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SUSTENTABILIDADE

1. Introdução aos conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável


a. Conceitos
 Desenvolvimento sustentável: capacidade da humanidade para se desenvolver
(desenvolvimento = evolução numa determinada direção) de forma sustentável, isto é, de
forma a suprir as necessidades do presente sem comprometer as das gerações futuras e
sempre mantendo um equilíbrio/compromisso entre crescimento económico, proteção
ambiental e saúde pública. O desenvolvimento sustentável é um processo dinâmico no qual
todas as pessoas podem melhorar a sua qualidade de vida dentro dos limites ambientais
aceitáveis, isto é, sem prejudicar as outras formas de vida (ecossistemas) do planeta.
 Sustentabilidade: ideal relacionado com as ações morais e os princípios que estão orientados
no sentido de manter a longo prazo um balanço apropriado (o mais equilibrado/igual possível)
entre desenvolvimento económico, responsabilidade social e proteção ambiental. Envolve
conceitos como prevenção de poluição, ecologia industrial, Avaliação de Ciclo de Vida,
Ecoeficiência, Química Verde, etc.
 3 Dimensões/pilares do desenvolvimento sustentável – triple bottom line ou 3 P’s:
 Sustentabilidade Social (“People”): capacidade de um sistema social para otimizar a
qualidade de vida de todos os seus indivíduos e manter esse nível de qualidade
indefinidamente. Está relacionada com temáticas como direitos humanos,
responsabilidade corporativa, justiça, igualdade, liberdade, difusão de conhecimentos,
etc.
 Sustentabilidade Ambiental (“Planet”): capacidade para manter indefinidamente as taxas
de utilização de recursos renováveis, de depleção de recursos não renováveis e de
emissão de poluentes de uma maneira tal que não prejudique os sistemas naturais. Diz
respeito a problemas como esgotamento de recursos, destruição de habitats, extinção de
espécies, etc.
 Sustentabilidade Económica (“Profit”): capacidade de uma organização em manter um
nível de produção de bens e geração de capital indefinidamente. Recorre a conceitos
como produtividade, eficiencia energética e ecológica, lucro, emprego, produção limpa,
etc.
Estas 3 vertentes devem ser encaradas de forma integrada e igual.
 Princípios da sustentabilidade:
 Justiça
 Democracia
 Precaução
 Integração
 Utilização responsável
 Subsidiariedade
 Transversal a várias gerações (intergeracionalidade):
 Cada geração deve proteger os interesses das gerações futuras.
 As obrigações primárias são as de assegurar as necessidades do presente e futuro e
prevenir os perigos imediatos (e não os hipotéticos).
 Princípio da precaução: não realizar acções potencialmente perigosas/danosas a não
ser que tragam benefícios para as gerações presentes e futuras.
 Sustentabilidade forte e fraca:
 Sustentabilidade fraca: defende
que o capital humano pode
continuar a ser substituído em
detrimento do capital natural (ou
seja que o Homem pode continuar a
converter recursos naturais em
recursos humanos desde que
tenham o mesmo valor económico)
– desenvolvimento não diminui de
geração para geração (mas o capital
natural diminui).
 Sustentabilidade forte: defende que
há capital natural que não pode ser
duplicado e como tal não pode substituir o capital humano – capital natural e humano
são complementares mas não intercambiáveis. Assim o capital humano pode crescer
mantendo-se o mesmo nível de capital natural.
 Tipos de sistemas sustentáveis:
 Tipo I: diz respeito a problemas globais (ex: aquecimento global, destruição da camada de
ozono, etc.)
 Tipo II: diz respeito a problemas limitados a uma área geográfica (locais)
 Tipo III: diz respeito a empresas/organizações (ex: para utilização de tecnologias mais
limpas, reciclagem de subprodutos, eliminação de substâncias toxicas, etc.)
 Tipo IV: diz respeito a tecnologias/produtos – qualquer tecnologia que promova valor
económico através de engenharia verde.

b. Evolução histórica e motivação para políticas sustentáveis


 Motivação: assuntos preocupantes para a humanidade:
 Crescimento rápido da população humana
 Mudanças climáticas devido ao aquecimento global
 Esgotamento de recursos (principalmente o petróleo e
água)
 Pobreza, fome, desemprego…
 Doenças epidémicas
 Problemáticas politicas, terrorismo, guerras, etc.
 Evolução histórica da sustentabilidade:
 1962: lançamento do livro Silent Spring
(desperta a consciência ambiental)
 1972: Conferência das Nações Unidas sobre
Ambiente Humano (UNEP)
 1987: Relatório Brundtland
 1992: Cimeira Rio Earth
 1998: Protocolo de Kyoto é assinado e
ratificado (só entrou em vigor em 2005)
 2012: Cimeira Rio +20

c. Métricas e indicadores de sustentabilidade


 Tipos de métricas:
 Parâmetros: correspondem a todos os dados passíveis de serem medidos
quantitativamente ou qualitativamente.
 Indicadores: são parâmetros ou conjuntos de
parâmetros que são escolhidos e tratados
matematicamente, refletindo certas condições
relevantes no sistema em estudo. Sendo
métricas aceites numa comunidade são
importantes para tomada de decisão na política
e alocação de recursos, pois permitem
quantificar, simplificar e comunicar um vasto
conjunto de informação.
 Sub-índices: agregação intermédia de indicadores.
 Índices: nível final de agregação, obtendo-se um só valor (por métodos aritméticos ou
heurísticas).

Em Portugal os indicadores de sustentabilidade estão organizados no Sistema de Indicadores


de Desenvolvimento Sustentável, SIDS (118 indicadores, 30 deles indicadores-chave).
 Considerações a ter para calcular índices e indicadores de sustentabilidade:
 Económicas (quantidade-qualidade, capital humano, preço justo, infraestruturas, etc.)
 Ambientais (uso de recursos renováveis, preservação de biodiversidade, etc.)
 Sócio-culturais (preservação de diversidade de culturas, igualdade de acesso a
oportunidades, garantia de necessidades básicas, etc.)
 Tecnológicas (desmaterialização/ecoeficiência, tecnologia apropriada, inovação, etc.)
 Políticas (transparência, igualdade de géneros e raças, valores morais, instituições, etc.)
 Exemplos de índices de sustentabilidade:
 Índice de Desenvolvimento Humano, HDI (Human Development Index): índice composto
para avaliação do nível de desenvolvimento de um país em 3 categorias: sistema de saúde,
educação e padrões de vida. É a conjugação de 4 indicadores: esperança média de vida,
produto interno bruto (GDP – Gross Domestic Product), anos de escolaridade médios e
anos de escolaridade expectáveis.

 Índice de Riqueza Inclusivo, IWI (Inclusive Wealth Index): índice mais completo que o HDI,
fazendo uma análise detalhada da produção do pais em termos de capital humano e uso
de capital natural. Mede a capacidade de uma nação em criar e manter o bem-estar das
pessoas.
 O IWI define sustentabilidade como uma alteração positiva no bem-estar.
 O IWI é o valor social (e não monetário) de todo o capital de uma nação (natural,
humano e produzido).
 Um valor de IWI positivo significa bem-estar positivo ao longo de várias gerações.
 Pegada ecológica: área de terreno/ecossistema produtivo (em qualquer local da Terra)
que seria necessária para produzir os recursos utilizados e assimilar os resíduos
produzidos por uma determinada população (valor para o cidadão médio: 2,7 hectares
per capita). É uma medida da procura de capital natural, a qual pode ser comparada com
a capacidade de regeneração ecossistemas (2,1 hectares per capita)  chegando-se á
conclusão que esta já foi ultrapassada pela pegada ecológica nos anos 80  estamos a
usar mais recursos do que aqueles que a Terra tem para nos oferecer (estamos a “usar
mais do que uma Terra”).

Limitações deste índice:


 Grandes cidades ficam com pegadas muito maiores que o campo (que pode
inclusive gastar mais recursos)
 Método de cálculo implica que as monoculturas sejam preferíveis a florestas
diversificadas por terem mais biocapacidade (mas obviamente têm menos
biodiversidade).
 Trata a energia nuclear da mesma forma que os combustíveis fósseis
 Índice de Desempenho Ambiental, EPI (Environmental Performance Index): índice que
permite quantificar o desempenho das políticas ambientais de um país, com base em 10
categorias de políticas, num total de 25 indicadores. São usados dados de estatiscticas
oficiais recolhidas pelos governos, dados recolhidos por organizações internacionais e/ou
não governamentais, observações de estações de monitorização e dados de modelos.
Contudo há sempre informação em falta sendo difícil cobrir todo o país.
d. ENDS – Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável
 Estratégia de Portugal até 2015 (aprovada em 2007) para orientar o país na direção de um
desenvolvimento sustentável, de acordo com as diretivas europeias (EEDS – Estratégia
Europeia de Desenvolvimento Sustentável).
 Metas globais: até 2015 colocar Portugal:
 num patamar de desenvolvimento económico mais próximo da média europeia;
 entre os primeiros 20 países no ranking de HDI das Nações Unidas;
 com um défice ecológico global inferior ao actual.

e. Sustentabilidade corporativa e industrial


 Sustentabilidade corporativa/industrial: conjunto de políticas
adotadas por uma empresa de modo a realizar os seus objectivos
(produzir produtos, prestar serviços, etc.) e gerar lucro para os
seus accionistas de forma sustentável, ou seja, gerindo recursos
(materiais e energéticos) e riscos de saúde e ambientais de
maneira a não comprometer as necessidades das gerações
presentes e futuras. Envolve conceitos de desenvolvimento
sustentável, responsabilidade social corporativa, teoria de
planeamento estratégico dos accionistas e culpabilidade de empresas.
 Evolução da indústria química
 Impacto da indústria química no planeta
Vantagens da indústria química Desvantagens da indústria química
Fornece produtos e serviços Gera resíduos
Cria postos de trabalho Gasta recursos naturais
Gera riqueza Consome energia
Grande interação com outras indústrias
Liberta sustâncias perigosas para o
Desenvolve novos produtos e tecnologias
ambiente e ser humano
benéficos para o ambiente

 Mudança de paradigma: anteriormente os processos químicos estavam optimizados


para gerar o máximo de lucro e a maior qualidade dos produtos. Hoje em dia aplicam-
se técnicas de controlo de poluição, como o tratamento de efluentes, e com o
reconhecimento da importância de fatores sociais e ambientais começa-se a evoluir no
sentido de se alcançar sustentabilidade industrial, tornando-se os processos mais
limpos, da seguinte forma:
 Redução do uso de matérias-primas tóxicas
 Retrofitting (adição de novas tecnologias a velhos equipamentos)
 Prevenção de poluição (por diminuição da produção de subprodutos – economia
dos átomos - e das emissões de materiais voláteis e solventes)
 Afastamento em relação a fontes de energia não renováveis
 Promoção do conceito de desenvolvimento sustentável

 Razões para a mudança:


