Você está na página 1de 22

FILOSOFIA DA CIÊNCIA

- O racionalismo é uma corrente


filosófica que defende que o
conhecimento é dado pela razão.
Essa corrente se contrapõe ao
empirismo, que defende que o
conhecimento é dado pela
experiência.

- Para os racionalistas, a razão


humana é capaz de alcançar a
verdade por si só, sem a necessidade
da experiência. Essa verdade é
universal e eterna, e não está sujeita
a mudanças.
- Um exemplo de como o conhecimento é dado pela razão pode ser visto na
matemática. A matemática é um sistema lógico que é válido
independentemente da experiência. Por exemplo, a fórmula 2+2=4 é válida
para qualquer situação, mesmo que nunca tenhamos visto dois objetos sendo
somados a dois outros objetos.

- Outro exemplo é a lógica. A lógica é um conjunto de regras que nos permite


chegar a conclusões corretas a partir de premissas verdadeiras. Por exemplo,
a premissa "Todos os homens são mortais" e a premissa "Sócrates é homem"
nos levam à conclusão "Sócrates é mortal".

- Os racionalistas acreditam que a razão é a única fonte de conhecimento


confiável. Eles argumentam que a experiência é falível, pois pode ser
distorcida pelos nossos sentidos ou por nossas emoções. Por isso, eles
afirmam que a razão é o único meio de alcançar a verdade absoluta.

- Alguns dos principais filósofos racionalistas são René Descartes, Baruch


Spinoza e Gottfried Wilhelm Leibniz.
René Descartes e Karl Popper

René Descartes Karl Popper


Descartes defendeu uma abordagem sistemática para Popper propôs a ideia do racionalismo crítico, que diz
sistemática para descobrir o conhecimento e é famoso que diz que a verdade deve ser procurada com base
famoso por seu aforismo "Penso, logo existo". base em argumentos e testes empíricos.
RACIONALISMO Racionalismo Cartesiano:
EU - duvida metódica
(contestação da
realidade); relação entre
pensamento e corpo –
observação.

Racionalismo Crítico:
conhecimento falível e
corrigível; produzir
ciência psicológica sobre
processos que não são
observáveis ( assertivas
científicas X assertivas
metafísica)
RACIONALISMO
- Para o racionalismo, o conhecimento é obtido através da razão, que é a
faculdade humana de pensar, julgar e argumentar. O racionalismo defende que a
razão é a única fonte de conhecimento verdadeiro, pois os sentidos são falhos e
podem nos enganar.

- Descartes, um dos principais filósofos racionalistas, desenvolveu um método


para alcançar o conhecimento verdadeiro. Esse método, conhecido como método
cartesiano, consiste em duvidar de tudo que é possível duvidar, até chegar a
uma verdade que seja indubitável.

- Descartes começou sua dúvida metódica duvidando de tudo o que havia


aprendido, inclusive da existência do mundo exterior. Ele argumentou que,
se ele pudesse duvidar de tudo, então ele mesmo também poderia ser um
produto da imaginação. No entanto, ele percebeu que, para duvidar, ele
precisava ser capaz de pensar. E, se ele era capaz de pensar, então ele tinha
que existir.
RACIONALISMO
- A partir dessa conclusão, Descartes formulou o famoso argumento do "cogito, ergo sum"
(penso, logo existo). Esse argumento afirma que a existência do eu pensante é a única coisa
que se pode saber com certeza.

- Após ter alcançado essa certeza, Descartes passou a reconstruir o conhecimento a partir da
razão. Ele argumentou que, se ele existia, então Deus também tinha que existir. Ele chegou a
essa conclusão argumentando que, se ele era capaz de pensar, então ele tinha que ter sido
criado por uma mente mais perfeita do que a dele.

- A existência de Deus, para Descartes, era importante porque garantia a veracidade da razão.
Se Deus é perfeito, então ele não nos enganaria. Portanto, os nossos pensamentos, baseados
na razão, também eram verdadeiros.
RACIONALISMO
- A partir dessas premissas, Descartes desenvolveu uma série de
ideias sobre a natureza do conhecimento, da realidade e do ser
humano. Ele argumentou que a mente humana é diferente do
corpo, e que o corpo é uma máquina. Ele também argumentou que
o objetivo da vida humana é alcançar a felicidade, que é obtida
através da virtude.

