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A Crítica nas ciências e filosofia científica - Renato Pinheiro

Universidade Estadual da Paraíba - UEPB


Curso de Extensão em Filosofia da Educação
Método Científico
Prof: Arlindo Francisco
Aluno: Renato Pinheiro

Sobre o método científico e sua objetividade.

A metodologia científica é técnica e os conceitos de ciência, como o conhecimento e


interação com o meio do indivíduo, são a partir deste conhecimento adquirido, desenvolve-se
pelo método, a forma a ajudá-lo a perceber e interagir com o próprio conhecimento, ou, o que
esperamos da retórica científica positiva, interagir com a natureza, extrair a “matéria” da
realidade imposta pela interação com o meio através dos objetos dessa realidade.

Chamamos natureza porque essa é a referência existente entre o indivíduo e o mundo,


ou o mundo real, o qual ele “conhece” através da ciência. A ciência está para a conjunção de
conceitos que exprimem o conhecimento da realidade pelo indivíduo, como quase todos os
conceitos sobre o conhecimento ou sobre a crença, justificada por uma verdade. Verdade
científica, uma tecnologia específica, que aprova ou desaprova, apura, realiza e satisfaz
determinadamente a uma condição aplicada em teor de um dado conhecimento. O que é esse
dado “conhecimento” sem uma causa, um objeto particular que determina, a realização do
método científico?

A certeza, e a fé na crença destas verdades apresentadas no paradigma da causa, da


origem de fato, dos fatos, dada sua necessária imanência na realidade, mesmo não
defendendo o absolutismo da ciência, mas priorizando sempre o método e a experiência do
método. É reincidente esta “pragma” científica ou chamemos de metodologia, que em dada
circunstância do real, afirmam (como na verdade) a certeza de uma das determinadas
verdades “fabricadas” no conhecimento científico. Essa verdade é experiência de um método
correspondente ao discurso (retórico-linguístico) e a realidade, que corresponde também à
tomada de uma certeza, como condição subjetiva acerca de um enunciado. Hipótese, perdida
no espaço dos quereres motivadores do indivíduo. A ciência se apresentou como especulação
realizável na íntegra linguística e na modalidade empírica, é teoria reapresentada na
experimentação, não tem retorno social que sucumba a tanta justificativa falseada. Fé na

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ciência como fundamento justificável sim no improvement da sociedade da informação e do


consumo de “bens”. Esse é o objeto de implemento da ciência e seu método seletivo, não na
ordem empírica, onde reina a physis, mas na ordem do fim sobre a economia e o real interesse
(que dá o verdadeiro sentido da realidade da crença num aspecto semiológico) dos indivíduos
que defendem este modus operandi da nova era. Definir objetos como o automóvel e as pilhas
do relógio da parede, é a mesma modalidade racional da ampulheta no sistema do computador,
estamos de olho no objeto, e não no porque do mesmo e seu fim.

Não nos importamos com o fim, queremos a realização tecnológica total, visão além do
alcance, e ser mais veloz que a luz. Queremos o “quantum” proibido, aquele fruto da árvore do
éden. Mas esquecemos que estávamos nús-em-pelos, esperando a próxima mudança da era
glacial, quem se adaptou ao modelo imposto pela natureza não estava lá por que matematizou
a possibilidade da “victória” sobre a natureza. Segue a classificação de todas as verificações,
vera, vero, torna-te veritas. E como no hocus-pocus e abra-cadabra.. torna-te ciência. A
condição do método é garantir a tecnologia necessária para cada prova, cada teste, cada
experimento realizado em prol da objetivação positiva. Uma bomba nova, deve ser testada
exatamente com o mesmo rigor “científico” que define-a como um objeto que revela sua
verdadeira função antes do ato-social estar implícito na nova-tecnologia, na nova leitura das
ações humanas no planeta, entendendo de vez a piada do formigueiro que promoveu a morte
de seus indivíduos pelos próprio indivíduos, absorvendo-se daquilo que vai exprimir.

