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“isa Roved ong ‘ian spe lite So i a ie ‘ie canine Alam ate nce Soe eeet tae ate we pre O papel da dtivida metafisiea no processo de constituigdo do eagito Enéias Forlin Esrupos Seiscentisras Fm. i 204 Fake Sop Bi Dames i bia, Fin, Ede (0 pape dedivia mein ro proce de cig do cpio EF ~ Sis Pk Aoi El lan, 204 "62. andr Sin). Ongar apc come Dinero (Mat) ae de Flan Letra Cnca lana de Unie Si Fal mb ul cde mt x contd eg ede Daca 186. ISON essean.004 |. Ren cates (15561658. 2. Fi modem 3 Cen (Usa) Méodn cain 5: Dine dome 6 Mean The th See 0D 1941 Asengo Eon Hrs a is en Cnt Ed Metis Chale T2080 ‘Stee cacao 2858 — et Senn aan tc Sumério 59 119 153 159 Introdugéo Capitulo 1 — A estrutura liga da vida metidica Capitulo 2 - Uma comparagio entre 0 processo constitutive do cogiiono Discurso enas Mediagées Capitulo 3 Os Principios da Filosofia como contraprova Concluséo Referéneias Bibliogréficas Introdugao. TsALOURADOR DA FLOSOMA moderna, o pensamento flo- séfco de Descartes no aprsenta 0 nie de softs 6 0 aue & proporional asso, o nivel de dificuldade interpretatva, ds foo aque osueederan, Além disso, objeto de inimersrgoosos esis, if.a parr das primeires décadas deste séulo, ele se masta como um pentamento ailment acesivel,satisfatoriamente compreensel edo engano. Prinerament, porae toda a filsafia, por menos completa que sj, apresentadifcukades de comprensio «que nfo podem ser selucionadas por ume exlcagia cabal exigindo um esforgo sempre renova deinterpretast. Depos, pave a filo- sofa caresiana esté muito longe da imagem de “area edisingio” «que o senso comum do ambiente lossfico, por asim dizer, pretende atribuirlhe. Uma tal imagem dssimua as polémicas que hé etre 0, cstudioss sobre aspectosfundamentas de metasca de Descartes. O préprio pont de parti da metafsica cartesiana—0 cost {o~considerado de ve acesso por qualquer estudiaso de fsaia € cle mesmo objeto de indmerascontovésas entre ot especalitas de Descartes. Tas controvésias dizem respito ao exatuo do Eudo «copie sito epistemic ou sto piceégico,impessal abstre- ppd ies ann npn i ee tou petal concrete? Ha conrovénias também quanto 2 exauto da cvidencia do copito a inuigioatual do cogio necesita de uma ‘rant divns ou nfo? Garant de orem intelectual ou meramen- temoral? Exist plénic até mesmo quanto ao estatto da propos fo do capi, onde, quer nos parecer, Descartes excarzeu © ‘uficiente~ "eu pens, logo esto” é um racoctnio ou no? Hagui um movimento qe vai do cog ao sum? Or, em que, nso tudo, 0 cops masta satisatoramente cecarecid, a ponto dese cnsiderado cota tial? A bem dizer, todas ests controvésiay 6 fazer revelato quant anda precisa ser fet para que tenhamos uma adequada compreensio do cota Ele, © crit apresnta dicldade que de modo alum nos autoriam & tomélo como um “asunto batido” em Soro ‘Quer nos parcer mesmo que hi uma incompreensio mis profunda no qe respita concepgio do cio ea mesmo onde lo parece aver entovésias. tse de que a formula do cogito 1» Dinausose difeeniava dala nas Medingbes, porque no Di- ‘ursonioconstaria a dvida metasicnenquanto nas Meditagdesla se fara presente em grande adesio eae os mais espeiado c- imentadores de Descartes. ilo, Guézul,? Gute? e Havent afimama nessa de dvida metals no Discurso do Método ‘A panirdesaprenissa, comentadores como Alqiée Maron de- fendem atese de que a concep do cago no Discurso € diferente 7 Cusine, Diswn de Made Tne t Comment