Reforma Íntima sensações de todos os tipos que o espírito experimenta e fica
Estudo encantado. Ouvir um pássaro cantar no meio da floresta,
23 de março 2005 – São Paulo-SP
Lélis Tetsuo Murakami
lelis.nucleo@lechare.com.br
Resumo  Este trabalho tem por objetivo elaborar uma
pesquisa sobre reforma íntima.
Palavras Chaves  Reforma Íntima, Espiritismo.
1. INTRODUÇÃO
Quem escreve este trabalho está inserido no mundo dos
encarnados. Este mundo, essencialmente material, acontece
no planeta Terra, governado em um dos eixos pela grandeza
física denominada tempo. Esta grandeza é a responsável pela
transformação material constante que reina neste planeta onde
tudo acontece de maneira cíclica. Basta reparar que de forma
interminável e cíclica, após o dia vem a noite em uma
seqüência continuada. Seguindo este comportamento
universal, como tudo neste planeta, um dia, nascemos,
vivemos e depois de um tempo morremos. Ao nascer, nós
(Espírito) ganhamos um corpo que nada mais é do que
matéria. Mas, junto a este corpo ganhamos vida biológica
como os animais e vegetais. Espírito e corpo ficam unidos
pelo perispírito [LE135] e assim permanecem neste planeta
vivendo e aprendendo, até que o compromisso firmado
chegue ao fim planejado.
A Terra é um planeta estável e em equilíbrio. Em outros
tempos talvez não o fosse, mas agora, tudo permanece de
forma compensada, tanto no campo material como no campo
espiritual. No campo físico, notamos que existem lugares
quentes e lugares frios, montanhas e vales, regiões frias ou
quentes. Até o corpo humano (matéria) está em equilíbrio
físico, pois repare que tudo que temos mais do que um está
alojado um de cada lado e o que temos um só, encontra-se no
meio. Já imaginaram ter os dois braços de um mesmo lado?
Como ficaríamos em equilíbrio físico? No campo espiritual
também notamos a existência de pessoas boas e más,
trabalhadoras e preguiçosas, frias e calorosas, (estas
diferenças representam graus de evolução espiritual variados.)
tudo em perfeito equilíbrio como acontece na eletricidade
onde temos o pólo positivo e o pólo negativo. Em um sistema
em equilíbrio há a necessidade de se ter os dois lados. A
existência do lado negativo é importante porque valorizamos
o lado positivo ou na pior das hipóteses, serve como
referência. Quer dizer que as pessoas más sempre existirão?
Pelo menos no período em que buscamos a evolução do
Espírito acredito que sim, só que o nível de maldade e de
bondade modificam com o tempo. Antigamente, matar um
semelhante não era tão grave como é hoje. No entanto, os
crimes mais leves que hoje acontecem podem ser
considerados abomináveis daqui a algum tempo. A qualidade
da boa ação pode também crescer em qualidade de forma
similar. “...Em um mundo mais avançado habitado por bons
espíritos, o que aqui é exceção lá é regra. O sentimento do
bem é espontâneo por toda parte, porque são habitados só
por bons Espíritos, e uma única má intenção seria para eles
uma exceção monstruosa...” [LE894].
Os espíritos que encarnam passam uma temporada aqui neste
planeta e tem a missão de viver. VIVER? O que é isso? Viver
na Terra é maravilhoso, é uma experiência indescritível ao
qual devemos sempre agradecer a Deus. O corpo humano é
uma máquina sem igual que produz através dos órgãos,
sentir a brisa fresca do mar, olhar para a ingenuidade pura de
uma criança, tudo isto é VIDA.
[LE920] O homem pode desfrutar na Terra de uma felicidade
completa?
- Não, uma vez que a vida lhe foi dada como uma prova ou
expiação; mas depende dele amenizar esses males e ser feliz
quanto se pode ser na Terra.
Ressaltando mais uma vez o equilíbrio, durante a passagem
na Terra atravessamos fases boas e fases ruins. Não podemos
esquecer a parte negativa que equilibra o Universo. Mesmo
contando com o lado negativo a passagem aqui na Terra
proporciona muitas situações onde podemos extrair boas
lições.
[LE133] ... as dificuldades da vida são muitas vezes a
conseqüência da imperfeição do Espírito. Quanto menos
imperfeições, menos tormentos...
Viver incorpora uma necessidade de evolução espiritual que
se contrapõe com o bem estar material. Ambas precisam ser