Na psicologia por exemplo, elenca-se necessidade de novos paradigmas a serem


vislumbrados pela filosofia, enquanto desconstrução dos limites do método científico, na
biologia e na ecologia, através da mínima obtenção de “conhecimento” da observação - a
psicologia diferente das ciências “duras”, evoluiu, exatamente por ter esbarrado os limites indo
além da metodologia convencional - ela tem sido há muito tempo dificultada por uma falsa
tradição e, incidentalmente, ela arrastou a filosofia com ela para o interior do subjetivismo.
Descobertas brilhantes nos domínios da fisiologia e da patologia lançam nova luz sobre muitos
dos conceitos fundamentais da psicologia, apesar do fato de que os próprios pesquisadores às
vezes foram enganados pela antiga tradição. Estamos aqui preocupados com seus dados?
Não, só com suas teorias. A evidência, como interpretamos ao tempero da metodologia
estabelecida, dá o golpe de morte à antiga psicologia subjetivista. No que se refere às
sensações, a evidência mostra, por um lado, Que seu caráter é independente da consciência;

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Mas, por outro lado, desmente igualmente a suposição de que as qualidades dos sentidos
existem no mundo físico tal como as conhecemos e independentemente do organismo. A
evidência mostra ainda que os centros do sistema nervoso central constituem uma hierarquia
de padrões de energia, não armazéns ou fábricas de conteúdo, sensacional ou imaginal. Por
isso nota-se que no limite dos métodos experimentais existem os objetivos, que são bem
definidos no âmbito observacional, mas não coerentes com os estamentos éticos, convertidos
em pura perversão tecnicista, que explora a possibilidade do resultado deste e de outras
empresas científicas, não um movimento de libertação e “salva” da humanidade, mas um
negócio capital lucrativo.

A economicidade racional da lógica1

“O positivismo se compõe essencialmente duma filosofia e duma política,


necessariamente inseparáveis, uma constituindo a base, a outra a meta dum mesmo sistema
universal, onde inteligência e sociabilidade se encontram intimamente combinados. Duma parte,
a ciência social não é somente a mais importante de todas, mas fornece sobretudo o único elo,
ao mesmo tempo lógico e científico, que de agora em diante comporta o conjunto de nossas
contemplações reais.”
- Discurso Preliminar Sobre o Positivismo – (Auguste Comte - 1848) .

A primeira ordem de pensamento o que nos parece é que a afirmação do positivismo


comteano foi base de um “progresso” consensual entre o modelo capital e o que podemos
compreender, a base aristocrática ou burguesa ou mesmo a alta classe governante, para o
período onde o historicismo pode abarcar com descrições mais relevantes, aquelas em que o
modelo de pensamento corrompe a barreira do construtivismo social e passa para a hipérbole
da manutenção de um governo e dos governados. A segunda ordem de pensamento é que
todo o construtivismo apresentado, e verificado historicamente até tempo presente, é de tão
certo que, empobrece a própria ideia do questionamento filosófico, de que progresso
realmente, a sociedade moderna se fez. Popper, favorece a precedência positivista como
fundamento da progressão científica, com o modelo do logicismo e da matemática, mas
combate a construção através da falha no falseamento científico, ou aquele em que os

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Análise realizada na leitura de “A Lógica da Pesquisa Científica” (Karl R. Popper - 1993) texto de
avaliação em Filosofia das Ciências ano de 2010, UFPB.
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enunciados são elevados à condições estabelecidas e aceitas como verdades acerca das
universalidades, denunciando a escolha particular que sempre logicamente favorecesse o
empreendimento positivo.

