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Inclusive Descartes nunca afirmou que a realidade objetiva da ideia de Deus era
infinita;
Descartes afirma que o que está contido na ideia de Deus contém mais realidade
objetiva do que os outros objetos. > Isso significa admitir como finita a realidade de
Deus; isto é, se considerada em sua realidade formal, a mente.
Existe em Deus propriedades que não posso atingir com o pensamento, como a
quantidade de realidade objetiva (isso depende da intelecção clara e distinta das
propriedades)
A ideia de Deus contém todas as perfeições, não é uma ideia imperfeita pois não as
contém de maneira explícita.
Nosso conhecimento de Deus é então finito. Gassendi nota a partir de Descartes que é
necessária a ideia de Deus como infinita.
A ideia de Deus é diferente de todas as outras pois não possibilita qualquer conteúdo
representativo. E ai sim a ideia de Deus enquanto representação pode ser finita e
infinita ao mesmo tempo.
Para Alquié, por outro lado, a ideia de Deus não é uma representação, mas presença.
Sendo assim, se a ideia de Deus para Descartes não é o pensamento, o que é então?
- A ideia de Deus é uma presença em oposição à representação, em oposição à Deus
em sua causa formal
Aula 2: Pedro – Substância em
Descartes
O conceito de substância possui um papel central nas concepções metafísicas
ocidentais e consequentemente em Descartes. A depender da compreensão de
“Substância” podemos nos deparar com uma dificuldade na compreensão de outros
conceitos e propostas, como a metafisica
A partir daí, podemos nos perguntar: Descartes possui uma teoria coerente da
substância? Qual sua teoria da substância? Seria o ser humano uma substância?
Porém, somente a segunda definição irá nos permitir fazer uma articulação com a tese
de Descartes que separa mente e corpo enquanto substâncias diferentes
É bom ressaltar que esses conceitos estão vinculados a um conceito de substância que
Descartes apresenta no apêndice, mas o conceito de independência (causal e
existencial) perpassa toda sua obra
Além disso, há momentos na obra do Descartes que dão espaço para que a primeira
tese seja argumentada,
Existem 2 tipos de substâncias, embora não exista uma distinção essencial entre
pensamento e extensão (já que ambos são substâncias)
A substância pensante – natureza: pensamento
A substância extensa - natureza: largura, altura, profundidade
Em uma resposta a Arnaud, Descartes afirma que concebe clara e distintamente uma
substância como diferente da outra; isso nos leva a fazer a ressalva
A época da filosofia de salões data de 1625 a 1655 (a filosofia era discutida fora das
universidades)
Margaret não acata a teoria da glândula pineal como lugar do espírito. Para ela, não
podemos atribuir um lugar para o racional, outro para o sensível e para o inanimado,
pois ele são difusos e estão misturados. Essa teoria da matéria concorda com a ideia
de que a natureza possui uma única substância, matéria.
Aula 4:
Esta discussão propõe pensar as correções de relativísticas e isso pressupõe o domínio
da segunda parte dos princípios do movimento tem dentro da filosofia de Descartes (os
princípios das coisas materiais) e suas funções. Estamos falando das regras cartesianas
do choque
Das 4 regras de Descartes acerca do método, uma delas propõe que: Não se deve
admitir nada que não se apresente ao espírito tão clara e distintamente que não
exista a mínima ocasião para duvidar. Esta regra (talvez a única regra) inspirada no
estilo do pensamento matemático;
Na 2ª parte Descartes refuta o atomismo, que concorre com sua concepção; Para ele
não há necessariamente uma diferenciação entre o espaço físico e a matéria.
Para Descartes a verdadeira generosidade faz com que o homem se estime no mais
alto ponto que legitimamente se possa estimar.
Embora não haja evidências empíricas de que Machado de Assis tenha lido
Descartes, sua obra reflete que algumas das ideias deste estão de algum modo
presentes naquele. (A ideia de ser o senhor de si mesmo por exemplo está presente
em “Memorias póstumas de Brás Cuba.)
Pensando nisso (que não é possível ser generoso neste mundo), como é possível
pensar uma ética sem generosidade?
Para pensar essa questão é preciso fazer uma ressalva: para Descartes só é possível
lidar com as paixões de modo indireto. Por isso, a moral final de Descartes não cumpre
a moral ideal que ele propõe em suas meditações, inclusive ele mesmo reconhece os
limites do seu próprio projeto (em relação à pretensão de uma teoria do homem total)
A primeira é a condição para o fazer filosófico com rigor. Descartes ressalta que não
basta ter o espírito bom mas é preciso aplica-lo bem.
