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Comparative Sciex in Society and History, 20(1978): 259-85; Johansson, “Literacy in ‘Sueden"; “Facets of Education in the Bighcenth Century". ed. James A. Leith, Studies fon Volare and the Eighteenth Century, 1611970, 533.Pam alguns dose alse, vej Graf, Lierocy Myth, cap. 7; Creasy, Literacy and ‘Social Order, Johansson, *Licracy Studies". Ve também aol 7, acima. ‘34.Daa Lacy, “The View from the World of Publishing”. in Television, the Book, ond the (Classroom (Washington, D.C. Library of Congress, Center forthe Book, 1978), pp. 82 5 35 Johan Gahung,“Litercy, Education, and Schooling — for What?” in Turning Point ff. Baul, p. 93, 36.4 palave lueracy tem sido usualment ndutie por aljeberizagdo. Neste € nox outro atigon traduridon do inglés constants dete admero de Teoria & Educagdo optv se por traduzi- por alfabetimo, ume vex que afebercasdo desiga »agio de allbeizare nio ‘qualidade ov estado de seralebetizado, expresi pela palavrainglesa, Em ger penaaae so exis uma palavra em portugués que traduza adequadamente Wieracy, havendo sé {qvem proponta& inveng¥o de um neologismo como leramenio ov letrordo. Encanto, Uma consulta aot diciontrios mostrant que as defnigées de lieracy ¢ alfabeiomo sio ‘praicamentecoincidentes(compare-se, por excmplo, a defnigio do American Herioge Dictionary ¢ a do Aurél). & curioao que em portuguts seja amplamente corrente ‘palavra anabetisma, mas no a que design o eatado contri, aabetisma. Deve haver tiguma ligagto entre & sertnicn eu realsade social. Em alguns poucot catos,waduzi lrracy por afabeizagdo, parculumente so caso de expresiSes consagridas como 5 - Teampanhas de allabezagio", Este € também 0 caso do tulo da capa, neste esto por rues edtrits (N. do T.). o Este artigo foi originalmente publicado na revista Humanities in Sociery, v.4, 4, 1981, com o titulo Reflections on the history of literacy: Overview, critique, ‘and proposals. Transcrito aqui com a amével autorizacio do autor. Tradusio de Tomaz Tadeu da Silva o Harvey J. Graff 6 professor da University of Texas at Dallas. HC#eARD. av: 1440 Rok Secu. & tuoigs. td Commenins- Ga, ns fi Hs Teoria & Educagto, 2, 1990 A escolarizagao dos saberes elementares na época moderna Jean Hébrard EVs eee pao srs aes wa tri i icin? & resposta imediata ¢ geralmente negativa ou dubitatve; esses saberes, que se ‘ransmitem nas e pelas instituigSes dedicadas &s primeiras aprendizageas, slo savoirfaire, sem correspondeates nas citacias ¢ sun hierarquia. Assim, nfo exist no século XVI, nem existe hoje, no campo das disciplinas universiris, fo lado da matemitica ou ds geograia, um campo de estudos exjo objeto cexpectfico fosse 1 letura. Em toca, 0 acesso a n30 importa qual coneido de Saber pressupée sempre que se taba dado anteriormente de forma eficaz un trabalho em tormo descas aprendizagens prévias que, por nlo terem legitimidade disciplinar, so, de alguma forma, o scompanhaneato obrigatério de tados os ‘outros. Dotados de uma coertacia dfbil e, por iss0, pouco diferindo uns dos ‘outros, eles tendem 1 se confundir com 0 esforyo global de educagdo iimposto pela escola A crianga que the €confiada. Eles pode se efeivar de formas rite ‘Yariadas nos inomerdveis dspostivos de instrugio que, de acordo cor os lcait eas épocas, so excarregam de transmit-los. Seria assim muito dificil de presisar, (quando uma crianga recta 0 Pai Nosso em seu abecedirio, so se trata de ums ligho de leitura ou de uma ligio de eligi. Nes petites écoles do Antigo Regime, « preocupasio com a instryio rarumente ullrapasa as exigtocas de uma alfabetizago limitada mas que parece, ta Franca moderoa, dever acompanhar necessariameate toda instrugio cist clemeatar. Ov asberes easinados pareciam ser enlio, nfo discplinas, mas Gliferentes facktas das peticas oxdindrias da cultura eserit, indstntamente coneebida como suporte da doutrna religiosa ou como instrumeato necessiria t ‘esto de sua vida e de suas ocupasées, por mais comuns que fossem. No outro extremo, eses saberes elementares podem se: sonsiderados com. tao tendo mais que pretiminares para entrada nos ciclo de estudo expicitamen. te destinados a transmiticossaberes dscipinares, a0 menos 0 seatido forte dete termo!, Af sio exigidos aspects a9 mesmo tempo epistemol6itos (saber exola constituldo), pedaggicos (pritica escolar distinta, caracterizada por exerci tespecificos)« culturais (saber e pritica reconheridos como possuindo um valo. Teorla & Educasdo, 2, 1990 6 formativo para a crianca ou o adolescente). Tal foi a situasSo, durante muito tempo, nas “clases baixas” dos colégios do Antigo Regime e talvez também nos “pequenos liceus” do século XIX. Mas este estatuto propedéutico nio reforsa 0 imteresse outorgado aos saberes elemeotares; pelo contririo: nos colégios, as classes de gramdtica slo para os mesresiniciantes e nfo se aprecia quase nada abrir uma classe de sexta” para as criangas que chegam ao estabelecimento sem taber ler. Entre as elites urbanas que pensam ser seu dever assegurar a seus fos wma educasio ¢ uma alfabetizagio mfoimas antes de qualquer escolariza- lo, a mic de famfia ¢ freqientemente considerada digna de assumic s reponsabilidade dessas aprendizagens. Quando se recorre a um especialiss, suas compettncias parecem advir menos de uma babilidade técuica pedagégica reconbecida que da babilidade resultante da pritica que todo bom preceptor sabe ‘cupregar para inciar sem dificuldades uma educaggo particular. Assim, os locais (4s primeinas apreadizagens sio tanto ndo-escolares quanto escolares ¢, mas cols, elas siotratadas muito diversamente de acordo com as taetdrias futuras criangas, Tudo isso coloca dificuldades adicionsis para se pensar os saberes denentares. ‘Tentar abordar com os métodos e as exigtacias concetusis préprios de uma Wistria das dscipinasescolares a evolucio das priticase dos saberes elementa- ‘es pode, entretanto,justificar-se ao menos de duas maneiras. Por um lado, pemite compreender melhor como se “escolarizam” priticas culturis’ cy ‘isribuigio social permanece até a época contemportnea complexa ¢ problem tia: 0 alarme provocado pela constaacio, desde inicio da década de 80, de um ‘zlfabetismo recorreate entre certos grupos sociais ilustra x permanéncia destas ‘estes. Iso significa, por outro lado, deslocar-se aos limites de um campo e Als encontrar obrigado a refinar as problemslicas e os méiodos de uma drea de emus, a histéria das disciplinas, que ainda tenta se constitu. ‘Que so, pois, estas primeiras apreadizagens? Nos discursos pedag6zicos ccntemporineos, em particular aqueles dos reformadores da Tercira Republica, estima sido ideatificados pela trlogiaer-escrever-contar, Restrigio comprecas(- velna medida em que se optem assim os primeiros anos de um curso primério sos que se Ibe seguem e cuja ambigSo vai até so ponto de oferecer aos alunos 08 sateres metédicos de um eaciclopedismo popula cujossimbolos obrigatérios