consideradas na passagem pela Terra. Precisamos nos
preocupar com bens materiais pois, enquanto matéria,
dependemos dela. O lado espiritual já é um assunto que
persiste de outras experimentações de vidas passadas e
precisa ser trabalhado durante a estada na Terra. Muitas vezes
fracassamos no lado espiritual por diversos motivos e para
remediar este problema, recorremos à chamada reforma
íntima. Fazemos uma revisão espiritual e tentamos detectar os
pontos que devem ser trabalhados para que a evolução
aconteça. A cada passagem pela Terra completamos um ciclo,
mas em cada ciclo o espírito está mais evoluído e, portanto
este ciclo poderia ser entendido como uma espiral evolutiva
onde passamos pela mesma Terra, mas em situação espiritual
mais evoluída.
2. REFORMA ÍNTIMA
Em [LE132] “A lei de Deus lhes impõe a encarnação com o
objetivo de fazê-los chegar à perfeição. Para uns é uma
expiação; para outros é uma missão. Mas para chegar a essa
perfeição, devem sofrer todas as tribulações da existência
corporal: é a expiação. A encarnação tem também um outro
objetivo: dar ao Espírito condições de cumprir sua parte na
obra da criação. Para realizá-la é que, em cada mundo, toma
o corpo em harmonia com a matéria essencial deste mundo
para executar aí, sob este ponto de vista, as determinações de
Deus, de modo que, concorrendo para a obra geral, ele
próprio se adianta”.
Depreende-se disso, que a passagem pela Terra visa caminhar
em busca da perfeição. Não existe evolução sem a
transformação do “velho” que somos em algo “novo”. Esta
transformação ao qual designamos reforma íntima, significa
alterar o nosso estado moral de um estágio para outro melhor,
procurando reduzir as fraquezas habituais do Espírito. Uma
primeira idéia que vem à nossa mente é de que a necessidade
de reforma íntima está associada a uma situação de vida onde
tudo está errado e precisa ser consertado. Na verdade, a
reforma íntima é uma revisão íntima de cada um que visa não
só reformular ou consertar, mas também melhorar a própria
situação que hoje pode ser boa. Quando se consulta
honestamente o foro íntimo descobrimos fatalmente a maioria
dos nossos vícios e defeitos, mas devemos atentar também
que possuímos qualidades e virtudes. Os defeitos, é claro
devemos eliminá-los de alguma forma passo a passo e com
muita paciência, pois a primeira impressão é de que eles são
muitos e não podemos com eles. O importante é progredir e
nunca regredir. A cada defeito eliminado, deve-se mantê-lo
desta forma, pois assim estaremos galgando os degraus um a
um sem retrocesso. Quanto às qualidades e virtudes devemos
mantê-los e melhorá-los como foi dito anteriormente,
aumentando o nível de qualidade das nossas boas ações.
[LE893] Todas as virtudes têm seu mérito, porque indicam
progresso no caminho do bem. Há virtudes sempre que há
resistência voluntária ao arrastamento das más tendências;
mas a sublimidade da virtude é o sacrifício do interesse
pessoal pelo bem de seu próximo, sem segundas intenções. A
mais merecedora das virtudes nasce da mais desinteressada
caridade
Quando se fala em foro íntimo, é necessário analisar a atitude
e o comportamento. Atitude significa uma maneira
organizada e coerente de pensar, sentir e reagir em relação ao
próximo, a grupos, questões, etc. ou, mais especificamente, a
acontecimentos ocorridos em nosso meio circundante.
(Kardec, 1978, p.7). Comportamento é o conjunto organizado
das operações selecionadas em função das informações
recebidas do ambiente através das quais o indivíduo integra as
suas tendências. (Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo).
Atitude é uma intenção de se comportar e, portanto mudanças
na atitude podem demorar ou até mesmo não causar
alterações no comportamento.
3. CONHECER-SE NO CONVÍVIO COM O PRÓXIMO
Vivemos em uma sociedade e subentende-se que devemos
nos relacionar com outros semelhantes. Freqüentemente, os
contatos com outras pessoas apresentam certa dose de
animosidade, o que quase sempre nos levam a uma situação
onde os nossos defeitos afloram com uma naturalidade
impressionante. Quando somos agredidos ofensivamente, a