Este modelo positivo é o modelo que rege, claramente, a postura nas “lógicas” das
pesquisas científicas, e a partir da particularidade que envolve as declarações em ordem de
novas descobertas e das novas possibilidades, no aporte e no uso das facilidades (tecnologia
digital) e economias (mercado financeiro globalizado) positivas, surge aí a preleção objetivada
pela condição da manutenção dos governados, oras, a tendência positivista é clara a ponto de
inferirmos na plena e constante conduta aristocrática nas classes, na dominante e na
dominada. A revolução industrial teve como base na produção uma ideia fundada nos itens
materiais que a nobreza possuía e os reproduziu, ou seja, o industrial copiava a habilidade
(pelas máquinas) e a obra (pelos replicadores artificiais) do artífice para reproduzir os objetos
materiais de desejo da nobreza, do aristocrático modo de vida de reis e rainhas. Não vejo
diferença na aquisição de um automóvel estiloso no modelo onde propagam os atletas, atores,
músicos e pessoas artisticamente influentes, hoje, pela mídia de massa. Manobra cientificista
positiva.

Essa perspectiva objetiva, em tempos como este, é extremamente perigosa quando


colocada nas bases de fundamentos religiosos ou mesmos científicos o fato é que a velocidade
impressa na corrida "econômica" atinge obrigatoriamente a forma e o "jeito" em que nos
movemos (nós seres pensantes e racionalizados) ao longo do tempo e do espaço, ou
simplesmente, no decorrer da vida que levamos como indivíduos. Obviamente, já temos
disposto a ciência da "falta de tempo" e a ciência da "relatividade do tempo" como
"plenamente" analisadas e em aspectos que claramente promovem o motor econômico, sem a
capacidade intuitiva ou mesmo racional (por conta da lógica indutiva, ou melhor, indução lógica
positiva) dos mínimos questionamentos sobre; Para onde exatamente este crescimento
estrutural global está direcionado? (racionalizar o capitalismo compreende em mais
fundamentação argumentativa e o diálogo com base histórica do que com simplesmente a
certeza de bases empíricas) Para proporcionar exatamente o que ao “economista” de Wall
Street (se a economia entra na linha de tiro, o fuzilamento requer destreza matemática na
precisão numérica)? E quem se isso for possível, se beneficiará com este crescimento? (Qual
tipo de benesse por acaso se associa o aumento do trabalho? Aposentadorias, serviços de

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previdência social?) Temos tempo para "racionalizar" sobre isso, ou quando a "coisa" apertar,
apelaremos para algum super messias divinamente nos ajudar? O que fazer, continuar
consumindo acreditando "crescer" ou simplesmente, quando algum "objeto" importante escasso
parecer, gritamos ... “- Oh Deus!”, nos ajude, de fome(?) estamos (a uma beira) prestes a
morrer! Sem os remédios, de males bacteriológicos adoecer e sem a graça de graça da
tecnologia, as nossas mentes enlouquecer.

Se a situação em que o cientista é colocado fica sempre em - criar teorias e colocá-las a


toda a prova - é por que indutivamente e não dedutivamente, a lógica de seu pensamento é a
eficácia, é o resultado claro, pois é o que se tem quando “existe” um enunciado já qualificado e
justificado por uma meta matemática prática e eficaz, a exemplo; os indivíduos de uma fábrica
precisam produzir um x número de itens y em um período (x * y) / P = “ganho”, quer dizer
somente uma única coisa, que estar mais universalizado que o próprio resultado matemático, é
ter mais que apenas os itens y, mas o lucro das vendas destes itens nas quantidades que
proporcionaram e evoluirão na prática de seus princípios que justificam a demanda (fator do
capital movimentado e a teoria do fetichismo do produto2), tanto da produção de y quanto no
empenho do indivíduo (que produz o produto) que terá sua “cota” avaliada e analisada pelos
números positivos (ou negativos) da produção positivista.

Não há outra explicação que deduzida, ocorra em acertar este elemento tão singular do
modelo capital, não seria mais fácil dizer que o produto é tão relevante em sua propriedade de
trazer toda a utilidade que o cientista implementa em sua pesquisa. A falseabilidade é uma
espécie de engodo que favorece o embusteiro e positivamente o embuste, para quem cai na
armadilha lógica.

