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Universidade de Brasília

Departamento de Filosofia
Filosofia Geral e Metafísica
Questões de prova
2/2020

1. No diálogo Parmênides de Platão (130-135) o velho Parmênides admoestra o jovem Sócrates


contra a separação das formas (mestre-em-si, escravo-em-si) das coisas. Com base nos fragmentos 7
a 19 DK de Parmênides, considere esta fricção em termos da transição entre o pensamento da physis
e a metafísica que começa a ser estabelecida pela teoria das formas de Platão. Mostre como em
Parmênides a aparição de qualquer coisa não se confunde com o seu surgimento e nem o seu
desaparecimento com o aniquilamento.

2. Aristóteles, na Metafísica 1015a 10-20, entende que a physis é originalmente ousia. Pensando na
ideia de aletheia, considere como o desvelamento se torna dependente apenas de nossa competência
para a correção (nossa espontaneidade). Considere como, com Aristóteles, surge, segundo
Heidegger na Meditação XXVIII, uma obrigação do pensamento com a correção.

3. O cogito cartesiano introduziu a subjetividade no cerne da substância a partir da experiência da


internalidade da predicação. O cogito aponta para uma incorrigibilidade no espaço daquilo que é
próprio ao ato intencional. Mostre como essa metafísica da subjetividade tornou possível as
posições de Spinoza, de Leibniz, de Kant e de Whitehead.

4. Na monadologia de Leibniz, cada unidade de ação difere de todas as demais em termos das
predicações que a ela são inerentes, de modo que sempre há uma diferença entre unidades de ação
ainda que não haja um substrato ou algo que corresponda à ousia proté aristotélica. Compare essas
unidades de ação com as entidades atuais de Whitehead em termos do caráter único de cada gota de
experiência. Considere como a diferença entre as unidades de ação e de experiência, em Leibniz,
dão uma certa primazia à diferença sobre a presença ainda que dentro de um marco metafísico.
Analise essa primazia em comparação com a noção de différance de Derrida.

5. Na seção 125 de A Gaia Ciência Nietszsche relata acerca do louco que pregou aos ateus no
mercado que Deus morreu. As perguntas acerca de como foi possível apagar o horizonte, secar o
mar e separar a terra do seu sol são entendidas como perguntas acerca de como a metafísica se
tornou possível – e acerca de como o niilismo se tornou preponderante – na interpretação de
Heidegger. Explique como a imagem do assassinato de Deus pode ser entendido como um golpe
cosmopolítico na capacidade das coisas de se apresentarem por si mesmas.

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