io (0 Tour de la France par dewx enfants, 0 “petit Lavsse” ou a gramdtica de Larive ¢ Fleury. Lerescrever-contar slo certameate of pretmbulos de uma instrugio ‘asada na prtica regular dos manuais escolares, na ullizagio difria do eaderno € mama bateria de exerccios (cépia, ditado, andlise gramatical, problemas de sritmdtica, redagio) que, ao longo de toda a duracZo de umm curso met6dico, 4e ‘epetem com a maior regularidade, Mas estamos j4 numa escola que adquiriu, “Correspondente nossa quinta série do primeiro grav (N. do) 6 Teoria & Educagao, 2, 1990 4 centre lei Guizot e« lei Ferry, suas formas contemporineas © que, para iso soube “disciplinarzar” de mancira muito expl(cita a transmissSo dos saberes elementares de que ela tinha — e tem sempre — necesidade. Esta designacio é rence evideate na medidaem que a escola é sind fortemente dependents de eis cbjetivostradiionsis de erstanizagio e na medida em que as aticulages entre memorizagio oral e memorizagio escrit, entre leitura e esrits, entre prftica gestual e pritica escrita da mumeragio obedecem a outras divisies € « outns fxclusdes. E-seobrigado,entretano, a consatar que « maior parte dos tabaltox realizados sobre a escolarizagio na época moderna ou costerporines fz do ler tscrever-cootar um conjunto de pritcas desde logo idenificfveseidentificais, constantes 10 aivel da longa dunsio, mesmo que variem com 0 tempo a rmodalidades ¢ 0 grau de compettocia esperado dos alunos. ssa mancira de dexcrever os ensinos elementares tem permitido medic 0 progreso da allabetizacio ¢ da instrugia’, mesmo quando aqueles ensinos no #80 0s fins esscnciais da excolarizacio. Sabe-se quanto esta avaliagioretrospectiva do sucesso da escola tem sido objeto de reflexdo histrica cada ver que instituigio escolar encontra-se na linha de frente da cena politica na Franga.* Mas la nio permite compreender como se deslocaram em diregio « disposiivos cexcolares mais ou menos elaborados determinados processos de trasmiscio de compettacias e de saberes que até entio eram da competEncia de outros ageates Ela tampouco permite compreender como, na bist6ria desses dispositives aoltformes, ess aprendizagens elementares se consituem, se Jo ea *disciplinas", a0 menos em prilicas coerentes de ensino. Em suma, trae de ‘ver como esa trilogia, a nossos olbos tio natural, é produzida ma e pela excoarizasio, . ‘Nio se pode, pis, partir do ler-escever-conta, nem mesmo dum exteasio dessa trilogia bcalequese, cuja importiocia no interior das primeiras aprendia- sens afo desaparece sealo com as les laicas. E preciso, so contrério, localize # skrie de ruptuas, ordenadas de manciracomplexa no espaco social, no espaso das intituigdes © dos tempos, peas quais se autonomizam, se articulam ¢ se cexpreseam as aprendizageas elercotares na medida em que classe escola. Bo que tentaremos faze" aqui, nfo tanto para fazer um inventirio exausivo das formas assumidas por ess aprendizagens como para testar, com base nalgens exemplos simples, a focandidade das hipbeseslevantadas. E necessirio, inicialmente, dlimitar os contoruos do campo a que se refere 1 pesquisa, Neste ponto, lo bé problema algum. Desde bf dois séculos que os saberes clementaes foram assiilados ts pritcas de base da cultura exrits ‘Todos estio de scordo a respeito da oecessiria mediagio que exigem ess sapreadizagens. Adquirro uso da palavea e da linguagem, dos gestoscotsiznos de se viver justo, da meméria inereale 10 grupo familiar, bs exigeacias de ‘sociabilidade do bairro ou da profissio sho igualmente aprendizagens que se fazem “naturalnente™ 20 exerciio mesmo das atividades quot Teoria & Educgto, 2 1990 @ e My 1 . cruzamento permancate das geragies.? Aprender a ler-screver Ber contsbocn Ceramente a esteodero ensino da aitaica para ala dos limites 0 epaya bana, Mas ee @xodo alo &sentoo ial da wera evade nas eats fungles por pate da ecola, Em Pus, os aune sos process gue oper 9 chante ds cated b cororagio dos meses esebas alo € fiche pan emi ees dios master su ranoplo sabe 9 eno ds ceri Era 1714, una deiso do Palamestoconsgr a vita defitiva don mesier escola eit eaindicaoramae dl ds saber eclarea™ Eats, Teoria & Educacao, 2, 1990 8 clas fo so ainda, para as popul verdadeiros suberes elementares Os sateres profissionsis de cl do mesmo modo, em sprendizagens ini preacupados em asse permitir uma escolariza pensada como meio Teitura permite dar rapi slum as petites écoles, sigos € 0s dos mercad.tcs nio se reesteuturam, is. Sua apropriagio pelos grupos filhos as bagegens insirurentais suscetivein de fo longa permanece desigual. De um lado, gua de cultura e diretamente associada 1 idamente as bases necessirias bs aprendizagens do colégio, ambéen constitir uma bagagem sufci ‘teressadas, De outro, 0 escrever/eontar dos mercadores par tum saber profissional dificil de entrada na Io; para uma parte dis [permanecer por mais tempo Exigido pelas camadas médias ou baixas da primeira parte do séeulo XVIII mais que um saber técnico pouso ov nada eicolarizado, Sua asticulagdo com o escreverfler vai se construir progress ‘dois eixos diferentes: visando aos grepos da pequena burguesia ‘as estruturas escolares, 05 internatos privados, que armente a partir de 17Su;” visando a0s pequencs yastados no carspo, nas mais avangadas dade nascidas com as Reformas. E esse je conduz as Reformas a uma escolarizacio dos saberes rrofissicnais rmereantis que deveros agora analisar. cinstrumentalizAvel ‘burguesia urbana, ele fo € até 2 te de acordo com urbana em expansio, nas nov se desenvolver patti ‘comerciantes na cidade ¢ agricultores abi das pequenas eccolas e das escolas de cari IL, Das Reformas & Escola: instrugSo religiosa e alfabetizaglo Com as Reformas, 08 ispositivos de transmissi cultura escrita parecem se desl liliavam nero tentavam adqui reconquistas religiosss, ornamse progressivamente o alvo, a escola é agora Uma arma, Quanto a seus taberes elementares, eles parecem ser considerades seja como necessérias de uma cristianizagio efieaz ou de uma cor fs mmeios para alrair para a catequese as eriansas quand profana que pela formasio reli fo des saberes elementares da para as camadas sociais que até af nfo os Jos. No contexto viclento das conquistas € ‘bas qusis as comadas mais populares do corpo social as bases culturais versio s6lida, seja como as forafias manifesta josa. Mas a articulasio fo tem 0 mesmo sentido quando Tonga associada a uma educasio saa” ¢ quando ela tende a confundir instrugio € fos que as cfiangas pebres podem consagtar & jstisse senio uma homonomis sais gosto pela instrugion cotre saberes elementares ¢ formagio religiosa cla se exprime na perspectiva spiritual prolongada € comple ‘atequizagio nos breves period escole. Assim, poderin muito bem ser que nlo nfo uma diferenga de grav entre a alfabetizagio que se distribui nas pequenss we a que pode se adquirir nas petites écoles apés as Reformas. isso, coavem examinar como a propria tergo