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Todos os
direitos reservados

Núcleo da Metrologia

Elaboração: Jorge Souza da Silva


Professor da Metrologia do Ceteb-ca

Ceteb-ca Técnicas das medições


Aplicadas à Metrologia
Dimensional

Camaçari, 2005-10-14

1. Medição dimensional I. título

Ceteb-ca Centro de Educação Tecnológica do Estado


da Bahia
Secretaria de Educação do Estado da Bahia
Associação Tecnológica e Educacional de Camaçari -
ATEC

Rua da Rodoviária, 142, Eixo Urbano, Centro, Camaçari-Ba-CEP 42800-


400
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Centro de Educação Tecnológica do
Estado da Bahia
Unidade de Camaçari

Curso: Metrologia Módulo: Básico Carga Horária: 40h.


Docente: JORGE SOUZA Turno: Turma:
DA SILVA
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO
Paginas

1. Introdução 05
2. Conceitos fundamentais 06
3. Sistema da medição 11
Trenas e Escalas graduadas 11
Paquímetros 17
Traçador da altura 20
Micrômetro 30
Micrômetro interno 38
Relógio comparador 41
Relógio apalpador 48
Passômetro (Comparador dos diâmetros internos) 50
Nível e Esquadro 52
Goniômetro 55
Calibrador passa não passa 58
Blocos-Padrão 61
4. Transformações das Unidades 63
5. Tolerância dimensional 65
6. Tolerâncias geométricas de Forma 73
6.1 Tolerâncias geométricas de Posição 78
7. Projetor do Perfil 84
8. Folha dos Exercícios 90
9. Gabarito dos Exercícios 124
10. Bibliografia 129

APRESENTAÇÃO
Com o objetivo de apoiar e proporcionar a melhoria contínua do padrão da
Qualidade e
Produtividade da Indústria, o Ceteb-Ca desenvolve programas de educação
profissional
alem de serviços técnicos e tecnológicos.Essas atividades, com conteúdos
tecnológicos
são direcionadas para indústrias nos diversos segmentos através de programas de
edu -
cação profissional, consultoria e informações tecnológicas, para profissionais da
área in-
dustrial ou para pessoas que desejam profissionalizar-se visando
inserir -se no mercad
do trabalho.

Este material didático foi preparado para funcionar como instrumento de


consulta.Possui
informações que são aplicáveis de forma prática no dia-a-dia do profissional,e
apresenta
uma linguagem simples e de fácil assimilação. É um meio que possibilita, de forma
efici-
ente, o aperfeiçoamento do aluno através do conteúdo apresentado
no módulo.
1. Introdução

Atenção – Os conceitos fundamentais são importantes para você. Leia


com cuidado e atenção.
Pratique a leitura dos instrumentos nos exercícios da apostila e depois
pratique no seu local de tra-
lho. Vamos lá! Bom trabalho!

Na realização de quaisquer medições, devem ser considerados três elementos


fundamentais:o método
o instrumento e o operador. O operador é , talvez, dos três , o mais importante. É
ele a parte inteligente na
apreciação das medidas. De sua habilidade depende, em grande parte,a exatidão
pretendida.Um bom ope-
rador, servindo-se de instrumentos com piores níveis de exatidão,consegue
melhores resultados do que um
operador inábil com excelentes instrumentos.

Agora que você conhece sua importância para o processo da medição,


vamos verificar as prin-
cipais regras para um bom trabalho. Leia com atenção!

O operador deve conhecer perfeitamente os instrumentos que utiliza.Também


precisa ter iniciativa para
adaptar às circunstâncias o método mais apropriado e possuir conhecimentos
suficientes para interpretar os
encontrados.
Regras gerais:

a) Tranqüilidade f) Sensibilidade
b) Limpeza g) Conhecer a
finalidade da medição
c) Cuidado h) Dispor de
instrumento adequado
d) Paciência i) Ter domínio
sobre o instrumento
e) Senso de responsabilidade
Agora algumas recomendações. Não esqueça...
Evitar:
a) Choques no instrumento e na peça a ser medida.
b) Misturar instrumentos e seus acessórios.
c) Cargas excessivas de uso.
d) Medir peças cuja temperatura esteja fora da temperatura da referencia.
e) Medir peças de pouca importância com instrumentos caros e de grande
responsabilidade.
Cuidados:
1) Sempre que possível, usar proteção de madeira para apoiar os instrumentos
quando em utilização na
Oficina ou no campo.
2) Sempre que possível,deixar a peça atingir a temperatura ambiente antes de
realizar a medição.O ideal
É efetuar a medição com a peça a 20 graus Celsius para diminuir a incerteza
da medição.

