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Belarmino, esse o nome dele.

. Dentre tantos nomes, infinitos, bonitos ou cheirando menos a naftalina, escolhi Belarmino como o amor da minha vida por cinco anos. No que ele seja feio, ele figura no panteo (os amores morrem em mim) dos homens mdios, aqueles que passam despercebidos nos lugares pblicos, que no atraem a desconfiana, tampouco a repulsa. Ele um jovem de vinte e cinco anos idoso para as listas e prognsticos: Belarmino dos Anjos Cruz. Conheci-o atravs de uma amiga em comum, a Ritinha. Ela sofre de dermatite atpica, alergia a caros, naquela poca se coava muito, bibliotecas eram seus algozes, que pena!, ela ama os livros. O pai do Belarmino era mdico era porque morreu , dermatologista, e em uma consulta pediu a Ritinha que convidasse seu filho, gnio incompreendido, para tomar um chope. Bela, como era chamado pelo pai, andava cabisbaixo, nenhum dos cinco cursos em que passou nos vestibulares o agradava, vivia em casa atracado aos livros, em estudos que, segundo ele, provariam a predominncia da letra B na literatura ocidental. Bem, a Ritinha convidou o Belarmino para um chope, como o doutor queria, mais por educao que por compadecimento, porm gostou do jovem que cheirava a leo de peroba e se escondia dentre os ombros largos. Quando ela decidiu se mudar para New York por ser um lugar com menos caros, promessa de vida feliz longe das urticrias e pomadas dermatolgicas, ns decidimos realizar uma festa de despedida. Nessa festa conheci o rapaz estranho da letra B. Ele jamais me conquistou, creio que me omiti da mesma forma.

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