Você está na página 1de 11

RAZÃO E EXPERIÊNCIA

Inicio:

Depois dos filósofos gregos jônicos, as crenças mitológicas


começaram a ceder lugar ao saber racional. A ideia de caos
começou a ser substituída pelo conceito de cosmo. Dentro
desse conceito, o universo passou a ser encarado como algo
ordenado, harmônico e previsível, capaz de ser compreendido
racionalmente pelo ser humano. Um dos principais temas
discutidos pelas filosofia foi o problema do conhecimento, ou
seja, para compreender a realidade e a si próprio, buscou-se
entender a própria capacidade de compreensão e formação do
conhecimento.
O filósofo inglês Francis Bacon (1561- 1626) foi responsável
pela criação do método indutivo no século XVII. O método
indutivo é uma forma de raciocínio que parte da observação.
Somente a partir dessa análise é possível desenvolver uma
teoria, na qual serão apresentadas premissas com o intuito de
chegar a conclusões que podem ou não serem verdadeiras.
Tem como principal característica a percepção dos
Método Indutivo fenômenos e a argumentação baseada em premissas. As etapas
do método científico envolvem:
de Investigação • Observação;
Científica • Questionamento;
• Construção de hipóteses;
• Experimentação;
• Análise das hipóteses;
• Conclusão.
Formas de Indução:
• Completa ou informal;
• Incompleta ou científica.
Segundo Bacon, a figura dos ídolos estava baseada em falsas
noções e hábitos mentais incutidos na mentalidade dos
homens. Para ele, a crença nos ídolos prejudicava o avanço
da ciência e da racionalidade humana. Dessa forma,
rejeitou o pensamento da filosofia medieval escolástica, a
qual esteve baseada em noções abstratas.

Teoria dos Ídolos Foi em sua obra Novo Instrumento que ele apresentou os
quatro gêneros de ídolos que geram falsas noções:
• Ídolos da tribo;
• Ídolos da caverna;
• Ídolos do mercado ou do foro;
• Ídolos do teatro.
O método experimental matemático foi um modo que
Galileu Galilei criou para comprovar a veracidade de seus
estudos. Assim como o método científico, ele possui algumas
etapas. São elas:
Galileu Galilei e o
• Observação: nessa fase primária, é necessário analisar
Método visualmente e documentar o objeto de estudo;

Experimental • Lei: parte que propomos uma sequência de ação e reação


dos fatos observados;
Matemático • Modelo: explica cientificamente os elementos que
organizam a lei;
• Equação: nessa etapa, mesmo com um nome que remete a
matemática, na maioria dos experimentos ela não é
essencial. Aqui, associamos as variáveis possíveis dos
modelos;
• Previsão: fase final em que unimos todos os fatos do objeto
de estudo e sustentamos um presságio de reações futuras.
Olhamos para o céu e vemos que está repleto de
nuvens escuras (observação) e, logo, deduzimos
que irá chover (lei). Após isso, podemos afirmar
que, se o céu apresenta nuvens escuras, existe água
condensada, mas se não existe nuvens escuras, não
há presença de água condensada, não havendo
Exemplo chuva (modelo). Porém, se aparecer um vento
muito forte, mesmo se existe nuvens escuras no
céu, elas podem ser levadas para longe, desviando
o rumo da chuva (equação). A análise de toda essa
situação ao longo de anos se denomina previsão,
pois podemos padronizar elementos e ter um
presságio em momentos futuros.
René Descartes foi o principal pensador da corrente
racionalista e também o influenciador da Filosofia
Moderna. Sua corrente filosófica se dedicava a discutir as
origens e possibilidades do conhecimento, acreditando que
somente por meio da razão é possível atingir a verdade
absoluta, além de defender que todo o pensamento
Descartes e deveria seguir a lógica matemática, significando que o
funcionamento do pensamento matemático levaria uma
Racionalismo verdade a outra pela lógica dedutiva.
Essa percepção de Descartes o leva a crer que há ideias
inatas perfeitamente racionais, como as ideias matemáticas
e noções categóricas, afastadas da influência das percepções
sensoriais Esse processo lógico recebeu o nome de
Método Cartesiano e seguia 4 regras principais que
acreditavam que levariam a razão absoluta.
REGRA DA EVIDÊNCIA
Só pode receber o valor de verdade aquilo que seja
evidente, o que para Descartes significava aquilo que é claro
e distinto, e não o que é evidente pelos nossos sentidos.
REGRA DA ANÁLISE
Descartes defendia dividir as dificuldades em partes
menores e analisar cada problema de forma individual e
Descartes sistematicamente , não em sua complexidade total.
e Racionalismo REGRA DA SÍNTESE
Tais análises devem ser realizadas do mais simples para o
mais complexo, ordenando o raciocínio para a solução.
REGRA DA ENUMERAÇÃO
Todo o processo deve ser revisto do início ao fim para que
as conclusões obtidas sejam confirmadas e nada fique de
fora.
Ao contrário do Racionalismo, que segue uma base lógica
e isenta do pensamento por seus sentidos, a corrente
filosófica do Empirismo prega que o ponto de partida
para os conhecimentos é a própria experiência e
sensibilidade, muitas vezes sujeita a erros, o que torna o
Empirismo uma corrente muito duvidosa.
O filósofo John Locke, conhecido como “pai do
John Locke e empirismo”, usava como exemplo uma folha em branco
para comparar a mente do homem e seu conhecimento,
Empirismo para ele, a nossa estrutura cognitiva e pensamentos são
adquiridos a partir do momento em que começamos a
viver, o que preenche a folha. Além disso, o empirismo
crítico de Locke, não separava o corpo e a alma,
defendendo que estes compõem o ser humano
simultaneamente, sendo ideais para a compreensão de
nossos sentidos e experiência prática.
Conhecimento a priori é o conhecimento que é
justificado independentemente de (ou antes de)
experiência. Ou seja, não preciso recorrer à
observação para saber se a afirmação é verdadeira
ou falsa. Basta uma análise de conceitos.
A priori e a
Conhecimento a posteriori (posterior a), por
posteriori outro lado, é aquele baseado na experiência ou
na observação. É necessário observar o mundo
para verificar se de fato tenho ou não razão. Por
isso se diz que é um conhecimento posterior à
experiência.
Embora o exemplo apresentado acima de conhecimento a
priori seja uma afirmação trivial, nem todo conhecimento
dessa natureza tem essa mesma característica. Pense na
matemática. A afirmação “2 + 2 = 4” é verdadeira a
priori. Ou seja, não precisamos da experiência para saber
se isso é verdade ou não. Tudo o que envolve matemática,
seus teoremas, a geometria, a lógica é conhecimento a
priori, e, no entanto, tem grande valor.
A priori e Por outro lado, as ciências, como a física, a biologia, a
psicologia são conhecimentos a posteriori. Isso quer dizer
a posteriori que elas dependem da experiência para saber se suas
teorias são verdadeiras ou não. Se um matemático pode
fazer seu trabalho sentado em sua sala, com um caderno
em mãos, o mesmo não pode o cientista. Para verificar
suas teorias depende da experiência e, portanto, tem que o
observar o mundo, fazer pesquisa, experimento, para saber
se tem ou não razão.

Você também pode gostar