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LIMEIRA GRATUUIIÇÃO
TA

Jornal Regional de Limeira jornal brasil atual jorbrasilatual nº 32 Fevereiro de 2015

POLÍTICA HABITAÇÃO

EM MAUS LENÇÓIS
Deputado Eduardo Cunha resgata o pior da política para presidir Câmara
MAIS 900 CASAS
Minha Casa Minha
Vida chega na região
do Jardim do Lago
Pág. 2

MEIO AMBIENTE

SUSTENTABILIDADE
Limeira conquista Selo
Verde Azul Ambiental,
do governo estadual
Pág. 5

FUTEBOL

CRISE DA ÁGUA

SP NEGLIGENCIOU
RIOS E MANANCIAIS
Desenvolvimento excludente está INDEPENDENTE
na gênese do processo de escassez; Galo debutou no
Paulistão A-2 e sonha
grupo reivindica medidas emergenciais em fazer história
Pág. 6 Pág. 7
 2 Limeira
CIDADANIA

Eleições do OP ocorrem em abril

Mecanismo faz população intervir nos rumos do município
O sucesso do primeiro ano
de funcionamento do Orça-
mento Participativo (OP) em
Limeira deve motivar maior
presença popular nas instân-
cias consultivas em 2015.
O mecanismo, que é cons-
tituído por assembleias temá-
ticas, incentiva a participação
da sociedade nas decisões jun-
to ao poder público municipal,
influenciando na realização de
obras e políticas públicas do
município.
Em abril, 105 conselheiros
EDITORIAL serão eleitos pelos próprios
moradores para representar
Em âmbito nacional, encerramos 2014 com duas péssimas notí-
todos os bairros da cidade em
cias: as Medidas Provisórias 664 e 665, do governo federal, que al-
mandato de um ano.
teram direitos trabalhistas, como o seguro-desemprego. Como pouca
desgraça é bobagem, depois das medidas impopulares de Dilma e Na prática, eles se reúnem

GIOVANNI GIOCONDO
Levy, agora assistimos a eleição do deputado ultraconservador Eduar- mensalmente para debater as
do Cunha à presidência da Câmara dos Deputados, que promete barrar prioridades de cada uma das
qualquer projeto de cunho social. A análise política dessa nova con- regiões, e sugerem ações à Pre-
juntura no cenário político brasileiro é tema da nossa reportagem de feitura e à Câmara Municipal.
capa deste mês. Marina Amorim, servidora
Também apresentamos nesta edição a primeira reportagem es- pública municipal e coordena- ções sobre temas como as lici- “Nós somos uma segunda
pecial de uma série sobre a crise da água no Estado de São Pau- dora do OP, entende que um dos tações, por exemplo. força. Importante, mas com-
lo. Vamos explorar as origens, os fatores climáticos e políticos, as
motivos que levaram à implan- “Também foi fundamental a plementar. Não podemos pas-
intervenções do(s) governo(s) do Estado que nos aproximaram do
tação da instância em Limeira construção, pela primeira vez, sar por cima das decisões da
esgotamento desse recurso natural.
Em tempo, é preciso recordar do que o governador reeleito Ge- foi a turbulência política pela do Plano Plurianual, em que Câmara, mas podemos pres-
raldo Alckmin falou durante todo o ano passado, com especial desta- qual o município passou nos úl- constam todas as demandas le- sionar”, ponderou.
que no debate da Rede Globo entre os candidatos ao governo paulis- timos anos – incluindo a cassa- vantadas pelos integrantes do A conselheira acredita que
ta: “Não vai faltar água em São Paulo”. ção do mandato do ex-prefeito Orçamento Participativo. Foi integrar o OP é o primeiro pas-
Sequer precisamos fechar o primeiro mês de 2015 para o tucano Sílvio Félix, em 2012. um momento histórico”, relatou. so para demonstrar à popula-
se desmentir e, finalmente, anunciar o racionamento na região me- “A população estava ansio- Uma das conselheiras ção que a democracia não se
tropolitana sob o eufemismo de “redução de pressão”. sa por fazer parte do processo mais atuantes é Marta Pereira, faz apenas nas urnas.
Temos de tirar lições de consciência da irresponsabilidade dos go- decisório”, explicou. do bairro Geada, que pretende “Não se pode somente ele-
vernos tucanos na condução de São Paulo nos últimos 20 anos, que,
Ela ainda ressaltou que a continuar atuando no Orçamen- ger os políticos e deixar que
desta vez, mexeram com a dignidade de mais de 40 milhões de paulistas.
administração pública teve to Participativo neste ano. Se- eles gerenciem o nosso dinhei-
Apesar dos desafios, seja no país, no Estado ou em nosso municí-
pio, desejamos um ótimo 2015 a todos. E esperamos que vocês, lei- papel importante na formação gundo ela, o principal desafio é ro. Tem que estar de olho e
tores e leitoras, continuem nos acompanhando e ajudando na tarefa dos conselheiros, munindo os atender às demandas dos cida- emitir opinião para defender os
de fazer um jornalismo crítico, cidadão e transformador. Boa leitura! participantes com informa- dãos e respeitar as instituições. direitos do cidadão”, criticou.