Como todas as ciências humanas a economia (já bem visível para Marx como crítico da
ciência econômica) é a que mais está, em tempos de tecnologias de informação mais rápidas,
seguras e eficientes, atrelada ao modelo matemático positivo, que se aproveita de toda a lógica
indutivamente para que os enunciados fatídicos dos números do sistema capital sejam
perfeitamente metabolizados pela racional forma de manutenção do status-quo capital.

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Teoria de Karl Marx sobre a dominação do objeto “produto” das forças produtivas em ação, sobre o
sujeito que está contribuindo com o seu trabalho para a transformação desse objeto, uma das teorias
marxianas muito difundida nos periódicos publicados do “jovem” Marx, que fora melhor explorada
tardiamente em “O Capital”.
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O empenho da indústria economista e global encarcera o cientista econômico, e até


retira da economia sua função, desviando-a para uma ferramenta corrompida pela
falseabilidade na indução consumista, atrelada ao modelo social da correção dos problemas
econômicos feito pelos governantes políticos (podem ser o estado, a igreja e milhares de
pessoas jurídicas), apenas para dar ao motor, combustível, para a máquina que rege o sistema
uma “inteligência-artificial” que opera com tudo que é o certo para o homem moderno,
legitimando assim sua tendência à acertar com precisão, tanto na análise como na preleção, e
mesmo que haja erro, que quando este último surgir será pelo menos para dizer a nós, que, o
erro também pode ter sido o certo.

A realidade do controle científico e seus paradigmas evolutivos3

A partir do pressuposto de que as ciências naturais e as ciências humanas, perpetuam


sua linha de conhecimentos, tanto no âmbito teórico como também na constituinte de todas as
aplicações práticas, dentro da academia, ou seja, através do acesso dos indivíduos na
estrutura social da pedagógica instituição máxima do conhecimento e do acesso a ele, a
Universidade.

Podemos então, conceber ao entendimento comum, que por muito tempo, e por muito
tempo mesmo, a concepção formal da ideia de que indivíduos na sociedade atingem a alta
classificação do saber formal (ocidentalizado e porventura nos tempos de hoje já em países do
oriente) através da inserção em dedicação de tempo e estudos, dentro das academias, por
assim dizer - apenas estes estão aptos a “receber” o conhecimento implícito nas ciências, tanto
as naturais quanto as humanas. Kuhn aborda a necessidade de que os cientistas e os iniciados
nas ciências estejam a par da estrutura de constante movimento nas pesquisas e no aporte dos
paradigmas científicos, ele demonstra a metodologia comum entre os grupos e as pesquisas e
a formalidade “esotérica” na apropriação do conhecimento, e de outra forma, a própria
evolução científica quando esta ocorre.

3
Análise e resenha do texto “Estrutura das Revoluções Científicas” (Thomas S. Kuhn - 1962) - texto
de avaliação em Filosofia das Ciências ano de 2010, UFPB.
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O paradigma torna então a ser, para Kuhn, a estrutura mais condizente a anteceder a
realização da revolução científica, oras se que para o iniciado é imposto todas as metodologias,
pela tradição ou pela manutenção das concepções dos grupos de cientistas que favorecem um
tipo de “dogmatismo” elevado, daí a cargo do termo “esotérico” no sentido de fechado, no
sentido de que só alguns (quem seriam esses alguns?) poderiam ter acesso, desde que ao
ascenderem às formalidades científicas, todo o determinismo empírico e metodológico estariam
lá disponíveis; (formalidade que a academia hoje é a maior detentora e propagadora).

