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Linguagem cabal: 05250 ha Franga J M. Ce (ongs.);tradugao Ines Po Désio Rocha. So Paulo: Cote, 2002, 3, Décio Rocha : evisto inica cop.331.014 indices para catélogo sistematico: M. Cecilia Pérez Souza-e-Sitva LINGUAGEM E TRABALHO construgo de objetos de analise no Brasil e na Franiga Tradugio Ines Polegatto Décio Rocha Revisio técnica Décio Rocha Ap: Seorors Dversone OME. ” A linguagem: disposttvo revelador da complexidade do trabalho Abdallah Nouroudine 4, Introdugao As reflexdes propostas neste texto so as de um analista das situa- (Goes de trabalho oriundo da filosofi como conduz sua abordagem, r especialistas cujos traballios poss! iinguagem como trabalho" ingdes foram necessérias “para que ‘antes que elas prOprias fossein submetidas a criticas". Guiando-se por essa categorizacio, M. Lacoste parece inserir em um mesmo conjunto “linguagem no trabalho” e “Linguagem como trabalho”. De acorda com a autora, “essa triparticao pormitiu remediar confusées disseminadas, separando, como verbalizagao, falas provocadas @ ext 0, falas que fazem parte da a procedimento permit ligag6es existentes realmente entre linguagem, propondo levar mais adiante as “ o ascend . esclarecer que existem es entre os diferentes aspectos da linguagem que nos nfusci a linguageiras” como lermo genérico abrangendo os trés aspectos da linguagem citados ante- riormente, Tra ta unidade de seu emprogo no ambito da experiéncia antropolégica em geral e, em particular, no ambito da experiéncia de trabalho. Nessa acepcao, a “linguagem como trabalho", a “linguagem no trabalho" e a “linguagem sobre o trabalho” tuem modos da forma genérica “praticas linguagoiras” No entanto, os elos reais existentes entre os elementos dessa tripartic&o colocariam em questdo o processo analitico que leva a separé- -08 uns dos outros? De acordo com nossa perspectiva, tingdo entre trés aspectos da linguagem apresenta um interesse epistemol6gico, possibilitando evidenciar as ligagoes e as diferengas de funcionamento da linguagom no e sobre o trabalho. Segundo esse re- ciocinio, embora a complexidade do trabalho se encontre dentro da Jinguagem em sua tolalidade, ela so traduz diferentemente de acordo com os modos na tripartigéo, Os trés aspectos da linguagem estao em estreita ligagdo como praticas Linguageiras ni de trabalho con- siderada de maneira global; porém, cada um deles apresenta problemas de ordem prética abordagem ana- ica do real apresenta a vantagem de permitir identificar mecanismos funcionamento da relagao trabalh conhecimento, tes do trabalho, dentre os quais a linguagem. Nao se pretende, aqui solucionar problemas, mas tentar identificar as condigées nas quais, estes poderéo ser tratados de modo mais eficaz. Dentre os multiplos problemas que poderiam ser examinados, retém nossa atengio aquele que articula a questao do sujeito no trabalho, tendo em vista a complex: dade da relagao trabalt recairé, necessariamente, em um debate sobre as condigées de produ- o de saber, a partir de prospecgdes acerca das condigées de produgio simplesmente. 2. A linguagem como trabalho A linguagem como trabalho possui uma complexidade idéntica & de toda atividade de trabalho. As observacées realizadas pelos analis- ‘sane aU ” etc, Entretanto, a com- de varias dimensdes no traba- Tho do que da constatagao de que tais dimensées ndo apenas se justa- Oem umas sobre as outras ou ao lado das outras, comunicando-se, imbricando-se umas nas outras, para con: (Durkheim ¢ Mauss). Esse cardter multidi mesma do humano, ao mesmo tempo sujeito social, econdmico, jurfdi- co etc. Porém, o trabalho também é complexo na medida em que inte- ra propriedades miiltiplas, cada uma participando da formagao de uma significagio dinémica ¢ varidvel nos campos social e histérico. “A par- tir do momento que se trata da vida e das atividades humanas, das quais, por outro lado, o projeto de conhecimento da natureza também faz parte, valores, saberes e al ‘um triangulo que desloca, parcial mas fundamentalmente, 0 proprio terreno da epistemologia” (Y. Schwart idades, os saberes e os valores sio propriedades intrinsecas ao trabalho, que se ‘manifesta no cruzamento ¢ na contaminacao miitua. Se nfo hé traba- Iho sem que haja intengao expressa por um sujeito individual e/ou co- letivo, a orientagao da atividade (esboada na intengio) é necessaria- mente dirigida por uma dinamica transformadiora inscrita na “ativida- de”, ordenada ¢ organizada em torno de coletivos de trabalho, para os quais a cooperacio ¢ indispensavel. Porém, a intengao segundo a qual © trabalho esté orientado e a cooperagao por meio da qual esté orgai zado somente sio pertinentes se permitirem conciliar a satide dos ato- do trabalho. do trabalho, a0 mesmo tem- nguagem no que o trabalho comporta de linguagem. Catherine Teiger parte da hipdtese de que, nas situagées de trabalho, a linguagem como atividade integra aspectos es- tatégicos definiveis como “fala para si e fala ao outro, para 0 outro, centrada essencialmente aqui nos desafios da realizagio do trabalho da existéncia da identidade pessoal dentro e pelo grupo, sobretudo atre- vés do tempo estéo focadas nas con- ss, dado Além disso, elas sao, se nao plane jadas, pelo menos objeto, em suas modalidades, de negociagdes perms-

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