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ARTIGOS

RACIONALISMO
RACIONALISMO: A FILOSOFIA DA RAZÃO

JANAÍNA OLIVEIRA RAMOS*, 


KATIANE OLIVEIRA DOS SANTOS*.

RESUMO

O racionalismo é a doutrina que afirma que tudo existente em nosso redor tem uma
causa inteligível, mesmo que não possa ser demonstrado de fato como a origem do
universo. Privilegia a razão como via de acesso ao conhecimento em detrimento da
experiência do mundo sensível. Considera a dedução como método superior de
investigação filosófica tendo como a única autoridade: a razão. O pioneiro do
racionalismo foi René Descartes que contra argumentos da fé medieval a filosofia
moderna recupera o conceito de razão, exaltando a à supremacia da apreensão do
mundo, os pensadores modernos expressavam atitudes anti-religiosa, anticlerical, e é
inaugurado o que se evidencia em um mito da modernidade: a visão religiosa
incompatível com a ciência, destroem os principais da autoridade que era a bíblia, os
grandes filósofos erigiam o dogma, mais sim o principio da realidade, da experiência e
o da própria razão. É uma filosofia profana e crítica baseada nos paradigmas da
racionalidade, da experiência e natureza. 

FONTE: https://www.webartigos.com/artigos/racionalismo-a-filosofia-da-
razao/65273/#ixzz4zqREYk9d

A expressão racionalista tem assumido na história da filosofia diversos matizes que incorporam
conceitos bem variados, inclusive antagônicos. Pode-se, por exemplo, contrapor o
racionalismo ao irracionalismo, e também ao empirismo, com implicações conceituais
completamente distintas. Por conta disso, muitas discussões se tornam estéreis, quando não
se oferece um tratamento conceitual rigoroso dos termos empregados. A posição racionalista,
como antítese do irracionalismo, compreende um conjunto de proposições formais e fatuais
que apresenta evidências para a sua aceitação, enquanto o irracionalismo rompe com
qualquer estratégia cognoscitiva tencionada a justificar de forma inteligível a sua escolha. O
racionalismo, como contraponto ao empirismo, busca ser uma interpretação a priori da
realidade, prescindindo de fundamentação empírica, por entender ser a razão pura suficiente
para tal fim. O empirismo, nesse caso, consiste na corrente filosófica que sustenta ser a
experiência a origem e o fundamento das asserções sintéticas (não analíticas), que interessam
à ciência. No sentido adotado aqui, o termo racionalismo deve ser entendido como um
contraponto ao irracionalismo, de modo que qualquer programa cognoscitivo voltado a
oferecer uma explicação inteligível da realidade é, nesse caso, racionalista.
O racionalismo cartesiano

René Descartes (1596-1650), tradicionalmente considerado o pai da filosofia moderna,


desenvolveu uma gnosiologia de caráter apriorista, com o propósito de resolver questões
relativas à origem e possibilidade do conhecimento, bem como oferecer um método adequado
e seguro para se atingir a verdade. Segundo Descartes, esse método seguro e indubitável,
proposto por ele, não pode ser de caráter empírico, tendo em vista a origem pouco confiável
das informações sensoriais. Também entende que o conhecimento natural não pode estar
condicionado à fé revelada, devendo o intelecto humano apoiar-se em uma fonte
racionalmente segura que, segundo ele, compreende um procedimento estritamente a priori,
prescindindo, portanto, de conteúdo empírico e elementos de fé.

O método cartesiano consiste de duas etapas: a intuição intelectual e as deduções subsidiárias.


A primeira compreende o ponto arquimediano, isto é, a base rochosa colimada por Descartes;
a segunda implica as ilações que são feitas a partir da evidência extraída da primeira. Mas, que
evidência seria essa? Uma certeza apodítica, da qual não se pode ter a menor dúvida, que
Descartes consagrou com a máxima: cogito ergo sum (penso, logo existo). Assim, para quem
almeja, como Descartes, uma certeza indubitável, a clareza e a distinção são critérios
insuficientes, já que podem dar margem a engano.

Desse modo, servindo-se da intuição intelectual do cogito, Descartes deduz diligentemente


todas as outras possibilidades logicamente possíveis, tais como a existência necessária de
Deus, como substância pensante perfeita, que infunde no cogito (substância pensante
imperfeita, porque duvida) a ideia de perfeição, já que esta não pode ser criada por uma
substância imperfeita; a certeza das verdades matemáticas e geométricas, da existência do
mundo e de todo o seu mobiliário, que se apresentam de forma clara e distinta.