Expediente Rede Brasil Atual – Limeira

Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Edição Enio Lourenço Redação Ana Lucia Ramos,
Giovanni Giocondo, Ivanice Santos e William da Silva Fotos Capa Maria Fernanda e Luiz Augusto Daidone Revisão
Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (19) 99264-6550 – (11) 3295-2820 Tiragem: 15 mil exemplares
Distribuição Gratuita
 Limeira 3

HABITAÇÃO

Mais 900 unidades do Minha Casa Minha Vida na cidade

Programa do governo federal continua mudando a história de famílias com o sonho da casa própria
O programa Minha Casa
Minha Vida, do governo fede-
ral, vai possibilitar a construção
de 900 unidades do Residencial
Rubi, na região do Jardim do
Lago. O contrato do empreen-
dimento foi assinado no dia 15
de janeiro, e contará com três
blocos de apartamentos, cada
rá pessoas com renda de até faixa de renda, porém, é menor
R$ 1.600 por mês, adequada à do que o previsto. Segundo Edu-
faixa 1 do programa. No total, ardo Mecatti, assessor da Secre-
90% do valor do imóvel é sub- taria Municipal de Habitação, no
sidiado – 70% pela Caixa Eco- início de 2013, a Prefeitura espe-
nômica Federal e 20% pelo rava obter 1.500 moradias na fai-
programa Casa Paulista, do xa 1. Mas a falta de articulação
governo estadual. Os outros da administração anterior com o
10% são de responsabilidade governo federal gerou redução

um com 45 metros quadrados,
que devem ser concluídos nos
próximos 18 meses.
O condomínio beneficia-
do futuro proprietário, que pa-
gará mensalidades entre R$ 25
e R$ 80, durante dez anos.
O número de moradias nessa
GIOVANNI GIOCONDO
na cota, e as outras 600 unidades
passarão à faixa 2, destinada a
Luciana dos Santos Bearari pessoas que ganham até três sa-
em sua nova casa com dois
dos seus três filhos lários mínimos.

Regras do programa Família ganha nova esperança

Os beneficiários do Minha
Casa Minha Vida não podem
alugar, arrendar ou vender os
imóveis antes de quitá-los. Se
isso ocorrer e for comprova-
do, o contrato será rescindido
e o morador perderá o acesso
a programas habitacionais do
governo federal.
É o caso de algumas uni-
dades do Residencial Recan-
to dos Pássaros. Fiscais da
Prefeitura encontraram irre-
gularidades e o problema foi
comunicado à Caixa Econô-
mica Federal, que acionou a
Polícia Federal e o Ministério
Público Federal. A Procu-
radoria-Geral da República
impetrou ação na Justiça Fe-
deral, e a Caixa aguarda para
retomar os imóveis.
“A pessoa não sabe o que
tem na mão. Vem uma oferta e
ela fica tentada a comercializar,
mas é um erro”, explicou o su-
perintendente regional da Cai-
xa, Carlos Henrique Custódio.
Morando há cerca de um
mês em uma das 300 casas
do bairro Geada, também
fruto do programa Minha
Casa Minha Vida, a dona
de casa Luciana dos Santos
Bearari, de 29 anos, vivia
de favor na casa dos irmãos
com os três filhos pequenos
(9 e 5 anos, e um de 9 me-
ses).
“Eu fiquei três meses
dormindo em um colchão
no chão com eles, era muito
difícil”, lembra. trou-se na Secretaria de Ha-
Desempregada e solteira, bitação, para ir em busca do
ela perdeu o direito ao bene- sonho da casa própria. O fato
fício do Bolsa Família por não de ter filhos pequenos facili-
ter se recadastrado no progra- tou o acesso mais rápido ao
ma. Foi então que procurou o Minha Casa Minha Vida.
Conselho Tutelar, onde des- Hoje, ainda arrumando
cobriu que poderia ter acesso o novo lar com doações de
ao programa Renda Mínima a móveis e eletrodomésticos,
partir de um acompanhamento ela diz estar “superbem”.
do Centro de Referência em “Já conheço alguns vizi-
Assistência Social (CRAS). nhos, meus filhos brincam
Mas a bolsa de R$ 150 era na rua, soltam pipa e eu fico
insuficiente e Luciana cadas- tranquila”, comemora.