 Leis internacionais/nacionais de proteção do ambiente
 Iniciativas de responsabilidade empresarial
 Custos associados ao cumprimento de regulamentações
 Falta de espaço para aterros
 Custo de matérias-primas e energia
 Consciencialização e consequente pressão do público em geral
 Altos padrões de segurança no local de trabalho
 Responsabilidade social corporativa (ISO 26000, SA 8000): conjunto de políticas e
procedimentos mensuráveis de uma empresa no sentido de melhorar o local de trabalho,
condições dos trabalhadores, a própria organização e a comunidade (melhorias no
ambiente, diversidade de recursos, ética, direitos humanos, saúde, etc.), para além do que
é obrigatório por lei.
 Iniciativas de responsabilidade social empresarial:
 Norma ISO 14001
 Global Reporting Initiative (GRI): organização sem fins lucrativos que promove o uso de
relatórios de sustentabilidade (com um formulário padrão e métricas apropriadas) para
empresas.
 Responsible Care: iniciativa a nível global na indústria química para promover uma
melhoria continua na saúde, segurança e ambiente e a transparência das partes
interessadas. O objectivo é satisfazer a procura crescente por produtos químicos
essenciais de modo sustentável. Os signatários devem comprometer-se a respeitar os 6
princípios fundamentais (Global Charter):
 Incutir um espirito de liderança nas pessoas no sentido de suportar uma gestão
segura de produtos químicos.
 Salvaguardar as pessoas e o ambiente por melhoria contínua dos produtos e
processos químicos.
 Fortalecer os sistemas de gestão de produtos químicos (usando técnicas como
avaliação de ciclo de vida e avaliação de riscos).
 Influenciar os parceiros de negócios a promover práticas de gestão seguras.
 Escutar todas as partes interessadas.
 Contribuir para a sustentabilidade global por desenvolvimento de novas
tecnologias ou melhoramento de desempenho.
 Global Compact: iniciativa da ONU, de carácter voluntário a nível global, em que as
empresas se comprometem a respeitar 10 princípios nas áreas dos direitos humanos,
práticas laborais (abolição de trabalho infantil, trabalho forçado e discriminação),
ambiente e luta contra a corrupção.
 Métricas de sustentabilidade industrial
 Métricas corporativas: conjunto de
critérios, e respectivos pesos, para avaliar
as oportunidades e riscos que advêm de
desenvolvimentos económicos, ambientais
e sociais para uma empresa. Existem
critérios tanto de caracter global como
especifico (definidos por cada empresa). A
recolha de dados é feita geralmente por
preenchimento de formulários, como o
SAM (Self Assessment Scale) e o CSA (Corporate Sustainability Assessment).
 Métricas devem ser:
 Simples de usar
 Úteis para tomada de decisão
 Compreensíveis para várias audiências
 Custo de aquisição de dados não muito elevado
 Reprodutíveis
 Robustos e objectivos
 Passíveis de serem extrapolados
 Proteger/ocultar informação confidencial
 Tipos de indicadores:
 1D: referem-se a 1 só aspecto da sustentabilidade
 2D: referem-se a 2 aspectos da sustentabilidade
 3D: referem-se aos 3 aspectos da sustentabilidade
 Exemplos de métricas corporativas:
 Dow Jones Sustainability Indexes (DJSI): primeiro índice de performance financeira
das empresas líderes na sustentabilidade a nível mundial, abordando tópicos como
gestão de riscos, criação de marcas, mitigação das alterações climáticas, padrões
na cadeia de fornecimento, práticas laborais e administração da empresa.
Benefícios:
i. Reconhecimento público de liderança industrial
ii. Reconhecimento de importantes grupos de interesse (como p.ex clientes)
iii. Resultados visíveis de imediato e de grande impacto
iv. Benefícios financeiros
 iChemE Sustainable Development Metrics: são métricas consistentes com o GRI que
devem ser calculadas e incluídas num relatório nesse âmbito.

1. Indicadores 2. Indicadores 3. Indicadores sociais


ambientais económicos
1.1 Recursos 3.1 Condições de trabalho
2.1 Lucros, valor e
(energia, material, terra, água, (empregabilidade e condições de
etc.)
taxas saúde e segurança)

1.2 Emissões, efluentes e 3.2 Sociedade


resíduos 2.2 Investimentos
(beneficios para a comunidade
(cálculo para um impacte local e participação das partes
ambiental do tipo i: 𝐸𝐵𝑖 = interessadas)
𝑊𝑗 𝑃𝐹𝑖,𝑗 , j - subtancia, W - massa
emitida, PF - factor de potência 2.3 Outros
para o impacte) 3.3 Outros items
1.3 Outros items
(impacte da construção da fábrica,
impacte em áreas protegidas, etc.)

 Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE): índice desenvolvido pelo Observatório


de Sustentabilidade Empresarial da Business Council for Sustainable Development
Portugal. O índice é calculado pela média aritmética de 5 sub-índices (indicadores
de topo) os quais são calculados pela média aritmética dos indicadores descritivos
que os constituem.
2. Sistemas de gestão ambiental

a. Definições
 Sistema de gestão ambiental (EMS – Environmental Management System): conjunto de
práticas sistemáticas usadas para gerir os processos/actividades de uma empresa no sentido
de melhorar/controlar o seu desempenho ambiental (reduzir impacte ambiental e aumentar
eficiência), garantindo que os seus produtos/serviços cumprem os seus objectivos: satisfazer
os clientes e respeitar regulamentos e metas ambientais. Os sistemas de gestão ambiental
estão integrados nos sistemas de gestão da empresa e também contribuem para a melhoria
de qualidade dos produtos, treino de pessoal e consciencialização do público em geral.
 Benefícios e custos de um sistema de gestão ambiental:
Benefícios Custos
 Melhor desempenho ambiental  Internos (são os maiores): tempo
 Prevenção de poluição despendido pelos administradores
 Conservação de recursos e outros empregados
 Novos clientes/mercados  Externos: consultoria externa e
 Maior eficiência – menores custos treino de pessoal numa
 Melhor imagem pública organização independente
 Mais consciência ambiental dos empregados
 Instrumentos de gestão ambiental:
 Normas (ex: ISO 14001, BS 7750:1992, etc.)
 Environmental Management and Audit Scheme
 Rótulos ecológicos
 Agenda 21 local
 …
b. Norma NP EN ISO 14001:2004 e aplicação
 Norma da International Organization for Standardization (ISO), de carácter internacional e
voluntário e aplicável a empresas de qualquer dimensão, que tem como objectivo especificar
os requisitos padrão de um sistema de gestão ambiental e as linhas de orientação para a sua
implementação, de forma a permitir a uma organização desenvolver e implementar uma
politica ambiental dentro dos limites legais e dos aspectos ambientais significativos.
Pertence a uma família de normas relacionadas com o ambiente – ISO 14000 – que está
estreitamente relacionada com a série ISO 9000 de gestão de qualidade. Em Portugal é
aplicada pelo Instituto Português da Qualidade (IPQ) e pela Agência Portuguesa do Ambiente
(APA).

A implementação é feita de acordo com os princípios da roda de Deming: planeamento


(“Plan”), execução (“Do”), verificação (“Check”) e revisão pela gestão (“Act”), de forma a
garantir uma melhoria contínua do desempenho ambiental.
 Estrutura da norma:
1. Objectivos e campo de aplicação
2. Referências normativas
3. Termos e definições.
Algumas definições:
 Ambiente: meio envolvente no qual uma organização opera, incluindo ar, água,
solo, fauna, flora e seres humanos.
 Aspecto ambiental: elemento das actividades ou produtos de uma organização que
pode interagir com o ambiente
 Impacte ambiental: qualquer alteração no ambiente (adversa ou benéfica)
resultante dos aspectos ambientais da organização.
Assim os aspectos e os impactes têm uma relação de causa-efeito: controlando os
aspectos podemos mitigar os impactes negativos e promover os positivos
4. Requisitos do sistema de gestão ambiental:
4.1. Requisitos gerais
4.2. Política ambiental: conjunto de intenções e orientações gerais de uma organização
relacionadas com o desempenho ambiental, estabelecidas pela gestão de topo. É a
base do sistema de gestão ambiental da empresa e como tal deve ser adequada
à escala dos seus impactes ambientais, deve incluir compromissos de melhoria
continua, cumprimento de regulamentos e prevenção de poluição e deve ser
facilmente acessível pelo publico.
4.3. Planeamento:
4.3.1.Aspectos ambientais:
i. Identificar os aspectos ambientais da organização (ex: emissões atmosféricas;
descargas para águas e solos; consumo de matérias-primas e energia;
produção de resíduos; etc.)
ii. Avaliação dos impactes ambientais associados a esses aspectos
iii. Classificar os aspectos de modo a ordena-los segundo a sua importância (usar
critérios como questões legais, compromissos ambientais, resultados da
avaliação do impacte, preocupações das partes interessadas, etc.)
4.3.2.Requisitos legais e outros requisitos: identificar, documentar e comunicar as leis
aplicáveis, os requisitos específicos da indústria (ex: Responsible Care,
International Chambers of Commerce (ICC) Charters,…)
e outros requisitos voluntários (ex: Green Seals, etc.)
4.3.3.Objectivos, metas e programa: definir objectivos, as
metas (valores) a atingir para esses objectivos e os
passos a seguir para as atingir.
4.4. Implementação e operação:
4.4.1.Recursos atribuições responsabilidades e autoridade:
definir todos os recursos humanos, tecnológicos,
financeiros e infraestruturas necessárias à
implementação
4.4.2.Competência, formação e sensibilização: mudança de
atitudes, comportamentos e pensamentos
4.4.3.Comunicação (interna e com o publico)
4.4.4.Documentação de todos os elementos do EMS
4.4.5.Controlo dos documentos (garantir a sua actualização e fácil localização)
4.4.6.Controlo operacional (controlo de todas as actividades/processos/produtos
associados aos impactes ambientais significativos)
4.4.7.Preparação e resposta a emergências
4.5. Verificação:
4.5.1.Monitorização e medição (para acompanhar o desempenho do sistema)
4.5.2.Avaliação de conformidade (ver se os requisitos já foram cumpridos)
4.5.3.Não conformidade, ações corretivas e preventivas (se os requisitos não são
cumpridos tomar medidas correctivas e/ou preventivas)
4.5.4.Controlo de registos (registar as conformidades e não conformidades)
4.5.5.Auditoria interna
4.6. Revisão pela gestão: de modo a garantir que o sistema de gestão continua a ser
adequado e eficaz e que toda a informação necessária para a avaliação foi recolhida,
modificando as políticas, objectivos ou outros elementos do EMS em conformidade.
Anexo A – Linhas de orientação para utilização da norma
Anexo B – Correspondência entre a ISO 14001 e a ISO 9001
Bibliografia

 Certificação: emissão, por um organismo externo, de uma garantia por escrito – certificado
– de que o sistema de gestão cumpre os requisitos da norma.
 Registo: introdução do certificado nos registos do organismo que conduziu a auditoria.
 Acreditação: reconhecimento, por um organismo acreditador independente, de que o
organismo de certificação tem de facto capacidade e credibilidade para emitir certificados.
 Mecanismos de certificação:
 Auto declaração (não formal).
 Declaração por clientes ou fornecedores (não formal).
 Declaração por terceiros: organismos independentes e creditados para emitir
certificações periodicamente.

c. Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria, EMAS (Environmental


Management and Audit Scheme)
 Ferramenta de gestão ambiental desenvolvida pela União Europeia, de cariz
voluntário em relação a organizações mas obrigatória para todos os estados membros,
tendo como objectivo a melhoria contínua do desempenho ambiental e o
fornecimento de informação relevante ao público em geral e às partes interessadas.
 O EMAS incorpora os elementos da norma ISO 14001 mas têm os seguintes elementos
adicionais:
 Revisão ambiental inicial, para identificar os aspectos ambientais da organização. Se a
organização for certificada com a ISO 14001 então isto não é necessário, desde que se
cumpram determinados requisitos ambientais.
 Declaração ambiental baseada nos resultados da implementação do EMS e em todos os
dados por ele examinados, de modo a dar a conhecer a público e às partes interessadas
o estado do EMS e do desempenho ambiental da organização. Deve conter uma
descrição da organização e suas actividades seguida de todos os elementos já descritos
na ISO 14001.
 Validação da declaração ambiental e do desempenho ambiental por um organismo
independente acreditado (ex: APCER – Associação Portuguesa de Certificação; Lloyd’s
Register Quality Assurance; etc.)
 Melhoria contínua anual (através de auditorias)
 Verificação constante de obediência às leis
 Todos os detalhes do EMS e do desempenho ambiental da organização vão a publico
 Demonstração de melhoria continua e envolvimento dos empregados em vez de apenas
um compromisso.