Se os paradigmas são limitados, se a metodologia descarta a habilidade de


envolvimento dos conceitos “melhor” apurados, conforme se dá as pesquisas, se o método se
reduziu à simples coleção de fatos empíricos, e se não é o aporte científico como tal, sem o
entendimento sobre aspectos da natureza, por conta do tecnicismo prático e teórico, e a
formalidade deste modelo, está por conta do resultado também prático da repetição e melhoria
da mesma, ou seja, a implementação deste modelo não criticado, dos paradigmas não
avaliados de forma mais ampla e apurada é a realização das mesmas. O modelo que aborda
melhor essa condição é a relação existente na forma em que as pesquisas científicas estão
envolvidas com a necessidade em determinadas àreas da “indústria” formal (indústria
plenamente capitalizada porém regulada pelo Estado), entre tais, as de matrizes energéticas,
as farmacêuticas, a indústria da alimentação e dos equipamentos tecnológicos, dentre outras,
estas que abrangem todo o empenho das ciências biológicas, químicas, estas denotadas como
ciências exatas, estão potencialmente voltadas para a eficiência técnica e capital para a
produção dos insumos que serão industrializados, vendidos, comercializados ou outro nome
dado ao processo imputado a toda humanidade globalizada.

De certo, essa verificação fica extremamente condizente se voltarmos a atenção para a


vantajosa relação entre estas “indústrias” com as “instituições” educacionais, pedagógicas, o
tecnicismo é tal, e tão voltado para a produção eficiente que todos os modelos insurgidos nos
paradigmas, são rapidamente absorvidos para a apropriação comercial, ou seja, vira
simplesmente produto e valorado pelas suas ordens de custo, pelos recursos engajados
desde sua pesquisa (financiamento científico), incluindo a mobilização técnica e a
compensação do sucesso da venda, e não da sua plena utilidade, a saber, não é humanística
nem menos voltada a uma nobreza-sócio-política global de resolver os problemas da
sociedade, mas para implementar no trabalho e na produção a eficiência, pode se ver que os

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resultados dos fatos são os números que se apresentam como elevados sempre em
quantidades favoráveis positivos e insurgentes, e assim seguindo a ideia de que “quanto mais
melhor” a super-produção é a alavanca do lucro capital como efetivamente eficiente.

A academia é a fornecedora dos cientistas que virão a discutir os paradigmas, de como


é possível transmitir dados digitais binários e linguagem humana (formalizada ou não) em
largas distâncias em pouquíssimos segundos (ou mesmo milissegundos), o que tange a
importância desta revolução tecnológica, que percorre nesse tempo? Em que âmbito de
paradigma se revela para a ciência natural essa capacidade de replicar itens em pouquíssimo
tempo, somente para satisfazer a demanda auspiciosa? Se desta forma se justifica, então a
academia é plenamente uma sustentadora desta formalidade científica abordada por Kuhn,
tendo em vista que sua crítica é vigente, relevemos a situação, entre a quantidade de técnicos
condicionados pelos manuais de operação, montagem, classificação e avaliação que são
apropriadamente a maior demanda de publicações científicas.

Veremos que estão a par do desenvolvimento da velocidade, da rapidez e da


automação técnica. Kuhn talvez não pudesse avaliar, mesmo em poucos anos, que esse
tecnicismo melhoraria tão exponencialmente com o “devido” implemento de computadores e
sistemas de informação cada vez mais velozes, portáteis e minuciosamente precisos, para que
na parte da avaliação .. seja colocado como paradigma – O desempenho técnico, e tão pouco a
utilidade formal que pressupõe e antecede qualquer destes paradigmas científicos. De certo
que a abordagem mais aprofundada requer mais tempo de apuração e depuração, mas a
própria histórica cientificista, não demonstra nenhum vestígio desta percepção, desta
necessidade da autocrítica.

Os cientistas de hoje, não formulam a pergunta: “Para que estamos pesquisando isso
mesmo?”. Acredito que esta afirmação sintetiza a introdução de Kuhn sobre a estrutura das
revoluções científicas. É implícito que o modelo que se apresenta é um modelo de
mecanização plena de um empenho técnico voltado para uma demanda auspiciosa que afirmo
não ter sequer a ponta da visão de qualquer conhecimento, não se produz remédios para curar
doenças, se produz as doenças para criarem os remédios e assim vendê-los. Fármacos,
químicos, biologistas, geneticistas entre outros, se perguntam sobre isso (na ética e na
bioética) ao pesquisar o desenvolvimento de novos elementos as pesquisas sobre

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células-tronco só para “ajudar” ou promover “qualidade de vida” ou mesmo erradicar algum


mal?

