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Texto de apoio nº 3 – Greenpeace denuncia destruição da

Amazónia por grandes marcas mundiais

Algumas das maiores marcas mundiais de alimentação, desporto e beleza estão a


destruir a Amazónia. Tudo porque têm como fornecedores de matérias-primas
explorações que fazem abates ilegais da floresta tropical, revela hoje a organização
ecologista Greenpeace, depois de três anos de uma investigação secreta à indústria
pecuária brasileira.
Durante três anos, a Greenpeace seguiu o rasto de carne, cabedal e outros derivados
da indústria pecuária saídos de explorações que praticam desflorestação ilegal no
coração da Amazónia. Por ano, estima-se que 1,72 milhões de hectares de floresta da
Amazónia sejam abatidos pelo sector da pecuária, segundo números da Greenpeace.
Segundo dados do Banco Mundial e do Governo brasileiro, 80 por cento das terras
desflorestadas na região da Amazónia estão ocupadas por explorações de gado.
A Greenpeace comparou dados de satélite com as licenças de abate de árvores e
concluiu que mais de 90 por cento da desflorestação actual é feita de forma ilegal.
O caminho levou a Greenpeace até marcas como Adidas/Reebok, Timberland, Geox,
Carrefour, Eurostar, Honda, Gucci, Ikea, Nike e Tesco, revela hoje o relatório
“Slaughtering Amazon”.
“Ténis de corrida, refeições já prontas e malas podem ter uma pegada ecológica que
inclui a devastação da Amazónia e que poderá estar ligada a casos de abuso dos
direitos humanos”, comentou Pat Venditti, coordenador da campanha de Florestas da
Greenpeace Internacional. Muitos destes produtos acabam por ser processados e
vendidos na China, Estados Unidos, Itália e Reino Unido.
A organização denuncia um consumismo “cego” de matérias-primas. “As empresas
devem assegurar-se que os seus fornecedores não são apanhados nesta indústria
destruidora. Devem apoiar a protecção do clima ao renunciar à desflorestação”,
acrescentou, em comunicado.

01.06.2009 - PÚBLICO.PT

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