Em Portugal o EMAS é implementado pela APA.


 Procedimento para registo no EMAS:
i. Fazer a revisão ambiental inicial
ii. Ter um EMS
iii. Realizar uma auditoria interna
iv. Verificar cumprimento de leis
v. Avaliar periodicamente o seu desempenho ambiental
vi. Treinar os seus empregados
vii. Elaborar a declaração ambiental
viii. Submeter o EMS e a declaração ambiental a um organismo de certificação
ix. Pedir um registo no organismo competente
x. Publicar a declaração ambiental e atualizá-la anualmente.
d. Auditorias
 Auditoria: procedimento sistemático e documentado de verificação e obtenção de provas de
maneira a determinar se o organismo alvo da auditoria cumpre determinados critérios por
ele estabelecidos ou impostos por terceiros.
 Tipos de auditorias:
 Auditoria de conformidade (para ver se as leis e regulamentos ambientais estão a ser
respeitados)
 Auditoria de risco (feito por seguradoras para avaliar riscos)
 Auditoria ao sítio (feita quando há expansão das instalações para verificar se há
contaminações)
 Auditoria de encerramento ou aquisição (identifica o grau de poluição antes de a fábrica
fechar)
 Auditoria do sistema de gestão ambiental (para verificar se o EMS da empresa cumpre
os requisitos e para permitir o seu melhoramento)
 Classificação de auditorias conforme o organismo que as faz:
 Auditoria interna: levada a cabo pela própria organização para verificar o estado de
implementação e eficiência do EMS.
 Auditoria externa: conduzidas ao fornecedor da organização por ela própria, ou
conduzidas à organização pelos clientes (para verificarem cumprimento de requisitos).
 Auditoria de certificação: realizada por uma entidade sem qualquer relação com a
empresa para emitir um certificado em como o seu EMS cumpre os requisitos da norma
ISO 14001 ou do EMAS.
 Critérios a respeitar numa auditoria:
 Princípios de ética profissional
 Imparcialidade
 Profissionalismo apropriado (rigor)
 Independência
 Racionalidade (basear conclusões em provas)

e. Avaliação de desempenho ambiental (EPE)


Ferramenta (descrita pela norma ISO 14031) de gestão interna contínua que permite, com base
na recolha e avaliação de informação fiável e verificável, determinar se os aspectos ambientais
de uma organização cumprem ou não os requisitos ambientais a que esta se propôs.

f. Rótulo ecológico
Etiqueta (atribuída segundo critérios da European Union Ecolabelling Board, EUEB) que
permite aos consumidores identificar produtos e serviços com impacte ambiental
reduzido ao longo de todo o seu ciclo de vida (ISO 14020-14025). É de caracter
voluntário e é aplicável a produtos que:
 provoquem impactes ambientais não significativos
 apresentem um potencial de melhoria ambiental
 representem um volume importante de vendas no mercado europeu
 incluam no seu volume de vendas uma parte importante destinada ao consumo e utilização
finais.

g. Prevenção e Controlo Integrado da Poluição, PCIP ou IPPC (Integrated Pollution


Prevention and Control)
 Diretiva emitida pela União Europeia com o objetivo de minimizar a poluição proveniente de
actividades industriais e atingir um alto nível de proteção de todo o ambiente. Aplica-se a
uma vasta gama de tipos de impacte ambiental (emissões para ar, solo e águas, poluição
sonora, polução térmica, produção de resíduos e consumo de recursos, etc.) e a várias
actividades industriais (produção de energia, industria química, metalúrgica, inceneração,
etc.).
 Está integrado num conjunto de leis designado de Regime de Emissões Industriais (REI).

 O cumprimento desta directiva exige a atribuição de uma licença ambiental (emitida pelos
órgãos competentes), a qual permite à empresa operar usando as melhores técnicas
disponíveis.
 Licença ambiental: permissão atribuída a uma organização para exercer as suas
actividades e explorar as suas instalações, desde que esta garanta a prevenção e o
controlo integrados da poluição de modo a evitar, ou se tal não for possível, a reduzir
as emissões para o ar, água e solo, a produção de resíduos e a poluição sonora. É
atribuída pela APA após preenchimento do formulário de PCIP.
 Melhores técnicas disponíveis, MTD (BAT – Best Available Techniques):
correspondem à fase de desenvolvimento mais avançada e eficaz das actividades e
tecnologias que são aplicáveis no contexto do sector económico em causa. São
definidas a partir de documentos produzidos por um painel europeu de especialistas,
designados BREF (Best available techniques REFerence).

h. Regime de responsabilidade ambiental


Estabelece que uma organização deve ser responsável pelos danos ambientais (alterações
adversas mensuráveis e significativas causadas a espécies e habitats naturais protegidos, águas
e solos) ou ameaças de danos ambientais que resultem do exercício das suas actividades,
devendo prevenir estes danos e caso ocorram, remediá-los.

3. Avaliação de impacte ambiental (AIA)


a. Definição e objectivos
 Avaliação de impacte ambiental: instrumento de política ambiental, de carácter preventivo,
cujo objectivo é a recolha de informação para identificação/previsão dos efeitos ambientais
de um projecto, e proposição de medidas que evitem ou compensem tais efeitos, numa
perspetiva de avaliação de alternativas para tomada de decisão sobre a viabilidade de
execução desses projectos, e sempre com participação pública.
 Objectivos:
 Avaliar possíveis impactes ambientais significativos (diretos ou indiretos) associados
ao projecto
 Propor medidas que evitem/minimizem esses impactes
 Instituir um processo de verificação a posteriori da eficácia das medidas adotadas
 Garantir a participação pública e das partes interessadas.
b. Impactes ambientais e sua classificação
 Impacte ambiental de uma actividade: desvio,
causado pela actividade, em relação a uma
situação base (situação/condição ambiental
existente na ausência de atividade).
 Após a definição da situação base devem-se
definir os componentes ambientais que
interessa estudar, nas seguintes categorias:
 Água (qualidade, quantidade, fiabilidade,
acessibilidade,…)
 Solos (erosão, salinidade, concentração de
nutrientes, porção não cultivável,…)
 Ar (qualidade do ar, emissão de poluentes e
toxinas,…)
 Ruido
 Fauna (populações, habitat,…)
 Saúde ambiental (agentes patogénicos,….)
 Flora (composição e densidade de vegetação
natural, produtividade,…)
 Ecossistemas especiais
 Recursos culturais
 Topografia e geologia
 Passos de um AIA:
1) Fase preliminar: determinar se a AIA é precisa e a que nível.
2) Identificação dos componentes ambientais a estudar e da situação base.
3) Análise de impacto: propor um desvio (impacto), prever os seus efeitos e avaliar a sua
magnitude/significância.
4) Fase de mitigação: propor medidas para prevenir, minimizar ou compensar os efeitos dos
impactes.
5) Elaboração de um relatório para apresentar aos órgãos de administração, e posterior
revisão deste.
6) Apresentação do relatório á administração e tomada de decisão quanto às propostas de
medidas.
7) Monitorização da implementação do projecto (auditoria).
8) Elaboração de uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) com os resultados da AIA, que
informe o público e partes interessadas e permita a sua participação.

4. Ecoeficiência
a. Definição
 Ecoeficiência (EE): eficiência de
utilização de recursos naturais para
produzir produtos a preços
competitivos e realizar serviços que
satisfaçam as necessidades humanas,
reduzindo o consumo de recursos e os
impactes ambientais, pelo menos até a
um nível correspondente à capacidade
máxima de suporte da Terra.
“criação de mais bens e serviços usando menos recursos e produzindo menos resíduos”
 Objectivos:
 À macroescala: desligar/separar o impacto
ambiental do crescimento económico
(decoupling) – garantir que os impactes
ambientais não sejam proporcionais ao
crescimento económico e desenvolvimento
tecnológico, como têm sido até agora (dois
lados da engenharia – gera riqueza mas
destrói o ambiente  usar engenharia verde para remediar a situação).
 À microescala: criar mais valor com menor impacte ambiental e menor consumo de
recursos.
 Utilidade: para comparar produtos ou processos semelhantes em termos de impacto
ambiental ao longo do seu ciclo de vida e também em termos de valor acrescentado,
 Medição da ecoeficiência
 À microescala:
valor acrescentado
𝐸𝐸 =
impacte ambiental
 À macroescala: usam-se factores que refletem a produtividade de recursos como o
aumento nas receitas/bens em relação à diminuição do uso de recursos:
 Factor 4: representa o quadruplo da produtividade, ou seja, o dobro do capital
com metade dos recursos gastos
 Factor 10: aumento de 10x na ecoeficiência – os defensores disto dizem que só
assim se pode atingir a sustentabilidade a nível global e não com um Factor 4,
exequível através de uma abordagem por ciclo de vida, uma mudança na forma
como os produtos são produzidos e processados e o desenvolvimento de novos
produtos. É um factor mais focado na redução do consumo de recursos que o
factor 4.
 No geral: Factor X - produtividade aumenta X vezes duplicando o capital
produzido e diminuindo 2/X vezes os recursos consumidos:
capital produzido 2 × capital produzido
Produtividade = ; Produtividade′ =
consumo de recursos 2
𝑋 × consumo de recursos
Produtividade′ Eu sei que nos slides tá a
𝐹𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑋 = =𝑋
Produtividade multiplicar por EE mas assim
A relação da ecoeficiência com os impactes ambientais (EB) é: acho que faz mais sentido!!
𝐸𝐵 = 𝑊 × 𝑃/𝐸𝐸
Sendo W a riqueza per capita e P a população mundial. Se a ecoeficiência aumentar de um
factor X e a riqueza duplicar então:
𝐸𝐵′ 𝑊′ × 𝑃′/𝐸𝐸′ 1
= = 2×1×
𝐸𝐵 𝑊 × 𝑃/𝐸𝐸 𝐹𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑋
 Estratégias para melhorar a ecoeficiência:
 Redução da intensidade material
 Redução da intensidade energética
 Redução da dispersão de substâncias tóxicas
 Aumento da reciclabilidade
 Otimização do uso de materiais renováveis
 Prolongamento do ciclo de vida do produto
 Aumento da intensidade do serviço
 Áreas de oportunidade da ecoeficiência:
 Reengenharia dos processos (minimizar desperdícios/maximizar poupanças e eliminar
riscos)
 Revalorização de subprodutos (usa-se menos matéria-prima virgem e mais barata)
 Reconcepção de produtos (torna-los recicláveis, mais funcionalizáveis e atualizáveis)
 Reconcepção dos mercados (criar serviços extra, ofertas funcionalizáveis e soluções
compreensivas)
 Elementos num relatório de ecoeficiência (definidos pela GRI):
 Perfil organizacional
 Perfil financeiro
 Perfil ambiental
 Indicadores/rácios de ecoeficiência
 Informação sobre as metodologias empregues
 Limitações do modelo de ecoeficiência
 Falta a vertente social – que lhe deve ser complementar pois é uma vertente importante,
do ponto de vista de que se deve promover mudança de mentalidades, hábitos de
consumo (preferência por produtos mais ecoeficientes e sustentáveis) e medidas
políticas necessárias à melhoria da ecoeficiência.
 Não é uma metodologia rígida e única
 Não é um padrão certificável
 Não é uma solução milagrosa e universal – requer interpretação e implementação
específicas.

b. Ferramentas e indicadores
 Classes de ferramentas para implementar a ecoeficiência: aos seguintes níveis:
 Organização/gestão (EMS, GRI, gestão de ciclo de vida, etc.)
 Design (análise de ecoeficiência, análise de ciclo de vida, etc.)
 Compra a fornecedores (gestão de cadeia de valor, etc.)
 Marketing e comunicações (rótulos ecológicos, relatórios ambientais, etc.)
 Produção e distribuição (ecologia industrial, IPPC, etc.)
 Gestão de infraestruturas e desenvolvimento de projectos (avaliação de impacte
ambiental, engenharia verde, etc.)
 Factores que influenciam o seu uso:
 Fatores de mercado
 Espectativas das partes interessadas
 Influências de regulamentos
 Fatores de produção internos
 Nível de cultura e consciencialização
 Etapa na cadeia de valor
 Waste Reduction Algorithm (WAR): ferramenta (algoritmo) desenvolvida pela EPA
(Environmental Protection Agency, dos EUA) que permite avaliar os potenciais impactes
ambientais (PEI) de várias alternativas de processo – avalia perigos e não riscos. O algoritmo
usa balanços de massa e energia para determinar entradas e saídas do processo, sendo estas
multiplicadas por factores de potência química (determinados segundo 7 categorias de
perigos) para determinar a sua contribuição para um índice final que mede os PEI’s.