MEMÓRIA

Morre Nelson Caldeiras, ex-vereador e lutador popular

Ele foi fundador da Associação Habitacional de Limeira, que facilita acesso a programas sociais
Faleceu no dia 10 de janei-
ro, aos 57 anos, um dos maio-
res ícones da luta pela moradia
em Limeira. Nelson Caldeiras
estava internado desde dezem-
bro devido a problemas pul-
monares, que se agravaram no
ANA RAMOS
do Movimento Sem-Casa em por dois mandatos, entre 2001
Limeira, em 1988, e um dos e 2008.
pioneiros na ocupação dos Uma de suas maiores con-
bairros Ernesto Kühl, Nova quistas foi ter formado a Asso-
Conquista e José Cortez. ciação Habitacional de Limeira
Caldeiras também foi dire- (AHL), o que permitiu que a po-
tor do Sindicato dos Metalúr- pulação de baixa renda pudesse

último mês. gicos de Limeira, membro da ter acesso ao programa Minha

Ele foi um dos fundadores Pastoral Operária, e vereador Casa Minha Vida Entidades.
 4 Limeira
CRISE DA ÁGUA
Desenvolvimento excludente favoreceu quadro de escassez
Mesmo com legislação ambiental, Estado de São Paulo não protegeu rios e mananciais por Giovanni Giocondo
Desde 2001, alertas sobre
os riscos da má gestão dos re-
cursos hídricos do Estado de
São Paulo são feitos por espe-
cialistas. Ações adotadas em
conluio pelo governo estadual,
prefeituras e iniciativa privada
colaboraram para o colapso
do sistema de abastecimento,
e colocam em risco a sobrevi-
vência digna da população.
Histórico e consequências
A Lei Estadual nº 898,
de 18 de dezembro de 1975,
declarava 18 recursos hídri-
cos como “áreas de prote-
ção”, como os reservatórios
Billings, Guarapiranga e
Cantareira – principais re-
servatórios da Grande São
Paulo, que operam no limite
da sua capacidade, com ris-
co de desabastecimento to-
tal –, além do Rio Tietê.
Elaborada por técni-
cos da área de saneamen-
to na época, a lei teria
sido um “esforço heroico”
para impedir o avanço do
“progresso” sobre os ma-
nanciais em plena ditadu-
ra militar. É o que atesta
Renato Tagnin, arquiteto e
urbanista especialista em
recursos hídricos.
“O problema é que a lei
sozinha não faz verão, prin-
cipalmente quando o Esta-
do, que deveria fiscalizar,
transcende ela para atender
aos interesses do poder eco-
nômico”, critica.
Para ele, o próprio Es-
tado criou polos industriais
A partir deste mês, o jor-
nal Brasil Atual inicia série
de reportagens para debater o
assunto, entender as origens e
como a crise tem afetado co-
munidades em todo o Estado.
Nesta primeira reporta-
gem, trataremos da relação
entre o modelo de urbanização
DIVULGAÇÃO
das cidades e a falta de prote-
ção dos mananciais.
e promoveu desenvolvimento
excludente, com as empresas
atraindo pessoas para traba-
lhar por baixos salários, sendo
obrigadas a morar em locais
irregulares distantes do cen-
tro, sem água, luz e esgoto tra-
tado, e em áreas de risco.
Na opinião do urbanista,
além da terrível herança cul-
tural relativa à natureza (eu-
ropeia, que considera a mata
“coisa suja”), o paulista tem
no tecnicismo da engenharia
sua busca desenfreada por
querer “organizar a natureza”.
“Aí entram os rios com os
cursos desviados, as várzeas
aterradas e todas as demais
FERNANDA CARVALHO/FOTOS PÚBLICAS
Calamidade pública
Em audiência pública realizada no último dia 5 de fe-
vereiro, na Assembleia Legislativa do Estado de São Pau-
lo (Alesp), deputados estaduais e federais, integrantes de
movimentos sociais e ONGs, técnicos em saneamento, en-
genheiros civis e outros especialistas em recursos hídricos
fizeram propostas para tentar contornar o inevitável colapso
VAGNER CAMPOS/A2 FOTOGRAFIA
do sistema de abastecimento no Estado de São Paulo.
Conheça algumas dessas propostas:
Decretação imediata de estado de calamidade pública em
todo o Estado;
Implementação imediata de racionamento, sem distinção
de bairros ou municípios, com regras claras;
Não ao rodízio no abastecimento, que cria diferenciações
ações antrópicas que cau- entre as regiões;
sam desequilíbrio incalcu- Criação de força-tarefa para lidar com a crise, incluindo
técnicos, membros dos três Poderes, imprensa e integrantes
lável ao estado natural das
da sociedade civil;
coisas”, diz.
Apresentação de plano de contingência para a falta de água;
A degradação dos ma-
Reestatização da Sabesp;
nanciais prende-se a uma
Responsabilização criminal do governador Geraldo Alckmin
questão mais ampla, que é o pela omissão diante da crise;
valor que se dá ao solo, ex- Gestão dos recursos hídricos com transparência e
plica Tagnin. participação popular;
“A vegetação em um ter- Tabelamento de preços da água potável;
reno não o valoriza. Qual- Distribuição de caixas d’água e construção de cisternas
quer outro uso tem se mos- para a população mais pobre, com recursos financeiros
e orientação sob responsabilidade do governo do Estado;
trado mais rentável do que a
Priorizar o consumo humano em detrimento do
proteção ambiental.”
agronegócio e da indústria;
Segundo o urbanista,
Criar programa de captação da água da chuva;
sem a proteção devida, a
Rever outorgas de poços artesianos;
água se torna mais escassa,
Garantir empregos de trabalhadores demitidos devido à
poluída, cara e de difícil falta d’água;
acesso para a população. Replantar árvores em áreas de mananciais.
 Limeira 5

