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RESUMO
1 INTRODUÇÃO
Um dos índices mais discutidos em todo o mundo, a inflação tem sua origem na economia
de mercado. Está ligada diretamente ao poder de compra do consumidor e no poder do Estado em
controlá-la. Seus efeitos podem ser devastadores em uma economia fraca.
No período atual passamos por uma calmaria, apenas abalada por uma ou outra crise
internacional. Os atuais índices inflacionários medidos pelos institutos oficiais demonstram isso.
2 O QUE É INFLAÇÃO
Outro processo que envolve a inflação é a deflação. Caracterizada pela baixa nos preços de
alguns produtos no mercado. Pode ser gerada pela baixa procura, ou pela maior oferta e menor
demanda. Mas não se pode confundir deflação com desinflação, que é a redução no ritmo da alta
dos preços em um processo inflacionário. Deflação é quando os preços recuam, e a taxa se torna
negativa. Esse processo pode até parecer bom num primeiro momento para a economia, mas isso
acontece porque muitas empresas têm que reduzir os preços para poder vender e isso pode levar
uma empresa a falência.
Mas para Furtado (2007), a inflação não é um fenômeno monetário ou econômico. Sua raiz
está na questão distributiva entre os grupos sociais de uma economia. Ou seja, a inflação de preços
é o meio pelo quais os grupos sociais ligados às atividades produtivas dispõem para ampliar a sua
apropriação do acréscimo de renda criado no processo de crescimento econômico, levando a
economia para novos equilíbrios distributivos entre esses grupos. Se a inflação fosse um efeito
monetário e neutro em relação ao lado real da economia (bens e serviço), sem afetar a distribuição
de renda, o aumento generalizado de preços deveria ocorrer de forma simétrica em todos os setores
da economia e não é isso que acontece.
Um dos efeitos da inflação, é que se torna mais difícil renegociar alguns preços, contratos e
salários, para valores mais baixos, então com o aumento geral de preços é mais fácil para que os
preços relativos se ajustem. Muitos valores são bastante inflexíveis para baixo, e tendem a subir,
portanto os esforços para manter uma taxa zero de inflação irão punir setores com queda de preços,
lucros e empregos. Esses esforços podem também levar a deflação, que podem ser bastante
destrutivas, estimulando falências e recessão.
Outro efeito negativo pode ser a hiperinflação. Geralmente quando a inflação é resultado
de políticas governamentais para aumentar a disponibilidade de moeda, a contribuição do governo
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para um ambiente inflacionário é vista como uma taxa sobre a moeda em circulação. Com o
aumento da inflação, aumenta esse peso sobre o dinheiro em circulação, isso por sua vez promove
um aumento da velocidade de circulação do dinheiro, o que por sua vez reforça o processo
inflacionário em um ciclo vicioso que pode levar a hiperinflação.
Por conta destes efeitos negativos causados pela inflação, os bancos centrais costumam
definir a estabilidade de preços como m objetivo primordial de suas políticas, como uma inflação
perceptível, mas baixa, como ideal. Uma forma de controlar os preços é a taxa de juros, quanto
maior é a taxa de juros, menos dinheiro circula no mercado, o que diminui a capacidade de compra
da população. Consequentemente, a inflação não sobe.
3 INFLAÇÃO NO BRASIL
Segundo pesquisa realizada por Batié e Escudero (2007), a inflação começou a ser medida
no Brasil no ano de 1920. O modelo utilizado na época era o europeu, que já era utilizado desde
1400, e era calculada pela Fazenda Nacional. Porém, os dados não refletiam a realidade brasileira,
pois o calculo era feito levando por base os gastos de uma família de classe média, o que na época
era minoria. Com a criação da Lei do Salário Mínimo, em 1936, o calculo foi reformulado e passou
a ser calculado pela Fundação Getulio Vargas, que até hoje mede a inflação. Nesse período foi
criada uma cesta de consumo que incluía vários produtos de consumo essencial para o brasileiro.
A partir de 1945 a economia brasileira se tornou estável com uma taxa de 3% ao ano. Com
a fase de crescimento econômico e industrialização promovida pelo então presidente Jucelino
Kubichek nos anos 60, os índices aumentaram. As greves e o período de incerteza política elevaram
a inflação para 90% ao ano. Durante todo regime militar a inflação se manteve alta, porém com o
poder autoritário da ditadura, as taxas eram manipuladas e sofriam alterações para poder baixar os
índices, portanto os dados do período não são confiáveis.
O período pós-ditadura (1980) foi sem dúvida o mais turbulento de toda a historia.
Segundo Bueno (1984 p. 71):
Os famosos planos Bresser, Cruzado e Collor tentaram controlar a inflação que depois da
redemocratização passou de 72,53% em 1986, para incríveis 1.972,91% em 1989. A classe média
nesse período foi a mais afetada que chegou ater suas poupanças bloqueadas por um tempo no
governo Collor.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) é a mais antiga. Ela calcula três índices: Índice Geral de
Preços do Mercado (IGP-M); Índice Geral de Preço ao Mercado nos primeiro 10 dias de cada mês
(IGP-10); Indice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que diferem entre si apenas
pelo período de coleta de dados. Todos são calculados com base nos indicadores: Índice de Preços
no Atacado (IPA); Índice de Preços ao Consumidor (IPC); Índice Nacional do Custo da Construção
(INCC), que representam 60%, 30% e 10% respectivamente, em cada um dos índices.
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BATIE, Elisa; ESCUDEIRO, Camila. Imes Explica: O que é inflação, e como ela afeta o seu bolso.
Disponível em: <http://www.imesexplica.com.br/0412inflacao_abre.asp>. Acesso em: 28 fev. 2007.
BUENO, Ricardo. Porque os Preços Sobem no Brasil: Uma explanação para o povo. 2. ed.
Petrópolis: Vozes, 1984
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FURTADO, Celso M. Formação Econômica do Brasil. 34. ed. São Paulo: Companhias das Letras,
2007.
GRIFFITHS, Brians. Inflação: O Preço da Prosperidade. São Paulo: Novos Umbrais, 1981.
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ANEXOS
2477,15
1972,91
1620,97
1119,09
980,13 916,43
472,69
363,37
22,41 9,56
1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996
12,53
8,94 9,3
7,67 7,6
5,97 5,69
5,22
4,03
1,66
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006