do século XVI um saber elementar cujaescal jama escolarizagio teligifo torna-se no primeiro zagio pode ser considerada, Teoria & Educesdo, 2, 1990 quando ela rio bana sido até al serdo ua sso ds 8 tum saber enudito 1, Formagay eristd, afobetizagto e esce! ‘A secessidade de wma instrugio religioss iasereveize nu corasio mesmo da Reforma luterana, na articulagio da sola fide ¢ da sola scriptva. Para 0 [Agostnbo de Witesberg nenbum intspeteatoizado,veshura tdvio pote einterpor entre 0 create ("mesmo ae ¢ ura aiserivel filha ge molero, ov aos mn criansa de nove anos", e:creve Luter)” e a Escritura, Compreendsr be Evangelbos € uma graga: 0 Espirito abreo sesido tguele (Sem Gisida, eco exigdncla de vena religito muis (atima ¢ pesos, apoiads ra feeatagio aidan dos textosentes, wh €etclusva ds Reforma, late suas fortes na devotio moderna e no buranis, € as trJusces dis Exar lagen vulgar constitcm ing cnifetsiSe precoces. Mas numa cert ‘Chuvanidade babitoda a delegar sua religio aos clériges, dar « cada um os series de se eonfrentar pessoalmente corso texiodss Escsituras supe um esfo152 sem prevented pastoral, Para Latero, a fro erst se ote tanto 30 wesop das socabildades familiares quanto em torco das farSysias, Com efeo, frarase rience de conquistar par a Reforma zeoas gecgrificas nda vex mais imple eeovascamadas sociais qe de assesuat Feats de acorn 9 eEpi'> novo em torno de seus polos origiais cl burguesia urbana ras Gals Pere Chaunu 8 reconhecr as upper mite clzzer eis elit dos due saber ler Neste sentido, a ctra de eficsjfo de Lstero toma ¢ preccoracio bumanista, tal como st desearolve emt ea Eile ou en Mesus, €: um eprofundarcento pesscal € iar Ua pletice Ne sentido earito, as primeiras apreadizagens sis, para Letero, de ordesa techSgisa, Sua chra catequética™ € nova (antes dete JA Gerson ¢ mesmo outros teloges referaudes 23 ros") qut ver su ferua, De mantra muito traisioeal oa cistan tics, ea visa tanst aie Pet Bo penton cd fd que io o Decilago, 0 Sirckslo ew Piss, asin SEiposgio. dos principas saerazectcs, Mas ela 0 faz per rte a Pal, pormie€deivaneste eae sorente a gee de rere O Pequene eo Grande catesizam, pbliidss scnjirtzateem 1S nse niger nifiear bo espgo rece) cs burs elezectares CE prasign eosin onjovense pessoas sizples com ajc de orca ifort aes vreadans ae fo eles co cenfarSem faitzente")™ « dat wa modelo 20 a eeerree teqidacia mal preparedo (“Um graste ofmeco de pastors € awito saecpaenttincapas de ensan”)." Mas se ata tsahém de cofericao ps de eer aiaramt de nua pastoral esectfica, © Petit crdchime, de insio tet aa forma de quae, the €paicslarmente destin: ee deve reser a eta eo seatido tanto Ls efiagas quanto aos eidos. A palagoait Teoria & Educagdo, 2, 1990 as = vinyrete aeansiiaya UOS LEZ manuamentos, do Slmbolo da Fé e de Pai-Nosso, 40s quai se juslam os textos de Mateus e de Marcos que se referem to batisma (Mt, 28, 19 ¢ Mc 16, 16) e a narrative da instnigdo da eucarntia {cits por Paulo na primeira epstola aos Corfatios (1 Co, 11, 23-25), © Petit cattchisme propriamente dito serve para explicar esses textos quando eles slo bem memorizados ("Em segundo lugar, quando eles souberem bem of texion, serd preciso ensinar também seu significado, a fim de que eles compreendam squilo que as palavras querem dizer. Aqui tambéaa recorre bexplicasio co nesses quadros ou A qualquer outraexplicasio curta¢ simples, tua escolha"). © © Grand caidchisme consti uma segunda etapa, um aprofundameato da explicasio. Como se vt, em Lutero © contato pessoal com a Escritura contioua samplamente dependeate dt mediagio oral. A calequese 6 um ensino to seatide ‘tadicional do terme, uma toca entre 0 catecdmeno e aquele que lem ¢ seepoasabilidade de ua formagio. A estrutura disloguda do Pat eatéchizme (0 Grand & um livro do mestie, apreseatado sob 1 forma de um texto cootiauo) oof uo ensinante a dificil arte de fazer as questbes.© O “Que quer dizer ieto?", pe reapsrece tio freqicatemente © que bio parece ser seafo um attficio lterdvio, assinala ox verdade o lugar ao qual conduz a interrogasio e, portato, ‘sexplicaglo: nfo o texto (a Escrtura nfo poderia ser obscurs), mas ov limites mesos de nossa compreeasio (a ordem do humano e a ordem do diving devemn sez cada ver perfeitamentedifereaciadas); 0 Onde isto esté escrito?" encerra a busca do sentido em seu lugar natural, a Escritura, o-somente a Escritura, ‘Assim, formagio crisi tal qual x pensa Lutero ndo organiza nem a labetizagio, nem a fortiori « escolarizagio das criangas. Mas ela implica uma fanilinridade preiminar com a escrta, com o livro e nuss diversas formas de measagem que pertencem com propriedade a esta Europa “pleaa™™ que, 60 século XV, 50 abre b Reforma.” E certo que Lutero, como depois dele, Zwinglio em Zurique, Bucer em Bile (08 Calvino em Genebra, convida desde 1524 a8 auloridades musicipais alemds 4 manterem escolas crisis. Saber ler vale mais que nfo saber quando as ‘efertocias culturais, a creagas ¢ a confissio de sun fé 60 inscrevem de mancirs Privilegiads nos tertos. Mas ser alfabetizado parece muito bem sr, eases tempor fem que se constréi a obra ds reforma, um estado quase necessiio A conversio, tums exigtncin pessoal ¢ familiar que deriva da rooral mais imediata. A escola vem apoiar um esforgo cuja forga esd na vontade mesma de reencontrar a verdadsira (é, Nesse sentido, x estrtura familiar permanece o lugar privilegiado as pritciras aprendizagens. Mais tarde, quando te confundem aos Estados da Europs do Norte poder Pollico e poder religioso, esa educasio no foro familiar pode mesmo, em cerlos ‘cases, ser insttucionalizads. 14 0 costume adotado x0 meio reformado de vn ‘controle pastoral estrito doe conhecimentos catequéticos de eada fel introdus um % Teoria & Educagto, 2, 1990 poderoso fatorestimulante. Mas w autoridide da Igreje pode se excadce td ts ‘odalidades mesmas da instrugdo familiar coco se v8 bo séoulo XVII na Seb ia ¢ us Finldndi. HA af wna forma limite, mas pode consider que nese pals fn que a marca luterana € forte, uma alfabelizasSo quase gen dt populege€ posslvel sem que sem erigidas estruturas de escolarizaio elementar™ A Lvi la Igreja promulgads por Carlos XI em 1686 lembra que as criangas, os crac ¢ criadas devem “aprender a ler ea ver com seus préprioe olhoa equla,que Deus cordena @ mands”. Masa instrugio que toraa postivel eaa apropragio vinal de Escrituca e eujasprimeiras manifestagdes sio vislveis desde o fim do téculo XVI, repousa sobre uma divisio de paptis entre o partor © 0 pai de familia. As Drimeiro perteacem a préica,o catzcismo coltiv que se drge pritiariamene 40s adullos, © 0 exime anual de cads paroquiano (um fracasio pode lever 1 exclusio da comunhio e, para os jovens adultos, a intetigio de contrit wratrimOnio). Ao segundo, « pastor familiar, w instrusio das erangas ¢ dos crindos¢ a juste coregio de cada urn. Quando uma fmf se revels incapaciaads de dar este ensino, prevé-se seu forecimeato uae