Como crítica ao método cartesiano, podemos dizer que ele é fruto de um raciocínio
basicamente apriorista e, em função disso, compreende uma atividade racional desvinculada
da experiência empírica, ou seja, não entra no domínio do que é fatual. A rigor, a razão pura,
por melhor exercitada que seja, não é condição suficiente para garantir o valor de verdade de
qualquer sistema de enunciados que se refira ao mundo externo, isto é, que decida sobre
questões de fato. Falta à razão pura o que poderíamos denominar de critérios a ela extrínsecos
que justifiquem nossas decisões racionais, considerando os eventos que ocorrem no mundo
empírico, fatual. Neste caso, a experiência passaria a desempenhar um importante papel no
racionalismo, servindo a este como crivo seletivo de teorias na busca da verdade. É isso que,
prosseguindo nosso escorço histórico, tencionamos apresentar, discorrendo sobre outra
tradição racionalista que buscou tratar diretamente da questão dos critérios e elementos
racionais para a escolha e fundamentação de teorias empíricas. Trata-se do racionalismo
positivista, que passa a ser agora objeto de nossa análise.

Ricardo da Silva Vieira Professor de Filosofia e de Filosofia da Educação na Universidade do


Estado de Minas Gerais (UEMG). (TEXTO ADAPTADO)

FONTE: http://alpha.unipam.edu.br/documents/18125/174150/Tr
%C3%AAs+modelos+de+racionalismo.pdf
EMPIRISMO

ARTIGO

CONCEPÇÃO EPISTEMOLÓGICA EMPIRISTA

Origem do empirismo e o método científico

Esta corrente de pensamento começou a se desenvolver no século XVII, na Inglaterra, com


Locke. Para Locke, “o homem não pode atingir a verdade definitiva, pois tem nos fatos, e não
nele, a fonte principal para tal explicação. Refuta a idéia das teorias inatas e com isso destaca a
importância da educação e da instrução na formação do homem”. Nesta afirmação entende-se
que o sujeito só irá ter conhecimento se alguém o direcionar de fora para dentro. Há outros
pensadores, entre eles está David Hume, René Descartes, Galileu Galilei e Francis Bacon, que
se inspiraram no empirismo na construção do conhecimento científico. Segundo a
epistemologia empirista, o conhecimento humano tem como fonte principal a experiência
adquirida em função do meio físico, sempre mediada pelos sentidos. O ser humano, por sua
própria natureza, é um ser vazio, ou ainda, uma folha de papel em branco. Esta concepção foi
e continua sendo adotada pelos educadores, fortemente enraizada, principalmente na área
das ciências naturais e exatas como concepção de ensino.

Na utilização deste método, o conhecimento se origina da observação e pela indução por se


fundamentar dos fatos às teorias, o que significa partir do particular ao geral. O sucesso no uso
deste método está no sujeito limpar a mente, viciada de preconceitos individuais e coletivos, e
seguir rigorosamente os dados que os sentidos recebem da observação dos fenômenos. Para
ter validade o processo indutivo se faz importante que o pesquisador seja objetivo e neutro
para que não interfira com suas subjetividades nas manifestações da natureza. Os sentidos
devem obedecer uma linha de ação capaz de não distorcer os dados da realidade. O ser
humano que se propõe a pesquisar algo com enfoque indutivo deve isentar-se de valores, pois
a realidade já é dada como pronta.

Destacamos uma incógnita: Será que tudo o que nossos sentidos observam de forma passiva
se transforma numa verdade científica absoluta? A verdade científica é estática? Que
consequências podem surgir quando utilizamos a indução como forma principal para o ensino?
A pura transmissão de conhecimentos prontos, via sentidos, que transformações produzem
num ser humano, onde a neutralidade é o principal fator? Na próxima parte, nos deteremos
em fazer uma análise crítica não propriamente do uso do empirismo nas descobertas
científicas, mas de como é utilizado para o ensino nas escolas.

O empirismo como concepção de ensino

É típico dos educadores pensarem, em sua prática pedagógica, serem os elementos centrais do
ensino, pois são detentores do conhecimento que transmitem de forma direta aos educandos.
É a pedagogia que está centrada no professor .