POLÍTICA

Novo presidente da Câmara reascende agenda conservadora

Eduardo Cunha é contra pautas dos trabalhadores, movimentos sociais e direitos humanos por Enio Lourenço
No dia 1º de fevereiro, Alencar (PSOL-RJ), que tam- 2000, no governo de Anthony
o deputado federal Eduardo bém concorreu e obteve oito Garotinho, foi presidente da
Cunha (PMDB-RJ) sagrou-se votos, Cunha “faz do mandato Companhia Estadual de Habi-
presidente da Câmara Federal um investimento”. “Ele é um tação do Rio de Janeiro.
para o biênio 2015-2016, com símbolo da pequena políti- Eduardo Cunha é deputado

RODOLFO STUCKERT/CÂMARA DOS DEPUTADOS

267 votos, quase o dobro do ca. Representa a política dos federal pelo Estado do Rio de
candidato do governo, Arlindo negócios, onde o público e o Janeiro desde 2002 e faz parte
Chinaglia (PT-SP), que obteve privado perdem fronteiras”, da chamada bancada evangé-
136 votos. afirmou ao site do seu partido. lica. “É a volta do espírito de
Esse quadro deve criar O novo presidente da Câ- Marco Feliciano: fundamen-
dificuldades para o governo mara estreou na política como talista, homofóbico, que vai
colocar em pauta votações de tesoureiro na campanha de refazer a agenda do ultracon-
interesse dos movimentos so- Fernando Collor, em 1989. Na servadorismo”, resumiu o ex-
ciais e dos trabalhadores. De sequência, foi nomeado presi- -ministro dos Direitos Huma-
acordo com o deputado Chico dente da Telerj. Entre 1999 e nos Paulo Vannuchi.

Base de Cunha: fisiologismo e partidos sem ideologia

Para o cientista político
e professor da Universi-
dade de São Paulo (USP)
Antônio Carlos Mazzeo, é
preciso voltar ao início da
República para entender a
eleição de Eduardo Cunha,
um dissidente da base alia-
da do governo Dilma, que
ganhou poderes junto às mais
diversas tendências contrárias
à presidenta no Parlamento
(inclusive de seus “aliados”).
“No Congresso Nacional,
existe um núcleo partidário
fisiológico, salvo raras exce-
ções com perfil ideológico.
Isso está na origem da Repú-
blica, com partidos regionais.
Ainda hoje existem hegemo-
nias de Estados dentro de al-
guns partidos, mas o núcleo é
o fisiologismo.”
Mazzeo explica que fisio-
logismo em ciência política Você elege o deputado e ele
são os elementos de acordo no faz o que ele quer, porque no
parlamento, sejam eles políti- Brasil você vota em pessoas,
co-partidários ou de interesses não em partidos”, diz, suge-
individuais. rindo alteração no modelo de
“Como não há um corte votação para lista fechada, a
ideológico forte, não há uma fim de dificultar ações indi-
ação de unidade programática. viduais dos parlamentares.