Vamos ver a definição do Controle Dimensional Atenção!!!

O Controle Dimensional é aquele destinado, a controlar as dimensões físicas e


posição relativa de uma
Determinada peça acabada ou semi-acabada . O controle dimensional aplica-
se a todas as grandezas
Geométricas determináveis: lineares e angulares.
O controle dimensional não tem por finalidade somente reter ou rejeitar os
produtos pré-fabricados ou
Fabricados fora dos padrões ou normas. Destina-se, sobretudo, a orientar a
fabricação, evitando assim
Erros recorrentes.
Um controle eficaz deve ser total, isto é, deve ser exercido em todas as etapas
da fabricação.
5

1. Conceitos fundamentais

Atenção – Os conceitos fundamentais são importantes para


você. Leia com cuidado e atenção.
Pratique a leitura dos instrumentos nos exercícios da apostila e depois
pratique no seu local de trabalho
Vamos lá! Bom trabalho!

Termos técnicos extraídos do VIM – Vocabulário de Termos Fundamentais e Gerais


da Metrologia (INMETRO).

METROLOGIA: é a ciência da medição. Trata dos conceitos básicos, dos


métodos da medição, dos erros e sua
propagação,das unidades e dos padrões envolvidos na representação das grandezas
físicas, bem como da carac-
terização do comportamento estático e dinâmico dos sistemas da medição.

UNIDADE DA MEDIDA: Grandeza especifica, definida e adotada por


convenção, com a qual outras grandezas
Da mesma natureza são comparadas para expressar seu tamanho em relação
àquela grandeza.

Notas:
a) metro é uma unidade de medida (unidade de comprimento), cujo símbolo é o m.
O milímetro é um submúltiplo
do metro, isto é, uma fração deste. O milímetro é a milésima parte do metro. 1
mm = 0,001 m
b) A polegada é uma unidade de medida antiga. Não pertence ao Sistema
Internacional de Unidades que é le -
galmente adotado no Brasil. Sua utilização na mecânica está sendo
gradativamente substituída pelo metro e
seus submúltiplos.

MEDIÇÃO: É a atividade que visa determinar o valor do mensurado, ou seja, é


uma seqüência de ações que
permitem efetuar a medida propriamente dita.É aplicável a ensaios, testes, análises
ou processos equivalentes
O resultado da medição, em geral numérico, é um valor observado, medido, lido...

RESULTADO DA MEDIÇÃO: Valor atribuído a um mensurado obtido por


medição.

MENSURANDO: Objeto da medição. Grandeza especifica submetida à medição.


Exemplos:
a) Comprimento de um tubo,
b) Diâmetro de um furo,
c) A distância entre os centros de dois furos.

ERRO DA MEDIÇÃO:Em geral são gerados devido a imperfeições dos instrumentos


de medição ou imperfeições
no método da medição e ainda devido a influências externas, como temperatura,
umidade, vibrações e outros.

EXATIDÃO DA MEDIÇÃO: Grau da concordância entre o resultado de uma


medição e o seu valor verdadeiro.
Notas:
a) Quando se diz “O instrumento possui boa exatidão” significa que o mesmo
possui pequenos erros de me-
dição para a sua função.
b) O termo precisão está em desuso. Em seu lugar prefira exatidão, que significa
“de acordo com o padrão”

INCERTEZA DA MEDIÇÃO: Parâmetro, associado ao resultado de uma medição,


que caracteriza a dispersão
Dos valores que podem ser atribuídos a um mensurando.

6.

Nota:A incerteza da medição é a dúvida quanto ao resultado ao efetuar uma


medição.Nenhuma medição pode ser realizada sem que existam erros associados,
devidos as imperfeições dos instrumentos; ao operador e ao procedi-
mento utilizado.Portanto, alguma dúvida ainda existe quando efetuamos uma
medição.Em certos tipos de medição
onde há grande preocupação para com o resultado (medições crítica) é necessário
avaliar a incerteza da medição.
Para tanto, é utilizado um documento internacional denominado “ Guia para
Expressão da Incerteza da Medição ”.
Este guia foi traduzido e é distribuído no Brasil pelo INMETRO ( Instituto Nacional
da Metrologia, Normalização e
(Qualidade Industrial).

