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O universo da Psicologia Clínica

23 Abril 2009

Enquanto ciência, a Psicologia pode ser definida, em sentido lato, como a tentativa de compreensão dos
fenómenos e processos mentais do Homem, com o objectivo último de lhe garantir o equilíbrio necessário para
fazer face às exigências da sua vida e desenvolver-se de forma adaptada.

Particularmente, o trabalho da Psicologia Clínica incide, por um lado, na intervenção em Psicopatologia


(diagnóstico e acompanhamento) e, por outro, na promoção da Saúde Mental (numa perspectiva de
prevenção), pese embora seja recente e ténue o enfoque que é dado a esta última dimensão – na verdade
determinante para um futuro com qualidade de vida - havendo ainda, como que um “vício cultural” que,
teimosamente, nos leva a enfatizar os ensinamentos e as aprendizagens sobre “o que fazer face a diagnósticos
problemáticos”, em detrimento de “o que fazer para os evitar”.

Quaisquer que sejam os quadros teóricos de referência eleitos e, as modalidades de intervenção terapêutica
com as suas técnicas e setting específicos, os psicólogos clínicos efectuam diagnósticos de problemas
emocionais, perturbações de personalidade e psicopatologias formalmente descritas nos dicionários de
doenças mentais internacionalmente em vigor (DSM e ICD): neuroses, psicoses, perversões e afecções
psicossomáticas, para além da patologia de fronteira, ou borderline. Com base na avaliação do estado
psicológico do indivíduo, realizam psicoterapias de apoio e aconselham a realização de outras para as quais
não estejam habilitados.

Os seus destinatários são, à partida, todo e qualquer “indivíduo psíquico”, não obstante os circunstancialismos
e as peculiaridades da fase do ciclo vital que atravessam, da primeira infância à velhice, bem como os motivos
da sua perturbação ou sofrimento e/ou sintomatologia que apresentam, naturalmente diferentes de sujeito
para sujeito e dotados de um sentido próprio para cada indivíduo.

A Psicologia tem uma metodologia própria para a abordagem do real. Desta “estratégia” metodológica global
decorrem as “tácticas” concretas de intervenção ao nível da prevenção, diagnóstico, prognóstico e
terapêutica.

A metodologia pressupõe um processo de recolha de dados em que se toma sempre e necessariamente em


consideração o contexto individual e original em que um comportamento ou reacção são observados. Em
clínica, parte-se sempre do princípio que é esse mesmo contexto que dá sentido útil, quer de um ponto de
vista científico, quer prático, ao dado recolhido.

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