Isso permite determinar “ser” enquanto ser uma coisa pensante. – Essa primeira
certeza não é abandonada em Descartes em nenhum momento. Só podemos duvidar
se existimos
Para Spinoza, diferente dos filósofos místicos do helenismo tardio, segundo os quais a
infinitude do ser supremo é aquilo que o subtrai a nossa compreensão, a
racionalização do infinito traz como consequência um Deus totalmente raciona. Em
outras palavras: o racionalismo absoluto de Spinoza argumenta que temos uma
compreensão adequada de Deus quando o concebemos como ser infinito, já que se
apresenta a partir da infinidade de atributos.
Para Spinoza, por outro lado, o conceito de finito precede a noção de finito nos 3
aspectos: lógico, epistemológico e ontológico e seu argumento repousa sobre o
princípio de razão suficiente. (Tudo existe se não houver causa ou razao para sua não
existência.) Spinoza não abre mão da noção de eficiência (causa eficiente) em sua
noção de causa suis.
O ser infinito existe em virtude de sua própria natureza, sendo causa de si mesmo,
sendo a causa necessária de tudo que é concebível. Por isso Deus é a causa de todas
as coisas e causa de si.
A racionalização do ser finito em Descartes deriva da exigência de causa ou razão, em
que Deus é causa. Além disso, partindo de sua ontologia da potência (em que ser é agir
e produzir efeito) a potência de Deus é sua própria essência.
Sua tese central é a de que Deus é a causa imanente e não apenas transitiva de todas
as coisas. Não há causa eficiente de si mesmo, então a noção de auto causação é
ininteligível se pensarmos os objetos da experiência sensível. Deus faz-se conhecer
por si mesmo.
Teodisseia é entao a tentativa racional de justificar Deus frente a presença do mal (que
pode ser físico, moral ou metafísico)
Além disso, para Descartes, diante de Deus o conhecimento humano pode se tornar
frágil.
Para Descartes também, não é possível afirmar que Deus não poderia criar algo
simplesmente por este algo ser contraditório a partir da nossa lógica. Não podemos
investigar a razão da criação. Se não há razão para criação, não há razão para justificar
a criação e nem mesmo Deus. E como afirmado anteriormente, a necessidade de
acesso às razões da criação seria um dos 3 pressupostos para abordar a Teodisseia
Ou seja: é preciso que o conhecimento do homem não seja abordado enquanto algo
tão inconsistente e frágil para que se possa assim salvaguardar a ação de Deus.
Para Leibniz as verdades eternas não dependem da vontade de Deus, mas de seu
entendimento e a criação não é indiferente, mas está ligada à essência divina.
Neste ponto encontramos outra disjunção entre sua teoria e a teoria de Descartes, que
argumenta que não é possível investigar a razão da criação.
Corpo e mente podem, em alguns momentos de sua obra, ser compreendidos como
unidade por composição. Mas no caso dos signos das paixões, corpo e mente devem
ser entendidos a partir da união substancial;
Diante disso, coloca-se a pergunta: como caracterizar os signos exteriores das paixões
na teoria dos signos de Descartes, que trata dos signos mentais (sensações) e signos
linguísticos (palavras faladas e escritas)?
É bom ressaltar que a união entre a alma e o corpo é uma unidade por composição (a
união é ela mesma rompida por um registro dualista)
É importante pensar que é o dualismo da relação mente e corpo que poderia dar a
marca distintiva entre homens e animais.
Uma das hipóteses possíveis para responder a essa questão é que os signos das
paixões só seriam vistos como expressão de alma nos entes que também fossem
capazes de usar a linguagem verbal, isto é, nos humanos, e não nos animais.
Como já dito, o signo é a expressão direta do significado. Para Descartes existe uma
diferenciação entre signos naturais (signos corporais) e sensações (função
representativa - signos mentais). Com isso, os corpos são ao mesmo tempo signo e
significado, ao contrário das palavras.
Para dar conta dos signos das paixões, é preciso entender como a união da alma com o
corpo nos dá acesso a um conhecimento empírico que faz do corpo a manifestação da
alma reintroduzindo a analogia na teoria da representação
Será que a tese da união entre alma e corpo propõe que signo e o que ele significa no
caso da relação de identidade numérica entre os entes comparados? Parece que não.
Para Descartes os signos exteriores das paixões é justamente a confusão entre signo e
significado que garante a clareza da relação de significação, assim como no caso dos
signos sensíveis que denotam objetos exteriores. É a relação arbitraria que permite a
representação.