- O racionalismo de Descartes teve uma grande influência no


pensamento ocidental. Suas ideias foram desenvolvidas por outros
filósofos, como Spinoza e Leibniz, e continuam a ser discutidas até
hoje.
RACIONALISMO

- Exemplos de como ocorre o conhecimento para o racionalismo


segundo Descartes:

:: Um matemático descobre uma nova fórmula matemática através da


dedução lógica.

:: Um cientista desenvolve uma nova teoria científica através do raciocínio


lógico.

:: Um filósofo elabora um novo argumento filosófico através da argumentação


racional.

- Em todos esses casos, o conhecimento é obtido através da razão, que é a


faculdade humana de pensar, julgar e argumentar.
RACIONALISMO

- Para aplicar o método cartesiano, é preciso seguir quatro regras:

1.Dúvida universal: duvidar de tudo que é possível duvidar, inclusive da própria


existência.

2.Análise: dividir os problemas em partes menores e mais fáceis de resolver.

3.Síntese: reconstruir o conhecimento a partir de partes seguras.

4.Enumeração: verificar se todas as conclusões são consistentes.


RACIONALISMO
- Exemplo: Um matemático está tentando provar um teorema. Ele começa duvidando de tudo que
ele sabe sobre o teorema, inclusive de suas próprias conclusões anteriores. Ele então divide o
problema em partes menores e mais fáceis de resolver. Ele utiliza a razão para reconstruir o
conhecimento a partir dessas partes, e verifica se todas as suas conclusões são consistentes. Se
ele não encontrar nenhuma inconsistência, então ele pode concluir que o teorema é verdadeiro.

- Um cientista está tentando desenvolver uma nova teoria científica. Ele começa duvidando de tudo
que ele sabe sobre o assunto, inclusive das teorias existentes. Ele então observa o mundo e
coleta dados. Ele utiliza a razão para analisar os dados e desenvolver uma nova teoria. Ele então
testa a teoria para ver se ela é consistente com os dados. Se a teoria é consistente com os
dados, então ele pode concluir que ela é verdadeira.

O método cartesiano é uma ferramenta pode ser utilizada para investigar uma ampla
gama de problemas. Ele é utilizado na matemática, na ciência, na filosofia e em outras áreas
do conhecimento.
Racionalismo Crítico

- O Racioanlismo crítico de Karl Popper é uma corrente filosófica que defende que o
conhecimento é obtido através de um processo de crítica e refutação. Popper rejeita o
indutivismo, que defende que o conhecimento é obtido através da observação e da
generalização.

- Para Popper, o conhecimento científico é obtido através de um processo de tentativa e


erro. As hipóteses são propostas e testadas, e se elas forem refutadas, são abandonadas.
As hipóteses que resistem aos testes são consideradas científicas, mas nunca podem ser
consideradas verdadeiras.

- Para Popper, a ciência não é um processo de acumulação de conhecimento, mas sim um


processo de falsificação de hipóteses. Uma hipótese científica é considerada verdadeira
até que seja refutada por uma observação ou experiência.

- Popper chama esse processo de falsificável, pois uma hipótese científica é falsificável se
houver a possibilidade de que ela seja refutada por observações ou experiências. Uma
hipótese que não é falsificável não é científica, pois não pode ser testada.

- Popper chama esse processo de "raciocínio crítico". O raciocínio crítico é um processo de


análise e avaliação de uma hipótese, procurando por evidências que possam refutá-la.
Racionalismo Crítico – exemplos:

Um cientista propõe a hipótese de que a gravidade é uma força. Ele testa


essa hipótese realizando experimentos com corpos em queda livre. Se os
experimentos confirmarem a hipótese, então ela será considerada
científica. Se os experimentos refutarem a hipótese, então ela será
abandonada.

Um filósofo propõe a hipótese de que o livre-arbítrio é uma ilusão. Ele


testa essa hipótese realizando argumentos filosóficos. Se os argumentos
confirmarem a hipótese, então ela será considerada científica. Se os
argumentos refutarem a hipótese, então ela será abandonada.