familias vizinhas e. s¢ secesstrio, wx casa do préprio pastor. No reivo da Suéia, eontmriamcate Is Primeiras orientages dadas por Lutero, a instrugiocrsté se apia dretameste 83 alfabetizaio. Os abcedrios pubicados a logo de odo oséclo XVII, que concedem, como os primeiros abecedirioscaldlicos, um grande lugar a sls, spresentam nos seus preficios recomentiagdes destinadas a essen mestres ol rofissionsis: aprendizagem do nome das letras, oletrio, slabicio, letra scompanhads, memorizaySo de textos, trcinamento na parifase, a fie d= que «ada um *possa responder com suas préprias palavras As questbes que sio (clas 20 texto”. Como se vt, oaceso As primeirasaprendingens se contri na Suds em tormo de uma articulasio forte entre leitura (sem eset) e memoriza;io de una cultura religioss. Mas, como o exigia Luteo, essa itn 6 destinads » ser trabathads sem cessar as todas verbais da vida paroquil Nio parece que na Franga teaham-se deseavolvido, mesmo que de forma escontinus, modelos desse tipo. E certo que nos primeirea decéaios de penetracio da Reforms, » familia permanece 0 hugarprivilegido da educasfo feligioa. E, contrariameate a uma iia difundide, 080 ao as mulheres que se cacarregam desse ensino, mas 03 homens e quando eles nfo tm a inclinasio ou tempo, preceptores contratados para ese fc. O estudo feito por Natalie Davis sobre 05 buguenoteslioneses” confirms esta hipStese: entre 1560 ¢ 1580, apenas 28% assinam seu nome nos contratos de casamento. Eles perteacinm tales ts famnfliasricas de comerianese del ado represeatam eenio uma paste Timitads das faonins de religiio reformada da cidade. Mas on protestatcs franceses parecem preocupados em escolariza a0 axenoa as primciras apreadiza. sens, se ni a educagho mligiosa. Veem-tc deseavolver apidamente etrtiras de escolarizagio reformadas encarregadas pelo cousisirio de auseguras formasio cristi das criangas , por outro lado, até u revogasio do Edito de Teoria & Educacto, 2, 1990 0 Nantes, sumerosos s40 0s regentes convertdos que carregem mais ou menos shertamente para o lado do protestantisoo as estrutiras de escolarizagdo nas quais cles ensinam." Ocorre também que Calvino, cuj influéncia é decisiva na Franca, parece crer mais que Lutero na necessidade de una formagio crstl escolarizada, Sabe-se que Calvino regulameata 1 vida religiosa genebrina em eriodos, separados por seu exflio em Estrasburgo. Em 1537, nos Articles balés ‘par les précheurs au Conseil de Gendve,” ele prevt com detalhes«instrugio das Criangas. Essa & objeto do terceiro artigo. A formagdo religiosa € para ele conseqidacia direta da necesséria *protstacio™ da (4b qual esl obrigado todo stistio recebido ua Igrej (“a Escritura nos diz que se n6s cremos verdadeiramen- te de coragio nn justica, vemos confeasar de viva voz salvagio aquilo em que ‘remos"), Esta confissio publica serf feita com toda ortodoria se cada erianga aprende para esse fim wm “resvmo breve e cil da fé crista*. Calvino imagina ‘otio uma divisio das tarefas entre pais e ministos do cullo que sfo facilitadas pelas dimensées moderadas da cidade: aos primeirot, « responsabilidade pedagbgica de levar cada crianga a memorizar o texto (“instar os pais a cavidarer esforgoe diligtncia para que seus fltos aprendam esse resumo"); 408 ministros, a redagio do eatecismo (Calvino reserva-se seu direto exclusivo), 0 cootrole dos conhecimentos adquirides ¢ a explicasio do texto aprendido de cor Cave, em certas estagdes do ano, [as criancas] se spresentem 408 ministros para serem interrogadas ¢ examinadas e receberem uma explicagéo mais ampla"). Em 1541, as Ordonnances ecclésiastiques de U'Eglise de Gendve® tio, de algum modo, as condigdes que Calvino coloca a seu retorno. Ele precisa af, desde 0 pretmbulo, « importiacia da formasio das criangas: “Que a juventude seja fielueote insirulda para 0 futuro". Tendo instituldo os principais oficios ‘clesdsticos, ele coafia aos pastores a tripla responsabilidade da catequese ominical (“isto 4, w instrugio das criangas pequenas”), da prédica e da ‘dministagio dos sacrameotos. Aos doulore, ele confia a escola, mas confiando Prioritriamente a essa ultima a trefa de formar o& ministos do culto de que carece sigreja genebrina. A escola deve, com eftto, “conservar a doutrina de Deus e fazer com que a Igreja nfo seja abandonada por falta de pastores ministros". Prioridade € concedida & formaio teolégica. A excolarizagio ¢ easada como uma preliminar necesséria Aquela(*Mas uma vez que nfo se pode beneficiar de tais ligBes [a leitura de teologia] sem que primeiramente se seja instruido nas linguas e nas cincias humanas, e também porque bf necessidade de plantar a semente para o futuro, a fim de cio dziza a Igreja deserta a nossos filbos, ¢ preciso instalar um colégio para os insur, a firm de prepard-as tanto pra o ministério quanto para o governo civil”). Uma ver mais, trata-se de formar clérigos. E certo que Calvino preve no colégio uma articulagio entre “formasio tanto nas nguas quanto em dsléica* ¢ instrugio das criancas equenas (os “Ietores” se ocupam das classes superiores, ot “bachardis™ dos Iniciantes). Além disso, ele prev que oulras excolas postam ser abertas “pela Teoria & Educagao, 2, 1990 cidade” para 08 peguenos, inclusive para a8 menias. Mas cle as prenere sobre 0 programa ou sobre seu funcionamenta, O eatcismo € 0 intenogathia ‘que The segue permanecem os verdadeirosinstrumcotos da ornasio cried e, « ste thulo,si0 08 tnicos obrigatrios ("Que aqueles que desobedecem sejaue chamados peraate 0 conselho de ancifos ou mandalirios © s¢ aio qiscem conformarse ao tom conselho que sajam denunciados wo Seahoso"), A cecolarizagio €certamente encorajada, mas nko chege «ser obrigedria, Os puis conservam a liberdade de oferecer a seus filhos uma educacSo particular coms 4 condigfo de que eles assumamn a respoasabildade de sua assiduidade ap catecismo ("Que seus pais os enviem ou os fasam condusi-los*). Fora de Genebra, nas povoasées que dependem do senborio, nada € prevsto para a excolatizuso, apenas a calequese est organizada (Ordonnances sur la police des dglier dev villages, 1546)." Nao se pode, pois, endo revsar a atsbuisio geralmente feta 4 Calvino de uma formagio cristé fortementeexcolarizada. Como em Lutero, +s Primeiras aprendizagens da alfabetizagio cocstituem a tase sobre a qual se constr x aprendizagem doutrinal propriamente dita, ap menos para xs cianos destinadas a freqdentar as Unicas petite école. Pasece que ocorreu 4 mma coisa na maior parte das zonas reformadss da primeira pare do séeulu XVI. E esse o caso, por exemplo, de Berra, onde o siaodo de 1532 fixa © prograisa de ensino religioso,” ampliado ao pats de Vaud, apés sua anexagio. Como se fat 1 articulagdo entre uma escolarizagio sumdris(cenamentelimitada, para 0 elo XVI a0 menos, & aprendizagem da leiura) e« iastrugioreligiosa? E certamente af que se situa a verdadeira rupture trazida pelo ealvinision Dois instrumentos de wim novo