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MARLEAU-PONTY FENOMOENOLOGIA –

P377
A percepção do espaço não
é uma classe particular de "estados de consciência" ou de
atos, e suas modalidades exprimem sempre a vida total do
sujeito, a energia com a qual ele tende para um futuro através
de seu corpo e de seu mundo59.
P. 380
Os primitivos, na
medida em que vivem no mito, não ultrapassam
esse espaço
existencial, e é por isso que para eles os sonhos
contam tanto
quanto as percepções.
P.383
A descrição do espaço antropológico poderia ser indefinidamente
prosseguida73. Vê-se o que o pensamento objetivo
sempre lhe oporá: as descrições teriam valor filosófico?
Quer dizer: elas nos ensinam algo que diga respeito à própria
estrutura da consciência, ou só nos dão conteúdos da experiência
humana? O espaço do sonho, o espaço mítico, o
espaço esquizofrênico, eles são espaços verdadeiros, podem
ser e ser pensados por si mesmos, ou pressupõem, como condição
de sua possibilidade, o espaço geométrico e, com ele,
a pura consciência constituinte que o desdobra?
P. 394
Dissemos
que o espaço é existencial; poderíamos dizer da mesma
maneira que a existência é espacial, quer dizer, que por
uma necessidade interior ela se abre a um "fora", a tal
ponto
que se pode falar de um espaço mental e de um "mundo
das significações e dos objetos de pensamento que
nelas se
constituem"79.
Existem dois e somente dois modos
de ser: o ser em si, que é aquele dos objetos
estendidos
no espaço, e o ser para si, que é aquele da
consciência
P.471
No que diz respeito
à consciência, precisamos concebê-la não mais como uma
consciência constituinte e como um puro ser-para-si, mas como
uma consciência perceptiva, como o sujeito de um comportamento,
como ser no mundo ou existência, pois é somente assim que outrem poderá
aparecer no cume de seu corpo fenomenal
e receber uma espécie de "localidade". Nessas condições,
as antinomias do pensamento objetivo desaparecem

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