 Indicadores de ecoeficiência: de acordo com a definição matemática de ecoeficiência


(microescala) são precisos dois tipos de indicadores: económicos e ambientais.
 Principais indicadores económicos:
 Produção, expressa em unidades de produto (massa, quantidade, etc.)
 Receitas em vendas
 Despesas de operação e investimentos
 Principais indicadores ambientais:
 Consumo de energia
 Consumo de materiais
 Consumo de água
 Emissões de GEE
 Emissões de substâncias destruidoras da camada de ozono

5. REACH
c. Definição e objectivos
 Registration, Evaluation, Authorisation and Restriction of Chemicals (REACH): legislação
europeia relativa à utilização segura de substâncias químicas, à sua avaliação, registo,
autorização e restrição, visando a proteção da saúde humana e do ambiente. Substitui
legislação da UE relacionada com produtos químicos.
 Objectivos:
 Assegurar um elevado nível de proteção da saúde humana e ambiente.
 Desenvolver uma política integrada para produtos químicos com base nos princípios da
precaução e sustentabilidade.
 Permitir livre circulação de substâncias químicas no espaço da UE.
 Promover inovação e competitividade na indústria química europeia.
 Permitir que sejam as empresas a comprovar a segurança dos produtos.
 Promover métodos alternativos de avaliação de perigo.
 Substância: elemento químico e todos os seus compostos, naturais ou artificiais, incluindo
aditivos (no caso de polímeros) e impurezas mas excluindo solventes facilmente separáveis.
É a base do REACH – cada substância tem um e um só registo. Algumas substâncias, como
medicamentos e resíduos, não devem ser registadas.
 Substância de integração progressiva (phase-in): substâncias que cumpre pelo menos um
dos seguintes requisitos:
 Listadas na EINECS (European Inventory of Existing Commercial Chemical Substances)
 Produzidas na UE mas que não deram entrada no mercado europeu após 01/06/1992
 As que já não são consideradas polímeros.
 Substâncias na lista de autorização: são substâncias que precisam de uma autorização
especial antes de serem colocadas no mercado. Estas substâncias fazem parte do grupo de
substâncias de grande preocupação (SVHC – Substances of Very High Concern), que são todas
as substâncias:
 carcinogénicas, mutagénicas ou tóxicas para a reprodução de organismos
 persistentes e bioacumulativas
 para as quais há provas cientificas de efeitos sérios comparáveis com os dois casos
anteriores.
 Participantes:
 Os produtores
 Os importadores
 O consumidor final (incluindo formuladores, reimportadores, produtores de artigos,
etc.)
As companhias que produzem ou importam substâncias químicas são obrigadas a recolher
informação sobre elas (propriedades, usos, etc.) e registá-las na base de dados central da
ECHA (European CHemicals Agency)
 Organizações responsáveis pela implementação do REACH em Portugal:
 APA
 DGAE (Direção Geral de Atividades Económicas)
 DGS (Direção Geral de Saúde)

d. Registo no REACH
1) Inquérito (para substâncias não phase-in ou phase-in que não tiveram pré-registo):
preparação de um dossier de inquérito (pela plataforma REACH-IT ou IUCLID 5) e submissão
desse dossier à ECHA para se determinar que dados são precisos, que dados estão disponíveis
e se há outros potenciais candidatos.
2) Partilha de dados com outros candidatos a registo e discussão de preços com estes.
3) Registo: preparação de um dossier de registo (usando a plataforma IUCLID 5), com dois
componentes:
 Dossier técnico: identificação da organização candidata, da substancia e seus usos e dos
testes conduzidos (e como foram conduzidos)
 Relatório de segurança químico: contem informação sobre perigos para a saúde,
propriedades físico-químicas, perigos para o ambiente e cenários de exposição
(aplicável apenas a partir de um certo volume de produção/importação).
e submissão desse dossier à ECHA. Os custos de registo envolvem pagamento de honorários
à ECHA e honorários relativos a dados e consultoria.

e. Partilha de informação
 MSDS (Material Safety Data Sheets): documento que contem informação sobre
propriedades da substancia, os seus perigos e instruções para manuseamento, transporte,
eliminação, transporte, combate a incêndios e primeiros socorros. Deve ser entregue pelo
fabricante a todos os utilizadores e fornecedores a jusante deste.
 Dois mecanismos de partilha de informação:
 Substance Information Exchange Forum (SIEF): grupo formado por todos os candidatos
a registo onde estes podem trocar informação entre si (2ª fase do procedimento de
registo) de modo a evitar duplicação de informação, e podem chegar a acordo quanto à
classificação e rótulo da substância. É eleito um líder que é responsável por entregar um
dossier de líder da comissão conjunta à ECHA (com informação sobre classificação,
rotulagem e sumário dos testes feitos).
 Inquéritos

f. Classification Labelling and Packaging of chemicals (CLP):


 Regulamento europeu relativo à rotulagem, classificação e embalagem de substâncias
químicas e misturas.
 Utiliza um sistema padronizado de classificação e rotulagem.
 Tipos de perigos:
 Físicos
 Saúde
 Ambientais
 Tipos de substâncias não cobertas pelo CLP:
 Radioativas
 Sujeitas a inspeção alfandegária
 Isoladas/intermediárias
 Resíduos
 Medicamentos
 Cosméticos
 Produtos alimentares

6. Química Verde e Engenharia Verde


a. Química verde
 Definição: química verde é o ramo da química que se
dedica ao design e implementação de produtos e
processos químicos que reduzem ou evitam o uso de
substâncias perigosas para a saúde humana e para o
meio ambiente.
 A ideia chave é escolher mecanismos reaccionais
(síntese do produto), matérias-primas e condições de
operação processuais alternativas às convencionais,
de maneira a tornar as reações químicas e processos
químicos:
 Simples
 Seguros
 Eficientes (alto rendimento, seletividade e eficiência energética)
 Limpos (usam apenas reagentes renováveis e recicláveis)

 Motivação:
 Várias substâncias químicas sintéticas estão associadas a problemas de saúde e
ambientais
 A produção da indústria química tem vindo a aumentar 3% ao ano.
 12 Princípios básicos:
1) Prevenir desperdícios
2) Implementar a economia de átomos (tentar maximizar a incorporação/transformação de
todos os materiais introduzidos no processo)
3) Usar métodos de síntese química com menos perigos
4) Desenhar substâncias mais seguras
5) Usar solventes e materiais auxiliares mais seguros
6) Projectar processos energeticamente eficientes (condições de operação moderadas,
idealmente à pressão e temperatura ambientes)
7) Usar matérias-primas renováveis (ex: biomassa)
8) Reduzir derivações (uso de compostos químicos para modificar propriedades físico-
químicas do sistema, ex: surfactantes)
9) Usar catálise
10) Projectar produtos biodegradáveis
11) Desenvolver técnicas de análise em tempo real para prevenção e controlo de poluição.
12) Projectar sistemas inerentemente seguros (que evitem acidentes)
 Utilidade da química verde
 Prevenção de poluição por melhoria de condições de operação (rendimento, consumo
energético, etc.)
 Desenvolvimento de processos mais “verdes”: processos que recorram a reagentes não
tóxicos e com menor impacte ambiental. Ex.: evitar usar compostos com cloro se o
produto final não contem cloro
 Desenvolvimento de produtos alternativos mais “verdes”: ex. substituir os CFC’s
 Substituição de químicos (Ex: biocombustíveis em vez de combustíveis derivados do
petróleo, plásticos coloridos em vez de metal pintado, engenharia genética em vez de
herbicidas e pesticidas, etc.)
 Informação necessária sobre as substâncias:
 Propriedades físico-químicas
 Toxicologia e ecotoxicologia
 Análises de exposição
 Dados de transporte no ambiente
 Regulamentações
 Utilização (na industria química, a nível laboratorial ou noutras actividades)
 Produção de resíduos e emissões
Há que encontrar o balanço entre informação de interesse público (no sentido da divulgação
e transparência) e de interesse privado (no sentido de evitar a divulgação de segredos de
mercado)

b. Engenharia verde
 Definição: aplicação de conceitos de engenharia para desenvolver e comercializar processos
sustentáveis projectados com ajuda da química verde.
 12 Princípios básicos
1) Inerente ao invés de circunstancial (designs inerentemente seguros para prevenir
acidentes, em vez de tentar controla-los)
2) Prevenção em vez de tratamento
3) Otimizar processos de separação
4) Maximizar eficiência energética, material, temporal e espacial
5) Projectar com base em saídas (output pulled) e não entradas (input pushed)
6) Conservar a complexidade de sistemas
7) Durabilidade ao invés de imortalidade
8) Ir ao encontro das necessidades, minimizando o excesso
9) Minimizar diversidade de materiais
10) Integrar correntes de massa e energia
11) Projectar produtos que mantenham o seu valor mesmo após terem excedido o seu tempo
de vida no mercado
12) Usar materiais renováveis em vez de esgotar os não renováveis.

