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Alimentacao Especial - Legislacao Portuguesa - 2002/11 - DL Nº 241 - QUALI - PT
Alimentacao Especial - Legislacao Portuguesa - 2002/11 - DL Nº 241 - QUALI - PT
pelos produtores aí sediados no caso da ultrapassagem pectiva transposição para o ordenamento jurídico
da quantidade referida no n.o 1. interno feita pelo Decreto-Lei n.o 227/99, de 22 de
5 — Na Região Autónoma dos Açores serão estabe- Junho, que revogou, simultaneamente, os supracitados
lecidas pelo respectivo Governo Regional as regras rela- diplomas legislativos nacionais.
tivas ao disposto nos n.os 1 a 7 do artigo 10.o do presente Posteriormente, a Directiva n.o 89/398/CEE voltou
diploma, devendo o Gabinete de Planeamento e Política a ser alterada pela Directiva n.o 99/41/CE, do Parla-
Agro-Alimentar, do Ministério da Agricultura, Desen- mento Europeu e do Conselho, de 7 de Junho, que
volvimento Rural e Pescas, ser informado das regras foi transposta pelo Decreto-Lei n.o 285/2000, de 10 de
adoptadas. Novembro, que por sua vez introduziu as modificações
6 — Sempre que, de acordo com o regime fixado no correspondentes no Decreto-Lei n.o 227/99.
presente diploma, existam obrigações e prazos definidos Entretanto, a Comissão das Comunidades Europeias
relativamente aos produtores e compradores situados adoptou, em 15 de Fevereiro de 2001, a Directiva
nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, con- n.o 2001/15/CE, que estabeleceu a referida lista de subs-
sideram-se os mesmos verificados quando cumpridos tâncias que desde já se entende poderem ser adicionadas
perante o IAMA, na Região Autónoma dos Açores, para fins nutricionais específicos aos géneros alimen-
ou perante o organismo designado nos termos do n.o 4, tícios destinados a uma alimentação especial.
na Região Autónoma da Madeira. No entanto, reconheceu-se haver dificuldades, tanto
em definir as substâncias nutritivas como um grupo dis-
tinto para os fins em causa, bem como, tendo em conta
Artigo 24.o os conhecimentos actuais, em elaborar uma lista exaus-
Legislação revogada tiva de todas as categorias de substâncias nutritivas que
podem ser adicionadas aos géneros alimentícios des-
É revogado o Decreto-Lei n.o 80/2000, de 9 de Maio. tinados a uma alimentação especial.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 22 Por essa razão, no âmbito das categorias de substân-
de Agosto de 2002. — José Manuel Durão Barroso — cias nutritivas previstas nesta directiva, admitiu-se uma
Maria Manuela Dias Ferreira Leite — António Manuel vasta gama de substâncias que podem ser utilizadas de
de Mendonça Martins da Cruz — Maria Celeste Ferreira forma inócua no fabrico dos géneros alimentícios des-
Lopes Cardona — Carlos Manuel Tavares da Silva — tinados a uma alimentação especial e que se baseiam,
Armando José Cordeiro Sevinate Pinto. para além da respectiva inocuidade, na sua biodispo-
nibilidade e nas suas propriedades organolépticas e tec-
Promulgado em 18 de Outubro de 2002. nológicas. Obviamente, a possibilidade de utilização dessas
substâncias no fabrico de géneros alimentícios destina-
Publique-se. dos a uma alimentação especial não implica que a sua
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. incorporação nos referidos géneros seja necessária ou
desejável.
Referendado em 22 de Outubro de 2002. Por outro lado, algumas das substâncias nutritivas
podem ser igualmente utilizadas como aditivos alimen-
O Primeiro-Ministro, José Manuel Durão Barroso. tares e nesse contexto foram adoptados critérios de
pureza através de directivas, sendo a mais recente a
Directiva n.o 94/34/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 30 de Junho. Ora, estes critérios de pureza
MINISTÉRIO DA SAÚDE devem aplicar-se àquelas substâncias nutritivas, inde-
pendentemente da utilização a que elas se destinam nos
géneros alimentícios.
