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1 Histologia e Seus Métodos de Estudo Histologia 6 0 estuda dos tecidos do corpo e decom estes tecicos se organizam para constituir 6rgaos. Séo reconhhe- dos quatro tecidos fiindamentais: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervose. (Os tecidos s40 constituidos por oSlulas e mairiz extra- celular, 05 quais eram considerados antigamente como entidades separadas. A matriz.extracelular 6 constituica por muitos tipos de moléculas, algumas das quiais sz0 al- famente organizadas formando estruturas complexas como fibrilas de colageno e membranas basais. As princi ppais fungSes antigamente atribuidas a matriz extracelular eram fomecer apoio mecénico para as células e ser umn meio para transportar nutrientes as eétulas ¢ levar de volta ca- {abolitose proctutos de secresao. Os grandes progressos ca pesquisa biomédica ocorridoa nos tltimosanos mostraram que, embora as células produzam a matrizextracelular, elas ‘io influenciadas e controladas por moléculas da matriz. 4, portanto, uma intensa interacao entrecélulas e matriz. ‘Alem disso, muitas moléculas da metriz.sa0 reconhecidas por receptores presentes na superficie de celulas e e eles se ligam. A maioria destes receptores ¢ conatituida de ‘moléculas que cruzam as membranas da célula e se conec- fam a moléulas existentes dentro do citoplasma. Assim, pode-se considerar que células e matriz extracelular for- ‘mam uma entidade continua que funciona conjuntamen- tee reage frente a estimulos ¢ inibido Cada um des tecides fundamentais € formado por vé tis tipos de células e, além disso, geralmente por combi- nagOes especificas de células e matriz extracelular. Estas combinagies sio, geralmente, muito caracteristicas e faci- litem o reconhecimento cos muitos subtipos de tecidos Felos estudlantes. Quase todos os drgios (com exceséo do sistema nervoso central, que ¢ formadlo quase 36 de tecido rervoso) 880 formados por uma combinagio organizada de varios tecidos, A combinacao precisa destes tecidos permite o funcionamento de cada érgio e do orgenismo como um todo. Otamenho pequeno das células ¢ dos componentes de matriz tora a histologia dependente do uso cle microsco- Fios. A pesquisa em quimica, fisiologia, imunologia ¢ pa- {ologia e asinteragées entre estas disciplinas sto fundamen- tais para um conhecimento adequado da biologia dos te- cides. O conhecimento das ferramentas e dos métodos de investigagdo das varies ramos da ciéncia ¢ essencial para “uma compreensio adequada dos vérios assuintos que SiO, estudades. Agui, neste capftulo, serdo apreseniadosal guns dos métodos mais comuns para o estudo decslulas e teci- dos e os prine(pios que fundamentam estes: métodos. PREPARAGAO DE TECIDOS PARA EXAME MICROSCOPICO O procedimento mais usado no estudo de tecicos 6 a pre- paracio de cortes histologicos que podem ser estadados, com a ajuda de um microscépio. No microseépio de luz, (tambem chamado de microsc6pio dptico ou fotdnico) a imagem pode ser examinada porque um feixe de luz ¢ {ransmitido através do corte, Considerando que tecidos € Srgéos séo normalmente espesaos demais para permitir « ppassagem de um feixe de luz, eles devem ser seccionados, para se obterem cortes delgados. Noentanto, células vivas, camadas muito delgadas de tecidos ou membranas trans- parentes de animais vivos (por exemplo, o mesentério, « cauda de um girino, a parede ce uma bolsa existente na bochecha de hamsters) podem ser observadas diretamen- te ao microscépio sem necessidade de secciond-las. Desta maneira, € possivel estudar essas estruturas por longos pperfodos sob diversas condigées fsiolégicas ou experimen- fais, Na maioria dos casos, porém, os tecidos e érgios de- ‘vem ser fatiados em seccbes ou cortes histolégicos muito delgaclos, que sio colocados em lmines de vidro antes de serem examinados. Estas secgies so obtidas a partir de tecidos e 6rgdos que necessitam sofrer uma série de trata- :meentos prévios para entio poderem ser fatiados por meio de instrumentos de geande preciso chamados micr6to- mos. ‘Um preparado microscopico ideal deveria ser preserva- do de tal forma que sua estrutura e compesigio molecular seriam as mesmas que tinha no corpo, Isto € as vezes poss! vl, porém na pritica ¢ dificil de realizar, de modo que dis- 2 HISTOLOGIA BAsICA torgoeseperda de componente, fendmenasqueem conjunto io chamados de artefatos, quase sempre esto presentes. Fixagdo Para evitar a digestio dos tecidos por enzimas presentes no, Interior das oéhulas (autlise) ou por bactérias e para preset var a estrutura e a composicao molecular, fragmentcs de 6gios devem ser tratados antes ou © mais rapidamente ossivel depois de sua remocio. liste ratamentoéchamada fixagio e pode ser feito por substincias quimicas ou, menos frequentemente, por métodosfisicos. Na fixacio quimica os tecidos so geralmente imersos em solugées de agentes desnaturantes ou ce agentes que establizam as moléculas formando pontes com moléculas vizinhas. Estassolugces S20 chamadas de fixadores. Como demora algum tompo para que o fixador se difunda completamente pelo interior dos tecidos, estes geralmente devem ser cortados em fragmen- 0s pequenos antes de serem imersos no fixador, para facili fara penetracio do fixadore, por conseguinte, garantir uma boa preservagio das suasestruturas. Alternativamente, pode set utilizada a perfusdo intravascular do fixador, que deste ‘modo aleanga a intimidade dos tecidos rapidamente pelos vyasos sanguineos, sendo a fixacao melhor. Um dos melhores fixadores rotineires para microscopla de luz ¢ uma solugio isottnica tamponada de formaldes- do a 4%. A quimica do processo de fixagao é complexa € nem sempre bem compreendida. Formalde'do e glutaral- deido, outro fixador extensamente usado, sio conhecidos por reagir com os grupos amina (NF) das protefnas dos tecidos. No caso de giutaraldefdo, a sua acao fixadora € reforcada pelo fato de ser um dialdeido que promove a formagio de ligagGes cruzadas entre proteinas. Devido a alta resolucio oferecida pelo microseSpio cle- trénico, é necessério um cuidado muito maior na fixagie para preservar detalhes da ultra-estrutura dascélulas e da ‘matriz: Para este finalidade uma fixagodupla usando uma lucéo de glutaraldeico tamponado, seguida por uma sgunda fixagio em tetréxidode ésmio, tomou-se um pro- cedimento padrao em preparagces para estucos ultra-es- truturais. O efeito do tetréxido de ésmio é preservar e for- necet contraste acs lipidios e proteinas, Inclusso Para obter secgdes delgadas com o micrstomo, apés terem passado pela fixacio os fragmentos de tecidos e érgios

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