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BB e CAIXA trocam inglês pelo português em seus produtos

Rita Tavares, Agência Estado (Brasil), 9/11/ 2000

São Paulo - O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal estão


aportuguesando as marcas de alguns de seus produtos e serviços que
utilizavam termos em inglês. As duas instituições financeiras decidiram fazer as
mudanças para atender a seus clientes, que se queixam do uso excessivo de
palavras estrangeiras.

A decisão das duas instituições financeiras vai ao encontro do projeto de


lei do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), em tramitação na Câmara, que
proíbe o uso, por instituições públicas, de palavras estrangeiras que já tenham
sido traduzidas para o português. "Isso mostra que há um consenso na
sociedade de que o exagero tinha extrapolado os limites", comemorou o
deputado. Segundo ele, o Banco Central também determinou que seus
relatórios internos privilegiem o uso da língua portuguesa.

Gafe

No Banco do Brasil, a primeira mudança foi a troca do termo "BB


Personal Banking" para "Auto-Atendimento BB". "O uso de termos estrangeiros
pelo Banco do Brasil, uma instituição pública, foi considerado uma gafe pelos
nossos clientes", disse o gerente de divisão do banco, Carlos Alberto
Figueiredo. Em julho, uma pesquisa entre clientes - pessoas física e jurídica –
do Rio e de São Paulo apontou como consensual a necessidade da mudança.
As críticas mais fortes vieram dos clientes de classe A, que se disseram
indignados pela desvalorização do português pelo governo.
Mesmo sem ter feito uma pesquisa com seus clientes, a Caixa
Econômica Federal chegou a mesma conclusão pelas críticas e queixas de sua
clientela. A consultora de marketing da CAIXA, Maria Eugênia Bias Fortes,
afirmou que uma parcela dos clientes, especialmente a formada por
trabalhadores de menor escolaridade e também por integrantes da classe B,
têm dificuldade com os termos em inglês e preferem o uso de palavras em
português. No lugar de "bank", simplesmente banco. Em vez de "card", cartão.

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