primeira reação vem do instinto animal que somos,
despertando sentimentos de ódio, revide e revolta, todos
desprovidos de qualquer indício de raciocínio lógico e
equilibrado. No entanto esta fagulha é de curta duração e
muitos conseguem conter-se e o pensamento racional volta a
comandar as atitudes. Isto no passado era bastante latente o
que indica que a Humanidade evoluiu. Neste processo reativo
identificamos três maneiras de expressar o estado emocional:
através da fala onde se diz o que não se deve; do pensamento
quando são criadas todas as cenas sem censura e da atitude
onde a agressão se faz presente. Este último parece ser o mais
grave, pois atenta contra a integridade física do oponente e
isto pode culminar com uma situação frontal às leis de Deus.
Dominar o sentimento agressivo é questão de evolução e
quando percebemos a agressividade em alguém não devemos
repudiá-lo, mas sim entender que ele se encontra em um
estágio de evolução e devemos respeitá-lo da mesma foram
que Espíritos mais elevados olham para nós com carinho e se
surpreendem com o nosso esforço de melhorar a cada dia.
Não se trata de concordar com suas atitudes que deve ser
combatida veementemente para que ele consiga entender o
que está errado. Aqueles que conseguiram dominar a
agressividade debaterão se com o domínio da fala. Muitos
também conseguem não expressar um sentimento ruim
através de palavras. Por fim, chega-se ao mais complicado
dos três que é o domínio do pensamento. Seríamos capazes de
retribuir com amor quando alguém nos lança chamas e mais
chamas de más intenções, agressões, etc? Todos nós sabemos
que não é fácil, mas estamos aqui e agora com o privilégio e a
oportunidade de exercitar continuadamente em todos os
momentos de todos os dias desta passagem aqui na Terra.
Manter o pensamento destituído dos convites freqüentes das
más influências é uma tarefa árdua que para conseguí-la
devemos sempre seguir o ensinamento divino: “Orai e vigiai”.
Não basta, no entanto apreciar tudo com os olhos de um
sabedor e nada fazer. Já sabemos que a atitude contemplativa
nada nos traz de produtivo. Já dizia Roosevelt:
“...
Far better it is to dare mighty things,
to win glorious triumphs, even
though checkered by failure, than to
take rank with those poor spirits who
neither enjoy much nor suffer much,
because they live in the gray twilight
that knows not victory nor defeat...
…“
THEODORE ROOSEVELT
26th President of the United States
of America
“THE STRENUOUS LIFE”, April
10, 1899 -
The Hamilton Club, Chicago
Devemos agir sempre no caminho da prosperidade espiritual
através de ações, evitando o comportamento contemplativo.
O convívio com o próximo é uma necessidade da sociedade
em que vivemos. Ao nascer já estamos inseridos no seio de
uma família onde coexistem outros Espíritos na forma de
familiares. Freqüentemente as rusgas entre os componentes
da família aparecem e isto todos sabemos, trata-se de resgates
de outras vidas. Neste relacionamento os problemas
acontecem e através deles galgamos os degraus da evolução
espiritual. A paciência é uma característica fundamental para
suportar os desígnios a que estamos sujeitos, opção escolhida
por nós mesmos. Na medida em que conhecemos a obra de
Deus e os objetivos da encarnação, mais facilitada é a tarefa
de suportar o sofrimento através da resignação. Isto não
significa de maneira alguma desistir da luta. Pelo contrário
quanto mais dificuldade maior deve ser o esforço na busca
das soluções.
Ao enfrentarmos todos estes problemas estamos na verdade
transformando o estado espiritual de um patamar para outro
melhor caracterizando a evolução. Isto é reforma íntima.
4. CONHECER-SE PELA DOR
[LE257] O corpo é o instrumento da dor. Se não é a causa
primária desta é, pelo menos, a causa imediata. A alma tem a
percepção da dor: essa percepção é o efeito.
Uma das formas eficazes que faz com que o Espírito
encarnado volte para o seu lado espiritual é através da dor.
Quando o corpo doente está fadado ao fracasso biológico
inevitável, buscamos alívio na espiritualidade. Para onde
vamos? O que somos? E assim por diante. A dor, qualquer