c. Algumas regras e exemplos de aplicação de química verde


 Regras
a) Numa reacção onde se forma um subproduto indesejável (W), por exemplo do tipo:
A+BP+W
deve-se proceder da seguinte forma:
 Encontrar reagentes (A e/ou B) que evitam ou reduzem a formação de W
 Encontrar reagentes (A e/ou B) que produzem um W diferente, que seja útil
 Substituir P por outro produto cuja produção não envolva a produção de W
b) Num sistema reaccional onde existe uma reacção principal (A + B  P) em competição
com outra secundária do tipo A + B  W, deve-se tentar encontrar reagentes (A e/ou B)
que evitam esta reação secundária.
c) Num sistema reaccional onde existe uma reacção principal (A + B  P) em competição
com outra secundária do tipo P  D1 + D2, deve-se ajustar as condições de
pressão/temperatura ou introduzir um catalisador de tal modo a que a velocidade Da
reação principal seja superior à da secundária, ou então arranjar um substituto para P.
d) Numa reacção catalisada por um catalisador perigoso (C), do ntipo:
A + B +C  P + W + C
deve-se substituir o catalisador por outro mais benigno (usar por exemplo
biocatalisadores – enzimas/microrganismos) ou encontrar uma via reacional alternativa.
 Exemplos
7. Alterações climáticas
a. Definições
 Alteração climática: mudança no estado do clima devido a alterações, de origem natural ou
antropogénica, das propriedades atmosféricas, durante um longo período de tempo
(definições do IPCC – Intergovernamental Panel on Climate Change e da UNFCCC – United
Nations Framework Convention on Climate Change)
 Factores que provocam alterações climáticas:
 Variações nos
oceanos
 Alterações no ciclo
de carbono – quer
naturais quer de
origem humana
(emissões de GEE).
 Variações orbitais
 Variações na
radiação solar
recebida pela
Terra
 Fenómenos
geológicos (ex:
erupções
vulcânicas)
 As alterações climáticas causadas por
actividade humana resultam do aquecimento
global: fenómeno de aumento da
temperatura média à superfície da Terra (0,6
C em relação à média nos anos 60) devido à
acumulação de gases de efeito de estufa (CO2,
CH4 e N2O) na atmosfera. Estes gases são
responsáveis pela captura de radiação
emitida pela Terra e posterior reemissão
dessa radiação IV de volta à superfície.
Consequências do aquecimento global:
 Aumento da temperatura à superfície do
solo e dos oceanos e abaixamento da
humidade atmosférica
 Degelo dos glaciares e calotas polares –
aumento do nível médio das águas do
mar
 Alteração das correntes oceânicas e
acidificação dos oceanos – impactes na
fauna e flora marinhas
 Extinção de espécies

Muitas destas alterações continuariam por


séculos mesmo que as emissões parassem de
aumentar.
 Medidas para combater as alterações climáticas:
 Medidas de mitigação: reduzir as emissões de GEE para a atmosfera – eliminar as causas.
 Medidas de adaptação: minimizar os impactes negativos das alterações climáticas no
ambiente e nos sistemas socioeconómicos – compensar as consequências.

b. Medidas de mitigação
 São medidas que visam a redução das emissões de gases de efeito de estufa, tais como:
 Usar novas tecnologias e energias renováveis.
 Tornar equipamentos velhos mais eficientes em termos energéticos.
 Mudar práticas de gestão e hábitos de consumo
 As medidas devem ser implementadas ao nível de:
 Agricultura
 Florestas
 Energia
 Manufatura
 Transporte
 Turismo
 Infraestruturas
 Resíduos
 Protocolo de Kyoto: tratado internacional, assinado por 192 países desenvolvidos (Anexo I) e
em vias de desenvolvimento (Não Anexo I) (mas não ratificados por todos), cujo único objectivo
é a redução das emissões de GEE nesses países. Esta redução é feita por estabelecimento de
metas a cumprir até um determinado ano por cada país. Assim há uma quantidade máxima de
GEE – quantidade atribuída, dada em toneladas de CO2 equivalentes – que é permitida a cada
pais emitir até à data limite. Caso as emissões não excedam o a quantidade atribuída, então o
que sobra pode ser vendido a outro país no mercado de carbono. Caso as emissões excedam
este máximo devem-se adquirir mais licenças por mecanismos de flexibilidade de mercado.
Mecanismos de mercado do Protocolo de Kyoto:
 Mecanismo de desenvolvimento limpo: pretende encorajar a participação de países em
desenvolvimento por troca de tecnologia entre estes e os países desenvolvidos.
 Mecanismo de implementação conjunta: permite a países do Anexo I investirem em
projectos de redução de emissões noutro pais do Anexo I em alternativa a reduzir
emissões nele próprio.
 Mecanismo de comércio de licenças de emissão (mercado de carbono)
 Instrumentos de aplicação do Protocolo de Kyoto em Portugal:
 Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC): conjunto de políticas e medidas
de aplicação sectorial através das quais se visa o cumprimento do Protocolo de Kyoto.
 Plano Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão (PNALE II): define as condições a que
ficam sujeitas as instalações abrangidas pelo Comércio Europeu de Licenças de Emissão
de gases com efeito de estufa.
 Fundo Português do Carbono (FPC): instrumento financeiro do Estado para o
investimento no mercado das emissões de carbono
 Roteiro Nacional de Baixo Carbono (RNBC): estabelece as políticas a prosseguir e as metas
nacionais a alcançar em termos de GEE, com base em cenários prospetivos de emissões
para 2030 e 2050.

c. Medidas de adaptação
 Adoção de medidas para
reduzir a vulnerabilidade de
ecossistemas e torna-los mais
resistentes às alterações
climáticas (ex: utilização
sustentável de terras
agrícolas, redução da
desflorestação, etc.)

 Estratégia Nacional de
Adaptação às Alterações
Climáticas: tem como
objectivos:
 Desenvolver os
conhecimentos sobre
alterações climáticas
 Reduzir a vulnerabilidade e aumentar a capacidade de resposta
 Participar, sensibilizar e divulgar
 Cooperar a nível internacional
ECOLOGIA INDUSTRIAL
1. Introdução e analogias com ecologia biológica
a. Conceito de ecologia industrial
 Ecologia industrial: é o estudo de organismos tecnológicos e da sua interação com os
sistemas que os rodeiam (tal como a ecologia biológica é o estudo de organismos biológicos
e da sua interação com o mundo físico), nomeadamente do seu uso de recursos, potenciais
impactes ambientais e as vias pelas quais estes podem ser modificados deliberadamente e
racionalmente, de modo a se poder ter e manter sustentabilidade a nível global (num
contexto de evolução económica, social e cultural contínua).
 Esta é portanto uma abordagem que envolve o estudo do organismo industrial como um
sistema, e em conjunto com os sistemas que o rodeiam, tentando-se optimizar o ciclo de
vida dos materiais (desde a sua extração e processamento até ao produto final e sua
eliminação) em termos de recursos, energia e capital gastos.
 No âmbito da ecologia industrial entende-se por organismo industrial não só a atividade
ligada à indústria propriamente dita mas todo o resultado de atividades humanas
(indústria, agricultura, construção, serviços,
geração de energia, transportes, etc.)
 Os sistemas podem ser estudados a várias escalas
de tamanho, desde a nano-escala (moléculas) até
à mega-escala (atmosfera, ecossistemas…), e de
tempo.

 Metabolismo industrial: estudo de fluxos de energia e matéria num sistema industrial (tal
como se faz no metabolismo biológico), usando leis de conservação de massa e energia,
com o objectivo de reduzir ao mínimo o desperdício de materiais “residuais” (pois na
natureza estes materiais não são desperdiçados, sendo transformados)  tenta-se evita-
se o termo desperdício (material inútil). Assim produtos que chegaram ao fim da sua vida
útil são reaproveitados e incorporados em novos produtos.
 Interação entre indústria e ambiente: as políticas usadas no passado e no presente pelas
indústrias têm em vista remediar problemas apenas com lucros ou segurança das pessoas
em mente. Assim algumas das soluções do passado com estes objectivos em mente
tornaram-se problemas ambientais no presente. A ecologia industrial representa uma
abordagem sustentável para os problemas, com foco global e no futuro.
b. Analogia entre organismos industriais e biológicos
Característica de organismos biológicos Existe em organismos industriais?
Capacidade de desenvolver uma atividade Sim: indústrias desenvolvem várias actividades
autónoma (mesmo havendo interdependência autonomamente, como a transformação de recursos
entre alguns organismos) e sua aquisição.
Utilizam recursos materiais e energéticos: Sim: transformam matérias-primas em produtos
consumo de energia para transformar nutrientes com consumo de energia e produção de resíduos
em produtos com produção de resíduos e calor (efluentes líquidos e gasosos, resíduos sólidos, etc.).
 Diagrama de fluxo de energia de um
organismo biológico:  Diagrama de fluxo de energia de um organismo
industrial:

A – Assimilação
E – Ingestão de energia
R – Respiração (utilização em equipamentos, p.ex.
A – Assimilação NU – Não usado motores)
I – Ingestão G – Crescimento H – Perdas de calor
R – Respiração P – Produção P – Produção
S – Armazenagem B – Biomassa Balanço: E = A + H = P + R + H
Biomassa pode-se alterar com o tempo se se Não há armazenamento; “Biomassa” não se altera
alterar o balanço com o tempo
Não no sentido literal de dar origem a outro
organismo industrial mas dá origem a produtos.
Capacidade de reprodução
Outros organismos industriais semelhantes só
(geração de um ser semelhante)
podem ser criados por agentes externos
(engenheiros e construtores)
Capacidade de responder a estímulos externos Sim: respondem a alterações na disponibilidade de
(ex: alterações na temperatura, humidade, recursos (matérias-primas e recursos energéticos),
possibilidade de reprodução, etc.) preços, mercados, etc.

Seres multicelulares têm origem numa só célula e Não há evolução significativa e previsível em
evoluem a partir dela organismos industriais

Sim (vive enquanto houver disponibilidade de


Tempo de vida finito
recursos e competitividade)

