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Economia: Notas de Aula

Prof. Paulo Freitas


2º. Semestre 2.009

Economia
A palavra economia deriva do grego “oikonomia” (de “oikos” = casa e “nomos” = lei), que
significa a administração da casa, ou do estado. Pode ser definida como:
Economia: ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar
recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços e de como distribuí-los a fim
de satisfazer as necessidades do grupo.
Em outras palavras, estuda como as pessoas tomam decisões sobre investimentos,
poupança, consumo, trabalho e a interação advinda dessas decisões.
Da definição acima, identificamos vários conceitos fundamentais e que são base e objeto de
estudo da Economia:
* escolha (decisão) * escassez
* necessidades * recursos
* produção * distribuição
Em qualquer sociedade, os recursos produtivos (fatores de produção: mão de obra, matéria
prima, etc.) são limitados. Por outro lado as necessidades da sociedade são ilimitadas e
constantemente renovadas (crescimento populacional e elevação do padrão de vida). Esta dualidade,
recursos limitados versus necessidades ilimitadas, força a sociedade a decidir (escolher) entre
alternativas de produção e distribuição entre os vários grupos.
A questão fundamental é a de alocar e otimizar os recursos produtivos de forma a satisfazer
as necessidades da população: o quê, quanto, como e para quem produzir.
A escassez de recursos obriga empresas e indivíduos a fazerem escolhas, geralmente de
caráter excludente (“trade off” em Inglês), implicando na desistência de uma opção em favor de outra.
Esta escolha envolve a obtenção de recursos nas condições mais favoráveis possíveis e sua alocação
eficiente na obtenção de bens e serviços.

Micro e Macroeconomia
A Microeconomia, ou Teoria dos Preços, analisa a formação de preços no mercado, focando
na interação empresa x consumidor e definição do preço de bens ou serviços em mercados
específicos. Busca compreender de que forma o comportamento de indivíduos e empresas
determinam o preço: estudo de Demanda e Oferta.
A Macroeconomia enfoca o comportamento da economia como um todo, considerando
variáveis globais, e visa a compreensão de grandes agregados como renda, produto nacional,
inflação, câmbio. Devido ao seu aspecto mais generalista, geralmente omitimos fatores específicos,
abrindo-se mão do detalhamento em prol da compreensão macro e permitindo uma melhor análise
das interações relevantes do mercado.
Embora exista um aparente contraste entre ambas, não há conflito entre Micro e
Macroeconomia, sendo a diferença fundamentalmente um aspecto de ênfase e de enfoque.

Oferta e Demanda
O estudo da teoria microeconômica teve início com a análise da demanda de bens e serviços,
fundamentos baseados no conceito subjetivo de necessidade e utilidade.
A Demanda (ou Procura) pode ser definida como a quantidade de certo bem ou serviço que
os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo. A procura por um bem ou
serviço é dependente de variáveis que influenciam a escolha do consumidor, como preço do bem ou
serviço, preço de bens ou serviços alternativos, renda e preferência do consumidor, etc. Para viabilizar