ATENÇÃO: Observação importante...

Não confundir incerteza da medição com tolerância. Tolerância é uma


característica construtiva determinada
no projeto de uma peça. É aquilo que queremos. Incerteza da medição é uma
dúvida, um valor duvidoso que não
desejamos, mas que esta sempre presente.

CALIBRAÇÃO:

Conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação


entre os valores indicados por um
Instrumento de medição e os valores correspondentes das grandezas estabelecidas
por padrões.

Nota:
O termo aferição não é mais utilizado pelo INMETRO e sua rede de laboratórios de
calibração (RBC).Para facilitar
o entendimento com outros países, utiliza-se o termo calibração em lugar de
aferição. A tarefa de regular o instru - mento da medição com o objetivo
de diminuir os erros da medição é agora chamada de ajustagem.

7
Um breve histórico das medidas:

Nos séculos XV e XVI, os padrões mais usados na Inglaterra para medir


comprimentos eram a polegada, o pé
a jarda e a milha.
Na França, no século XVII, ocorreu um avanço importante na questão das
medida. A Toesa, que era então
utilizada como unidade de medida linear, foi padronizada em uma barra de ferro
com dois pinos nas extremida-
de e, em seguida, chumbada na parede externa do Grand Chatlet, nas proximidades
de Paris.Dessa forma,cada
interessado poderia conferir seus própios instrumentos. Uma Toesa é equivalente a
seis pés, aproximadamente,
182,9 cm
Entretanto, esse padrão também foi se desgastando com o tempo e teve que ser
refeito.Surgiu, então, um mo- vimento no sentido de estabelecer uma unidade
natural,isto é,que pudesse ser encontrada na natureza e,assim
ser facilmente copiada, constituindo um padrão da medida.Havia também outra
exigência para essa unidade:ela
deveria ter seus submúltiplos estabelecidos segundo o sistema decimal. O sistema
decimal já havia sido inven-
tado na Índia, quatro séculos antes do Cristo. Finalmente, um sistema com essas
características foi apresentado
Talleyrand, na França, num projeto que se transformou em Lei naquele país, sendo
aprovada em 08 de maio de
1790.
Estabelecia-se, então, que a nova unidade deveria ser igual à décima milionésima
parte de um quarto do meri-
diiano terrestre.
Essa nova unidade passou a ser chamada metro (o termo grego metron significa
medir).
Os astrônomos franceses Delambre e Mechain foram incumbidos de medir o
meridiano.Utilizando a toesa como
unidade,mediram a distância entre Dunkerque(França) e Montjuich(Espanha).Feitos
os cállculos,chegou-se a uma
distância que foi materializada numa barra de platina de secção retangular de 4,05
x 25,00 mm. O comprimento dessa barra era equivalente ao comprimento da
unidade padrão metro, que assim foi definido:

Metro é a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre

Foi esse metro transformado em barra de platina que passou a ser denominado
metro dos arquivos.
Com o desenvolvimento da ciência, verificou-se que uma medição mais
exata do meridiano fatalmente
daria um metro um pouco diferente. Assim, a primeira definição foi substituída por
uma segunda:

Metro é a distância entre os dois extremos da barra de platina


depositada nos Arquivos da França
e apoiada nos pontos da mínima flexão na temperatura do zero grau
Celsius.

Escolheu-se a temperatura do zero grau Celsius por ser, na época,a mais


facilmente obtida com o gelo
Fundente.
No século XIX, vários países já haviam adotado o sistema métrico. No Brasil,
o sistema métrico foi im - plantado pela Lei Imperial no.1157, de 26 de junho
de 1862.Estabeleceu-se,então,um prazo de dez anos para
que padrões antigos fossem inteiramente substituídos.
Com exigências tecnológicas maiores, decorrentes do avanço científico,
notou-se que o metro dos ar-
quivos apresentava certos inconvenientes. Por exemplo, o paralelismo das faces
não era assim tão perfeito.
O material, relativamente mole, poderia se desgastar, e a barra também não era
suficientemente rígida.
Para aperfeiçoar o sistema, fez-se um outro padrão, que recebeu:

 Seção transversal em X, para ter maior estabilidade;


 Uma adição de 10% de Irídio, para tornar seu material mais durável
 Dois traços em seu plano neutro, de forma a tornar a medida mais perfeita.