Mesmo que os organismos industriais não cumpram todos estes requisitos podemos considerar
uma definição mias genérica de organismo como: “entidade com organização interna capaz de
manter actividades vitais”, alargando assim a definição de organismo industrial. Contudo há
duas condições que tem de ser satisfeitas para que uma entidade seja classificada como
organismo neste caso:
 A entidade não pode ser passiva – deve ter atividades consumidoras de recursos
durante o seu ciclo de vida
 Pode manufacturar outros organismos ou produtos que não sejam considerados
organismos.
 Medidas de eficiência de um organismo:
Assimilação 𝐴 𝐴
Eficiência de assimilação = = (ou no caso de org. ind. )
Ingestão 𝐼 𝐸
Produção 𝑃 𝑃
Eficiência de produção bruta = = (ou no caso de org. ind. )
Ingestão 𝐼 𝐸
Produção 𝑃
Eficiência de produção liquida = =
Assimilação 𝐴
Estas formas são aplicáveis a organismos biológicos semelhantes (ou a um só
organismo), dai serem difíceis de aplicar também a organismos industriais pois há
grande variedade em termos de capacidade de produção, idade, tipos de equipamentos,
etc.
 Analogia para cadeias alimentares
 Cadeia alimentar é a transferência de
recursos (nutrientes e energia) entre
organismos – níveis tróficos.
 Uma cadeia alimentar biológica inicia-
se nos organismos denominados
produtores primários (1º nível
trófico), ou seja, aqueles que usam
energia e nutrientes minerais para
produzir matéria orgânica – plantas,
algas, etc. Esta é assimilada por níveis
tróficos superiores – primeiro
herbívoros (que comem os
produtores primários), de seguida os
carnívoros que comem estes e por fim
os organismos decompositores que
convertem os resíduos dos restantes
níveis tróficos em matéria que pode
de novo ser assimilada pelos
produtores primários. Os 4 níveis
tróficos são então:
 Extractores
 Produtores
 Consumidores
 Decompositores
Alguns organismos são
simultaneamente consumidores e
produtores (especialmente em
níveis tróficos intermédios).
 Em termos de diagramas de fluxos
de energia uma cadeia alimentar
pode ser representada desenhando
as produções de cada organismo a
entrar no organismo seguinte na
cadeia.
 O fluxo de energia vai
diminuindo ao longo da cadeia
devido à respiração e energia
não utilizada (P1 > P2 >… > Pn-1
> Pn)
 Em níveis tróficos superiores a eficiência de assimilação é maior mas devido às
maiores exigências de respiração as eficiências de produção bruta e líquida são
menores.
 Numa cadeia biológica só é necessária entrada de energia no início da cadeia,
nos organismos designados autotróficos. Os restantes organismos –
heterotróficos – obtêm energia a partir da matéria orgânica produzida pelos
autotróficos.
 Uma cadeia alimentar industrial é caracterizada da mesma maneria que a biológica,
mas com as seguintes diferenças:
 O decompositor é neste caso uma unidade de reciclagem, podendo inclusive
enviar material para o consumidor final (mas o mais comum é enviar para o
produtor primário tal como os decompositores biológicos)
 Existe um nível adicional – agente de desmontagem – cujo objectivo é reter
matéria em níveis tróficos mais elevados, passando o mínimo á unidade de
reciclagem.
 As perdas ao longo da cadeia são muito maiores do que nas cadeias biológicas.
Assim são necessárias entradas adicionais de energia em cada nível,
provenientes geralmente de combustíveis fósseis e nucleares. O resultado disto
é um aumento de produção de energia ao longo dos níveis tróficos (Pn > Pn-1 >…
> P2 > P1)
 No caso de cadeias industriais existem 3 tipos de agentes extractores
(adquirotróficos) a atuar em diferentes níveis:
a) Companhias mineiras (extraem matérias-primas que inauguram a cadeia
alimentar)
b) Companhias de exploração de petróleo, gás natural e carvão, que fornecem
a energia aos vários níveis tróficos
c) Agentes de reciclagem que reintroduzem em qualquer ponto da cadeia
materiais previamente usados.
Isto significa que há uma grande variedade de recursos e de fontes de recursos
usadas pelos níveis tróficos superiores (transformotróficos)
 Outras diferenças entre organismos biológicos e industriais:
 Organismos industriais são mais rápidos a responder a mudanças externas (ex.:
falta de nutrientes/matérias-primas: organismos industriais podem numa
questão de dias/semanas encontrar uma nova fonte; organismos biológicos
precisam de décadas ou mesmo milénios de adaptação)
 Organismos industriais conseguem responder melhor a um aumento de procura
de recursos.
 Organismos industriais têm iniciativa, definindo o ambiente á sua volta
(enquanto que os biológicos são definidos pelo ambiente que os rodeia).
 Um exemplo de uma
cadeia alimentar
industrial onde há
sinergias entre níveis
tróficos é o ecoparque em
Kalundborg (Dinamarca).
As várias unidades do
complexo industrial
aproveitam os resíduos
umas das outras e trocam
matéria e energia entre si
e com o município de
Kalundborg.
c. Conceitos de ecologia populacional aplicados a produtos
 Ecologia populacional: estudo da distribuição espacial, demografia, dinâmica temporal
e evolução de uma espécie ou conjunto de espécies de uma população.
 No caso de organismos industriais é possível aplicar os conceitos de ecologia
populacional a produtos, isto porque os produtos, tal como as espécies, desaparecem
se o nicho de mercado onde estão inseridos (no caso de espécies biológicas o termo
seria habitat) desaparecer ou se aparecer outro organismo superior nesse nicho (ex:
discos de vinil foram substituídos por CD’s, cassetes por DVD’s, etc.). Neste caso
interessa estudar o produto na perspetiva dos recursos que consome e possíveis
impactes ambientais deste.
 Métricas de consumo de recursos:
 Taxa absoluta de consumo de um recurso i, 𝛼𝑖 , numa dada zona geográfica:
𝛼𝑖 = 𝑄𝑈𝑖
sendo 𝑄 a taxa de produção do produto (unidades/ano) e 𝑈𝑖 o consumo do recurso
i por cada unidade de produto produzida (kg/unidade).
 Taxa relativa de consumo, 𝜌𝑖 : taxa de consumo do recurso i no produto em causa
relativamente ao consumo anual total do recurso i:
𝜌𝑖 = 𝛼𝑖 ⁄𝑅𝑖
sendo 𝑅𝑖 a taxa global anual de consumo do recurso i.
A taxa relativa de consumo pode então ser baixada de forma sustentável reduzindo
𝑄 (e ao mesmo tempo substituindo o produto por outro com a mesma função mas
que use outro recurso) e/ou reduzindo 𝑈𝑖 (reduzir a quantidade de recurso no
produto mantendo a mesma função – desmaterialização), mas não aumentando
𝑅𝑖 .
 Métricas de impacto ambiental:
 Taxa absoluta de um impacte ambiental do tipo j, 𝜀𝑗 , numa dada área geográfica:
𝜀𝑗 = 𝑃𝐼𝑗

sendo 𝑃 o número de unidades do produto (num determinado intervalo de tempo)


e 𝐼𝑗 o impacto médio do tipo j por cada unidade de produto.
 Taxa relativa de impacte ambiental, 𝜑𝑗 : taxa de impacte ambiental do produto em
causa relativamente ao impacte ambiental global:
𝜑𝑗 = 𝜀𝑗 ⁄𝑗
sendo 𝑗 o impacte ambiental global do tipo j (num determinado intervalo de
tempo).
 Tipos de ecossistemas biológicos:
I. Ecossistemas do tipo I: sistemas com fluxo de matéria linear, ou seja,
independente de outros fluxos. É um sistema aberto e assim os fluxos de
entrada e saída são muito superiores aos fluxos internos. Ocorreu para formas
de vida primordiais, uma vez que estas existiam em números tão pequenos que
pouco impacto tinham nos
recursos praticamente
ilimitados da Terra.
II. Ecossistemas do tipo II:
sistemas com fluxos de
matéria cíclicos,
desenvolvidos por formas de
vida mais complexas na face
de recursos limitados. É um
sistema praticamente
fechado, e assim os fluxos de matéria no interior predominam sobre os fluxos
para dentro e para fora do sistema (baixo consumo de recursos e baixa
produção de resíduos). Contudo existem recursos para os quais estes sistemas
podem ser abertos, mesmo sendo fechados para outros. Este tipo de sistema
não é sustentável numa escala planetária a longo prazo pois continuam a existir
fluxos na direção dos recursos para os resíduos.
III. Ecossistemas do tipo III: sistema completamente cíclico e fechado, ou seja, não
existem entradas de matéria nem saídas
de resíduos uma vez que há sinergias
(trocas de recursos e aproveitamento
de resíduos) entre componentes do
sistema. Há apenas fornecimento
externo de energia solar. Este sistema,
ao contrário do tipo II, tem em conta
sustentabilidade a longo prazo.
 A escala temporal dos ciclos de matéria deve ser curta, uma vez que os
resíduos podem degradar antes de serem aproveitados e que recursos
não utilizados imediatamente devem ser armazenados
 A escala espacial deve também ser curta pois há um grande custo
energético associado à procura de recursos a grandes distâncias.
Os ecossistemas industriais do passado (era da Revolução Industrial) eram tipicamente
do tipo I – consumo descontrolado de recursos com produção ilimitada de resíduos. A
ecologia industrial pretende transformar processos do tipo I em processos do tipo II (já
existem exemplos hoje em dia – caso da recuperação de metais preciosos e reciclagem
de papel por exemplo) e idealmente em processos do tipo III. Motivações:
 Destruição da camada de ozono.
 Efeito de estufa e alterações climáticas.
 Escassez de recursos naturais.
 Sobrelotação de aterros de resíduos domésticos e industriais.
d. Estado dos recursos naturais
 Distribuição dos recursos minerais
 Os recursos minerais (e energéticos) são extraídos de depósitos existentes na crosta
terrestre, uma vez que estão associados a rochas.
 A fração de minério/metal
(grade) em cada rocha
varia, e relaciona-se com a
quantidade existente em
vários tipos de rocha por
uma distribuição
lognormal para os tipos de
rocha e elementos mais
conhecidos.
 Começam por ser explorados os depósitos com maior percentagem do
mineral/metal pretendido, mas à medida que estes se esgotam devem-se começar
a explorar depósitos de qualidade inferior (mas que existem em maior quantidade).
 No caso dos materiais mais
procurados do ponto de vista
tecnológico a distribuição é
bimodal pois possui dois picos
– um corresponde a rochas
mais comuns e outro a minério
em bruto. O valor de
concentração que distingue as
duas zonas (sendo portanto o
valor minimo para um depósito
ter abundância suficiente para
ser considerado minério em bruto) designa-se barreira mineralógica. A quantidade
de recursos disponíveis acima desta barreira (cuja extração é por isso
economicamente viável) designa-se reserva base.
 Tempo de depleção: tempo após o qual as reservas de um determinado recurso são
esgotadas. Pode ser estimado dividindo a reserva base do recurso pela taxa global
anual de consumo desse recurso.

 Recursos Hitchhiker: são recursos que existem em conjunto com outros recursos de
maior abundância (e também com interesse para a indústria) na mesma rocha.
Muitos destes recursos são obtidos apenas por extração dos recursos primários da
rocha e assim a extração de ambos está interligada (e assim mesmo que se preveja
um tempo de depleção alto para um recurso hitchhiker o tempo de depleção do
recurso primário a que ele está ligado será sempre o valor limitante).
 Recursos energéticos
 Uso de recursos energéticos:
 Aquisição de matérias-primas
 Transformação das matérias-primas em produtos
 Energia primária:
energia associada a
recursos da natureza. A
maioria desta energia
provém de combustíveis
fósseis e nucleares,
estando uma
percentagem muito
menor associada à
fontes renováveis
(sobretudo biomassa e
energia hídrica).
 Energia final: energia fornecida no ponto de utilização – cerca de 75% da energia
primária, sendo 1/3 usado na industria.
 O principal problema dos combustíveis fósseis é serem não renováveis (limitados):
o petróleo tem um tempo de depleção de 50 anos e o gás natural de menos de 100
anos. Como alternativa imediata surge o carvão com um tempo de depleção de 200
anos mas os problemas ambientais associados a estes combustíveis fósseis levam
a humanidade a investir em energias renováveis (embora estas tenham também
limitações, tecnológicas e de natureza).
 Restrições associadas à disponibilidade e à extração de recursos
 Restrições geográficas: recursos estão distribuídos desigualmente pelo Mundo,
encontrando-se por vezes em áreas de difícil acesso para extração. Isto significa que
há recursos cuja produção é dominada por certas regiões do planeta (p.ex. petróleo
no Médio Oriente, gás natural na Rússia e EUA, carvão na China, etc.) dependendo
as restantes regiões do comércio a nível global para obter estes recursos (o qual
está condicionado por factores geopolíticos – ex: embargos, guerras, etc.)
 Restrições energéticas: a extração de
minérios requer grandes
quantidades de energia, dependendo
do tipo de mineral e sua abundância
na rocha (grade).
 Minerais cuja concentração
esteja acima da barreira
mineralógica podem ser
facilmente extraídos por
esmagamento, moagem e flotação a baixos custos.
 Minerais associados a rochas (concentração abaixo da barreira mineralógica)
requerem técnicas de extração mecânicas/químicas mais avançadas e com
necessidades energéticas muito maiores. Isto torna o custo do recurso muito
maior e inviável para certas aplicações.
 Restrições ambientais: a extração de recursos traz uma série de impactes
ambientais, nomeadamente:
 Perturbação de ecossistemas á superfície ou abaixo dela (por exemplo devido
a minas a céu aberto).
 Uso intensivo de água.
 Toxicidade de alguns compostos usados em extração química ou libertados
durante a extração mecânica e/ou fundição.
2. Avaliação de ciclo de vida (LCA)
a. Introdução à LCA
 Avaliação de ciclo de vida: estudo dos impactos ambientais de um produto durante
todo o seu ciclo de vida (desde a extração das matérias-primas até ao seu
processamento após este perder utilidade). Os impactos ambientais são avaliados em
termos do consumo de recursos e energias e emissões para o ar, água e solos.
 Exemplos de utilizações mais comuns de uma LCA:
 A nível geral:
 Comparação de escolhas alternativas.
 Identificação de medidas para melhorar o impacto ambiental.
 Determinação das interações entre produto/processo e ambiente.
 …
 A nível particular:
 Definição do desempenho de um produto ao longo do seu ciclo de vida.
 Ferramenta auxiliar para gestão (identificação de melhoramentos do produto
ou novos produtos, otimização do processo, politicas ambientais, etc.).
 Comparação do desempenho ambiental de um produto com os produtos
concorrentes.
 …
 Passos de uma LCA:
I. Definição de objectivo e âmbito (Norma ISO 14041)
II. Análise de inventário (Norma ISO 14041)
III. Avaliação de impacto ambiental (Norma ISO 14042)
IV. Interpretação de resultados (Norma ISO 14043)