Como Dilma vai governar sem parte do Congresso?

Ainda que Eduardo Cunha
tenha liderado a rebelião na
base aliada na Câmara, o go-
verno tem maioria no Senado.
No entanto, Dilma e o PT
vão ter de se mostrar hábeis
para remontar suas bases no
LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS
“A nova CPI da Petrobras é “A maior central sindical
para sangrar o governo, porque do país, a CUT, é base de
a Petrobras já está sendo inves- apoio do governo. Vai de-
tigada pelo Ministério Público pender de como a Dilma vai
[e pela Polícia Federal]. É para negociar com suas bases as
criar um clima permanente de reformas propostas na elei-
tensão”, diz Mazzeo. ção, de como vai negociar as

Congresso e contornar a crise O professor da USP, porém, medidas impopulares do pri-

política, já que as manobras
de Cunha estão a todo vapor.
A instalação de uma nova CPI
da Petrobras, com 28,5% das
assinaturas de deputados de
partidos aliados, revela um
quadro adverso no momento.
lembra que o Partido dos Traba- meiro mês de governo [mu-
lhadores tem enraizamento po- danças em direitos trabalhis-
pular nos bairros, nos movimen- tas e contingência de verbas
tos sociais e sindical, o que lhe nos programas sociais]. Até
possibilitaria pressionar o Con- porque ela foi eleita com le-
gresso e defender a presidenta gitimidade pela sociedade, e
dos ataques oposicionistas. assim ganha fôlego.”
 6 Limeira
MEIO AMBIENTE
Limeira sobe de patamar em qualidade ambiental
Trabalho conjunto entre poder público e população resulta em ações educativas e sustentáveis
Cuidar do meio ambiente
com seriedade, do que se habi-
tuou a ser um mero complemen-
to esquecido das atividades do
dia a dia, passou a ser priorida-
de em Limeira a partir de 2013.
A educação ambiental e o
trabalho de conscientização da
sociedade têm se aliado a ou-
tras práticas sustentáveis, que
levaram o município a obter,
em dezembro do ano passado,
Viveiro de mudas
Uma das atividades am-
bientais mais acessíveis aos
cidadãos é o viveiro muni-
cipal, localizado nas proxi-
midades do Horto Florestal.
Lá, todos os dias, qualquer
pessoa pode conseguir até
cinco mudas de plantas tipi-
camente brasileiras, e levar
para cultivar em casa sem
nenhum custo. São espécies
ornamentais e frutíferas,
como ipês, dedaleiras e até
mesmo o pau-brasil.
O responsável por cuidar
das cerca de 40 mil mudas do
espaço é Francisco Oliveira,
de 49 anos (foto acima). Seu
Francisco molha as mudas,
Mudanças organizativas também promoveram melhorias
O diretor municipal de
Educação Ambiental, Thiago
Georgetti, lembra que foi ne-
cessário adotar outras medi-
das burocráticas para adequar
a cidade às exigências de qua-
lidade ambiental do Estado.
GIOVANNI GIOCONDO
prepara a terra para encher os
saquinhos e também trabalha
na limpeza do local.
“A gente tem que cuidar,
porque o pessoal as quer bo-
nitinhas, verdinhas”, relata
o jardineiro, que tem orgu-
lho de auxiliar na preserva-
ção da natureza.
A alteração do estatuto do
Conselho Municipal de Meio
Ambiente foi uma dessas me-
didas. Agora, ele passou a ser
deliberativo, e terá de promo-
ver audiências públicas com a
população.
Novo zoológico municipal
Transferido do Centro
para o Horto Florestal em
abril de 2014, o novo Zoo
também é um dos motivos
pelos quais a cidade avan-
çou na qualidade ambiental.
Segundo Ana Claudia
Abreu, bióloga e chefe de ser-
viço do zoológico municipal,
a principal mudança se deu na
questão estrutural do espaço,
mais amplo, com novas jaulas
e subdividido em áreas téc-
nicas, que inclui sala de am-
bulatório e cirurgia, biotério
e local específico para trata-
mento dos animais apreendi-
dos, machucados ou órfãos.
Para além das atrações
Também foi criado um
fundo ambiental, que receberá
verbas provenientes de multas
registradas contra pessoas ou
empresas que cometam crimes
ambientais. Do total arrecada-
do, 20% serão destinados à
o “Selo Verde Azul Ambien-
tal”, emitido pelo governo do
Estado de São Paulo.
O prêmio foi concedido
após o município ter avança-
do de forma considerável em
dez itens considerados essen-
ciais para a melhoria de sua
GIOVANNI GIOCONDO
qualidade ambiental. A cidade
subiu da 131ª posição, com 65
pontos, em 2013, para a 62ª,
com 86.
GIOVANNI GIOCONDO
(micos-leões, pavões, felinos, integradas ao mundo ani-
serpentes, etc.), o carro-chefe mal, aprendendo sobre a
do Zoo de Limeira é a educa- importância da preservação
ção ambiental. Há uma biblio- das espécies, com leituras
teca, um anfiteatro e um pátio ou histórias contadas pelos
onde as crianças se mantêm monitores.
educação ambiental. grama de recuperação das
“Também intensificamos a matas ciliares das chamadas
fiscalização com a criação de chácaras de recreio, na zona
um pelotão de guardas am- rural, onde antes os pro-
bientais, já que antes o trabalho prietários preferiam vender
era restrito à Polícia Florestal, a área a pagar pelas infra-
além de oferecermos um pro- ções”, relatou Georgetti.
 Limeira 7