Assim, em 1889, surgiu a terceira definição:


Metro é a distância entre os eixos dos dois traços principais
marcados na superfície neutra do
padrão Internacional depositado no B.I.P.M. (Bureau Internacional des
poids et Mesures), na tempera
tura do zero grau Celsius e sob uma pressão atmosférica de 760 mmHg e
apoiado sobre seus pontos
da mínima flexão.
Atualmente, a temperatura da referência para calibração é de 20 graus
Celsius. É nessa temperatura
Que o metro, utilizado em laboratório da metrologia , tem o mesmo comprimento
do padrão que se encontra
na França, na temperatura do zero grau Celsius.
Ocorreram, ainda, outras modificações.Hoje,o padrão do metro em vigor no
Brasil é recomendado pe-
lo INMETRO, baseado na velocidade da luz, de acordo com decisão da 17ª
Conferência Geral dos Pesos e
Medidas de 1983.O INMETRO(Instituto Nacional da Metrologia,Normalização e
Qualidade Industrial),em sua
resolução 3/84, assim definiu o metro:
Metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante o
intervalo do tempo
1
de ------------------------ do segundo. É importante observar que todas essas
definições somente estabele-
299.792.458 ceram com maior exatidão o valor da
mesma unidade: o metro.
9

Medidas Inglesas:
A Inglaterra e todos os territórios dominados há séculos por ela utilizavam um
sistema de medidas próprias,
facilitando as transações comerciais ou outras atividades da sua sociedade.
Acontece que o sistema Inglês difere totalmente do sistema métrico que passou a
ser o mais usado em todo
Mundo. Em 1959, a jarda foi definida em função do metro, valendo 0,91440 m. As
divisões da jarda ( 03 pés;
Cada pé igual (a 12 polegadas) passaram, então, a ter seus valores expressos no
sistema métrico:

1 yd (uma jarda) = 0,91440 m

1 ft (um pé) = 304,8 mm

1inch ( uma polegada) = 25,4 mm


Padrões do metro no Brasil

Em 1826, foram feitas 32 barras – padrão na França. Em 1889, determinou-se


que a barra No. 06 seriam o
Metro dos Arquivos e a de No. 26 foi destinada ao Brasil. Este metro – padrão
encontra-se no I P T ( INSTITU-
TO (DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS).

Múltiplos e submúltiplos do metro

A tabela abaixo é baseada no Sistema Internacional de Medidas (S I).


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3. Sistemas de medição:
Vamos agora estudar alguns importantes instrumentos da medição. Não
deixe de fazer os exercícios!

3.1 Trenas e Escalas Graduadas


Trata-se de um instrumento de medição constituído por uma fita de aço, (fibra de
vidro) ou tecido, graduada
em uma ou em ambas as faces, no sistema métrico e/ou no sistema Inglês, ao longo
do seu comprimento,com traços transversais. É fabricada em diversos
comprimentos 2 m, 3 m, 5 m, 10 m, 20 m, 30 m, 50 m.
Em geral,a fita está acoplada a um estojo ou suporte dotado de um mecanismo
que permite recolher a fita de
modo manual ou automático. Tal mecanismo, por sua vez, pode ou não ser dotado
da trava.
É a trena graduada,o mais elementar instrumento de medições utilizado em
caldeiraria.É usada para realiza-
ção de medições lineares, quando não há exigências de baixas incertezas de
medição. As trenas geralmente apresentam graduações no sistema inglês e no
sistema internacional (metro).