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e simplificar o estudo, utiliza-se a hipótese de cada uma dessas variáveis atua de forma isolada no
processo decisório (hipótese de coeteris paribus).
Geralmente utiliza-se uma tabela ou gráfico da relação “quantidade procurada / preço” para
análise da demanda, sendo óbvio que a curva é decrescente já que a procura é inversamente
proporcional ao preço.
Faz-se necessário aclarar e distinguir “demanda” de “quantidade demandada”: pelo primeiro
entenda-se toda escala ou curva que relaciona os possíveis preços e determinadas quantidades. Por
“quantidade demandada” deve-se entender um determinado ponto (específico) da curva anteriormente
citada.
A Oferta pode ser definida como as várias quantidades que os produtores desejam ofertar ao
mercado em determinado período de tempo. De forma similar à demanda, depende de vários fatores,
tais como custo, metas e objetivos do empresário, preço de venda, etc. Diferentemente da função
demanda, a função oferta mostra uma relação direta entre quantidade ofertada e nível de preço
(diretamente proporcional: quanto maior o preço, maior a quantidade ofertada). Vale ressaltar que a
oferta é fortemente afetada por alterações e melhorias tecnológicas.
De forma similar à demanda, é necessário distinguir entre “oferta” e “quantidade ofertada”. A
primeira refere-se à escala ou curva enquanto a segunda constitui um ponto específico na curva.
A interação das curvas de Demanda e de Oferta determina o preço e a quantidade de um
bem ou serviço em um dado mercado. A intersecção das curvas fornece o ponto em que as
aspirações de consumidores e produtores são atendidas. Em um mercado em que a concorrência é
pura e perfeita, sem interferências, o sistema tende ao ponto de equilíbrio com o tempo, mostrando
uma tendência natural de procura do equilíbrio estacionário, desde que as condições para isso não se
alterem.
Como exemplo, verifique os dados abaixo de um produto qualquer fictício:
Quantidade
Preço Procura Oferta Mercado
5,00 5.500 500 excesso de procura (escassez de oferta)
15,00 4.500 1.500 excesso de procura (escassez de oferta)
30,00 3.000 3.000 equilíbrio de mercado
48,00 2.000 4.000 excesso de oferta (escassez de procura)
50,00 1.000 5.000 excesso de oferta (escassez de procura)
Tab.01 – Oferta x Procura: Ponto de Equilíbrio

6.000
5.000
4.000
3.000 Procura
2.000 Oferta
1.000
0
5 15 30 48 50

Fig.01 – Oferta x Procura: Ponto de Equilíbrio

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Conceitos
Todo gestor toma decisões financeiras, dentro do escopo de seu trabalho. No momento que
adquire serviços ou bens e decide onde e como aplicar recursos está tomando decisões que afetam o
fluxo de caixa e a rentabilidade. Cabe ao responsável financeiro estabelecer políticas e procedimentos
que sincronizem todas as decisões financeiras, e à contabilidade registrar todos os fatos e eventos do
período, mas é de responsabilidade de todos entender e otimizar os aspectos financeiros sob sua
administração.
Para tanto, é fundamental ter conhecimento dos termos e padrões utilizados pela área
financeira, bem como saber preparar e entender seus relatórios. Iniciemos com algumas definições
utilizadas:
Regime de competência: período de tempo considerado para o registro e fechamento dos fatos e
eventos contábeis. Tipicamente anual.
Balanço Patrimonial: demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente,
numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade. No balanço patrimonial, as
contas devem ser agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira
da empresa.
D.R.E (Demonstração dos Resultados do Exercício): demonstração contábil que deve apresentar de
forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num
determinado período.
Ativo: todos os bens e direitos em nome da pessoa física ou jurídica.
Bens: tudo aquilo que é tangível, tem corpo ou matéria e é possível tocar. Por exemplo, um
computador.
Direitos: todo e qualquer bem de posse de terceiros. Por exemplo, aplicações bancárias.
Passivo: obrigações de curto e longo prazo. Por exemplo, empréstimos.
Patrimônio Líquido: representa os valores que os sócios têm na empresa, num determinado
momento. É resultante do Ativo menos o Passivo e representado por:
 Capital Social: valores que os sócios investiram na empresa.
 Lucros Acumulados: lucros que foram reinvestidos pelos sócios na empresa.
Ativo Permanente: investimentos, imobilizado e diferido da pessoa, física ou jurídica.
Capital de Giro: contas a receber, estoques e valores a receber. Conjunto de valores necessários
para a empresa fazer seus negócios acontecerem (girar). Existe a expressão "Capital em Giro",
que seriam os bens efetivamente em uso. Em geral de 50 a 60% do total dos ativos de uma
empresa representam a fatia correspondente a este capital.
Exigível à Curto Prazo: obrigações que devem ser liquidadas em período não superior a um ano.
Não Exigível: capital, lucro e reservas.
Demonstrativos Contábeis: relatórios exigidos por lei que detalham a realidade financeira e
patrimonial da empresa. São quatro especificados, mais notas explicativas e / ou auditoria
independente:
1. Balanço Patrimonial
2. D.R.E.
3. Demonstração de Lucros e Prejuízos ou Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido.
4. Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos

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Balanço Patrimonial
O balanço patrimonial fornece uma visão precisa da situação financeira em um determinado
período, geralmente criado no último dia do exercício fiscal (regime de competência). Deve incluir
ativos e passivos e indicar o valor líquido do negócio. Diferente de outras declarações financeiras, o
balanço patrimonial deve seguir um formato limitado e incluir informações padrão em uma ordem
específica já que é usado para análise e comparação.
Deve-se iniciar pelos ativos. Eles devem incluir:
 ativos atuais: o dinheiro de todas as contas e fontes acessíveis (ações, títulos, certificados de
depósito, etc.) e os recursos que se pode converter em dinheiro no prazo de um ano (Curto
Prazo = C.P.), todas as contas recebíveis, todos os estoques (incluindo materiais usados para
produção) e despesas pré-pagas, como parcelas de seguro e suprimentos.
 ativos fixos: itens que têm uma vida útil de negócios que podem ser mensurados em
períodos mais longos, como terrenos, equipamentos, prédios, veículos e mobiliário.
 investimentos a longo prazo e outros ativos: incluem ativos intangíveis, como direitos
autorais, patentes e ações ou títulos que a empresa pretende manter por mais de um ano.
Os passivos devem incluir:
 passivos atuais: todos os pagáveis, incluindo contas pagáveis, notas e taxas, despesas com
a folha de pagamento, juros sobre o capital emprestado e outras obrigações de pagamento do
ano atual (C.P.).
 passivos a longo prazo: incluem todas as notas pagáveis, como hipotecas, pagamentos de
contrato e outros que vencem em um período superior a um ano (Longo Prazo = L.P.).
Em seguida, obtém-se o valor líquido, que é a eqüidade do proprietário e é simplesmente os
passivos totais subtraídos dos ativos totais. Por fim, acrescente os passivos totais ao valor líquido
para obter o resultado. Pelo formato padrão, o Balanço Patrimonial deve assemelhar-se a:
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo e Patrimônio
Líquido
Bens Passivo

Imóveis Financiamentos
Dinheiro Impostos a Pagar
Estoques Fornecedores
Salários para pagar

Direitos Patrimônio Líquido

Títulos a Receber Capital


Depósitos em Bancos Lucros Acumulado

Fig.02 – Balanço Patrimonial: Esquema Teórico

Segue abaixo um exemplo de uma empresa fictícia. Atente ao detalhe de que a soma dos
itens indicados na seção direita do balanço é igual à soma da seção esquerda.

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Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
Disponibilidades 5.487 Fornecedores 17.903
Financ. a Receber 2.412 Duplcs. Descontadas 1.877
Títulos a Receber 51.781 Contas a Pagar 17.010
Estoques 21.892 Financ. Inst. de Créd. a C. P. 3.174
Total Ativo Circ. 81.572 39.964

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo


Contas a Receber de Longo Prazo 10.321 Financ. Inst. de Créd. a L. P. 41.530
10.321 41.530

Ativo Permanente Patrimônio Líquido


Investimentos Capital 91.500
Inv. em Controladas 63.097 Reservas 19.909
Inv. em Coligadas 7.676 Resultado do Exercício 6.128
70.773 117.537
Imobilizado
Imobilizado 36.365
36.365

Total: 199.031 Total: 199.031


Fig.03 – Balanço Patrimonial: Exemplo

D.R.E.
A Demonstração do Resultado do Exercício apresenta de forma resumida o resultado apurado
no período, normalmente anual. De acordo com a legislação, as empresas deverão discriminar:
 receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos.
 receita líquida de vendas e serviços, custo das mercadorias e serviços vendidos e lucro bruto.
 despesas com vendas, despesas financeiras, deduzidas das receitas, despesas gerais e
administrativas, e outras despesas operacionais.
 lucro ou prejuízo operacional, receitas e despesas não operacionais.
 resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto.
 participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, e as
contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados.
 lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Demonstração de Resultados
Vendas 190.592
C.P.V. 139.319
Lucro Bruto 51.273
Despesas Operacionais 48.387
Lucro Operacional 2.886
Resultados Extra-operacionais 3.242
Lucro Líquido 6.128
Fig.04 – D.R.E.: Exemplo