Pris Ve 1987, nam. * Guenour. Maria hc See De Rs Pasi Asi 193.37 » Gouna Hen asl Divous del Média, Miya lak Pie i 1973, 166 1 Hawn he 1S Dor Bae la Es La 989.126. * Fasaevse, Ali La Deore Mapped Homme cher Deca Pe sie PUR, 1950, cap. p 161-200 * Masso JanL. Questions Catenes Pas PUF 191,» 6 daquela das Mediagées; no Brasil, Raul Landin’ propoe uma in- terpreagio que vai na mesma dresio. ‘Como prova de que no hé divida metaisica no Discurso, cases comentadores Glam a ineisténcia do argumento do Deus Ex tginador que aparece nas Mediagdes, Para Guéroult,' como 0 Dis- ‘cursos6 ope, por um lado, com argumento trad dos parlogsmos ‘cometidosalgumas vezes pelos matemsticos, que pode fazerme du- ‘dar de minha eapacidade de alcangar as nogSes certas mas 0 dessa nogBes mesmas,e, por outro lado, com o argument dos So- thos, capaz de enganarme tobre as exstncias mas no sobre rogies matemétias, apenas nas Mediagdes, que utliza 0 argument ido Deus Engansdor, “a reflex eleva-se do plano natural ao'plano tmetafsco”, Para Gilson,’ como ofundamento metaisico timo so- ‘bre o qual epousaréa critica dos meios de conhecer nas Meditages nos Principio (0 argumento do Deus Enganadot) no fi uiizado no Discurso, «dvida, nesta obra, no atinge a ini atual das _deronstras es matemsticss, mas alembranca das demonstrasies que ‘utrora nos pareceram demsonstrativas”. E, Gilson vai mais long: cle augere que no Discurso sequer a exstencia das coisas exerio- res foi posta em divida, tanto porque, segundo el, a divida so- bre a veracidade do testemunho dos sentdos parece referitse & natureza das coisas exteriores (endo & existéncia dels), quanto porque a razio hiperbéica de duvidar (0 Génio Maligne), ave Colocaria em questio a existéncia de nosso prSprio corpo, no aparece no Diseurso.” 1 Einar nds mh npecamente nati de Lasoo Fo Ra Pade caper sen un? Dacor Rn do Dp de Fla US 024, i985 © Gueur, Mop ot * Gusor.E op ct ie ie, 3088, A pir deta indicaies, em epecial ade Gilson, Alquié prope uma concrpsso do ogo da Discurso dsint daquela do cexpindas Mediagdes 0 copie do Discura dotadode uma deze ‘utononia tis que Descartes acreditava ser posse onli apenss da dsingio das ideas de alma e corpo a sting real desta duas substindas 0 cpio das Mediagbes dotado de una obscuridadee complexidee, cj conradigSes engendrariam um movimento iltico, Fonte de um eprofundamento em dteio ao Sere de um eréte ulpassament de ‘Que se possa defender a interpretagto de que existe duas concep de cgi patr da indica geal de que no h di da metafisia no Discurso nada temos a objetar. Na verdade deve mos mesmo reonbezer a eoréaia de Alguié so desenvaher a at mas conseqncias aculo qu est implica natese de que no ‘divide metafsica no Discurso, Nossa sspeta aqui vai conta sua ese mesma: nfo ext realmente dvida metafea no Disur 102 Mais que, ela vai contra a pssblidade mesa dessa se: € ose instar cop sem passa pela dvida metafica? (Com una ta suspeio na verdade, eames mesmo atenden do ao apelo que Descartes fz no preficio & taducio Fancesa de seus Pinchios [LJnsea meni que oii que no encanta eprenaete 5 new cating, nena ace cons verde, Gu No ‘ete gure ot lea a ne vriavem sr crane deta do vedere pci. Quer nos parecer que advogar a tese de que no ha divide metafisiea no Discurso incorre em gravee dupl ero: primeiro po ‘que pretend atrbuira Descartes algo que ele jamais admit, sendo ‘que qualquer tentatva de interpretaras afrmagbes de Descartes nes- Raat Fog