que seja a maneira através da qual se manifesta leva as
pessoas a pensar e tentar encontrar alguma explicação para o
fato com o objetivo claro de eliminar esta dor. Quando não há
solução aparente, resta a resignação e o socorro espiritual que
lhe proporcione a devida conformação. Neste estado, o
Espírito encarnado volta o pensamento para si mesmo,
refletindo sobre seus objetivos, as pessoas que o cercam, a
vida que viveu até o momento, o que fez e o que não fez e
com todo este turbilhão de dados na mente começa a montar
uma estratégia situacional para dar encaminhamento de sua
vida para o futuro.
Ao encarnarmos, escolhemos as tribulações que desejamos
passar. Seria natural a adoção de caminhos que minimizem as
dores? Sob o ponto de vista do Espírito encarnado sim, mas
sob o ponto de vista do Espírito desencarnado não. É preciso
entender que a dimensão terrena e a dimensão espiritual são
diferentes e conseqüentemente os pensamentos e objetivos
são diferentes.
[LE266] Não parece natural escolher as provas menos
dolorosas?
- Para vós, sim; para o Espírito não. Quando se está liberto
da matéria, a ilusão cessa e a forma de pensar é outra.
O homem na Terra, sob a influência das idéias terrenas, vê
nas suas provas apenas o lado doloroso. Por isso lhe parecia
natural escolher as que, em seu ponto de vista, pudessem se
conciliar com os prazeres materiais. Porém, na vida
espiritual, compara esses prazeres ilusórios e grosseiros com
a felicidade inalterável que percebe e então, nenhuma
importância dá aos sofrimentos passageiros da Terra. O
espírito pode, em vista disso, escolher a prova mais rude e,
conseqüentemente, a mais angustiosa existência, na
esperança de atingir mais depressa um estado melhor, como
o doente escolhe muitas vezes o remédio mais desagradável
para se curar mais rápido.
Quando estamos inseridos no plano encarnado nossas
preferências em geral são relacionadas com a matéria, o que
não existe no plano espiritual e por isso, os objetivos e
necessidade são muito distintos.
[1] capítulo 6 pág. 30 ... Amplia-se assim a nossa
sensibilidade ao sofrimento do próximo, alem do
fortalecimento da fé na bondade do Criador e dos próprios
corações humanos. Quantas criaturas não se transformam
radicalmente depois de uma grave enfermidade? Quantos
não descobrem dentro de si os valores eternos do Espírito
após terem sofrido longos períodos de tratamento ou perdas
irreparáveis de entes queridos, após padecerem com dores
morais, desilusões de caráter afetivo ou dificuldades
materiais, que nos ensinam a valorizar as coisas simples da
vida?...
A dor não está relacionada com as riquezas materiais e atinge
qualquer ser humano independente de credo, raça, posse ou
qualquer outro parâmetro. O sofrimento causado pela dor
pode até ser amenizado pela posse material em certos casos
notadamente nas dores corpóreas. Mas em se tratando de dor
de natureza ‘espiritual’ não há influência material que possa
amenizá-la.
[LE934] Porque a perda das pessoas queridas nos causa um
desgosto tanto mais legítimo quanto irreparável e
independente de nossa vontade?
- Esse motivo de desgosto atinge tanto o rico, como o pobre:
representa uma prova, ou expiação, é a lei comum. Mas é
uma consolação poder se comunicar com os amigos pelos
meios que tendes, enquanto esperais outros mais diretos e
mais acessíveis aos vossos sentidos.
Sabemos, portanto que tudo que passamos não é fruto do
acaso. Se atravessamos por um momento de dor devemos
suportá-lo com resignação e identificar no foro íntimo de que
forma esta dor nos fará crescer espiritualmente.
5. CONHECER-SE PELA AUTO-ANÁLISE
Reforma íntima é um processo de melhoria contínua do
padrão espiritual promovendo sua transformação. Para isto,
necessitamos conhecer profundamente nossos defeitos e
virtudes em todas as suas nuances. Cada um de nós sabe
exatamente o tamanho das nossas dificuldades. Cabe a cada
um colocar suas dificuldades para análise de forma honesta,
para si próprio, grifando o que pode ser melhorado. A auto-
análise é uma apreciação privada dos sentimentos e
pensamentos, não havendo nenhuma possibilidade de engano