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Na determinação da apuração do resultado do exercício serão computados:


a) receitas e rendimentos ganhos no período, independentemente de sua realização em moeda;
b) custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas
e rendimentos.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


(+) RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Vendas de Produtos
Vendas de Mercadorias
Prestação de Serviços
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
Devoluções de Vendas
Abatimentos
Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas
= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTOS DAS VENDAS
Custo dos Produtos Vendidos
Custo das Mercadorias
Custo dos Serviços Prestados
= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas Com Vendas
Despesas Administrativas
(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS
Despesas Financeiras
(-) RECEITAS FINANCEIRAS
Variações Monetárias e Cambiais Passivas
(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas
(-) OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS
= RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO
(+) RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS
Receitas Não Operacionais
Despesas Não Operacionais
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DO I.R. E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Participações de Administradores, Empregados, Debêntures e Partes Beneficiárias
= RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Fig.05 – D.R.E.: Esquema Teórico

Valor do Dinheiro no Tempo


O primeiro pilar das finanças é o valor do dinheiro no tempo. As decisões financeiras
envolvem custos e benefícios que estão espalhados sobre o tempo. Tomadores de decisão financeira,
na família e nas empresas, têm todos que avaliar se investir o dinheiro hoje é justificado pelos
benefícios esperados no futuro Eles devem, então, comparar os valores das somas de dinheiro em
diferentes datas. Para fazer isto é requerido um entendimento perfeito dos conceitos de valor do
dinheiro no tempo e das técnicas de fluxo de caixa descontado.
O valor do dinheiro no tempo se refere ao fato que dinheiro (um dólar, um euro, um yen, ou
um real) na mão hoje vale mais do que a esperança dessa mesma quantia ser recebida no futuro.
Existem no mínimo três razões do porquê isto é verdadeiro:

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1. Primeiro, dinheiro na mão hoje pode ser investido, rendendo juros, de modo que você
terminará com mais dinheiro no futuro.
2. Em segundo lugar, o poder de compra do dinheiro pode mudar no tempo devido à inflação.
3. Finalmente, a receita de dinheiro esperada no futuro é, em geral, incerta.
Na análise deve-se considerar os juros, inflação e risco (ou incerteza). Na análise é
fundamental a aplicação do conceito de juros, compostos ou simples.

Fig.06 – Valor do Dinheiro no Tempo

Na prática emprega-se juros compostos. Por definição, temos:


 Juros Simples: só o principal rende juros, ao longo da vida do investimento.
 Juros Compostos: após cada período, os juros são incorporados ao capital e passam, por
sua vez, a render juros. O período de tempo considerado é, então, denominado período de
capitalização.
O cálculo que devemos realizar é dado por:
ܸி ൌ ܸ௉ Ǥሺͳ ൅ ݅ሻ௡ (I)
Onde:
ࢂࡲ ൌ ܸ݈ܽ‫ݎ݁݌݋݈݂݀ܽ݊݅݋ܽ݋ݎݑݐݑܨݎ݋‬À‫࢔݋݀݋‬
ࢂࡼ ൌ ܸ݈ܽ‫݁ݐ݊݁ݏ݁ݎܲݎ݋‬
࢏ൌ ‫ݎ݁݌݋݊ݏ݋ݎݑ݆݁݀ܽݔܽݐ‬À‫݋݀݋‬
࢔ ൌ ‫ݎ݁݌݁݀݁݀ܽ݀݅ݐ݊ܽݑݍ‬À‫ݏ݋݀݋‬
São exemplos de erros comuns em raciocínios financeiros:
a) Achar que R$140.000,00 têm sempre valor maior que R$100.000,00. Isso apenas é verdade
se referidos à mesma época. Todos nós preferiríamos receber R$100.000,00 agora do que
R$140.000,00 daqui a seis anos. Com efeito, esta quantia colocada em uma caderneta de
poupança a juros mensais de 0,5% transformar-se-iam, depois de 72 meses, em:
ܸி ൌ ܸ௉ Ǥሺͳ ൅ ݅ሻ௡
ܸி = 100.000. (1 + 0,005)଻ଶ ൌ ܴ̈́ ͳͶ͵ Ǥʹ ͲͶǡͶ͵
b) Achar que R$100,00 têm sempre o mesmo valor que R$100,00. Na verdade, R$100,00 hoje
valem mais que R$100,00 daqui a um ano.
c) Somar quantias referidas a épocas diferentes.

