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ABORTO DELITUOSO Emmanuel Comovemo-nos, habitualmente, diante das grandes tragdias que agitam a opinio.

Homicdios que convulsionam a imprensa e mobilizam largas equipes policiais... Furtos espetaculares que inspiram vastas medidas de vigilncia... Assassnios, conflitos, ludbrios e assaltos de todo jaez criam a guerra de nervos, em toda parte; e, para coibir semelhantes fecundaes de ignorncia e delinqncia, erguem-se crceres e fundem-se algemas, organiza-se o trabalho forado e em algumas naes a prpria lapidao de infelizes praticada na rua, sem qualquer laivo de compaixo. Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volpia de crueldade com que praticado, no silncio do santurio domstico ou no regao da Natureza... Crime estarrecedor, porque a vtima no tem voz para suplicar piedade e nem braos robustos com que se confie aos movimentos da reao. Referimo-nos ao aborto delituoso, em que pais inconscientes determinam a morte dos prprios filhos, asfixiando-lhes a existncia, antes que possam sorrir para a bno da luz. Homens da Terra, e, sobretudo vs, coraes maternos chamados exaltao do amor e da vida, abstende-vos de semelhante ao que vos desequilibra a alma e entenebrece o caminho! Fugi do satnico propsito de sufocar os rebentos do prprio seio, porque os anjos tenros que rechaais so mensageiros da Providncia, assomantes no lar em vosso prprio socorro, e, se no h legislao humana que vos assinale a torpitude do infanticdio, nos recintos familiares ou na sombra da noite, os olhos divinos de Nosso Pai vos contemplam do Cu, chamando-vos, em silncio, s provas do reajuste, a fim de que se vos expurgue da conscincia a falta indesculpvel que perpetrastes.

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