Decreto-Lei n.o 241/2002 Para as restantes substâncias, enquanto a União Euro-
de 5 de Novembro peia não adoptar as medidas necessárias, e a fim de
o
garantir um nível elevado de saúde pública, devem ser
A Directiva n. 89/398/CEE, do Conselho, de 3 de aplicáveis os critérios de pureza geralmente aceites,
Maio, que estabeleceu as regras respeitantes aos géneros recomendados pelos organismos ou agências interna-
alimentícios destinados a uma alimentação especial, pre- cionais, como o Comité Misto FAO/OMS de peritos
via a adopção de uma lista das substâncias podendo em aditivos alimentares ou a Farmacopeia Europeia.
ser adicionadas, para fins nutricionais específicos, aos Impõe-se, assim, transpor para o ordenamento jurí-
géneros alimentícios destinados a uma alimentação dico interno a Directiva n.o 2001/15/CE, a que se procede
especial. através do presente diploma.
A referida directiva foi transposta para o ordena- Deve, porém, esclarecer-se que, quando da adopção
mento jurídico interno pelo Decreto-Lei n.o 227/91, de das directivas específicas relativas a fórmulas para lac-
19 de Junho, com a redacção que lhe foi dada pelo tentes e fórmulas de transição, bem como aos alimentos
Decreto-Lei n.o 230/92, de 21 de Outubro, que veio à base de cereais e alimentos para bebés e crianças
esclarecer as funções dos diversos organismos públicos de pouca idade, foi entendido incluir desde logo nas
intervenientes no controlo dos géneros alimentícios des- mesmas as substâncias nutritivas que podem ser uti-
tinados a uma alimentação especial, transferindo para lizadas nesses produtos, tendo nestas circunstâncias sido
o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge as fun- considerado desnecessário repeti-las no texto da Direc-
ções de apoio consultivo à então Direcção-Geral dos tiva n.o 2001/15/CE.
Cuidados de Saúde Primários, até essa data atribuídas Assim, adoptou-se idêntica metodologia no presente
ao Conselho Nacional de Alimentação e Nutrição. diploma, uma vez que tais substâncias já constam dos
Tendo a Directiva n.o 96/84/CE, do Parlamento Euro- Decretos-Leis n.os 220/99, de 16 de Junho, e 233/99,
peu e do Conselho, de 19 de Dezembro, introduzido de 24 de Junho, que transpuseram aquelas directivas
alterações à mesma Directiva n.o 89/398/CEE, foi a res- específicas.
N.o 255 — 5 de Novembro de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7083
O presente diploma define ainda os critérios de cação de fácil acesso, caso em que será suficiente
pureza que deverão ser aplicáveis às substâncias nutri- fazer uma referência a essa publicação.
tivas referidas no seu anexo.
Foram ouvidos os órgãos de governo próprios das 2 — Para efeitos do disposto no número anterior,
Regiões Autónomas. sempre que a Direcção-Geral da Saúde considere insu-
Assim: ficientes os dados científicos fornecidos, pode exigir a
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da apresentação de outros dados comprovativos suplemen-
Constituição, o Governo decreta o seguinte: tares, fixando o prazo para o efeito.
Tramitação processual Substâncias para fins nutricionais específicos que podem ser
utilizados no fabrico de géneros alimentícios destinados a
uma alimentação especial.
1 — A fiscalização e instrução dos processos compete
à Direcção-Geral da Saúde, coadjuvada pelas autori- Condições de utilização
dades de saúde, sem prejuízo das competências de fis-
calização e instrução conferidas à Inspecção-Geral das Substância Todos os produ-
Apenas alimentos
dietéticos desti-
Actividades Económicas. tos a que se re- nados a fins
porta o n.o 1 do medicinais es-
2 — Finda a instrução, os processos são remetidos artigo 2.o pecíficos.