tipo permitem esabelcer uma relagio entre # slfabetizagio e x catequese: um ABC frangair e um calecismno em pergunias ¢ ‘espostas.O primeiro, do qual R. Peter reconstuiu a carera editorial,” poe ser sprorimadamente datado de sua censura na Sorboane em 1545. Ele parece sr, fem grande parte, obra de Calvino (uma edivio de ISS, x primeira conservada, ontém em particular 0 texto de sua Manidre d‘inerroger les enfans qu'on veut recewir 215 Céne). A Mngua francesa € a uilizada no lugar do lain para os Primiros texts de leitura, Ele combina estritamente a aprendizagem da feitira € 05 rudimentos do catecismo. Ele estf na origem de toda uma linhagem de sbecedirios em frans8s cuja difusio, na Franse do Sul em padicolar™ pede eaplicar a pida penetragio desta lingua numa regiia occitana, de resto sensivel As dias reformadas. Quanto a0 catcismo, impresso em 1542 sob oily Le catéchisme de Véglse de Gendve c'est-d-dire,leformulaiedinstrure es enfunie nla Chretien, fait en manitre de dialogue, od le Ministre interoge e enfant répond”, ee € na verdade uma reedigio amplamente relaborada de um ptimcivo {exto escrito por Calvino em 1537 para a igi de Estrasburgo, Tanbém ele constitu uma rupturadecsiva na tradicio catequtica,ealslica ou protestante, Por tum lado, ele se drige especificamente bs cranga enlo aos que as insiruem, por ‘utvo uiliaa uma seqGéncia répida de perguntas e resosias cura facilawnte Teoria & Educagao, 2, 1950 ® semorinvis pea da difcldae de se coat, Apteseas-e, ef, comp sri doonal ques sit Incrmeate an cotovenis te eidlng «Rian pie cuts co spi te cera forma, Calvin ercode crane eigen de concn o wero dutia!« ental que canctiar & devo moderna Ele od Ineootpeoopado ex ecoltzar fornusio religions que cm incrvé a og Piiou deesVvrion que, agora edt, Come m0 tagla, mele Conpatiaobrigrin da crimc, de erage pega. or our ado, ele sztaiatnda«cotrigo ncaa a sol sep, Nio se deve entender Palani “somo eon €trnnnsids was Sores Escrituras™™ ¢ essa compreensio nio procede em nada do leitor, mas apenas de “Daas, qr ars em adds odo por meio desu Suna pte eg sesno tempo, € preciso “que cologuemos efor eigen on saving eee doutrina”.” Esse deslocamento calvinista situa » catequese Protestante numa . Perspectiva de instrugio ainda mais determinada que em Lutero. O eristio aio Poder jamais se separar do clero que estd eacarregado de instruflo E “necessdrio que haja pastores” © esses devem ser esculados (aquele que os Aespreza ¢ recusa ouviclor,estfrejeitando Jesus Cristo") durante a caloquese epois (*Nio adianta comegar se nio se continua e persevera sempre"), Ler é necessirio, mas nfo basta (“nio é suficiente ler em casa"). A alfabetizagio & © ponto de partida da educa¢io crstd pois els permite “ver” a Escritura.” Mas la io poderd se substituir¥ instrugio doutrinal que advém de uma calequese ‘oral sob a responsabilidade do pastor. Sem divids, 08 s{nodos protestantes, da mesa forma que as assembldi protean, quitame do pce intrsedos Resin ae a nan fducasio.” A doutrna catequética ¢ coisa dificil, tanto por seu conteddo quanto pela Hlogua ~ um francts pouco mais falado que olatim nas numerosaeregides de forte implantagéo calvinista. Nas Cevenas, por exemplo, numerosas slo as PasGauin qu cotinuam desprovias de esol em plenoeéculo XVII ¢ 0+ registros de easamento ou de balismo revelam porcentagens de assinatura alta nos vales potstanies quano os cade, en nn Ho © modelo eriado pelos reformadores certamente se difunde, mas ele & sem ‘cessar retrabatbado por outros modelos, laicos, de aces aos saberes elements: es. Quer se tte de resistacias (6 este, com freqitacia, 0 caso 0 meio rural) A exigtacia de instrugio formulada pelos pastores ou a0 contrério (mas & ‘ecessirio entio te deslocar em diresio As cidades) da extensio da demanda de formasio 4 outros eaberes que alo os que prevl a catequese exclusive. Em conseqiacia, sio menos as divisdesreligiosas que explicam os avangos ou os strasos que aa diferengas de comportamento devidas 40 offcio, \riqueza ou eo sexo. Natalie Davis, por exemplo, fornece uma ilusiagio conviacente disso vo seu estudo sobre a difusto do impresso e de suas ullizagdes na Franga do século XVL® 0 acessob Ieitura, como 0 acesso A escrits (epistalar ou aritmélica), num 90 Teoria & Educasdo, 2, 1990 ‘sundo oarcado por uma predomindncia violcata ds fungio religiosa de escrito, serve-se de muitas outros caminkos que no a escolarizacio. As autodidasias 330 ppumerosas, as aprendizagens laterais tambéin (0 eemi-analfabeto ensinando o iletrado). Haveria que poder medi, por outro Lalo, « ocupacio das estrututas cescolares existentes pelas camadas mais populares do ealvinisme francés. Eo ‘umento da qualidade da oferta de escolarizasio — com relagio a0 eflculo, em particular — por parte de regentes protestantes que ocupam as petites écules ‘municipais entre of eéeulos XVI e XVII. Dois acoatecimentos, distanciados uma do outo por mais de um século e cul» valor € tlver mais simabélico que real, merecem, entretanto, ser assinalados na medida em que demonstram ambos uma especificiade dos meios alingidos pula Reforma, © primeito se situa em Genebra em 1533 € precede, pois, de alguis ‘anos a publicagio por Calvino dos textos que regulamcntamn af 4 vida religions Clivétan, um primo do reformador, de resto ur excelente letralo — ele & urn dhs teadutores da Biblia em frances — faz impricir uncoimameate por Pierre de Vingle um opisculo de 152 piginas em oilavo que poderia bem ser 0 primeico manual escolar protestante, Ele 0 iatitula L‘insrucion dds enfant contenant Lr manidre de prononcer & escrire en frangoys. L2s dix commandemens. L2s articles de la Foy. L'oraison de lesus Chris. La salutation angelique. Avec la declaration diiceux, faicre en manidre de recucils, des seulles sentences de Uescriture saincte... 14 se eacontram af as caracteristcas da catoquese reformada e sua ‘maneira bem especifica de relacionar o saber doutrnal ea Escritura (£ 0 objeto de “declaragdes”). Observa-se af também o deslocamento da lingua religioss e, por conseqiéacia, da alfabetizagio no lati para a francesa. Mas duas inovacces importantes manifestam-se af. O abecedirio asemeltas: pouco aos quadros alfabéticos que estardo em uso nos séculos XVI e XVII tanto junto aos protestan les quanto 40s catdlicos. Ele se inscreve dirsazente no saber enuito dos bbumanistas € dos impressores do Renascimento,® na sua refleaio sobre a6 cesteuturas da lingua francesa e sobre sua ortogniia. As letras 30, com efesi, classificadas em fungio de seus valores fondticos em consoantes, aspiragdes Vvogais € ditongos simples ou duplos. Mas sobretudo, os sons das letras si diferenciados de seu nome e Olivélan prope que se fasam as criangas soletearems utilizando © som em vez do nome das conscantes ("para o R a vor do cio ‘runhindo”), Olivéian antecipa assim uma “didatizagio” da disciplina “letura™ que & atribuida mais freqientemente aos gramaticos de Port Roysl, quando