O empirismo, como concepção de ensino bastante utilizada pelos educadores, não por acaso
tem profundas raízes. Um dos fatores está na Universidade que formou estes educadores com
metodologias de ensino tradicionais, baseadas em teorias Behavioristas como a teoria do
condicionamento reflexo, de Pavlov, e teoria do condicionamento operante, de Skinner . Para
Moura 2004, o ensino com ênfase nestas teorias propõe que “a aprendizagem para o
behaviorismo é entendida como uma modificação do comportamento, provocada pelo agente
que ensina, pela utilização adequada dos estímulos reforçadores, sobre o sujeito que
aprende”. Desde a formação do educador no ensino de primeiro e segundo graus, comandado
pelo produto desta formação, existe o método da educação bancária, onde a transmissão do
conhecimento se dá de forma passiva.

Neste sentido:

O Professor considera que seu aluno é tabula rasa não somente quando ele nasceu como ser humano,
mas frente a cada novo conteúdo estocado na sua grade curricular, ou nas gavetas de sua disciplina. A
atitude, nós a conhecemos. O alfabetizador considera que seu aluno nada sabe em termos de leitura e
escrita e que ele tem de ensinar tudo. Mais adiante, frente à aritmética, o professor, novamente, vê seu
aluno como alguém que nada sabe sobre somas e subtrações. No ensino médio, em uma aula de física, o
professor vai tratar seu aluno como alguém sem nenhum saber sobre espaço, tempo, relação causal. Já,
na universidade, o professor de Matemática olha para seus alunos, no primeiro dia de aula e “pensa”:
“60% já está reprovado!” Isso porque ele os concebe, não como folha de papel em branco na
Matemática que ele vai ensinar, mas considera-os, devido à sua concepção epistemológica,
estruturalmente incapazes de assimilar tal saber. (BECKER, 2001, p. 17).

Nesta concepção epistemológica de ensino o educando fica numa situação de passividade,


pronto a receber o conhecimento que o educador irá lhe transmitir. O mais importante para se
chegar à aprendizagem é o educando submeter-se à fala do educador, por exemplo, ficar em
silêncio e adequar-se a repetições de atividades até gravar na mente aquilo que o educador
pretende ensinar.

O cidadão que se forma na escola com esta concepção de ensino provavelmente será recebido
de braços abertos no mercado de trabalho, pois aprendeu na escola a calar-se, mesmo
discordando, diante do detentor do saber, o educador. Aprendeu a não reivindicar nada e
fazer muitas atividades sem sentido, sem julgar-se no direito de reclamar (Becker, 2001).

O ensino de ciências, mesmo realizado de forma que use de recursos experimentais, pode
estar embasado também na pedagogia empirista. Isso ocorre quando utilizamos o método
científico tradicional que supõe que o sujeito que realiza a experiência se coloca na situação de
neutralidade perante os dados demonstrados e obtidos. Fazer experimentação pode ser uma
alternativa capaz de substituir a educação bancária, mas isso não significa uma mudança de
concepção epistemológica de ensino. Para Borges (2000, p. 211) “tanto o ensino expositivo
como o ensino experimental podem ser empiristas, desde que considerem o conhecimento
como sendo imposto de fora para dentro”. Uma característica percebida no ensino de ciências
numa visão empirista está na idéia de que o conhecimento não é construído, mas que pela
observação indutivista ele é descoberto, ou seja, ele já está dado, o esforço que deve ser feito
pelo sujeito é encontrá-lo. Percebemos que o ensino de ciências realizado em muitas escolas
está alicerçado em currículos com ênfase nos livros-texto.

Está incutido nesta citação que a maneira na qual os livros didáticos apresentam os
conteúdos, nada mais precisa ser feito na Ciência, onde as Leis e conceitos físicos já foram
descobertos e representam verdade científica absoluta. Ali já estão às equações físicas que
regem os fenômenos naturais sem nenhuma contestação, basta o educador explicar e o
educando copiar e fazer exercícios repetitivos, baseados neste conhecimento. Está incrustada
nos educadores esta filosofia de ensino baseado na transmissão. Em ciências nada é acabado.
Para isto faz-se necessário que os educadores mudem a visão de ensinar, reconhecendo os
educandos como sujeitos críticos e capazes de reconstruir conhecimento. O ensino na visão
empirista não motiva o educando, pois este não precisa pensar o conhecimento, tudo já está
pronto. Portanto, acreditar no empirismo como concepção epistemológica de ensino é
acreditar que o educador transmissor de conhecimentos jamais aprenderá e o educando,
tabula rasa, jamais ensinará.