dtm 180 ~~ arene se sentido mostra-se, numa anslte mais acurads, arbitra; depois porque iso nos parece o mais fundamental — uma ands gia Ube rmulagio do cogito mostra-nos que ele & conseqiénca da ins- taucagio da dévida metafisia; sem dvida metaisice, pis, no che- timos ao engi como primera erdade. (Ora, dtsnoso aqueles que advogam a tese de que no hi vida metafisiea no Discurso: analse, eno, as etapas da dévida nessa obra via se € possvel encontrar ali uma azo metafsicn de ‘didar, al eomoencontramos explictamente nas Meditagées Pois€ precsamente isso o que faremos nesta dissertagfo: reno analisae © proceso deconsiuigho do cogite!® no Discurso compart aquele que aparece nai Meditaées, Nosso objetivo € mostrar que nfo hi {fr pcm comida ender opr d dia ot conde: {Stowabgioscopn Picea anes ds a pode nae oe he ermndo us preempt de ma cow. A ea Stan pis apn am rnp Se i deen armen 0 ipa pr une cnand oni de om sor pre, poi ue rend ‘Sie Fete wanker obec bre nos bs Ea i tne SSoesicin an dae am tne odes de rari acta Nii «oc cara ems nor sein Meh, Now me eo tac tl pence meme ga comple cm me a re cee inn Set opened dra coe nam mic eo de ettslo elec conn fs meme temp tm mre pie Se ‘Si doe dn cohen econo ul cnn, sien, Seren J spe Ronn pc pel er uo de PSccogin wm a tows ent yen dan Serre nce ‘hn ees sna nel prey orc de ‘ene epi Sauaneta fst ini no mi © ‘loca Tin te mar pr tla con crt deepen: nm ‘Sateen yrmen ders, conn qr cnn mde dein Scns: um gee nnocn pre per i ema ia okies SLES its Raped mondo afta dol einem + eTocs fake come uence ccnp ee ‘oda pa conc ene Net ine Seger Cinhanemene on motmen depron eie seta dct cmininano nd tr pope oe oa Tio donne eae. dlilerenga esencial, mas meramente de expos ‘procesos ~0 que sinfia dizer que hé também 1 Dicarso, isso decorre, portato, que no pode have dilerenga de concep entre o coi dessa dues obras. © Discurso do Método e as Mediagies Metafticas serio, pois os objets cenras de nots andi —fundamentalmente, quarts partedo Dicuss, primeim também a sega Mediagses Como hainda uma teresra obra onde Descartes fr uma exporigi cat- dade sua metafsica, a saber, os rncpios da Fibsoi, sero de ‘grande valia também uma anise do proceso de consti do cite que ali aparece. Ela serviré como um importante elemento de conre-prova ds retltadosobtidos partir de noso etude compa- fav entre o proceso de consitugio do eogito no Discurso mas ‘Mediagées. mprescintel também seréo recurso as Obigies ¢ Resposas¢ cornapandénca de Deseates, tanto pore hi al lmportantesesclrecmentos do autor sobre sa obra, quanto orgie justamente ali que muitos dos intérpretes de Descartes vio buscar apoio para atese de que nio hi dvida metafi no Dicuso. [Nie € nose intencSoconfrontarmo-nos com cada um dos co- mentadores de Descares que advogam essa tee. Uma tal tala, 20 mesmo tempo, impossvel e desneceséria, Como, para usar as pala de Descartes,“ rina dos alicerescareganecesariamen- ‘eoansigo todo o resto do edifio”,pretendemosdetr-n0s mais e- peifcamente naqodes comentadoes que, ¢ no foram the of ‘esponséves pea introdugio da ese de que ao hs dvida mean 1 Dieu, foran, sem dvia, dada sua wadigfo¢competéeia na interretagio da obra de Descartes, os responséves pel defniio cstabelecimenta des tes, inaugurando toda uno lnha interpretative. A cecola ances, sem dvds, €aquela ave post maior au toridade e inflaécia na interpretagéo da florofa catsiana, Com sua imponente obra Le Spstéme de Descartes, editads em