Sistema Internacional:
Graduação em milímetros ( mm ), 1 mm = 1/1000 m.
Sistema inglês:
Graduação em polegadas ( inch.)( “ ), 1” = 25,4 mm
Graduação em pés (ft.) 1´(pé) = 12” ( polegadas )

Trenas:
As trenas de pequeno comprimento apresentam, em sua extremidade um gancho,
que permite a operação
com apenas um operador, isto é, sem a necessidade de um auxiliar. As de maior
comprimento possuem um
elo na sua extremidade .
Algumas trenas possuem o zero um pouco deslocado da sua extremidade. Nestes
casos deve-se ter cui -
dado para que o zero coincida com a extremidade da peça a ser medida.
As trenas apresentam-se em vários tipos. As figuras a seguir mostram um modelo
de trena convexa e ou-
tra plana.
A convexidade destina a dotar a trena de maior rigidez, de modo a permitir
medições na vertical, de baixo
para cima.
As graduações da escala são feitas dividindo a polegada em 2, 4, 8, e 16 partes
iguais, existindo, em al -
guns casos, divisões de 32 partes.
As graduações da escala decimal (SI) são baseadas no centímetro.Cada
centímetro é dividido em 10 par-
tes sendo cada uma 1 mm.
As trenas de caixa prismáticas possuem marcadas na carcaça o seu
comprimento.Peça a seu instrutor pa-
ra demonstrar a utilidade disto, principalmente na medição de distâncias
referenciadas internamente.
As trenas de aço de grandes comprimentos(até 30 m)são fabricadas com um
dispositivo para enrolamento
(manivela). A largura da fita é de 9,5 mm.
As trenas de fita em tecido (fibra de vidro) são também bastante comuns para
grandes comprimentos. As
Suas principais vantagens são:

 São não condutores


 Não corrosíveis
 Resistentes à umidade.

11.

Trenas:
Vê as figuras a seguir? Pois bem, identifique as divisões das graduações
da trena. Peça ajuda a seu ins-
trutor caso necessário.

As trenas com indicação digital chegaram ao mercado há poucos anos. Seu


indicador digital mostra medidas
em polegadas ou em milímetros, bastando apenas o aperto de um botão para que a
conversão seja automá -
tica. Suas principais vantagens:
 Mantem a medida na memória, mesmo depois do recolhimento da fita;
 Leitura fácil e direta no mostrador digital;
 Zeragem da leitura em qualquer ponto da fita;
 Adiciona automaticamente o comprimento da caixa

12
Régua graduada:

Utiliza-se a régua graduada nas medições com “erro admissível” superior à menor
graduação. Normalmente,
essa graduação equivale a 0,5 mm ou 1/32”. As escalas são fabricadas nos
seguintes comprimentos: 150 mm
200 mm, 250 mm, 500 mm, 600 mm, 1000 mm, 1500 mm, 2000 mm e 3000 mm.

Vamos agora conhecer as escalas graduadas. Uma trena rígida!

As escalas graduadas são fabricadas em aço temperado, nas espessuras que


variam de 0,4 mm até 0,6 mm,
chamadas de flexíveis, e entre 1,2 mm e 2,5 mm, para os modelos de maior
comprimento.
As escalas são gravadas através do processo de foto gravação ou mediante uma
máquina divisora, esta ulti-
ma fazendo marcas retilínea e profundas na chapa metálica.
A medição utilizando uma escala é bastante fácil e intuitiva, desde que o operador
conheça as divisões utiliza-
das na sua graduação.Na figura abaixo se observa o posicionamento de uma peça
em relação à escala.A peça
pode ser posicionada sobre a bancada, com a escala livre sobre as mãos ou vice-
versa. No caso apresentado
pode-se verificar que a peça é posicionada em relação à referencia zero da escala,
limite a esquerda. A leitura
é então obtida através da verificação da coincidência entre o limite oposto da peça
e a marca da escala.A peça
em questão mede 38,0 mm.

Em alguns casos é preferível não utilizar a extremidade da escala como ponto


zero. É mais fácil identificar a
leitura a partir da distância entre duas marcas na escala:

Lembre-se, uma escala graduada nem sempre é uma régua. A régua é


um instrumento que garante
excelente exatidão quanto à retilineidade.

13

Tipos e usos:

Régua com encosto:


Destinada à medição do comprimento a partir de uma face externa, a qual é
utilizada como encosto:

Régua de profundidade:
Utilizada nas medições de canais ou rebaixos internos.
Régua de dois encostos:
Dotada de duas escalas: uma com referência interna e outra com referência
externa É utilizada principalmente
por ferreiros e caldeireiros.

Régua rígida de aço-carbono com seção retangular:


Utilizada para medição de deslocamentos em máquinas-ferramentas,controle de
dimensões lineares, traçagem.

