente do caos interno. Isto porque a legislação sobre os direitos
humanos é considerada cláusula pétrea.

A segunda maneira de se estudar a cláusula pétrea é aquela que admite o não cumprimento de
vários direitos humanos, salvo alguns. Isto é possível quando o Estado alega o ³estado de
necessidade´, previsto em várias Convenções Internacionais, tais como a da Convenção Européia e
Americana de DHs. Todavia, há algumas regras para tal:

#%deve existir um estado de ³perigo público´ ou de ³emergência´ que ameace a independência ou a


segurança do Estado. A prova de existência deste estado cabe ao Estado e não ao indivíduo que
reclama da violação dos DHs.

(, a doutrina tem criticado a América Latina por ter declarado estado de ³perigo público´ ou de
³emergência´ sem qualquer justificação objetiva e por tempo longo;

(% o estado de emergência deve ser declarado oficialmente;

% deve haver a notificação deste estado aos demais países-partes da convenção;

% não pode haver a derrogação dos direitos fundamentais, chamadas de cláusulas pétreas;

% deve haver a razoabilidade de declarar tal estado;

%não deve haver a derrogação dos DHs em relação a sexo, cor, religião etc; e,

;% as medidas do estado de emergência não podem violar outras obrigações internacionais do


Estado.

15. I#)+
Na Europa, encontramos a Comissão e a Corte Européia de DHs, sediada em Estrasburgo, França.

Encontramos a Convenção Européia para a Proteção dos Direitos Humanos e das Liberdades
Fundamentais (Roma, 1950).

No continente americano, existe a Comissão e a Corte Interamericana de DHs, sediada em San José,
na Costa Rica (ratificada pelo Brasil).

Encontramos em nosso continente a Convenção Americana sobre DHs (San José, 1969).

25 '##)#' I
Aprovada pela Assembléia Geral da ONU em 1948 :)#$?#3#
#% normas gerais;
(% direitos e liberdades fundamentais;
% direitos políticos; e,
%direitos econômicos e sociais.

Não é um tratado, mas somente uma declaração. Contudo, a maioria dos seus artigos já podem ser
considerados como princípios gerais do direito ou normas costumeiras e, assim, podem ser
obrigatórios (teoricamente).

A Declaração é a consagração da universalidade dos direitos dos humanos, que significa o


reconhecimento de direitos fundamentais a todas as pessoas, independentemente de etnia, cor, sexo,
religião.
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