Pais em (11, Hamelin foi um dos primeirs grandes intérretes de Descar tesa superr a tese qe aqui combetemas. Mas € sobre quando parece algo mais caborado no impertantee minucioso comenttio aque Gilton faz do Dicurso do Método, ean, sina qe como Simplesndiasio, na monumental obra de Guérovl, Descartes Seon ‘LOnte des Raizns que una tal tee como que gaa autoridedee comeca formar esol. O presi desasduas obras, que consti tm verdadeios mares a interpretagio da losoBiacartesiaa, 2 de Gilson no ques refee a0 Discusoe a de Gurl no que respeita ‘x Medingdesconferca esa ese o aspect de lepimidae neces fo paraa sua actiasS edifsio, Advogada também por Gouhier, ‘outro renomado comentador de Descartes, a tse de que nto é dé vida metafisea o Discus adquiri como aue um um suficinte entre os grandes intrpretes de Descartes a pont de ser vista hoje tas como um fat do que como uma interpretagio. Some asso a ils, por ati dizer, distngSo eabelecda por Alqié etre concep do copie do Discurso e aqua das Mediagdes, 6 orna- dda posse! partir de uma tal tse « qve, 20 mex temp, servi para consolidila. E basiarente com esses comentadores, poi v6 prtendenes dialogs no decorrer de nossa dsertasio, la consar de ts capitals. Como nosso objeto de exo cootste num recor feito no stra metafisco de Descartes, a 0 ddem entre os capftulosndo sequ,€ claro, a ordem das razbes QU futcla 0 sistema catesiano: tates a bem da verdade, de uma ‘ordem das mts, organizadasceundoo objetivo eos intreses de nosso projeto. ‘A discusso central a reepito da dvida metafsica no Dicur- 0, exvolendo uma andlisecomparada entre a exposgio do Discur- 2 aquela dos Medlagdes, ser apresentada no capitulo 2. Num primeiro momento, faremos umn extesigdominucosa do proceso de onstiigso do cogionas Medias depois, gmlments, procede remos a exposigio do proceso consttatve do cago no Discusc, tum erceiro moments, eno, teceremes um estodo comparative pi mai npr ee eae tre esses ds process. Est, po sa vez, contr de quatro mo- rentot: no princi, etabeleceremos esunidament as ierengae centre exes dois process no segundo, tabslharemosaqueas dle renga no que se rele is rahe de duvidarpropriamente das, l- calzando& queso principal de nossa disso, saber, fangSo «ve o argumento do Sono ocupa no process eons do costo no Dieu, al ser dicutida em quaso tis: no treo momento, eng, Walaremos da dierenga de apicago do recurso metodoligica netes dos procsss,tomando como fio constr a ausncia do aril picogien do Geni Maligo no Discurso; n0 quo, fnalnene, discatremosadirengs xtra frmulasdocopio 0 Discursoe nas Meiagice. ‘Ante porém, de angarmo-nos na discuss central de nossa lazertag, Sr nets um princi captloondettaemos de estes prelmiares referenes, de modo aenéricn, so proceso de do os puts alm meer enanado~reponde permet ie {Flo dh pala [repo hiptbole. exc, cimpltndo oso pedi on diene frees. * ‘Ora, que esses dois prinespis respondam “perfetamente & signifiagio" da pala “hipérbole” — pois bem; que eles, contudo, Tespondam perfeitamente & significacko da expresaio “divide Iiperbalca” eis o que no ests nada ber. H, sem divida hipérbole (excesc) tanto em tomar como duvidoso aquilo que alguma vez me ausou dGvida quanto em tomar como sendo absolutamentefaso Aguile que €simplesmenteduvidoso: mas 6 no primero caso tals ‘sede uma hivida exagerada,sendo que o segundo case émeramente ‘um exagero. Apenas 0 primero, portant, € 0 pinepio da dvida Iiperbslica; o segundo conssindo