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A fórmula indicada em (I) pode ser invertida, calculando o valor presente de um montante
futuro. Assim sendo, podemos calcular valores de diferentes momentos em uma dada posição no
tempo e compará-los, permitindo uma análise financeira confiável.
Exemplo 01: Calcule o Valor Futuro (VF) de R$800 aplicado a uma taxa de 2%a.m. durante 6
meses.
ܸி ൌ ܸ௉ Ǥሺͳ ൅ ݅ሻ௡
ܸி = 800. (1 + 0,02)଺
ܸி = 800.1,13
ܸி ൌ ܴ̈́ ͻͲͲǡͻ͵
Exemplo 02: você tem duas opções de pagamento na compra de um eletrodoméstico: três
prestações mensais de R$50,00 cada, ou cinco prestações mensais de R$31,00. Em qualquer caso, a
primeira prestação é paga no ato da compra. Se o dinheiro vale 5% ao mês, qual é a melhor opção de
compra?

Para comparar, determinaremos o valor das duas séries de pagamentos na mesma época,
por exemplo na época 2. Temos:
31 31
ܸଵ = 50. (1 + 0,05)ଶ + 50. (1 + 0,05) + 50 ܸଶ = 31. (1 + 0,05)ଶ + 31. (1 + 0,05) + 31 + +
(1 + 0,05) (1 + 0,05)ଶ
ܸଵ = 157,63
ܸଶ = 155,37
Pelos resultados acima, a melhor opção é o pagamento em cinco prestações.

Análise de Projetos
Na análise, devemos calcular todos os ganhos e despesas do projeto, incluindo a depreciação
dos bens envolvidos, descontar o valor referente ao imposto e chegar ao fluxo de caixa devido. Com
este cálculo simples, podemos utilizar o resultado final (fluxo de caixa) para comparação com
parâmetros definidos da empresa ou com outros projetos. De forma reduzida, devemos calcular:
1. Ganhos / Receitas (R)
2. Gastos / Despesas (D)
3. Resultado / Lucro = (R) – (D) (L)
4. Depreciação (Dep)
5. Lucro após depreciação = (L) – (Dep) (Lp)
6. Imposto = (Lp) x (alíquota Imp) (Imp)
7. Lucro Líquido = (Lp) – (Imp) (LL)
8. Fluxo = (LL) + (Dep) (F)
Ao calcular o fluxo devido ao projeto, podemos avaliá-lo em relação a outro ou em relação a
parâmetros definidos pela área financeira da empresa, seguindo alguns dos modelos existentes:
 Payback: número de anos ou meses necessários para que o desembolso correspondente ao
investimento inicial seja recuperado, ou ainda igualado e superado pelas entradas líquidas
acumuladas.

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 VPL (Valor Presente Líquido) / NPV: O Valor Presente Líquido (NPV=Net Present Value) de
um fluxo de caixa de uma operação é o somatório de todos os valores atuais calculados no
instante t=0 para cada elemento isolado da operação.
 TIR (Taxa Interna de Retorno) / IRR: A Taxa Interna de Retorno (IRR=Internal Return Rate) de
um fluxo de caixa da operação é a taxa real de juros da operação financeira.