14

Leitura no sistema métrico


Cada centímetro na escala encontra-se dividido em 10 partes iguais e cada parte
equivale a 1,0 mm.
Assim, a leitura pode ser feita em milímetro. A ilustração a seguir mostra, de
forma ampliada, como se faz isso.

Leitura no sistema inglês de polegada fracionária:


Nesse sistema, a polegada divide-se em 2, 4, 8, 16... partes iguais. As escalas de
precisão chegaram a apre-
sentar 32 divisões por polegada, enquanto as demais só apresentam frações de
1/16”.
A ilustração a seguir mostra essa divisão, representando a polegada em tamanho
ampliado.

Observe que, na ilustração anterior,estão indicadas somente frações de


numerador ímpar.Isso acontece porque
Sempre que houver numeradores pares, a fração terá que ser simplificada.

Exemplo:
• 1/16”+ 1/16” = 2/16” simplificando-se será igual a 1/8”
•1/16”+ 1/16”+1/16”+1/16”+1/16”+1/16”= 6/16” simplificando fica
igual a 3/8”
E assim sucessivamente...

15

A leitura na escala consiste em observar qual traço coincide com a extremidade do


objeto. Na leitura, deve-se
observar sempre a altura do traço, porque ele facilita a identificação das partes em
que a polegada foi dividida.

Assim, o objeto na ilustração acima tem 1.1/8” (uma polegada + um oitavo da


polegada) de comprimento.

*** Vá até as páginas dos exercícios para trenas e escalas e pratique-os!


Bom trabalho.

16

3.2 Paquímetros: Tipos e Usos

O paquímetro associa uma escala, como padrão do comprimento a dois bicos da


medição, como meio do trans-
porte das medidas, sendo um ligado à escala principal e o outro ao cursor e a um
nônio(escala menor),como inter-
polador para leitura entre traços da escala principal.

Não perca tempo! Procure um paquímetro no seu local do trabalho leia a


apostila com ele ao seu lado.
Desta forma, você pode acompanhar a explicação mais facilmente.

Figura 1 – Elementos construtivos do Paquímetro Universal


Figura 2 – Recursos de acesso ao mensurando

Paquímetro universal com relógio


O relógio acoplado ao cursor facilita a leitura, agilizando a medição.
Paquímetro com bico móvel (basculante)
Empregado para medir peças cônicas ou peças com rebaixos de diâmetros
diferentes,

Paquímetros da profundidade:
Serve para medir a profundidade de furos na vazados, rasgos e rebaixos. Esse tipo
de paquímetro pode apre-
sentar haste simples ou haste com gancho.
Veja a abaixo duas situações do uso do paquímetro da profundidade;
Paquímetro duplo
Serve para medir dentes da engrenagem.

Paquímetro digital
Utilizado para leitura rápida, livre de erros de paralaxe, e ideal para controle
estatístico.
3.3 Traçador da altura
O traçador da altura é um instrumento muito parecido com o paquímetro. Porém
o instrumento realiza o seu
trabalho exclusivamente na vertical, sobre uma base de apoio horizontal. Esse
instrumento é muito utilizado
nos setores da fabricação para medir, traçar, como auxiliar na verificação de
nivelamento, paralelismo ...
O traçador consiste basicamente de uma base plana (ver figura abaixo) com uma
coluna perpendicular gra-
duada sobre a qual desliza um cursor para traçagem ou medição.
O traçador da altura é utilizado em conjunto com um desempeno de ferro fundido
ou granito,que serve como
Superfície de apoio à base do instrumento e com referência.
Vamos ler no traçador!
Para se efetuar leituras no traçador da altura,é preciso lembrar do paquímetro.O
sistema da leitura utiliza aquele
mesmo conjunto da escala principal e do nônio.
O traçador pode ser utilizado com a ponta de traçar ou associado a um relógio
apalpador. O relógio pode servir
como referência na zeragem ou como indicador em verificações de planicidade, ou
retilineidade. A ponta de traçar
como o nome já diz, pode funcionar como superfície sensora para medição ou como
ponta para traçar marcas na
peça. Em ambos os casos, a referência inicial para medição, de forma geral, é a
superfície do desempeno. A ex -
tremidade da ponta de traçagem é fabricada em metal duro, de forma a resistir á
operação da riscagem da peça.
Princípio do nônio
Para se fazer medidas com menores divisões utilizam-se o nônio.
O nônio foi inventado por um matemático Francês Pierre Vernier (1580 / 1673). O
princípio do nônio é aplicado
a muitos outros instrumentos, tais como traçadores da altura, paquímetros da
profundidade, paquímetro para en-
grenagem.Utilizando-se o nônio, pode-se dividir a menor divisão da escala principal
do paquímetro a até 0,02mm
nos instrumentos mais comuns.
Lembre-se sempre!
Os paquímetros podem fornecer resultados da medição com leituras de 0,1mm;
0,05mm ou 0,02mm no sistema
Métrico e, 001” ou 1/128” no sistema inglês ( polegada).Antes de efetuar a
medida procure identificar qual é a leitura do paquímetro que estás
usando.
Leitura no sistema métrico
Agora, vamos aprender a medir corretamente. Fique atento aos passos
abaixo e abaixo e acompanhe os
exemplos das próximas figuras.