CONCLUSÃO

O que a sociedade precisa para se libertar e se desenvolver no começo do terceiro milênio é de


uma humanidade capaz de construir e reconstruir conhecimentos. As instituições de ensino
que utilizam uma Concepção de Ensino Empirista que pouco constrói, é responsável pela
construção de uma sociedade com pouco senso crítico que serve de massa de manobra dos
grandes capitais e da própria mídia. Portanto, defendo a idéia de transformar o ensino em algo
que permite no ser humano a possibilidade de tornar-se sujeito ativo na reconstrução de seu
conhecimento. Para mudar o pensamento da forma de ensinar é preciso permitir a nós
mesmos uma ruptura das nossas certezas, que muitas vezes estão embasadas em
conhecimentos do senso comum. Será que temos certeza que aquilo que transmitimos em
nossas aulas são conhecimentos científicos? Que tipo de seres humanos formamos à nossa
sociedade ensinado conhecimentos do senso comum? Fica evidente que temos que começar a
reestruturar os modelos de ensino. Adotar uma postura crítica diante do senso comum,
transmitir menos conhecimentos prontos sem análises profundas e proporcionar aos
educandos condições de realizarem pesquisas, despertando mais prazer na reconstrução do
conhecimento é urgente que ocorra nas instituições de ensino.

Professor: Altair José Fontana (TEXTO ADAPTADO)

FONTE: http://www.seifai.edu.br/artigos/concepcaoepistemologicaempirista.pdf

RACIONALISMO X EMPIRISMO

A parte da filosofia que se dedica à investigação do conhecimento é conhecida como


Gnosiologia. Esta área investiga o conhecimento e suas relações, seus tipos, sua possibilidade,
origem e essência, além das possíveis relações teológicas que envolvam o conhecimento. Um
de seus fundamentos é a relação “sujeito objeto”, na qual o sujeito pode conseguir total ou
parcialmente o conhecimento, sendo que este pode ser real ou ilusório.

O conhecimento é material de estudo filosófico desde a Grécia Antiga, embora nesta época o
termo não existisse. O assunto, no referido período histórico, foi alvo de estudos de Sócrates e
Platão. No referente à origem do conhecimento duas teorias são básicas, ou seja, aquelas que
servem de base e suporte para todas as teorias posteriores, encontram-se o racionalismo e o
empirismo, tema deste texto.

O racionalismo atribui o conhecimento à razão, aos pensamentos, e para esta linha teórica,
toda a realidade é construída através do pensamento lógico. Nossa mente, através do uso da
razão, alinha logicamente fatos levando-nos a uma conclusão, e nos fazem chegar assim, à
validação do conhecimento. Se nossa razão julga um conhecimento como verdadeiro, é
porque deve ser exclusivamente assim e não pode ser de nenhuma outra maneira, sendo esse
conhecimento autêntico e cuja validade é justamente universal.

Para o racionalismo, mesmo que um pensamento não possa ser provado empiricamente
(através de experiências e o uso dos sentidos), ainda assim ele existe, pois tudo tem uma causa
inteligível e, assim sendo, somente a razão pode proporcionar uma verdade absoluta,
enquanto que  os sentidos são tidos como ilusórios. O racionalismo se divide em várias
vertentes: transcendente, epistemológico, metafísico, etc. Essas formas de racionalismo
surgiram em diferentes épocas e contextos, divergem sobre a questão do conhecimento ser ou
não inato, sobre o processo de “iluminação” dos conhecimentos em nossa mente e sobre a
validade e a participação dos sentidos na construção do conhecimento através da razão. Seu
método de validação é a dedução, sempre através da lógica. Os principais autores racionalistas
são Descartes, Leibniz e Espinosa.