à Direcção-Geral da Saúde para aplicação das coimas
respectivas. Categoria 1 — Vitaminas
3 — O produto da aplicação das coimas reverte a Vitamina A:
favor das seguintes entidades:
Retinol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ×
a) 10 % para a entidade que fiscaliza; Acetato de retinilo . . . . . . . . . . . . ×
b) 10 % para a entidade que faz a instrução do Palmitato de retinilo . . . . . . . . . . . ×
Beta-caroteno . . . . . . . . . . . . . . . . ×
processo;
c) 20 % para a entidade que aplica a coima; Vitamina D:
d) 60 % para os cofres do Estado. Colecalciferol . . . . . . . . . . . . . . . . ×
Ergocalciferol . . . . . . . . . . . . . . . . ×
Artigo 9.o Vitamina E:
Regiões Autónomas D-alfa-tocoferol . . . . . . . . . . . . . . . ×
DL-alfa-tocoferol . . . . . . . . . . . . . ×
1 — As competências previstas no presente diploma Acetato de D-alfa-tocoferilo . . . . ×
são exercidas, nas Regiões Autónomas, pelos organis- Acetato de DL-alfa-tocoferilo . . . ×
Succinato de ácido de D-alfa-to-
mos definidos pelos órgãos de governo próprio. coferilo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ×
2 — As percentagens previstas no n.o 3 do artigo ante-
rior provenientes das coimas aplicadas nas Regiões Vitamina K:
Autónomas dos Açores e da Madeira constituem receita Filoquinona (fitomenadiona) . . . ×
própria de cada uma delas.
Vitamina B1:
Cloridrato de tiamina . . . . . . . . . . ×
Artigo 10.o Mononitrato de tiamina . . . . . . . . ×
Recurso Vitamina B2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Condições de utilização
buição de novas e importantes responsabilidades aos
Estados membros para a sua implementação e execução.
Substância Todos os produ-
Apenas alimentos Nesse quadro, correspondendo à necessidade de
dietéticos desti-
tos a que se re- nados a fins transposição da Directiva n.o 93/39/CEE, do Conselho,
porta o n.o 1 do medicinais es-
artigo 2.o pecíficos.
de 14 de Junho, bem como de consideração da evolução
jurídica e institucional traduzida na adopção, nomea-
Categoria 4 — Carnitina e taurina
damente, do Regulamento (CEE) n.o 2309/93, do Con-
selho, de 22 de Julho, deu-se uma profunda reorga-
L-carnitina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . × nização do Sistema Nacional de Farmacovigilância, atra-
Cloridrato de L-carnitina . . . . . . . . . . . ×
Taurina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . × vés da aprovação da Portaria n.o 605/99, de 5 de Agosto
em aplicação do disposto no artigo 94.o, n.o 2, do Decre-
Categoria 5 — Nucleótidos to-Lei n.o 72/91, de 8 de Fevereiro, na redacção resul-
Ácido adenosina-5M-fosfórico (AMP) × tante do Decreto-Lei n.o 272/95, de 23 de Outubro.
Sais de sódio de AMP . . . . . . . . . . . . . . × Entretanto, o Sistema Nacional de Farmacovigilância
Ácido citidina-5M-monofosfórico
(CMP) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ×
deverá ser hoje de novo aperfeiçoado, desde logo à luz
Sais de sódio de CMP . . . . . . . . . . . . . . × da experiência entretanto adquirida, mas também por
Ácido guanosina-5M-fosfórico (GMP) × força da necessidade de transposição das normas cons-
Sais de sódio de GMP . . . . . . . . . . . . . . × tantes dos n.os 11 a 16 do título I e do título IX da
Ácido inosina-5M-fosfórico (IMP) . . . . ×
Sais de sódio de IMP . . . . . . . . . . . . . . . ×
Directiva n.o 2001/83/CE, do Parlamento Europeu e do
Ácido uridina-5M-fosfórico (UMP) . . . × Conselho, de 6 de Novembro, que estabelece um código
Sais de sódio de UMP . . . . . . . . . . . . . . × comunitário relativo aos medicamentos de uso humano.
A Directiva n.o 2001/83/CE visa, entre outros, a con-
Categoria 6 — Colina e inositol
tínua adaptação dos sistemas nacionais de farmacovi-
Colina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . × gilância às exigências do progresso científico e técnico
Cloridrato de colina . . . . . . . . . . . . . . . ×
Bitartarato de colina . . . . . . . . . . . . . . . × em várias vertentes.