niv sos preceptores do século XVIII. Além disso, ee junta a seu optisculo um livreto de aritmétca composto de uma tabela dos nomes dos ameros (de 1 4 202) forecendo a correspondéncia ene os algarismos romasos (para 0 cflculo com © foaco) ¢ 08 algarismos ardbicos (para 0 cflculo com a mio), uma nota sobve (9 uso do zero (que pode sparecer ainda no sfeulo XVI como uma ino completa) ¢ instrugdes para as principals “regras” ou operaties. Sem divida a Insiruction des enfans de Olivétan pode muito bem set um hépas. A articulasio Teoria & Educasdv, 2, 1990 9 ‘num manual escolar eatreleitua, estequese ¢ artmttica aio se generalza senio ‘quando bem eatrado 0 século XVIII. Mas se sabe por outro lado que certos regeotes protestantes se toraam especalizadosna catequese ligada ao ler, escrever € contar, desde o século XVII ‘Um século ¢ meio mais tarde, um segundo acontecimento bastante distaciado do primeito, pois se trata de um decreto real, vem, eatretanto, dar-the uma resposta de uma forma estranha. Também af uma interpretagio séria toma-se 4ifcl. Quando Luts XIV, em sus lta contra a Suposta Religito Reformads, se ‘a calequese ¢ na excolarizsio para eradicar a {é protestante 40 menos junto As eriansas, ele toma varias medidas que culminam ua dectaragio de 13 de ‘dezembro de 1688 (algumas vezes vista como seado a prinscira formulagio estat de uma obrigagio escola. Uma das primeiras restrigées feitas 20 ensino protestante, desde que se formula o “grande desfgnio” do monarca a partir de 1669, € « decisio de 9 de novembro de 1670: ele proibe ans mesiresescola fatim e mesmo no rego, ou nda aqueles que um pouco de actmica lorurh mais aptos ao exerciio de um offcio. Por outro lado, sio previstos bancos ym que uns vejam de muito perto a miséra de outros, No centro dos exerccics quotidianos eté a catequese. Pela primeica vez possivelmente na Franga catdlic, ela € pensada com referéncia a uma fort alfabetizgio e » uma ullizagio regular do impresso. Os livreiras, numerosos no bao, confecciona- ‘vam, destinados aos alunos, opsculos de quatro piginas, os “brevidrios da (2°, aque tervem de textos de tase para as licGes. Memarizacio e leitura se eonfun- * dem. Contrariamente a0 uso da maior parte das peries écoles do século XVII, um ~ grande nimero de livros diferentes estf disponivel na clase e servem para as clapas sucessivas da formacio cristé ou da instrusio, Jacques de Batencour nio hhesita em recorter aos impressos de Rouen ou de Troyes: sua p&sima tipogcafia the fomecia um exercicio de leitura especifica, preparativia ¥ leitura das Civilidades e depois dos ranuscritos. ‘Aaticulagio da catequese com a instrucio profana advém, para Jacques de court, da evidéncia mais simples: “Sendo as pattes Escoles os Semindios nos quais se deve dar principalmente o fundamento da Doutrina ce das victudes eristis, servimo-nos da Ciéncia, ou dos prinefpis da Gram 40 Latim e do Francés, como meios para chegar mais facilmente, ¢ com mais perfeigdo, a esse fim. Porque & bem mais (il instruir uma crianga que sabe ler € de aperfeigof-la na virtude, que aqueles que nio sabem ler, uma ver que of Teoria & Edseagio, 2. 1990 9 Livros servem como Mesires perpétuos para aqueles que ssibam deles se servic. ~ % A lasing toma-se um predmbulo accesstrio B calequese, cujer ‘onleidos sio agora identiicados como dependendo estritamente da cultura de Geertz formagio moral mesma nfo ¢ nada mais que a aplicagfo de um sabes Pertencem ¥ cultura dos colégios: on rudimentos (a gramilica) constisuen rex Stcleo,H certo que a sbordagem necesuriamentereletiva dat dust lnpess tis aqui em situagho de igualdade, cootrariamente ao caso de Port Royal, on mis tarde, a0 das eacolaslaalianas que concedem o primeio lugar ao fasete = zs pela leitune pea esritura. Mas esses saberessio agora o8 pineines aphulos do ensino gramatical, como o testemunhara desde o fim do s6eulo XVII ‘éros manusis de gramdtica.” Mesmo que muita criangas nfo ullrspasscrs ace Primeira clap, ele a abordam dessa perspeciva, x Unica que permite pase as “simples memorizaco dos textos rituais da religifo &compreensio das di Fr © método pedag6gico ulilizado por Jacques de Bateacour perteace também [ idito dos colégios. Tras de ditrbuiras etapa de sprendizagers a0 longo deus ciclo , a0 mest lempo, de dividiro alunado em classes uceasivas. Mes ‘a escola tal qual organizada pela Comunidade de Ssint-Nik 8 primeiras aprendizagens, que eram no colégi devem ser, por sua vez, fracionadas em tanta etapas quantas forem necessfvias, Euapas tanto mais numerosas quanto mais longa se desea a ecolarizagio, Com Escolarizacdo da catequese, didatiagio das primeiras aprendizagens « clocazio num ciclo: como se v8, os padres de Ssit-Nicolas-du-Chardonnet, no imteior mesmo de uma formacto cristh da cultura escrits, dio, ua Franga, we Pasto decisive em diregio & escola. Parece que te juntam, em seu esfore edagésico, © modelo do colégio (que estf para eles muito présimo, tno Seognfica quanto sociologicamente) ¢ 0 da cilequese pés-identing, Tratnee ‘menos de inventar vou escola para os pobre © os rudes que de elevas bs formas 100 Teorla & Educapao, 2, 1990 o¢ mlodos de trantmissio das primcirs aprendizagens, para as justificar do Ponto de vista da gramdtica em construgdes diditicas sem cemsar relomadac. A Escola paroquial se situ, talvez, no intervalo exsio de etapas dat quae sssinalemos teu encadeamento, Ela excolariza defiitivameate ax privtine ‘prendizgens como pré-eqitios de uma sducaia cris. Mas ee ako dance siods seal do modelo de escolaizapio da cultun cereal qe dence, sot colégios desde efeulo XVI. O eakcer scundiro 46 casino sarees + mosta que a cultura mercntl, qu lhe € alin, permsnece par ele uns nee * exeresceate, precisa esperar osdulo XVII para que om feta Bote a Salle sje pensado um proceso de esolrinago que aticule a ealequese oe uma esclarizario ds cultura meranis traticionas ¢ par que se wisblen Colla verdadeiramente a seqidnciadolerescrever contr. Nesseseaido oekaig XVII, entre Batecourt La Salle, mas tublm eae Locke © Rousess soe o laboratdiopatagbgco onde exes sabres pofisinsis~ untae dos eétoce Como 0 dos mereadore — lomam se “cilinas”, Segui wah plo sel, te cferun eae segunda mag implica otras pesquiase otro deserters tos, Mas supe também que techs sido comstamenleeanficads« stuayio ec Berdou ese longo sculo XVI e, em pricy, que se ena concede bon, por ders dos esforgos da “insiugio ris", existdncia de dows aodcins Aisjuntos de easio, © modelo profsional da formasio dos elsigas eo model, completamente novo de ealequizayo lementar dos is. Bo que nds epecanen ter feito aqui. Para conch de forma proviséria, parce possvel extra s linha de fora 4s inversio de perspectiva que sduzimos quanto 4p esate easy do ke fscrevercontar, Genlmeale coscebida como uma simples sprenizagen insirunental,e portano como o prt-requisito cco, neiro mas acesaat da toda escolarzagi, quaisquer que pudescem se on conteddoeidcoldgice