Uma vez o paquímetro corretamente posicionado na peça a ser medida ; toma-se


uma parte da leitura feita na escala principal e o seu complemento no Nônio.
A operação da leitura é muito simples e de realiza da seguinte maneira:
a) Tomando como referência o primeiro traço do Nônio (traço zero) conte todos os
traços da escala principal que
ficam à esquerda e anote. Lembre-se que cada traço menor da escala principal
equivale a 1,0 mm no paquímetro
em mm e a ,025” no paquímetro em polegadas.
b) Verifique qual dos traços do Nônio coincide com outro traço qualquer da escala
principal. Sempre haverá um
que fica melhor alinhado do que os restantes. Cada traço menor do nônio equivale a
menor divisão que o paquíme-
tro indica.
c) Some os valores obtidos na escala principal e no nônio. Este é o resultado da
medida.
Vamos aprender a usar o paquímetro! Acompanhe
cuidadosamente os exemplos abaixo...

a) Leitura do nônio em 0,05 mm (1/20 mm )

Atenção: lembre-se que 0,45mm é igual a nove espaços no nônio


multiplicados por 0,05mm, que é o valor
da menor divisão do nônio.

b) Leitura do nônio em 0,02 mm (1/50 mm )


Atenção: lembre-se que 0,62mm é igual a trinta e um espaços no nônio
multiplicados por 0,02mm, que é o valor da menor divisão do nônio.

c) Leitura do nônio em 0,1 mm (1/10 mm)


Verifique se acertou:
a) 59,4 mm
b) 13,5 mm
c) 1,3 mm

• Faça os exercícios restantes (com as respostas) no final deste


módulo.

23
Paquímetro : Sistema Inglês

Leitura da polegada milesímal


No paquímetro em que se adota o sistema inglês, cada polegada da escala fixa
divide-se em 40 partes iguais.
Cada divisão corresponde a:
1/40” ( que é igual a .025” )

Como o nônio tem 25 divisões, a resolução desse paquímetro é: R = .025”/25 = .


001”.
O procedimento para leitura é o mesmo que para a escala em milímetro.
Contam-se as “unidades 0.25” que estão à esquerda do zero (0) do nônio e, a dos
traços do nônio coincide com o traço da escala fixa.

d) Leitura do nônio. 001” (nônio com 25 divisões em polegada


milesímal)
• Faça os exercícios restantes (com as respostas) no final deste
módulo.
25

Leitura da polegada fracionária:

No sistema inglês, a escala fixa do paquímetro e graduada em polegada e frações


da polegada. Esses valores fracionários da polegada são complementados com o
uso do nônio.
Para utilizar o nônio, precisamos saber calcular sua resolução:
R = 1/16”: 8 = 1/16” x 1/8”= 1/128”
“Assim, cada divisão do nônio vale 1/128”. Duas divisões corresponderão “a
2/128” “ou 1/64” e assim por diante.

A partir daí, vale a explicação dada no item anterior: adicionar à leitura da escala
fixa a do nônio.