Em ambos os casos, o conhecimento é obtido através de um processo


de crítica e refutação de hipóteses. As hipóteses que resistem aos
testes são consideradas científicas, mas nunca podem ser
consideradas verdadeiras.
RACIONALISMO CRÍTICO
- Popper acreditava que o racionalismo crítico era uma maneira melhor de desenvolver o
conhecimento científico do que o método indutivo. O método indutivo, segundo Popper, é
arriscado, pois pode levar a conclusões que são falsas. O racionalismo crítico, por outro
lado, é mais seguro, pois evita a aceitação de hipóteses que podem ser refutadas.
- O racionalismo crítico de Popper teve uma grande influência no pensamento científico.
Ele é utilizado por cientistas de diversas áreas para desenvolver novas teorias e testar
hipóteses.

Na Cognição: ênfase no inatismo e construtivismo. Popper - são necessários e


complementares: crítica ao indutivismo (cisne branco - essa hipótese foi considerada
verdadeira por séculos, até que, em 1697, o naturalista holandês Willem de Vlamingh
descobriu um cisne negro na Austrália. Essa descoberta refutou a hipótese, que teve que
ser modificada para incluir a possibilidade de existirem cisnes negros.

= Paradigma
- O raciocínio crítico é um processo importante para o avanço
da ciência. Ele ajuda a garantir que as hipóteses científicas
sejam testadas e refinadas, levando ao desenvolvimento de
conhecimento mais preciso e confiável.
Exemplos:
- Um médico pode usar o raciocínio crítico para analisar os
sintomas de um paciente e chegar a um diagnóstico.
- Um advogado pode usar o raciocínio crítico para analisar as
evidências de um caso e defender seu cliente.
- Um cientista político pode usar o raciocínio crítico para
analisar os dados de uma pesquisa e tirar conclusões sobre
um determinado fenômeno.
- O raciocínio crítico é uma habilidade essencial para qualquer
pessoa que deseja pensar de forma crítica e tomar decisões
informadas.
O método dedutivo é um tipo de raciocínio lógico que
parte de premissas gerais para chegar a uma
conclusão específica. O método indutivo, por outro
lado, parte de premissas específicas para chegar a

Método indutivo uma conclusão geral.

e dedutivo No método dedutivo, as premissas são consideradas


verdadeiras, e a conclusão é uma consequência lógica
das premissas. Se as premissas são verdadeiras,
então a conclusão também é verdadeira.

No método indutivo, as premissas não são


consideradas verdadeiras com certeza. Elas são
apenas observações ou evidências que sugerem uma
conclusão. A conclusão é uma hipótese, e ela pode ser
refutada por novas observações ou evidências.
- Um exemplo de método dedutivo:

- Premissa 1: Todos os homens são mortais.

- Premissa 2: Sócrates é um homem.

- Conclusão: Sócrates é mortal.

Neste exemplo, as premissas são consideradas verdadeiras. A primeira premissa é uma generalização, e a segunda
premissa é uma afirmação específica. A conclusão é uma consequência lógica das premissas.

-Um exemplo de método indutivo:

- Observação 1: todos os cisnes que eu vi são brancos.

- Observação 2: todos os cisnes que meus amigos viram são brancos.

- Observação 3: todos os cisnes que foram descritos em livros são brancos.

- Conclusão: todos os cisnes são brancos.

Neste exemplo, as premissas não são consideradas verdadeiras com certeza. Elas são apenas observações que
sugerem uma conclusão. A conclusão é uma hipótese, e ela pode ser refutada por novas observações.
O método dedutivo é mais seguro do que o método indutivo, pois as premissas
do método dedutivo são consideradas verdadeiras. No entanto, o método
dedutivo pode ser menos criativo do que o método indutivo, pois ele é limitado
pelas premissas.

O método indutivo é menos seguro do que o método dedutivo, pois as


premissas do método indutivo não são consideradas verdadeiras com certeza.
No entanto, o método indutivo pode ser mais criativo do que o método
dedutivo, pois ele permite que novas ideias sejam desenvolvidas.