Há uma íntima relação entre VPL e a TIR, sendo que as considerações sobre eles devem
resultar de análise invertidas quando se tratar de Investimentos ou Financiamentos. A razão desta
inversão é que alguém, ao realizar um Investimento de capital espera ampliar o mesmo, ao passo que
ao realizar um Financiamento de um bem espera reduzir a aplicação. Em um Investimento, se VPL for
positivo, a Taxa Real (TIR) é maior do que a Taxa de Mercado, se VPLfor negativo, a Taxa real (TIR)
é menor do que a Taxa de Mercado e se VPL=0 então a Taxa de Mercado coincide com a Taxa Real
(TIR). Conclusão: Em um Investimento, se VPL é maior então a Taxa (TIR) também é maior.
Em um Financiamento, se VPL for positivo, a Taxa Real TIR é menor do que a Taxa de
Mercado, se VPL for negativo, a Taxa real TIR é maior do que a Taxa de Mercado e se VPL=0, então
a Taxa de Mercado coincide com a Taxa Real (TIR). Conclusão: Em um Financiamento, se VPL é
maior então a Taxa (TIR) é menor.
Análise entre dois Investimentos: se tivermos dois Investimentos: Invest1 e Invest2 e os
respectivos Valores Presentes Líquidos forem indicados por NPV1 e NPV2, o investimento com maior
Valor Presente Líquido é o que proporciona maior retorno ao investidor, isto é se NPV1 > NPV2 então
Invest1 é melhor do que Invest2.
Análise entre dois Financiamentos: se tivermos dois Financiamentos: Financ1 e Financ2 e os
respectivos Valores Presentes Líquidos forem indicados por NPV1 e NPV2, o Financiamento com
maior Valor Presente Líquido é o que proporciona o menor retorno para a pessoa que financiou, isto é
se NPV1 > NPV2 então Financ1 é pior do que Financ2.
Exemplo 03: A Neil Corporation tem três projetos em análise e seus fluxos de caixa são
apresentados no quadro abaixo. A empresa tem um custo de capital de 16%.
Projeto A Projeto B Projeto C
Investimento $40.000,00 $40.000,00 $40.000,00
Inicial (II)

Ano (t) Entradas de Caixa (FC)


1 $13.000,00 $7.000,00 $19.000,00
2 $13.000,00 $10.000,00 $16.000,00
3 $13.000,00 $13.000,00 $13.000,00
4 $13.000,00 $16.000,00 $10.000,00
5 $13.000,00 $19.000,00 $7.000,00
Fluxo de Caixa Projetos

a) Calcule o período de Payback para cada projeto. Qual o melhor segundo este critério?
b) Calcule o VPL de cada Projeto. Qual o melhor segundo este critério?
c) Comente os resultados de a) e b) e faça a sua recomendação.

Para a análise é necessário calcular o valor presente de cada um dos valores do fluxo de
caixa fornecidos, para cada um dos projetos, utilizando-se:
ܸி
ܸ௉ =
ሺͳ ൅ ݅ሻ௡

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Assim sendo, temos:


Custo de Capital 16%

Proj. A Proj. B Proj. C


Investi//o
Inicial 40.000 40.000 40.000

-n
Ano Fluxo de Caixa (1+i)
1 13.000 11.207 7.000 6.034 19.000 16.379 0,8621
2 13.000 9.661 10.000 7.432 16.000 11.891 0,7432
3 13.000 8.329 13.000 8.329 13.000 8.329 0,6407
4 13.000 7.180 16.000 8.837 10.000 5.523 0,5523
5 13.000 6.189 19.000 9.046 7.000 3.333 0,4761
42.566 39.677 45.454
VPL 2.566 (323) 5.454

3 anos e 8 2 anos e 5
Payback 3 anos 1 mês meses meses

 Projeto C é o escolhido devido ao seu menor período de "payback" e maior VPL.


 Seu "payback" antecipado deve-se a fluxos de caixa maiores mais próximos da data atual.

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