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Como ser um consumidor consciente

questionando os produtos e as marcas que consumimos

Autor: Gabriel Mallet Meissner. © Todos os direitos reservados.

Publicado originalmente no blog Entremundos.

Visite: http://entremundos.com.br

Esta é a primeira postagem de uma série de cinco que irei publicar


esta semana para contribuir com a Blogagem Coletiva do
Consumo Consciente, promovido pela Sam Shiraishi, do blog A Vida
Como A Vida Quer. De segunda a sexta, a cada dia, irei postar um
artigo novo sobre o assunto.

É muito gostoso consumir produtos que nos dão prazer. Uma roupa
nova, uma barra de chocolate, um livro interessante. Ao consumir,
geralmente a única coisa que nos passa pela cabeça é o benefício que
aquele produto nos trará. Mas será que este prazer em consumir é a
única coisa em que deveríamos pensar? Infelizmente para todos nós,
consumidores hedonistas, não é. Consumir envolve mais do que a
busca hedônica do prazer. Envolve também o impacto que este
consumo causa no planeta.

Buscar o equilíbrio entre a satisfação pessoal e a


responsabilidade ambiental é ser um consumidor consciente.

Para entender a importância disso, reflita comigo: antes de um


produto chegar às suas mãos, qual foi a trajetória dele desde a sua
produção até a prateleira? E qual será a sua trajetória após você o
usar e descartar? Quais serão as conseqüências destas duas
trajetórias? Já parou para pensar nisso? Se já, parabéns. Caso
contrário, está na hora de começar a pensar. Isto é muito
importante. Por quê? Por causa do que deixa claro a matéria de capa
da edição 515 da revista Época:

“Os produtos que compramos no dia-a-dia deixam um rastro


duradouro no planeta. O plástico que jogamos fora leva milhares de
anos para se degradar. Muitos alimentos vêm de áreas de
desmatamento. Nossas compras rotineiras envolvem uma cadeia de
lojas, indústrias, transportadoras e agricultores que despejam na
atmosfera até 77% dos gases que estão mudando o clima da Terra.”

Se uma grande massa de consumidores começarem a consumir


conscientemente, o impacto benéfico sobre a sociedade e o planeta
poderá ser enorme, decisivo mesmo para a sustentabilidade. Na
mesma matéria da edição citada da revista Época, há duas citações
de Hélio Mattar, diretor do Instituto Akatu, que diz:

“O consumidor pensa que só destrói o planeta quando acende a luz


ou anda de carro. Ele esquece as compras.”

“Ao fazer boas escolhas, nós influenciamos uma cadeia de indústrias


e fornecedores cuja política ambiental determina o futuro da vida no
planeta.”

Qual tal fazer parte disso? Parece uma boa idéia, não é?

Então vamos lá: como podemos ser consumidores conscientes? O


primeiro passo é se conscientizar do problema, saber que isto não
apenas uma moda passageira: é uma necessidade premente para a
sobrevivência do planeta.

Estando conscientizado, há uma série de práticas que você pode


adotar no seu consumo para contribuir com esta questão. Nesta
postagem, falarei sobre três delas.

1 - Informar-se sobre as empresas e marcas dos produtos que


consome e questioná-las
Esta é a primeira ação. Toda empresa só existe devido ao lucro
gerado pelos seus consumidores. Se os consumidores pararem de
comprar os seus produtos, elas deixarão de existir. De modo que
nós, consumidores, temos em nossas mãos o poder para
influenciar o rumo das ações relacionadas à sustentabilidade
de todas as empresas cujos produtos consumimos. p>

Hoje em dia, muitas publicações impressas e online escrevem


matérias sobre as chamadas “empresas verdes”. Empresas
conhecidas por tomarem ações ambientais reais. Da mesma maneira,
também vemos nestas publicações, matérias denunciando empresas
que fazem o contrário. Privilegie as empresas que são
reconhecidamente verdes e deixe de comprar aquelas que sabemos
que fazem mal ao planeta.

Para isso, será necessário um pouco de pesquisa e engajamento, sim.


Mas, acredite, vale a pena!

2 – Tomar cuidado com a “maquiagem verde”


Hoje em dia, quase toda embalagem de produto vem com algum
argumento ou rótulo ecológico. Muitas vezes, estes argumentos são
ambíguos ou não se pode comprovar a sua veracidade e isso pode
induzi-lo a erro.
Por exemplo, muitos produtos vêm com a palavra “natural” no rótulo
e você se vê impelido a comprá-lo por achar que é “orgânico”.
Algumas latas de atum afirmam que a sua pesca de atum não matou
nenhum golfinho, o que não pode ser comprovado sem fiscalização.

É sempre bom questionar e investigar a veracidade destas


afirmações. Isso, claro, também exigirá pesquisa e envolvimento da
sua parte, mas é importante para não sermos seduzidos por falsas
promessas.

3 - Atenção aos selos de qualidade


Atualmente, existem institutos que fiscalizam o processo de produção
de empresas diversas, para atestar se este processo é de fato
sustentável ou não. As empresas consideradas sustentáveis recebem
um selo de certificação do instituto, que aparece no rótulo de seus
produtos.

Dar preferência a produtos com selos de qualidade confiáveis é uma


excelente maneira de ser um consumidor mais consciente. Claro que
aí entra a outra questão: como saber se aquele selo realmente é
confiável? Então temos novamente que nos informar sobre eles, para
saber se o processo de certificação é sério.

O Instituto Akatu criou uma lista de selos de qualidade que dá para


confiar. Você pode conhecê-los clicando aqui.

Claro que estas são apenas algumas das muitas ações que podemos
tomar para sermos consumidores conscientes. São boas maneiras de
começar, mas há muito mais. E para saber o que é esse muito mais,
indico o site do Instituto Akatu, que já citei aqui.Nesta página e nesta
outra eles explicam direitinho tudo o que você precisa saber sobre
isso. Leia e não se arrependerá!

Fonte: Entremundos

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