Os dois métodos são usados em diferentes áreas do conhecimento. O método


dedutivo é mais comumente usado na matemática, na lógica e na filosofia. O
método indutivo é mais comumente usado na ciência, na história e na
sociologia.
As contribuições do racionalismo cartesiano e do racionalismo crítico para a psicologia
cognitiva:

Acentuação da importância da razão: o racionalismo defende que a razão é a principal


fonte de conhecimento, tanto para o indivíduo quanto para a ciência. Isso ajudou a
impulsionar a pesquisa psicológica sobre os processos cognitivos, como a atenção, a
memória e o raciocínio.
Defesa do método científico: o racionalismo defende o método científico como o método
mais adequado para a investigação do conhecimento. Isso ajudou a legitimar a psicologia
como uma ciência, e a estabelecer métodos de pesquisa rigorosos para a investigação dos
processos cognitivos.
Influência sobre os modelos de cognição: o racionalismo influenciou o desenvolvimento de
modelos de cognição que enfatizam a importância da razão e da lógica. Esses modelos,
como o modelo de processamento da informação, foram fundamentais para o
desenvolvimento da psicologia cognitiva.
Alguns exemplos de como as contribuições do racionalismo cartesiano e do racionalismo
crítico podem ser observadas na psicologia cognitiva:

A pesquisa sobre a atenção: o racionalismo defende que a atenção é um processo


cognitivo fundamental, que permite ao indivíduo selecionar informações relevantes do
ambiente. Isso ajudou a impulsionar a pesquisa sobre os mecanismos da atenção, como a
atenção seletiva e a atenção dividida.
A pesquisa sobre a memória: o racionalismo defende que a memória é um processo
cognitivo complexo, que envolve a codificação, a recuperação e a retenção de informações.
Isso ajudou a impulsionar a pesquisa sobre os diferentes tipos de memória, como a memória
de trabalho, a memória de longo prazo e a memória semântica.
A pesquisa sobre o raciocínio: o racionalismo defende que o raciocínio é um processo
cognitivo que permite ao indivíduo chegar a conclusões lógicas a partir de premissas. Isso
ajudou a impulsionar a pesquisa sobre os diferentes tipos de raciocínio, como o raciocínio
dedutivo e o raciocínio indutivo.
- Mais exemplos:

- As ciências psicológicas estudam os processos mentais, que não são diretamente observáveis.
Por isso, as assertivas científicas da psicologia são necessariamente diferentes das assertivas
metafísicas.

- As assertivas científicas são baseadas em evidências e podem ser testadas por meio de
experimentos. As assertivas metafísicas, por outro lado, são baseadas na opinião ou na crença, e
não podem ser testadas por meio de experimentos.

- Um exemplo de assertiva científica da psicologia é a afirmação de que a memória é um


processo cognitivo que envolve a codificação, a recuperação e a retenção de informações.
Essa afirmação pode ser testada por meio de experimentos que estudam como as pessoas
codificam, recuperam e retêm informações.

- Um exemplo de assertiva metafísica da psicologia é a afirmação de que a mente é uma entidade


separada do corpo. Essa afirmação não pode ser testada por meio de experimentos, pois não é
possível observar diretamente a mente.
- Exemplos específicos de como as ciências psicológicas
estudam processos que não são observáveis:

- A psicologia cognitiva estuda os processos mentais que estão envolvidos no pensamento, na aprendizagem
e na memória. Esses processos não são diretamente observáveis, mas podem ser estudados por meio de
experimentos que investigam o comportamento humano.

- A psicologia social estuda os processos mentais que estão envolvidos nas interações sociais. Esses
processos não são diretamente observáveis, mas podem ser estudados por meio de experimentos que
investigam a influência social sobre o comportamento humano.

- A psicologia clínica estuda os processos mentais que estão envolvidos nos transtornos mentais. Esses
processos não são diretamente observáveis, mas podem ser estudados por meio de experimentos que
investigam os sintomas e as causas dos transtornos mentais.

- As ciências psicológicas estudam os processos mentais, que não são diretamente observáveis. As
assertivas científicas da psicologia são baseadas em evidências e podem ser testadas por meio de
experimentos. As assertivas metafísicas, por outro lado, são baseadas na opinião ou na crença, e não
podem ser testadas por meio de experimentos.

Você também pode gostar