b. I – Definição do objectivo e âmbito


PASSOS
1) Definir objectivo do estudo e a unidade funcional:
 Objectivo: pode ser comparar dois produtos, analisar o impacto ambiental do produto
e propor melhorias, etc.
 Unidade funcional: base de cálculo da LCA, relacionada com a funcionalidade do
produto/sistema em estudo, e que seja conveniente para comparar sistemas com a
mesma função. Deve ser mensurável e ter em conta o tempo de utilização do produto.
Exs: para produtos químicos pode ser 1 kg de produto ou 1 kg/h (ou outra unidade de
massa, volume ou moles); para outros produtos ou bens de consumo pode ser p.ex. 1
unidade de produto; para transporte de pessoas ou materiais pode ser 1 pessoa.km
(transporte de 1 pessoa ao longo de 1 km) e 1 tonelada.km (transporte de 1 tonelada de
material ao longo de 1 km), respectivamente; para iluminação ou um processo com
gasto de electricidade pode ser 1 kWh/dia p.ex.; etc.
2) Definição do âmbito do estudo:
i. Definir a fronteiras do problema: delimitam o sistema em análise e todos os processos
que ele contém.
 Fronteiras de ciclo de vida: definem as etapas do ciclo de vida do produto a ser
estudadas.
 Fronteiras geográficas (região onde se
enquadra o processo)
 Fronteiras de carga ambiental (parâmetros a
estudar, tais como o consumo de matérias-
primas, consumo de energia, emissões para o
ar, água e solos, etc.)
ii. Esboçar o diagrama de fabrico do produto, com
estimativas de entradas e saídas de e para o meio
ambiente.
3) Identificar os dados necessários para as análises subsequentes. Estes dados devem ter
precisão, ser representativos, repetíveis e consistentes. Parâmetros a definir para a recolha:
 Período de tempo (durante quanto tempo de recolhem os dados)
 Frequência temporal das medições (de quanto em quanto tempo)
 Área geográfica a cobrir
 Tecnologia processual envolvida

c. II – Análise de inventário
Etapa na qual se recolhem dados acerca do processo e se relacionam estes com a
unidade funcional, sendo identificadas e calculadas as cargas ambientais inerentes a cada
produto/actividade.
 Cargas ambientais: quantidade de substâncias, ruídos ou vibrações que são emitidas ou
retiradas com efeitos nefastos. As cargas ambientais de um produto podem ser obtidas
através de um balanço entre entradas e saídas de cargas ambientais nas fronteiras
definidas. Estas são definidas em função dos vários produtos do processo, ou seja, estão
distribuídas por estes.
PASSOS:
1) Recolher dados sobre todos os fluxos de entradas e saídas: fluxos de e para o ambiente e
outros processos. Fontes de dados: bases de dados eletrónicas, literatura, informação não
publicada e medições/cálculos (entre os quais os balanços de massa e energia para estimar
os dados à saída).
2) Normalizar os dados recolhidos, tendo como referencia a unidade funcional definida (por
exemplo se os dados tiverem por ton de produto e a unidade funcional for 1 kg de produto
então passa-se a ton a kg).
3) Alocar (distribuir) as emissões e extração de recursos de um dado processo a todos os seus
produtos (ex: numa refinaria produz-se gasolina, gasóleo, nafta, etc. – as cargas ambientais
são distribuídas por todos estes produtos). Critérios de alocação:
 No caso de um só produto observado este recebe toda a carga ambiental.
 Divisão entre vários produtos feita proporcionalmente em função da massa,
volume e/ou conteúdo energético dos produtos (ex: se um produto tiver 1 kg e
outro 2 kg então o primeiro recebe [1/(2+1)]100% = 33% da carga ambiental e o
segundo recebe [2/(2+1)]100% = 67%)
 Na presença de reações químicas a divisão é feita em função de uma base molar ou
do calor de reação.
4) Cálculo das cargas ambientais: baseado no conceito de
ecovector – vector contendo os valores de várias cargas
ambientais (depleção de recursos, emissões de poluentes,
produção de resíduos sólidos, poluição sonora, etc.). Cada
fluxo de energia ou matéria tem associada a si um
ecovector, cujas unidades são kg/kg e kg/Kwh,
respetivamente (ou CA/kg e CA/kWh para cargas que não
sejam emissões nem consumo de recursos, como p.ex.
barulho e radiação).
Também os produtos têm ecovectores a si associados, sendo o objectivo desta etapa da
análise de inventário calcular esses ecovectores. Para tal usam-se balanços às cargas
ambientais no processo (de acordo com as fronteiras já definidas). Para um processo
genérico definido pelo seguinte diagrama (IEi – entradas de energia (kWh), IPi – entradas
de matéria (kg), Pi – produtos (unidade funcional), Wi – resíduos (kg)):

o balanço a uma carga ambiental j vem:


𝑛𝑃 𝑛𝐼𝑃 𝑛𝐼𝐸 𝑛𝑊

∑ 𝑣𝑃𝑖,𝑗 𝑃𝑖 = ∑ 𝑣𝐼𝑃𝑖,𝑗 𝐼𝑃𝑖 + ∑ 𝑣𝐼𝐸𝑖,𝑗 𝐼𝐸𝑖 − ∑ 𝑣𝑊𝑖,𝑗 𝑊𝑖


𝑖=1 𝑖=1 𝑖=1 𝑖=1
sendo a única incógnita os elementos dos ecovectores dos produtos.
𝑣𝑃𝑖,𝑗 : carga ambiental j associada ao produto 𝑃𝑖
𝑣𝐼𝑃𝑖,𝑗 : carga ambiental j associada à entrada de matéria 𝐼𝑃𝑖
𝑣𝐼𝐸𝑖,𝑗 : carga ambiental j associada à entrada de energia 𝐼𝐸𝑖
𝑣𝑊𝑖,𝑗 = 0 se o resíduo não tiver a carga ambiental j, 𝑣𝑊𝑖,𝑗 = −1 se o resíduo tiver a carga
ambiental j.
O balanço é feito para cada carga ambiental individualmente, obtendo-se assim os
elementos do vector 𝑣𝑃𝑖 .
5) Avaliação da qualidade dos dados (por exemplo por um estudo de sensibilidade).

d. III – Avaliação de impacto ambiental


Interpretação dos resultados da análise de inventário de forma a relacioná-los com a
saúde humana, disponibilidade de recursos e estabilidade do meio natural.
PASSOS:
1) Seleccionar as categorias de impacto ambiental e respectivos indicadores e modelos que
expliquem a relação entre cargas ambientais e impactes ambientais. Categorias de impacte
ambiental são classes que representam problemas ambientais preocupantes, e dentro das
quais se inserem as cargas ambientais.
2) Classificação das cargas ambientais em termos de categorias de impacto ambiental (ver em
que categoria se encaixa cada carga – ex: emissão de SO2 encaixa-se na categoria de
acidificação e toxicidade humana)
3) Cálculo do indicador de cada categoria, fazendo
a caracterização das cargas ambientais
mediante um poluente de referência (assim
diferentes cargas ambientais na mesma
categoria podem ser convertidas para a mesma
base – p.ex. emissões de CH4 e CO2 podem ser
convertidas a emissões equivalentes de CO2 na
categoria de efeito de estufa). É usada uma
matriz de conversão que permite converter cada
uma das cargas numa carga equivalente, sendo
que o valor do indicador é a soma das cargas
equivalentes.
 Categorias de impacto ambiental e cálculo dos respetivos indicadores:
 Aquecimento global/mudanças climáticas: devido à presença de gases como CO2, CH4,
N2O e hidrocarbonetos halogenados na atmosfera, a radiação que é refletida da
superfície da Terra é refletida, absorvida ou reemitida pela atmosfera de volta à
superfície – efeito de estufa. O aumento das emissões destes gases leva a um aumento
deste efeito e portanto da temperatura média à superfície da Terra – aquecimento
global – com consequências no clima global.
O poluente de referência neste caso é o CO2 e assim as emissões dos outros poluentes
(CH4, N2O e hidrocarbonetos halogenados) pode ser convertida a kg equivalente de CO2
(kg eq. CO2) usando o conceito de GWP (Global Warming Potential). GWP de uma
substância é a massa de CO2 com o mesmo potencial de aquecimento global (mesma
energia retida na atmosfera) que 1 kg dessa substância num determinado intervalo de
tempo (20, 100 ou 500 anos). Vem em unidades de kg eq. CO2/kg substância.
O valor do indicador de efeito de estufa é então a soma das contribuições de todos os
gases de efeito de estufa (GEE) presentes (após conversão para kg eq. CO2):
𝑛𝐺𝐸𝐸

Efeito estufa = ∑ GWP𝑖 × 𝑚𝑖


𝑖=1
sendo mi a massa de substância emitida (resultado vindo da análise de inventário).
 Diminuição da camada de ozono: moléculas de hidrocarbonetos halogenados, em
particular os CFC’s, libertam radicais Cl por ação de radiação UV, sendo que estes
radicais provocam decomposição do ozono. Como poluente de referência toma-se o
CFC-11 (triclorofluorometano) e assim, de maneira semelhante ao efeito de estufa, as
emissões de outros gases que contribuem para destruir a camada de ozono (ODS –
Ozone Depleting Substances) podem ser convertidas a kg equivalente de CFC-11 (kg eq.
CFC-11) através do valor de ODP (Ozone Depletion Potential), que é definido como a
massa de CFC-11 com o mesmo potencial de destruição da camada de ozono que a
substância em causa. O valor do indicador desta categoria é então:
𝑛𝑂𝐷𝑆

Destruição da camada de ozono = ∑ ODP𝑖 × 𝑚𝑖


𝑖=1
sendo mi a massa de substância emitida (resultado vindo da análise de inventário).
 Eutrofização: é um fenómeno relacionado com a acumulação de nutrientes (sobretudo
fosfatos e nitratos) em meios aquáticos, que leva a um crescimento excessivo de algas
e fitoplâncton, acumulando-se estas à superfície. Assim aumenta a turbidez da água,
bloqueando a luz solar necessária a algas no interior da água e portanto estas morrem
e a concentração de oxigénio na água baixa, provocando a morte da fauna aquática. A
eutrofização ocorre naturalmente mas é acelerada por fontes de nutrientes
provenientes da actividade humana, como por exemplo, a descarga de esgotos nas
águas, fertilizantes, etc. Usa-se como substância de referência o fosfato (PO43-) sendo
que as emissões de outras substâncias podem ser convertidas a kg equivalente de
fosfato (kg eq. PO4) por um factor de conversão designado potencial de eutrofização,
EP (massa de fosfato com o mesmo potencial de eutrofização que a substância).
𝑛𝑆𝐸