eu a cecolha ea maléris de saberesprivilegiador, a trilogia do lereacrever cont € tem pelo contrisio, uma figura histérca completa e que ue contiul to Calrecruzamentoiasivel de bran beterogéneat ou conftncen Duas culturas profissionais anges parece coasiuir nun base: a dos cllcigos, cenrada pritica de uma esr todo a vocagio de modeler une Mogua erudite cujo carder “escrito” vai se scentuando tom o tengo, de wee ‘sctta que $e tomou 0 modo privileiad dita dos teste prtorccnnina or essa Hngus;« dot mercadores,apoinds ela tumbden numa pelicn de pone ‘ais provtatiamentededicada a reise nasmissio de nformages vers (ou cifradss. Em suma, um escrever/ler ao qual ‘se contrapSe um escrevericontas, Estas peices cultusis, dissocadas durante auto tempo, dispSem de vest Préprics modos de trnsmissio, amplamente enddgenos, forte ou facamente ‘escolarizadas (mas uma escola continua eatio uma estrutura de formagio * profssona). A agregssto dessas dost tmdigdes dive, entre 0 fim de Idide Teoria & Educagao, 2, 1990 or Média © o Renascimento, nesses laboratérios que sio as cidides mercantis com suas pequenas ou grandes burgvesias, lvez mesmo com algumas de uas comporagtes de offcios. Af, a divulgacto do escreverfer parece advit de uma da distingSo sempre renovada, da qual a escole, nesses momentos de mutagio cultural répida, 6 wm instrumento obrigaiéric. A coaquista do ‘escrever/contar remeta antes b complerificacio dos processos de produclo © de ‘ireulagto das mercadorias, & progresiva ingertocia, neasasalividades privadas, de adeninistragfes locais ou distantes. Num € noutro caso, tala-e de me forte demands de cultura escrita que s¢ insinua nas mualhas da rede de escolas de finalidade profissional ou de dispositivos de formasio mercants eso apropria de ‘suas estrutiras, seus modos de funcionamentoe, definitivamente de seus saberes cespectficos. 'A jungio dessas duas culturas ¢ gus escolarizacio euptem, eatretanto, para se tornar efeivas, uma transformasio profunda da heranga clerical (« Lingua fatina deve ser rubstitulds pelas Maguas sacioasis) @ uma trinsformacio aio ‘menos radical do papel da escola e de sua ulilizacio. ‘A primeira operagio efetua-se em dois tempos. Com a Reforma protestante, cenamente, mas também — é preciso mais um século inteiro — no centro mesmo a Reforma catdlica. Nio & preciso ver af uma regressto da lingua enudita as aguas veraaculares: 0 francs, como outros idiomas europeus, é uma lingua de ‘cultura, A Ifogua precisamente desses meios urbanos que estio prestes a inventar fos meios de seu acesso B escrita. Amplamente abaslecido de textos importantes pela conjungio da imprensa aascente ¢ do buraanismo, moldado pela estilistica Administrative a partir do édito de Villers-Cottertis, 0 frances nio 6 waa lingua “fécil*. Da mesma forma que 0 Istim, ele exige a excolariagio de sus apreadizagem. Ele necessta de um ensino “por prinefpios”, isto 6, aticulado sobre ortografia (pelo lado dos mercadores) ou sobre a gramitca (pelo lado dos lésgos) « supe, para que se lhe extraiam os signifcados autorizados, uma lectio (uma explicagio parafrisica eventuslmente apoiads em vm traducio dialetal quando a distacia com relasio A lingua materaa & demasiado grande). ‘A segunda mutagio € certamente mais esseacial © advéon, também ela, da extraordiniria agitaglo cultural das Reformas, Também af, dois tempos: logo de infio, a evidtacia de que o enrafzamento das piedades reformadas passa por uma aculturagio dot fidis que, no limite, deve suplantaras formas omis de transmissio dos taberes. Deaunciada a autoridade da tradigio eclesidstica, apenas subsistera a textos. As novesreligies do séeulo XVI sfo religibes do impresso mais que da Escritura. Para ov reformadores, protestantes ou catlicos, tratase de certo modo de “elementar” (como 0 dirio mus tarde os revoluciontriosapropésito dos taberes profancs) a citncia do sagrado. & ease o papel dos calecismos moderna ‘Em um segundo tempo, 6 preciso descobrir um lugar espeeifico @eficaz para ‘transmitir esas doutrinas. Desde o século XVI, em meio calvinist, desde smeados do téculo XVII para ‘sorte estava lancada: a escdla se 102 Teoria & EducasBo, 2, 1990 vbsttuiA famine mesmo ao templo ou igreja. AO mesmo tempo, ela se toma fom forte plo de eoergio moral (esta obvigagio 6 jf inerene b sun fungis) © 0 teatro de uma complera algun entre a oferta, As vezes violent, de risianiza- fo, da qual ela éportadorae a demanda de alfabetizeio sibélicaeinsiumea- {al que the €diigida, Se w escola catlica permanece por muito tempo permuadida de que um leo escrito pode se transmitc e se memorizaronalmente¢ permane- 2, por ss, relicente com relacio Minlegragdo dos saberes elemeataresprofanos, f escola protesante que visa priortarameate a um plblico jf alfabetindo, vem ' coordenar mpidameote as exigdocias de urna educagio dovtrnal eat de uma Aabetizagio minima, Ela inventa — mas a escola catia fora da Fuge» segue thguns anos depois — um lerlrecitar que aio exclua mis um lefesever nem ‘mesmo um lefesreveclcontar. De escala de excita, ela se torn também prioritariamente escola de leitura Mais precisumeate, ela reorganiza 1 sucessio de apredizagens em toro de um ler eatequtico que pode indistintarmente se articular com os saber exiurtrios berdados da cultura clerical, da qual os colégios slo os berdeiros ox com o8 que derivar da cultura mereanil e da qual as escolas parouais ou os intematos partculares se apossiam. Uma letura, portanto, que of0 é mais um fm, mas tin pré-requsit para toda as apreodizagens. TTransformagio fundamental da qual nfo terminamos anda de medi he 23 conseqUtacias. Mas poderia estar a uma elapa necessiria para que wescla possa Universalzar sua vocasio de instruc. Notas Veja, neste meamo nimero de Teoria & Educasdo, a contrbvigio de And Chervel 2.Apenas dois exemple. Para « época moderna: Bernard Grosperin: Les Pees doles sous Ancien Régime, Rennes, Ovest France, 1984, Para « éyoea contemperdacs: Pierre Gioliuo: Naiiancede la pldogogle primaire (1815-1879). Grenoble, CRDP, 3 vol. 1980 Mas nlo 6 ete umbém fundamentalmente © ponto de vista de Francois Fret Ieeques ‘Ozout em Live at derive L'alphablilsction des Francais de Cahin& Dales Ferry. Pats, 84. de Mini, 1977, 2. vol? 3.F Furete LOzou, op cit. ‘4 Ese foi paricularmente © caso durtate 0 perfodo de quesionamento vioknio da inovasto pedagégiea do anon 1981-1986 que, apoindo nas celebragics do entero das eis Ferry vio Goreacer numerosoesucestos de ivrariaglorifando ox “abet (precisamente, 0 er-cscrever conta) da escola “republicans” S.Numerowoe tnbabbor foram realizadoe nesses shimor ranuniado abo excolares dou uaberes ordindrion Free fovons de fore de Yvonne Verdies (Paris, Gallimard, 1982), € precvo kre stulo mvto ‘augentivo de Pal Joron e Genevitve Delbor: La Transmission des sevoirs. Pris, C4. de a Maison des Sciences de THomme, 1984, Teoria & Educasdo, 2, 1990 103 fe Puisance 0 mostrou (LE, le mater, ls sc. Pai, P.U.F., 1986) a0 ce Gpon de excola mama wzadoe plat fnfiaa penencentes ts exegorae éci-pofitionsia aka, dead 145 A. earl née Merou: Hise de éducaton dans Udniqui Pati, Le Seu, 1948 No shordereman nese easdo © casino dan joven, que depente fe tating eget ces» Greist pach raat oe yee ‘Steet. Um don Pella pdagSgienn Paris, Cer, 198 oem shordado seni de forma mot indcavanete ano e sero objee & toa reins bleacio. 