Perguntemos às instituições de “ensino” se o interesse em “ajudar” ou promover


“qualidade de vida” realmente está no empenho dos financiamentos das pesquisas.
Perguntemos então onde esta o “custo” no uso de energia solar como matriz energética
simples para uma casa simples e por que o desenvolvimento é voltado para atender a grande e
onipotente “indústria”, vejamos a histórica científica para elevarmos e abordarmos alguma
humanidade propicia e ainda “humana” no que condiz a grande pergunta: Qual é a real
finalidade deste desenvolvimento econômico a passos largos e intensos, nesta velocidade e
ritmo? E no que isso consecutivamente vai implicar ao nosso desenvolvimento natural, ou
simplesmente aquele que não depende de tecnologias ou mesmo de mudança no material
orgânico do milho que ingerimos.

A contra indústria e sua “progressão”4

A humanidade está correndo a favor do relógio e contra a sua própria redenção, no


momento em que a ciência positiva, resolver algum “grande” problema de “progresso” numa
velha “ordem” mundial, a ordem que precede o comando do sistema, neste caso aludir que é
apenas uma questão de “capitalismo”, me parece, segundo o que Feyerabend expõe em
Contra o Método, uma rotina de justificativa, onde imperam os números positivos e o “bom” uso
dos números “negativos”, ou seja, quando é para engajar o modernismo positivo para o seu
“avanço”, o medo da falha, da guerra, do colapso, da crise e outras bestas apocalípticas que
alguns sacerdotes medievais, já sabiam e mesmo assim, profanam em suas teses políticas. E
agora estamos sob a égide da cientificidade, avaliando, estatizando, esquematizando e
medindo a potencialidade hipotética desta “progressão”.

O uso do poder político é mera questão de “abrir os olhos e muito bem”, e enxergar o
plano por detrás das farsas;

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Análise e resenha de “Contra o Método” (Paul Karl Feyerabend - 1975) texto para avaliação em
Filosofia das Ciências ano de 2010, UFPB.
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A primeira farsa – É a farsa da felicidade religiosa e da impecabilidade da santa igreja


europeia, a infalibilidade dos ideais do santo voto e da emancipação do homem em cristo que
servem como pareamento espiritual e mobilização da ingênua e assaz inacessibilidade do
vulgo, ou do pobre, ou do miserável ou mesmo da classe mais ou menos, que sirvam todos aos
momentos rígidos da história, num nível marxista, de mão de obra em quantidade (agora em
qualidade técnica aplicada). O escravo se torna real através da família e da realização de sua
plena vida “espirituosa” no cerne da verdade última da religião de cristo (e da ideologia cristã).
A lembrar que Cristo não era cristão e sua moral é a que menos se pratica no Vaticano, não é
humilde e desprovida de “tesouros na terra” tal organização, que preludiou toda a manobra
detendo o progresso científico nas suas academias.

A segunda farsa – a farsa da coletividade e do bem comum (atribuído ao comunismo


utópico), outra prática de cunho ético questionável, principalmente quando se usa da própria
cientificidade prática contra a cientificidade positiva, os números não mentem, e quando
mentem, mentem a favor de quem? Do coletivo público comum? Feyerabend é otimista em
dizer que acha que a ciência nesta ordem de progressão, pode ser usada para corrigir ou
mesmo fazer funcionar o propósito de fazer ser o melhor para todos, este “melhor” é
questionável, enquanto um cientista tem o entendimento de que melhor estamos falando,
melhor para o indivíduo seja ele quem for, ou justamente melhor para a indústria que já justifica
em exagero sua sagrada divindade, sua necessidade espiritual sob a função de salvar onde o
messias feudal falhar. Onde reina absolutamente apenas a razão (principalmente a baseada
em lógica) a fé vira uma escrava refém; e a vontade uma “prostituta” cega. Creio que o texto da
“revelação” bíblica explana muito bem simbolicamente isso.