FUTEBOL

Independente debuta na Série A-2 do Campeonato Paulista

Galo faz história e quer aproveitar sequência positiva de 2014 para continuar no auge
O Independente Futebol compensada com um grande to se fala em favoritos, então
Clube disputa a Série A-2 do Campeonato Paulista. “Sabe- vamos pela beirada. A primei-
Campeonato Paulista pela pri- mos que é difícil, competitivo, ra meta é permanecer na Série
meira vez na história. mas a pré-temporada foi mui- A-2, para depois tentar o aces-
Empolgados pela oportu- to importante”, revela. so”, planeja.
nidade inédita, os atletas do Os jogadores do Galo reco- O lateral-esquerdo Andre-
Galo trabalharam forte duran- nhecem o desafio de enfrentar zinho acredita que é possível
te a pré-temporada, após um clubes tradicionais com ex- equilibrar as forças com os
recesso de 40 dias, desde que periência em diversas com- outros clubes. “Na parte técni-
encerraram a participação na petições. Alguns deles, como ca podemos até ser inferiores,
Copa Paulista de 2014, quando o Guarani, o Paulista e o São mas disposição e determina-

o time foi semifinalista.
E o clube começou mui-
to bem sua trajetória na Série
A-2. Na estreia, venceu o Pau-
lista, de Jundiaí, por 1 a 0, em
jogo realizado como mandante
no Estádio da Rua Javari, em
São Paulo – o “Pradão” estava
interditado para reformas.
Nos dois jogos seguintes,
fora de casa, a equipe perdeu
para o Santo André por 2 a 0,
e derrotou o Monte Azul por
2 a 1.
O elenco, formado por
atletas experientes que jogam
GIOVANNI GIOCONDO
juntos desde 2013, se em-
penhou nos treinamentos da
pré-temporada para manter o
bom rendimento. Na opinião
do volante Tiago Silva, de 29
anos, essa dedicação será re-
Caetano, já disputaram a Série
A do Brasileirão e a Taça Li-
bertadores da América.
Para o técnico Álvaro Gaia,
nem mesmo todo esse peso
dos adversários vai diminuir o
ímpeto do Independente. “Nós
vamos chegar para o embate
de igual para igual, sempre
mantendo a humildade. Mui-
ção não vai faltar”, afirma.
Segundo Gaia, o Indepen-
dente está escrevendo sua his-
tória no futebol, apesar de to-
das as dificuldades financeiras
que os clubes do interior atra-
vessam. “Aos poucos, vamos
subindo os degraus para che-
gar à elite do futebol paulista”,
conclui.

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 8 Limeira

FOTO SÍNTESE – MACACO NO ZOO DE LIMEIRA PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

GIOVANNI GIOCONDO
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