mais propraniente num atifico eno num princi) do programa da davida metédica como um todo, que visa a mantero estado de dvida instaurado hipebolica- mente “Também Gouhier” vé no principio da dvidahiperbalica ex- posto no ino da primera Meditaga, a duplafungSu de, por um lado, reetaraqulo que € duvidoso e, por outro, reeitar como falso aguilo que é apenas duvideso. Segundo Gouhit, nessé momento “Descartes evoca a diferenga entre o also e 0 duvidosojustamente pra anunciar que ele nfo a levaré em conta de modo algum"” ore Gases, HL te Meapoine.0p. tp 28, » Nien [Nossa interpretago, porém, € de que, nese momento, Desar. tes de modo alm associa 0 duvidoso ao flo: ees serio, € aro, igulmenterejeitados; mas neta tantoo davdeso quant ofsonie sien rela camo flo © que € apenas davidoso, elo contréio, Descartes anunca que vai justamente fazer apenas una reeigo pela vida nfo é pect que as opines eam falas para serem reetadas (So preciso, pis, toméclas como false); basta, para rejité-las, encontrar a minima divida (c, portanto, basta que seam duvido- sas). A segunda operagio,rejeitar eomo flso aquilo que € apenas "Hiislemtenpo cu neapecabide ur ded mes pi ae rea | ‘rhein cata dar opie, ede or a ave depend ee ‘ipo ti mal eran nS0 poner vn i (Blaiang AT DEI, 13). a2 pr ei ln pr en ee vida, & porque, naturalmente, mio tomamos muito a sévioessas dividas” Quer dizer, a decsio de duvidar € provocada pela pet- cxpaio de que, por um lado, nosso conhecimento & fei ede que, or out, esa fragildade pasta despercebida ou € pouco considera a, Nio se trata, pois, de uaa decisio voluntariosa de duvidar, mas cde uma vontade de tomar a sério a dvida. A dvida metédica, por tanto, séria precsameite porque € dvida vluntvia. ‘Alén dio, vida metéia € volunsria na medida em que & ‘rowocada por delzeragio, mas nfo no sentido de gue se opera por Aelbergio, Nios tata de simplesmente decd suspenderouleo mas cde decidir encontrar mazes que os tormem expazes de supendé lo “Tratase, pot de duvidar por azo e alo por deiso, Ito quer dizer ‘que, se éaworade qu instaurao proceso da divids, €entendimen- 1, noentanto, que cuz este proceso. A cada razio de credit ma verdade das coisas, o entendimento opse ums razio contréia: a cqlipoléncia entre os jufzos me constrangeasuspenderoassentimento qualquer um deles” * “Demode mew teense diponnerrimen, ma ee wih vi,» licens dts opie qu chr ao em ina ca” Ide, Bide il oe). Cuando Gane ee una prisdde no tamed dose, Deca ‘wang Se lo per qe nme var emi ur aes ty “Ma ‘mene, ina, Daca "ws bon oe aera me eh ma gi em ‘made pr fra gar canee sr clnaml prev a {tnt muna sean [esr Aur Clngeimee bcs p48 ‘Gu dit io de daria em utente unserer ease See | slau dos ge atnaamet decenlerne ey mo eta, ena ‘ir serumese faa denne coins Epona mia Shem els deme 2 “Lode nat pie queen oat em inh eng come eins ao ‘ead ule nl rr vida So po slgs nde, soa ma ore madras Im adem © Arde sti nina dee ete, oes ns to de dviar ln frm re dear a snc den eae pesto 4 Eisenia, ¢ claro, de um pono devia rgnrosamente - ico; empircamerte,minbasantias opines, as pis sabe a terdade das coin, so mai prove que sun conttas. Asim, ‘uma vez estabelecida a divida universal pelo entendimento, falta ainda _avivéncia psicolégica desta davida.* Num segundo momento, entio (¢ apenas entéo), @ vontade entra novamente em cena, agora para ‘anit asconqusts do proceso que instauou. Una ver edabele ie (por rene) a dvida univer, devo agora, vluntaimente (Gerdes), convencerme de qu eas aes de duvidar sobre as ‘verdades das coises so razées de acreditar na falsidade das coisas.”