ou de falsidade. Não há como mentir para si próprio. Aqueles
que assim o fazem estão retardando sua própria evolução.
Ney Prietro salienta a necessidade de o homem evoluir,
deixando cada vez mais o aspecto animal do qual originamos:
[1] capítulo 7 pág. 33 “É um trabalho de superar a densidade
da nossa animalidade, o peso da inércia aos impulsos
espiritualizados, alcançando esferas vibratórias mais
elevadas, que passam a modificar a constituição sutil dos
envoltórios espiritual e mental”.
No texto acima, o autor coloca de forma poética dizendo
“...superar a densidade da nossa animalidade..” entendendo
com isso que devemos evoluir e distanciar do que fomos
primitivamente ou seja um animal.
Conhecer nossos defeitos é algo brilhante e precisa ser feito
com urgência, se buscamos a transformação para melhor. Os
defeitos são muitos: orgulho, vaidade, ódio, inveja, ciúme, o
desejo, o apego, a ambição, maledicência, impaciência,
intolerância, etc. Os vícios também são problemáticos e as
correções muito difíceis uma vez que atinge o Espírito
encarnado de uma forma tal que o descontrole toma conta da
situação, exigindo muita paciência para conseguir uma
transformação adequada de abandono do vício.
Mas o que é o vício? O Livro dos espíritos nos esclarece que
a Natureza estipulou para o Espírito encarnado, os limites de
suas necessidades, além do qual se caracteriza o supérfluo.
No entanto, o vício extrapolou esses limites, levando-o a
situações de falsa necessidade:
[LE716] A natureza não traçou o limite de nossas
necessidades em nossa estrutura orgânica?
- Sim, mas o homem é insaciável. A natureza traçou os
limites de suas necessidades, no seu próprio organismo, mas
os vícios lhe alteraram a constituição e criaram necessidades
que não são reais.
Para um estudo de casos, suponha que se queira tratar uma
dessas dificuldades por ex. a inveja/ciúme e tenha-se por
objetivo transformar para melhor a nossa condição espiritual
eliminando estes tipos de sentimentos.
Fato: Inveja e ciúme é um sentimento presente em quase
todos os Espíritos encarnados. Segundo o [LE933], “...são
dois vermes roedores que nos perseguem como fantasmas
mesmo até em sonhos...”.
Comentários: No momento em que encarnamos,
automaticamente vivemos uma situação de disputa. Estamos
sempre disputando alguma coisa. Seja um cargo em uma
empresa, um salário mais alto, um jogo com interesses
financeiros enfim, buscamos disputar e competir com outros
irmãos quem leva maior vantagem. Nada de errado com esta
disputa, desde que seja feita de forma respeitada e sem
subterfúgios escusos. Afinal, estamos em um mundo material
e buscamos de forma sadia o bem estar material. No entanto,
muitos no afã desta disputa esquecem as regras divinas e se freqüência a gerar e assimilar ao mesmo tempo as fontes
lançam em busca do sucesso de forma equivocada e geradoras de vida.
exagerada rompendo os limites estipulados pela Natureza
como vimos anteriormente. Para estas pessoas, a referência de 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
seus objetivos está no alto, nas pessoas que obtiveram maior [1] Ney Prieto Peres “Manual Prático do Espírita”
sucesso, que se abastaram melhor de bens materiais e daí
surge inevitavelmente a inveja e o ciúme. Precisamos [2] Federação Espírita do Estado de São Paulo, “Curso Básico
de Espiritismo 2º. Ano Reforma Íntima”
entender o fenômeno para em seguida identificar a forma de
neutralizá-lo. Como podemos pensar em “amar ao próximo [LE] Alan Kardec – “Livro dos Espíritos”
como a ti mesmo” se buscamos uma posição em um plano
mais elevado em relação aos nossos irmãos? A inveja e o 10. REFERÊNCIAS CONSULTADAS
ciúme levado ao extremo nem mesmo um objeto possui, ou
seja, o Espírito encarnado tem inveja ou ciúme de outro por • Emmanuel – “Religião dos Espíritos”
qualquer motivo, sem ter uma razão aparente ou uma causa. • Allan Kardec – “Evangelho segundo o Espiritismo”
• Internet
[2] pág. 64. A primeira causa do sentimento de inveja é o
desejo de possuir algo que vemos em alguém ou na
propriedade de alguém. Platão já dizia que se não existe uma
sociedade ideal é porque o homem vive desejando o que não
tem.