A farsa no sentido científico e até mesmo teórico (mesmo o modelo anárquico que o
autor defende) quando se opõe ao sentido desta positividade industrial, também tem corpo de
auxílio à própria contra-crítica, ou seja, é proposital as reformulações, através de uma ou outra
falha, ou ruptura de ideais em algumas pesquisas e “devidas” apropriações dos resultados, de
forma a usá-los a favor ou contra (sempre a favor do progressismo positivo, o tal assassino da
cultura natural). A farsa é farsante, ela é álibi do medo global, da possibilidade da grande crise,
assim como a contra-cultura da guerra fria (cold war) que propagava a possibilidade de
destruição do mundo, isso à 30 anos atrás, a fisicalidade dos mísseis nucleares, e sua positiva
atitude de ampliação lógica, onde à terror à controle de massa. O modelo político ocidental de

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hoje atua bem na prevenção das doenças que precisam de suporte do medo para concretizar o
medo, e uma síndrome da auto-imune condição de segregar o doente, o mal, o terrorista, o
soro-positivo, o gay, o anti-positivista ou o próprio anarquista, preconiza a realidade da
necessidade.

Mesmo que a história esteja sendo distorcida, ela já estava sendo desenhada (aos seus
caminhos mais nobres) para todas as interpretações conflitantes da ciência e da pesquisa
científica, o modelo capital atenua a fragilidade ideológica do cientista racionalizado e positivo,
tal positividade é voltada para sua avaliação técnica no cunho da eficiência industrial e da
potencialidade do lucro. Seja na industria, na política, em guerra ou em paz.. a corrida científica
que desliza pelas rodas do capital corrompeu a ciência em nova algoz do moderno homem
moderno, e a modernidade se levanta como a um novo réptil (alusão ao lagarto gigante que
destrói Tóquio) vista como prelúdio de 10.000 megatons de fúria nuclear.

Tendo em vista a ética do autor, tentando resolver o “problema”, provoco a intenção de


se avaliar se mesmo que haja “buraco” crítico suficiente no queijo suíço das indústrias, não
seria estes buracos “sustentavelmente” tapados pela lógica positivista, sugerindo ao público
sempre uma nova “boa idéia” que faça com que nossos parasitas biológicos venham se tornar
radioativos e perigosos o suficiente para usarmos as lagartixas radioativamente brilhantes no
“escuro” das pesquisas, para o novo obscurecimento cultural, no estilo mais bem justificado,
pelos cientistas? A eugenia europeia no período pré nazi-leninista era justificada pela beleza
estética. Hoje muita coisa (como o ganho capital através da escravização dos bebês que já
falam aos 2 anos de idade por exemplo) é justificado pela “curtição azul”5 de um estilo quase
que esteticamente preconizado e pré avaliado positivamente, dá a sensação ao público que o
3D de sua televisão é o mesmo que o de a imagem do filho pequeno na tela do telemóvel, tudo
merece os punhos cerrados com “o dedo” polegar ereto, para cima, como os césares
imperadores do coliseu que aprovam a maquinização, é tudo “positivo” é tudo “legal” e todo
mundo (diz os números) está “curtindo”.

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Alusão ao mecanismo de “curtir” do sistema de redes-sociais Facebook, que utiliza da iconoclasia do
positivo no dedo polegar apontado para cima - “up”, um sinal de “agrado” e de “aprovação” que era
usado na Roma antiga nos jogos do coliseu pelo monarca ou governante.
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Tendo em vista a preleção do autor, indicando as falhas do trabalho científico,


identificando as conduções indutivas da lógica formal entre outras, posso analisar que um
cientista é uma peça completa da extrapolação industrial, conforme disse antes, a eficiência
técnica é o “tesão” moral do profissional da pesquisa científica, ele precisa disso hoje, tanto
quanto o mundo global está com a “própria-vida” de existência, dependente da internet, a
ciência vai aferir-se de qualquer metodologia que acentue e justifique sua onipotência racional
e política, e o único caminho a se tomar ainda não foi colocada em pauta para se questionar, se
foi, era uma farsa também.

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