* Deo, pit suto-enganarme, ng Entretnto,o que €figido nfo divide que €etabses- db lgcamente, peo entendimento— masa crenga na fidade do ‘que € apenas duvidoso — que é determinada pela vontade.®* E um tal trio nfo ta a seridade da divida,sendo que pretende mesmo fazer com que ela seja tomada 0 mais seriamente possivel. Como jé ‘ode dvr da etna ai oe dae, Con i int antenna do etd il, imple pala gun ea na is ese “de que cnc verde comerend ve yon om mes Pee “ae Ete sas ds pide con deseo bdo det ‘vi 2 Ni ¢ dina ee osm de gue deme nc 2 ina 3 os arin mo po oie de ur, pra di fine emp r ‘ipo da verde, deem mater lame nad ao, ‘So. derma enc pepamee 9 etade de mapas ria de inno pl needa, Comte cro medal die mia cana diac da ida ‘tia Ao mend eine li, qs camo oben Piao Th oy ‘Sep om Emer Span pp. 38 snaps madsen ‘rad, “opel ecm mel po box lt mete ‘pron cone Manage Charen Uinacanit eteea dus open pode a intra die cine enous dvs nga E uma ons ceo oa de go Dac, ‘om tenn ast ee ds fer so Snes tentamos mostar anteriormente,” se decido acreditar na fakidade das coisas no é para converter a seriedade da dvd ne leviandade de uma negagio, mas simplesmente para opor 8 minha erenca na verdade das coisas uma erenga na falsidade das coins, , asim, re- roduzr psicologicament o esadn de suspen do juio. O obet- 1, portanto, é assum a dvida de um modo integral “Tratnse de reproduirpicologicamente a gpa iégarantda logicamente, ou melhor, de estabclrereftvamente uma. epathé F. claro, a epi como jf vimos,€ sempre um estado mental de suspen lo ~e, portato, pscolégico— provocado pela eqipalénca ene dais juzosopostos ~e, portanto, provcade logcamente. Ocorre que, medida que a psicologia nfo essa sntonizada com a rao, ito 3 medida que eu nio me convenca seriament das razes de dvida, ou as dete de evar sri, a eqipolénciaente os uses desaparecec, ‘com ela, suspensio de juz. Ese isto acontece€ porque, psicolog- camente, minhas antgas opiniessio ainda, como diz Descartes: "senhoras de minha crenga”e mesmo “muito provéves" sendo ie as exigéncas rigorosas de uma racionalidade ctica me peadem ‘menos que a razoabilidade de minhas antigas opinides. E. preciso, pois, eftivar, por assim dizer, & “epolbhé”, ou ss, garanila, para além de um esado fuga, enquanto vvénlspsieolgica, Assim, uma vez estabeecda, por razies, a divide genealiza- da sobre todas minhas antiga onnies € previo ainda me convencer| dela, isto €convencerme de tas rare. Eiseo & 0 que, a rigor n80 ser posivela longa conivencia com esas opines e mesmo a pro- Dabilidade de que elas sejam mais verdadeiras que falas as tormam sempre maisconvincentes queas raze hiperbalicas de duvide. NBo poasel, pois, onvencerme de uma dvids hiperbéica conta as mishas antigasopiniGes Phicologicament, portant, no existe aquela catipoléncia que garante a suspensto do juto: eu nfo tenho, como Very B58, Mabon NTN, 7 adnan adi mel ag 8 on (Tcdnvcrne das oi quests con ou [ited ae de daa ia, so fo, con -davida universal estabelecida, uma crenga na verdade de todas as. En a ow oa ut an option oa nae opts Tain cron ou ne cence deeb rs der de {Sancta comecrene de gu oa ia so ra tens Unafcs pasage oe Darter recat pan opr no compo ig Com ete pili, cto ote roa cet nto pra ta condiment in pr ata, Ta € trum didn cba tpi gee Poa ‘Sor octelnen une doses pen rae a rotntnca done