No paquímetro com leitura em polegada ordinária, é importante saber ler, somar


e simplificar frações,como no
caso acima onde somamos primeiramente 1” + 1 / 16” e depois ainda
adicionamos 4/128” do nônio. Somando
tudo e simplificando temos:
1” + 1/16”=16/16”+ 1/16”=17/16” ( 1ª. Parte – escala principal ).
17/16” + 4/128” = 140/128” (agora devemos simplificar )
140/128”= 35/32” = 32/32”+ 3/32” = 1 3/32”
Cuidado com o erro da leitura!
Evite o erro de paralaxe ao fazer a leitura. Posicione sua vista, em direção
perpendicular à escala e ao nônio,
Pois isto evitará erros consideráveis da leitura.

• Faça os exercícios restantes (com as respostas) no final deste


módulo.
26

Técnicas da utilização do paquímetro:

Para ser usado corretamente, o paquímetro precisa ter:

• Seus encostos limpos;


• A peça a ser medida deve estar posicionada corretamente entre os
encostos.

É importante abrir o paquímetro com uma distância maior que a dimensão do


objeto a ser medido,
O centro do encosto fixo deve ser encostado em uma das extremidades da peça.
Convém que o paquímetro seja fechado suavemente até que o encosto móvel
toque a outra extremidade.

Feita a leitura da medida, o paquímetro deve ser aberto e a peça retirada, sem que
os encostos a toquem.
As recomendações seguintes referem-se à utilização do paquímetro para
determinar medidas:
• Externas;
• Internas;
• Da profundidade;
• Dos ressaltos.

Nas medidas externas, a peça a ser medida deve ser colocada o mais
profundamente possível entre os bicos
da medição para evitar qualquer desgaste na ponta dos bicos.

Para maior segurança nas medições, as superfícies da medição dos bicos e da


peça devem estar bem apoiadas.
Nas medidas internas, as orelhas precisam ser colocadas o mais profundamente
possível. O paquímetro deve
estar sempre paralelo à peça que está sendo medida.

Para maior segurança nas medições dos diâmetros internos, as superfícies da


medição das orelhas devem
coincidir com a linha do centro do furo.

Toma-se, então, a máxima leitura para diâmetros internos e a mínima leitura para
faces planas internas.
No caso das Medidas da profundidade, apóia-se o paquímetro corretamente
sobre a peça, evitando que ele
fique inclinado.

Nas medidas dos ressaltos, coloca-se a parte do paquímetro apropriada para


ressaltos perpendicularmente à
superfície da referência da peça.
Não se deve usar a haste da profundidade para esse tipo de medição, porque ela
não permite um apoio firme.
Conservação:
• Manejar o paquímetro sempre com todo cuidado, evitando choques.
• Não deixar o paquímetro em contato com outras ferramentas, o que pode lhe
causar danos.
• Evitar arranhaduras ou entalhes, pois isso prejudica a graduação.
• Ao realizar a medição, não pressionar o cursor além do necessário.
• Limpar e guardar o paquímetro em local apropriado, após sua utilização.

3.3 Micrômetros: Tipos e usos (Sistema métrico)

Agora vamos estudar o micrômetro! Abaixo temos uma


leitura interessante sobre o micrômetro e suas
características.

Os micrômetros foram os primeiros instrumentos que atenderam ao princípio do


Ernest Abbé, pois a medição
é executada no mesmo eixo da peça a ser medida.
O princípio do funcionamento do micrômetro baseia-se no deslocamento axial de
um parafuso micrométrico
com passo de elevada exatidão dentro de uma porca ajustável.Girando-se o
parafuso micrométrico,este avança
proporcionalmente ao passo que normalmente é 0,5 mm ou (,025”). A
circunferência da rosca (que corresponde
ao tambor, pois este é fixado firmemente ao parafuso encaixe cônico), é dividida em
50 partes iguais( ou 25 par-
tes nos instrumentos da polegada), possibilitando leituras de 0,01 mm ou .001”.
Assim, uma volta completa do tambor corresponde ao passo da rosca, meia volta
corresponde a metade do passo da rosca e assim por diante.

Nomenclatura:
• a) Arco g) Porca do ajuste
• b) Faces de medição h) Catraca
• c) Batente i) Tambor
• d) Fuso j) Linha da referência
• e) Bainha k) Trava
• f) Bucha interna. l) Isolante térmico

Principais componentes de um micrômetro:

• O arco é constituído de aço especial ou fundido, tratado termicamente para


eliminar as tensões internas.

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