Se o objetivo for libertar-nos deste sentimento de inveja ou

ciúme devemos antes de qualquer coisa, diminuir a
importância dos bens materiais

[2] pág 64 “Quem quiser, pois, ser verdadeiramente rico, não

aumente a riqueza material apenas, mas diminua a idéia na
cabeça. Na verdade não é pobre o que tem pouco, mas sim o
que deseja muito”.

Por fim, é necessário tomar cuidado extremo para não cair na

armadilha do conformismo (“eu sou assim mesmo, paciência”
ou “minha vida é essa mesmo...”) ou da contemplação
improdutiva (“sei muito bem tudo o que sou, mas nada
faço”).

8. CONCLUSÕES
A reforma íntima como anteriormente frisamos é o caminho
para a evolução espiritual. Reforma íntima significa alteração
na forma de pensar de agir principalmente em relação ao
próximo, uma vez que, vivemos em sociedade.

A busca da transformação é gradativa e não precisa ser feita

de uma só vez. Pelo contrário, quanto mais calmamente as
dificuldades são tratadas, mais sólida a estrutura que estamos
erigindo. Precisamos ser honestos quanto aos nossos vícios e
defeitos para consigo mesmo. O sucesso requer que exista a
vontade de mudar, de evoluir.

Precisamos ter em mente que estamos sujeitos a todo tipo de

influência negativa provenientes de Espíritos encarnados e
desencarnados desequilibrados cujas vibrações causam
profundos aborrecimentos. Junto à vontade de melhorar, a
PRECE é uma necessidade, pois ela faz com que o nosso
Espírito vibre em sintonia com outros bons espíritos que
sempre estão à nossa volta e juntos promovem uma
interferência recíproca construtiva, elevando o padrão
vibratório e conseqüentemente evitando influências psíquicas
negativas e criando condições favoráveis para que tenhamos
um estado de espírito propício à mudança.

[2] pág. 113 “A prece é o mais elevado meio de indução e

comunhão com as forças vivificantes da criação. Criar é
dinamizar os anseios sublimes que estão latentes na
intimidade do Espírito. A oração consiste em uma emissão de
força, que se caracteriza por determinado potencial de