ddd enc do eninent ‘wn pot um entdine que poo cbecnes ome 3 i cc mend edie nar erent da, Tio narar um pce de dia mate; neds, event pede ee poe; nade, eno, rtd Cony polo por ene eng dhe vedade Mase aera de anges no dvr ome ‘unlatesutonas de itn ds No spo Poste © Ccndinen avout fade dal tant, € AImeanecomprande que dss, mas, de modo man epecco Shin pour cenncinelo tosis cach sina "Or, Sir gurocneniomnto€0 arb enca a ina € ier Ge tan € encanto eect (ox ie). ‘Anim endo ventade de toma dia so 6 uma der 5 wil aig esanena Som i que me prea pens den pe ‘ered de nin om ide, 92 “Eu oon en pect ald, en mca gpm dim i,m eed uma ra (Hen, iden, pt de ie aie nr sna ee nagio do entendimento. Temos, esti, que o entendimento peresbe (Gndependentemente de sua vontade) que todo o conkrecimento Auvidoso; ent, agindo por anta préprit (por vontade) decide ins- taurar a divide metédica,e passa a operar por razies (¢ ndo por vontade) a suspensio de juz; finalmente,pereebendo a necessida- de de garantros resultados do que ficou etabelecid, ele decide por canta prépria (por vontade) se auto-enganar; feito isso, o entendi ‘mento perecbeaprinvia verdade." 2. O campo de operagao da divida met6dica e a questo dos prinefpios logicos Por fin, € preciso dsinguirclaramenteo campo sobre o qual a dvida medica oper Colocarem dvida todo o nosso conker mento ésspenderojuizo sobre counted noes opis, isto sobre os juts que fazemos acerca de nossas dias (eprsentasb:), mas nfo sobre as idéis mesmas. Quer dizer, a8 idéas, enquanto fatos de nossa consciénca, no esto suas & duvide. mas apenas 2 jutaoe eno 0s julas em si mess, 0 quai, enquanto modes 1 Ese diy wna eo nents wedaerament dren mie gue dnton mod isc de irs sa pro ‘Motnts eu o pso de mem sabtnc. O endef pei ‘Roca pa dh mets onde sas gio Mu pegs sda mi urn ‘i enedana20 wen mp «dicen ens quer conan meh ‘ene ur quero appr esa eto ho dings aie spit io" Dears Regi mde 04, AE Hp 372 * “para, tance iiss coder apne mem 8038 racer slam the a gm propre fd las pois qu ers uaa sus quinn ee ede ue ao ‘Sn oe guste dem 929 esr ea de ie de pensamento, so, tanto quanto as iis, inqustonves.® mas os jane na medida em que ama ou nega alguma cst de uma ‘Ge, Como responde Descartes 2 uma obj eta por Gassend pba pro a yen dae a noes que sem = M80 Loko des qual confoter impose dearer, mas omelet ‘iRoom eos aon gor Genes etriornente dara €@ 0 Hamelin;® entretant, surpreende-e que Descartes nfo te- sha Seto x divida atacar as idéias mesmas, Para Descartes, argu- iments Hamelin, a operasio exencal © primordial da inthis ‘noo racicinio ono juizo, masa intugo, “Ele wna, 20 menos na tmedida de seu intelecualisme, de reduzir 0 raciocni € 0 juz0 8 inti, quer dizer, &idéa”.* Or, “[..]seabase cima detodo 0 sistema esténasidéae,naturalmente sobre elas deveria ter recat, fntes de tudo, dvida”” Dest modo, previne Hamelin, “bi aan, fos fundamentos do sistema, uma lacuna por onde a construsio fameaga desmorunas« desapareer”. : “Tal ameaga, contudo, fo parece te fndamento.E precse- mente porque reduz 0 juio & idéia que a divide néo pode resic tobe & idéia, Para entender iso, € preciso disinguir caramente ‘onceto de idéia em Descartes: enquanto reaidade formal, idéin € ‘7 -fk peco wnrtnn e oe encontrfiade es ut dro anc uc ue doc ia mia mame uj iu ein pon me verdad ut ee em ew, Lat rr Lat otc, AT T8208, © Hoan, O, op cam. Vl tem ida. 22 © tem ide fem ide

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