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Relatório de filosofia

A aula teve início na leitura do relatório da aula anterior, e no tratamento de assuntos da


direção de turma por parte do professor, tais como a colocação da nova professora de matemática e
a recuperação dos conteúdos perdidos da disciplina.
Em seguida, começámos a filosofia revendo a matéria das aulas passadas, sobre o
conhecimento e a crítica de Gettier, mais especificamente, que é necessário que haja uma crença
verdadeira justificada para haver conhecimento, mas não é suficiente, porque pode haver exceções.
Após a conclusão das revisões, trazemos um novo filósofo a estudar – Renée Descartes. Os
alunos, então, foram questionados acerca do que sabiam sobre este filósofo. Recordou-se que
Descartes, para além de filósofo, também foi o matemático que inventou o famoso referencial
cartesiano constituído por dois eixos (abcissas e ordenadas), que é bastante importante no nosso dia
a dia, pois permite-nos interpretar coordenadas, e deu-se o exemplo do GPS que deve ter pontos
cartesianos bem definidos para podermos localizar o nosso destino. Este referencial, para além de
ser usado na geometria analítica, também é usado nas funções, ou seja, é fundamental para o
estudo de vários ramos da matemática. De acordo com Descartes “Se um mês tem 31 dias, 30 são
para a ciência e 1 é para a filosofia” e, para nós fazermos um bom trabalho científico e filosófico,
temos de ter a dúvida como condição básica – ou seja ter uma atitude cética. Entendemos que
muitas vezes o ser humano ignora a dúvida, por exemplo, em relação à ciência, já que esta é tão
credível, e nunca o devemos fazer, de acordo com Descartes.
Entretanto, o professor deu o exemplo da Mossad, o serviço de inteligência israelita, que era
considerado o mais eficaz de todos os países, há uns anos. Porém podemos concluir que atualmente
já não é, devido aos ataques que ocorreram em Israel, pois mostra que um país que está
constantemente a ser atacado talvez não tenha um serviço de inteligência tão eficiente. O que este
exemplo nos quer dizer é que os israelitas não sabem o que se passa nas costas deles, permitindo
que entrem indivíduos no seu país para os atacar, por começarem a confiar demasiado nos outros e
deixar de colocar em questão o mais importante, a dúvida, já que estamos sempre a evoluir. Posto
isto, nem a ciência pode confiar na sua credibilidade, como por exemplo a teoria do geocentrismo de
Copérnico, que diz que a Terra está no centro do universo, e, embora seja uma teoria científica, está
errada, e só é possível sabê-lo devido ao facto de duvidarem dela.
Em seguida voltámos ao Descartes, e aprendemos alguns aspetos da sua vida. O facto de ele
ser uma criança muito frágil, fazia com que o seu pai o deixasse passar muito tempo na cama, e
durante esse tempo todo que ele passava na cama, ele ocupava a sua mente a pensar e meditar, e
assim ele criou grande parte da sua filosofia. Também aprendemos que ele viajou durante toda a sua
vida por toda a Europa, ficando muitos anos na Holanda por ser um país com uma grande liberdade
intelectual. Mesmo assim, Descartes nunca ficava no mesmo sítio durante muito tempo para se
manter anónimo e se dedicar ao conhecimento.
Depois lemos a seguinte frase do PowerPoint:
 Descartes é crítico face ao saber do seu tempo, por o considerar: disperso, avulso e
confuso.
 Faltava rigor, devido à incapacidade de saberem distinguir o verdadeiro do falso.
Faltava fundamento, coerência e método.
O que isto nos quer dizer é que é necessário criar um método que esclareça e clarifique as coisas,
usando fundamento coerência e método, e procurando fugir à confusão e à dispersão. Se o
problema é a desordem e o erro, deve-se procurar ordem, certeza, rigor e sobretudo união.
Analisámos a metáfora da árvore do conhecimento, pois numa árvore tem de haver unidade, senão
esta não consegue viver. Nesta árvore podemos observar a raiz que é a metafísica, no tronco a física,
e nos ramos a matemática, a astronomia, a filosofia, etc. Tal como a árvore tem a sua raiz que
fornece alimento e suporte à árvore, a metafísica sustenta e fundamenta o conhecimento, levando à
física que por sua vez leva aos outros ramos do conhecimento. Falámos de uma das ideias da
metafísica de Descartes, a frase “se penso logo existo”, que é o ponto de estrutura e suporte do seu
pensamento, pois é uma ideia indubitável (não podemos colocar em dúvida). Depois os alunos
deram argumentos contra e a favor desta ideia, mas no fim concluímos que é verdadeira, já que eu
tenho consciência de mim próprio.
A seguir lemos outro parágrafo do PowerPoint:
“Descartes esperava mostrar que havia unidade entre os diferentes ramos do
conhecimento, alicerçados na matemática e na observação direta sobre os fenómenos em vez da
crença bíblica e em Aristóteles.” Onde o alicerce é o fundamento e a base, e lemos a página 22 do
manual que nos explica então que uma boa ideia base é aquela que não necessita de outras para a
justificar, tal como o “penso logo existo” porque é uma ideia simples e óbvia.
Depois o professor apresentou as quatro regras de Descartes para o método cartesiano, que
inicialmente seriam as regras para a orientação do espírito que ele acabou por não publicar visto que
com tantas regras não é possível orientar o espírito e o mais provável era desorientá-lo.
1. A primeira regra é a regra da clareza e da evidência – não aceitar nada como certo a não
ser que seja óbvio como um objeto físico que vemos à nossa frente, e duvidar até
distinguir o verdadeiro do falso.
2. A segunda regra é dividir o problema em partes, ou seja, subdividir analiticamente o
problema em elementos simples, isolando-os. Isto permite-nos compreender melhor
conceitos e funções.
3. A terceira regra é a regra da composição – temos de voltar a compor as coisas
começando pelos objetos mais simples de maneira a chegarmos às partes mais
complicadas aos poucos. Por exemplo, nos trabalhos de grupo e ensaios devemos
construir um mapa conceptual que ajuda na articulação e na montagem de conceitos.
4. A quarta regra é rever todo o nosso trabalho para verificar se está tudo bem feito, e
encontrar possíveis erros, para aumentar as nossas hipóteses de chegar à perfeição.

Por fim lemos um excerto do livro do professor, que falava da história de Descartes e do seu
envolvimento com a rainha da Suécia, que eles tentaram esconder, mas os cortesãos repararam e,
por ciúmes, envenenaram Descartes com cianeto, matando-o. Assim Descartes perdeu a vida, o seu
amor e tudo.
Realizámos as tarefas propostas, o professor deu o feedback e terminou assim a aula.fgcf

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