10.0 primeiro tomo da Histoire de l'édition francaise (sob « disegio de Roger Chartier ¢Heatean Manin, Pais, Promada, 1912) conlém iverson anign de auas ob cae problems (er em paticularesconrBuigis de Pol Saenger ede Sean esi, Eneonan eat aldo dso, una sbundans bop. Ver, em nus redo revi, neques Le Go: Les Inlet au Mayen Age. Pais, Le Saul, 1985. Mas também por seas pontos de visa muito augestves afean ast Inerpreges un poueo “éntads", livin Hsjal: L'Ensignmen de Picture sot smivesids médtvaler. Budapest, Maison €édiion de VAeadémie des tinces de ‘Hongrie, 1959 (28 ed.). 12. 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A equipe francem oi colocada soba retponsabii- dade de Pere leannin (CRH-EHESS), Esse trabatho deverk permits de que te enka logo tum excel conhecimento dessa lirtura muito espectcs, 30.06 mais eflcbrea desses tntador sho descritoe por David Eugene Smith em Rava aruhmetica. A catalogue of aribctice writen before the year MDCI with a description of those nthe Koray of George Artur Plinpion of New Tork. Boson e Londres, Gn and C. Publ, 1908. D.Sobre ax ariméticas univesrias, veje Guy Beavjouan: *L'enscignement Je Varidndsique A 'Universi de Pris wux XI e XIV? ectea™ in: Homenaje @ ML Vallicraa, vol 1, Barcelona, 1954, pp. 93-124, 32.Uma arimbica de mereadorea provengsa oj catudads por Prul Beco “La ormatin (4a Kadranaux marchans 1485)" i: Les Er des dant li, liiations et apprentisoges, ‘Aus do XIl Congresso da Sociedale de historindores modievalists do ens vopctior pblico (Nancy, 1981). Nancy, Presse universities de Nancy, 1982, pp. 29-224 32.Pailanon, no artigo "Maltes erin”. la: Encyclopédie ou Dictionnaire raion des Sciences, des Arts « des Miers, Pa 7 Venseignement de eriture aux XV-XVF sites: proposd'un nouveau placard XVP stele désouver la Biblicthbque aatonale” in: Scritura ¢ Civibd, 2, pp. 245251, ‘eaudou ema mouira manuterta de um mestre-eseriba do eéculo XVI, provevelmente ‘arisiense. Muito umplamentededicado a destacer a quabdades deste mesie d caligrat, ‘documenta concede um lugar modesto, € verdade, a us capacidadea de aritnico ‘34.Veja Marie Madeleine Comptre: Du collie au hele (1500-1850). Paria, Galimard ‘uliard, 1985, pp. 19 ‘38 Franinek Sauabel o demonstra com o exemplo de Praga: “L'Usiverti de Prague de 1433 1622: recrutzment glopraphique, carriérea ot mobilté vocinle des tudiarts ‘rrnduds” in: Dominique Julia, Jncques Revel et Roger Charter: Les Univerids ‘qaroptennesdu XVP ox XVII. Histoire sociale des popelaions tudiantes, ore. Pai, Ba, de FEHESS, 1986, pp. 65.12, 136.A. de Foulgues de Villaret: LTuraction primaire evan 1789 & Orléans et dans ls communes de Varrondissement Orda, 1882. Teoria & Educagto, 2, 1950 10s 37.Sabe 1e que o fendmeno adquire uma amplidle toda panicular desde @ fim do século XVI at lnghierr € no iio do século XVII em outos pales europeu (cl Reger (Chantix: “Espace social et imaginaire social au XVIP steel: Julia, Revel, Chere, op cit, pp, 245-260), 3I.Blie Vine: “Schola aquitnica”, edigio © tndugto LMaseebisu: Collection dee smtmires et docindaisscolaires publds parle Mustepldogotique. Pari, 1886, prmcion wre at7 39.Confome Marie Madeleine Comptre ¢ Dominique lia: Les Collges francais, XVP LXVIP sitces, Repertoire 1, France du Midi. Paria, INRP-CNRS, 1984, nota hisdris “Aluillae, coldge de plein exercise”. 40.Bid., noticia hstbrica “Nimes, college de plein exercise” 41.Bbid., noticia hintrica “Bordeaus, eolloge de plein exerci 42.Bid.,wotcia histdrica Auch, calldge de plein exercise” 49.Pierre Aquilon: “De Vabéeédaire aux rudiments: les manuels Elémenisires dane le France de le Rensisance® in: L'Enface tes owrages d'ducation, val. 1, Nanten Universe de Nantes, 1983, pp. 51-72, 4 M.M.Compire et D uli, op cit, notca histrica “Aris, clidge de plein exercise” 45.Wilem Frio © Domiaigue Iuta: Ecole et social dant la France d Ancien Régie Paria, A.Coin ¢ EHESS, 1975, pp. 45 ¢ us 46.Sobre ou uios familiares da lteratura pedagbsica 00 século XVIII € sobre os Vrais ‘rincipes cm particular, veja Robert Darnaton: “La lecture rousscauste et ua lecteur ondioaie ax XVII stele. In: Roger Charter (org): Praiques dela lecrure. Marcil, Rivages, 1985, pp. 126-155. 47. Esse € 0 caso de M. de Roqueite no qual, ¢ verde, tint Simon via o modelo de ‘Tartufo.Bispo de Autun em 1667, cle estabeleceem 1669 um requlumento para as escola a diocese no qual ele lembra: “E porque exaas pees escoes nko dever apenas servis Par casnaras criangas a ler €« excrever, mas para as fonmar a piedade, ne prodimor ue se Thea db qualquer livo francts que nfo wje dil par ease fim. (Chad por Anatole de Charmasse: Eiat de instruction primaire dans Vancien dioctse d'Auvon ‘pendant les XVIF et XVII sidcles. Extrait dea Méowirea dela Socilé Edvenne. Aulus, 171), 4¥-Easa diarbuigh de urefas aparece claramente nas nota que M-M.Compére eD Juli (p.cit) consagram As regtocias latinas. 49-A.N Pats, ma Y 9935-40, Ciado por Christine Mésayer La Corporation des matres- devivoin jurts de Poris sous Vancien Régime. Tese de mesinda em aries, Quéoce Universeé Laval, P.Q., 1986 (mimeo). So. S1.Livre! d'erthmdtigue! fot par Yves! Tellart sous! la conduiel de Frouchbian! Me. Escrivail je a Treguier! 17161 — —1, ma, coll pa. La Rochelle, Outros manuscrios ‘esse tipo, mai recenies,sfo conservador no Museu nacional de edocagho de Rowen ne Museu cfveaol de Ssinteandu-Gard. Nio se organizou, tnlo quanio eu teak onhecimente, nenhum reperério desses objets aus colegtca piblias, '52.Doia thud se repetem visas vezes mas produgbes de Troyes: 1.L‘lairaction de arkbmine pont fcilment apprendre & chifer et conpter par laphane & por es geen, rls alle toutes gens, avec la manitre de tiller la plone. Cochoce-ae dese bet one, ‘digo feta por Nicolas Oudot em 1670 © uma por Garicr. que dsple de uma permiasie 106 Teoria & Educagdo, 2, 1990 de 1738 Enea texoa parce ext infeed gor uma lasruction de Parihm igue ubinse la prpriainftuenciada pel AriAmdige et manite d'pprenire& chifs 4 wimico Catalan que que teve numerous edgier Uonctss 00 toula XVI ce aril a fis por Rignod. A Arindigue nowelle das severable perfection, oboe fo que parce, redigde no aéculo XVII, viples bem cuidda, ccrumente mats Adagada que & prcedene to uio escolar, mas tind ola cslolnente apa na tenia don arin. S2Thbophile Liver em wun Histoire de Kenscignement prinar+ dant ta Brie, repaiiagto, Prees du village, 77139 Eupily, 1982, regi diverse cantrion do séeao XVII envolvendo metres

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