A teoria contrária ao racionalismo é o empirismo. Este, atribui o conhecimento à experiência, e


neste caso, considera-se que a realidade é construída através dos sentidos, não havendo
conhecimentos inatos, não havendo verdades a priori, e mesmo os conceitos abstratos e
universais partem de fatos concretos. Alguns teóricos empiristas existiram antes desta teoria
ser postula e nomeada lá filosofia. Os estoicos, por exemplo, já refletiam sobre o
conhecimento comparando o ser humano à uma tábua em branco, na qual não há nada
escrito, ideia esta que foi base para teoria empirista de Locke, já na Idade Moderna.

Para explicar os conhecimentos abstratos, alguns empiristas dividiam as sensações em internas


e externas, as externas obtidas através dos sentidos conferem uma sensação, enquanto que as
internas conferem uma reflexão. As reflexões podem ser memórias, cópias ou fantasias e
jamais são idênticas às sensações, sendo que para a maioria dos teóricos empiristas somente
as sensações são válidas.

Enquanto o racionalismo se baseia na matemática, o empirismo se baseia nas ciências naturais


e na observação direta de experiências repetidas, além do fato de que nesta vertente, a
indução substitui o raciocínio e a dedução. Os principais autores do empirismo são Francis
Bacon, Locke, Berkeley e Hume.

Além dessas teorias e a partir das mesmas, existem outras a respeito da origem do
conhecimento, mas para a compressão de todas as ramificações é necessário partir do
racionalismo e do empirismo, ambas com vertentes aceitas e praticadas até hoje.

Por Paulo Pedroso

FONTE: http://www.acervofilosofico.com/racionalismo-x-
empirismo

Empirismo e racionalismo
Ao longo da história da filosofia, um dos maiores debates que vem sendo realizados
é o que versa sobre a maneira como adquirimos conhecimento. Desde os gregos, o
embate entre a ideia da percepção sensorial como fonte do conhecimento e os
recursos de uma razão conceitual, “inata”, estão presentes nas condições de
construção dos saberes que orientam nossa prática cotidiana.
Este embate culminou, nos séculos 16, 17 e 18 nas célebres disputas entre os
filósofos empiristas ingleses, que sustentavam como base do conhecimento as
ciências experimentais e os filósofos racionalistas. A principal e mais famosa tese de
John Locke afirmava que somos uma “Tábula Rasa”. Os racionalistas defendiam que
todo conhecimento provém de uma razão inata.
Immanuel Kant, no século 18, “pôs fim” a esta celeuma, dizendo que a razão é inata,
mas os conteúdos são obtidos pela experiência. Essa proposta ficou conhecida como
“Revolução Copernicana na Filosofia”. Na atualidade percebemos a intensificação
desta dicotomia. Fruto de uma visão dualista do conhecimento, oposições não
inseridas na complexidade de análise, simplificam o olhar sobre a realidade.
Os pensadores da Escola de Frankfurt falam de uma “razão instrumental” que tem
como pressuposto a reificação do domínio, com os ditames da indústria cultural e
seu fruto, a cultura de massa. Apesar de uma emancipação possível, mas improvável
nos meandros de uma sociedade capitalista.
Alguns intelectuais falam de uma “Razão Sensível”, uma maneira de suplantar os
interditos de uma racionalidade fria, calculista. Mas vivemos uma crise de
pensamento, que se expressa tanto pela dificuldade em observar de forma crítica,
quanto pela forma sensível. A sensibilidade está contaminada por irracionalidades.
Fidelismos inconsequentes, simplificações, descontextualizações, pieguismo
conservador, que se revestem de sensibilidade e obscurecem a possibilidade da
aproximação entre pessoas. O déficit de racionalidade promove esse
empobrecimento dos sentimentos, que se tornam mercadorias no jogo de interesses
entre verdades supostas e verdades efetivas.
Afetividades pobres tomam o lugar do amor e formas de pensamento ainda mais
pobres engrossam o coro da promoção de ódios e ressentimentos. Desvincular as
emoções da racionalidade é um grande risco. Mas distorcer as emoções com
irracionalidades também.
Entre o sensível e o racional, há que se reconstruir mecanismos de superação de
dualismos simplificadores (bem e mal, certo e errado) e olhar para a caminhada, a
construção humana, cheia de imperfeições, mas plena de possibilidades.

POR: JOSÉ RENATO POLLI, doutor em Educação (FEUSP) e secretário de Educação


de Jundiaí

FONTE: http://www.jj.com.br/colunistas.asp?codigo=1918

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