Citrato de colina . . . . . . . . . . . . . . . . . . × Entre estas, destaca-se, em primeiro lugar, o reforço
Inositol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . × dos procedimentos de notificação e divulgação de sus-
peitas de reacções adversas medicamentosas, designa-
damente favorecendo a utilização de redes electrónicas
Decreto-Lei n.o 242/2002 para a transmissão electrónica de dados, potenciando
a partilha de informação entre as autoridades nacionais
de 5 de Novembro
competentes.
O sistema de autorização de introdução no mercado Em segundo lugar, destaca-se a necessidade de res-
de medicamentos, profundamente desenvolvido a partir ponsabilizar todos os intervenientes do sistema no sen-
da entrada de Portugal na Comunidade Europeia, é tido de assumirem uma atitude pró-activa no que res-
acompanhado por um sistema de avaliação prévia que peita à farmacovigilância dos medicamentos que intro-
visa, no essencial, assegurar a verificação dos critérios duzem no mercado.
de qualidade, segurança e eficácia de cada medicamento, Por força do disposto no artigo 94.o, n.o 2, do Decre-
garantindo uma relação favorável entre os benefícios to-Lei n.o 72/91, de 8 de Fevereiro, as regras de fun-
e os riscos associados à utilização de medicamentos. cionamento do Sistema Nacional de Farmacovigilância
A protecção da saúde pública exige a instituição e são adoptadas por portaria do Ministro da Saúde. Con-
o regular funcionamento de adequados sistemas de tudo, dada a necessidade de transpor as normas cons-
farmacovigilância. tantes dos n.os 11 a 16 do título I e do título IX da
Os sistemas de farmacovigilância desempenham um Directiva n.o 2001/83/CE, do Parlamento Europeu e do
importante papel na recolha e avaliação de informação Conselho, de 6 de Novembro, e o imperativo consti-
sobre reacções adversas medicamentosas, estabelecendo tucional resultante da Lei Constitucional n.o 1/97, de
ainda a responsabilidade dos titulares de autorizações 20 de Setembro, aproveita-se para condensar num único
de introdução no mercado de medicamentos, dos pro- diploma o regime nacional da farmacovigilância.
fissionais de saúde e das demais autoridades de saúde. Foi ainda considerado o disposto na orgânica do Ins-
Em Portugal, passos importantes têm sido dados no tituto Nacional da Farmácia e do Medicamento, apro-
sentido de construir um sistema de farmacovigilância, vada pelo Decreto-Lei n.o 495/99, de 18 de Novembro,
sobretudo a partir da adopção do Decreto-Lei n.o 72/91, e no respectivo regulamento interno, publicado em
de 8 de Fevereiro. No ano seguinte, o Despacho Nor- anexo à Portaria n.o 1087/2001, de 6 de Setembro.
mativo n.o 107/92, de 27 de Junho, criou o Sistema Nacio- Recorde-se que o Decreto-Lei n.o 495/99, de 18 de
nal de Farmacovigilância. Novembro, consagra ser atribuição do Instituto Nacional
A promoção da saúde e prevenção da doença, através da Farmácia e do Medicamento, nomeadamente, «asse-
do reforço do papel dos serviços de saúde pública na gurar sistemas de vigilância de medicamentos [...] em
vigilância sanitária e epidemiológica e do lançamento articulação com as entidades internacionais competen-
de processos e programas de garantia da qualidade nos tes» [alínea f) do n.o 3 do artigo 6.o].
serviços de saúde, nomeadamente no domínio do bom Além disso, a orgânica prevê a existência de uma
uso dos medicamentos, constitui uma das preocupações comissão técnica especializada no Instituto Nacional da
do Ministério da Saúde nas orientações estratégicas defi- Farmácia e do Medicamento denominada «Comissão
nidas até 2002. de Farmacovigilância», com competência consultiva no
Paralelamente, assiste-se, no quadro da Comunidade domínio da farmacovigilância e em relação ao funcio-
Europeia, a um reforço dos mecanismos jurídicos em namento do Sistema Nacional de Farmacovigilância [alí-
matéria de identificação de reacções adversas e de tra- nea b) do n.o 2 do artigo 20.o do Decreto-Lei n.o 495/99,
tamento da informação obtida, acompanhado da atri- de 18 de Novembro].