Eutrofização = ∑ EP𝑖 × 𝑚𝑖
𝑖=1
sendo mi a massa de substância emitida (resultado vindo da análise de inventário).
 Acidificação: a acidifação das chuvas acontece devido às emissões de óxidos de azoto
(NOx) e enxofre (SOx) que reagem com o vapor de água atmosférico e radicais OH
formando ácido nítrico e sulfúrico, respectivamente. Ao cair nos solos e águas a chuva
ácida altera o seu pH afectando os ecossistemas destas. Para além disso edifícios são
corroídos como resultado deste fenómeno. A substância de referência é o SO2,
definindo-se um potencial de acidificação, PA, tal que PA do SO2 é 1. Assim as emissões
de outros poluentes que provocam acidificação são convertidas a kg equivalente de SO2
(kg eq. SO2) multiplicando as emissões por PA:
𝑛𝑆𝐴

Acidificação = ∑ PA𝑖 × 𝑚𝑖
𝑖=1
sendo mi a massa de substância emitida (resultado vindo da análise de inventário).
 Smog de verão: designado de efeito fotoquímico, é a transformação de poluentes
primários, como óxidos de azoto e compostos orgânicos voláteis (COV) em ozono e
nitratos de peroxiacilo, PAN (poluentes secundários) na troposfera por acção de
radiação solar. O ozono troposférico e os PAN são tóxicos para o ser humano,
provocando irritações nos olhos e vias respiratórias e mesmo morte se a exposição for
prolongada. Para os poluentes primários define-se o potencial fotoquímico de criação
de ozono, PFCO, como sendo a capacidade de compostos orgânicos voláteis em gerar
ozono troposférico, usando-se como composto de referência o etileno, para o qual PFCO
= 1. Assim as emissões de compostos orgânicos voláteis e NOx são convertidas a kg
equivalente de etileno (kg eq. C2H4) pelo seu valor de PFCO:
𝑛𝑝𝑜𝑙.𝑝𝑟𝑖𝑚

Smog Verão = ∑ 𝑃𝐹𝐶𝑂𝑖 𝑚𝑖


𝑖=1
sendo mi a massa de substância emitida (resultado vindo da análise de inventário).
 Smog de inverno: corresponde a acumulações de matéria particulada suspensa, SPM
(Suspended Particulated Matter) na atmosfera, tendo origem em aerossóis, pós,
emissões de SO2, NOx e CO, etc. O índice de Smog de inverno é calculado por soma de
todas as emissões de SPM’s (em kg SPM):
𝑛𝑆𝑃𝑀

Smog Inverno = ∑ 𝑚𝑖
𝑖=1
sendo mi a massa de partículas emitida (resultado vindo da análise de inventário).
 Pesticidas: os pesticidas são substâncias com efeitos tóxicos, afectando tanto a saúde
humana, por contaminação de lençois freáticos, como toda a fauna e flora do
ecossistema. O indicador do efeito de pesticidas é calculado por soma da massa de
substância activa em cada um desses pesticidas:
𝑛𝑝𝑒𝑠𝑡

Efeito de pesticidas = ∑ 𝑚𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑐𝑡𝑖𝑣𝑎,𝑖


𝑖=1
 Emissão de metais pesados: metais pesados como chumbo, cádmio, prata, arsénio e
mercúrio podem ser tóxicos em concentrações baixas, para tempos de exposição
elevados, acumulando-se no ambiente. O efeito dos metais pesados (em unidades de kg
eq. Pb) é calculado com base na concentração máxima admissível (CMA), tendo como
referência o chumbo (Pb):
𝑛𝑚𝑒𝑡.𝑝
𝐶𝑀𝐴𝑃𝑏
Emissões de metais pesados = ∑ 𝑚
𝐶𝑀𝐴𝑖 𝑖
𝑖=1
sendo mi a massa de substância emitida (resultado vindo da análise de inventário).
 Carcinogenia: propriedade de certas substâncias em provocar cancro (ex: amianto, fumo
tabaco, radiação UV, etc.). Cada agente carcinogénico têm uma determinada
probabilidade de criar cancro (PC), determinada por exposição a 1 g/m3 de uma
determinada população de indivíduos. Assumindo que esta probabilidade é
proporcional à concentração do agente o índice de carcinogenia é calculado da seguinte
forma, tendo como referência o benzo(a)pireno, B(a)P (unidades: kg eq. B(a)P):
𝑛𝐴𝐶
𝑃𝐶𝑖
Carcinogenia = ∑ 𝑚
𝑃𝐶𝐵(𝑎)𝑃 𝑖
𝑖=1
sendo mi a massa de substância emitida (resultado vindo da análise de inventário).
 Esgotamento de matérias-primas e recursos energéticos: são contabilizadas nesta
categoria todas as entradas de matéria energia indicadas na análise de inventário (IP e
IE respectivamente).
𝑛𝐼𝑃

Consumo de matérias − primas = ∑ 𝐼𝑃𝑖


𝑖=1
𝑛𝐼𝐸

Consumo de energia = ∑ 𝐼𝐸𝑖


𝑖=1
 Resíduos sólidos: corresponde à massa de resíduos sólidos calculada na análise de
inventário:
Resíduos sólidos = 𝑊𝑟𝑠

4) (Opcional) Normalização dos valores obtidos na caracterização, de modo a refletir a


magnitude dos impactes ambientais de cada categoria. Desta forma a normalização é feita
dividindo o valor do indicador de cada categoria por um valor de referência correspondente
ao impacto anual do cidadão médio europeu (a escala fica então em unidades de pontos,
Pt, sendo que 1 Pt corresponde ao valor de referência).
5) (Opcional) Agregar categorias de impacto ambiental, juntando os indicadores de cada
categoria num menor número de indicadores, que podem ser classificados em intermédios
ou finais.
 Indicadores intermédios (midpoint): são indicadores que reflectem os potenciais
efeitos das várias categorias no ambiente e no ser humano, ficando assim a meio da
cadeia causa-efeito. O seu uso permite modelos mais exactos e portanto resultados
mais fiáveis mas tornam o processo de agregação mais difícil.
 Indicadores finais (endpoint): são indicadores que reflectem os danos concretos (e não
potenciais) causados pelos impactes ambientais (magnitude do impacte), ou seja, são
já o final da cadeia causa-efeito. Estes indicadores fornecem informação mais
relevante que os intermédios, sendo úteis para tomada de decisão, e facilitam a
agregação de categorias de impacte ambiental mas são menos fiáveis.
As categorias de impacte ambiental são agregadas conforme a semelhança dos seus efeitos
em categorias genéricas, cujos índices (intermédios ou finais) são calculados pelos índices
das categorias individuais aplicando fatores de peso. Estes têm em conta a diferente
importância/prioridade dos vários problemas ambientais.

A agregação e ponderação podem ser feitas segundo dois métodos:


 Método do Ecoindicador 95: consiste em agregar as várias categorias de impacte
ambiental em 3 categorias genéricas: fatalidades (categorias que provocam mortes),
danos á saúde e danos aos ecossistemas. Os indicadores destas 3 categorias são
indicadores intermédios, e são calculados por soma dos indicadores das categorias que
os compõem, após multiplicação por um factor de redução (peso), correspondente ao
rácio entre o valor do efeito na actualidade e o valor desejado para esse efeito. Os 3
indicadores intermédios são depois avaliados por critérios subjectivos
para se obter o valor final do ecoindicador (unidades: pontos, Pt, ou
milipontos, mPt).
 Método do ecoindicador 99: tal como o método ecoindicador 95 este método agrega
as várias categorias de impacto ambiental em 3 categorias. Contudo estas são avaliadas
recorrendo a indicadores finais, ou seja, deve-se primeiro determinar os danos
associados a cada impacte identificado na análise de inventário. O tipo de danos define
então cada uma das 3 categorias finais:

 Danos à saúde humana: contém as categorias relacionadas com efeitos


carcinogénicos, doenças respiratórias, efeitos de alterações climáticas e destruição
da camada de ozono (efeito de radiação ionizante). O indicador final desta
categoria é determinado da seguinte forma:
i. Uso de análise de fontes de emissão para relacionar uma emissão com uma
alteração de concentração.
ii. Uso de análise de exposição para relacionar uma alteração de composição com
uma alteração de dose de exposição ao agente tóxico.
iii. Uso de análise de efeito para relacionar doses de exposição com efeitos na
saúde.
iv. Uso de análise de danos para determinar os danos provocados pelos efeitos
da exposição na qualidade de vida. Aqui recorre-se ao conceito de DALY –
Disability Adjusted Life Years: medida do nº de anos de vida perdidos devido a
doença/incapacidade e devido a morte prematura. O nº de anos perdido
devido a morte prematura designa-se YOLL (Years of Life Lost) e o nº de anos
perdidos devido a doenças ou efeitos mórbidos incapacitantes (não levam à
morte mas levam á perda de qualidade de vida) é designado por YLD (Years
Lived with Disability). Este último é o produto do nº de anos de incapacidade
(L) por um factor de ponderação que reflecte a gravidade dessa incapacidade
(DW). O valor de DALY é então dado por:
𝐷𝐴𝐿𝑌 = 𝑌𝑂𝐿𝐿 + 𝑌𝐿𝐷 = 𝑌𝑂𝐿𝐿 + 𝐿 × 𝐷𝑊

 Danos à qualidade dos ecossistemas: nesta categoria encaixam-se as categorias de


ecotoxicidade, eutrofização e acidificação.
A ecotoxicidade reflecte efeitos tóxicos de certas substãncias (ex: os metias
pesados) em organismos de um ecossistema e é quantificada pela fração de
espécies exposta a uma concentração igual ou superior à concentração mínima
(abaixo da qual não se observam efeitos adversos), que é designada por Potentialy
Affected Fraction, PAF. O valor de PAF é multiplicado pela área estudada e pelo
período de tempo (1 ano) para dar as unidades do indicador final: PAF·m2·ano.
A eutrofização e acidificação são tratadas em conjunto sendo quantificadas pela
fração de espécies que desapareceu num determinado ecossistema devido às
cargas ambientais em causa, que é designada por Potentialy Disappeared Fraction,
PDF. O valor de PDF é multiplicado pela área estudada e pelo período de tempo (1
ano) para dar as unidades do indicador final: PDF·m2·ano.
 Danos a recursos: esta categoria reflecte as dificuldades em extrair minerais e
combustíveis fósseis da crosta terrestre como resultado do desaparecimento de
minério de qualidade superior (reservas base). Assim no futuro terá de se usar
minério de qualidade inferior para se obter os recursos mas isto acarreta custos
energéticos adicionais. Esta energia adicional é usada aqui como o indicador, tendo
unidades de MJ surplus (megajoules em excesso).

Por fim, tendo sido obtidos os valores dos indicadores finais estes são agrupados de
modo a calcular o valor do ecoindicador, usando factores de peso subjetivos que
reflectem a importância que cada uma das 3 categorias anteriores tem para o analista.
De modo a tentar modelar esta subjetividade e encontrar factores subjectivos usa-se a
teoria cultural. De acordo com esta teoria existem 5 arquétipos de pessoas, conforme
as tendências para estas se integrarem num grupo (group) e as influencias que as
condições externas têm nas suas vidas (grid):
 Individualista: fraca tendência para integração em grupos e fraca influência de
condições externas. Tendem a ser independentes mas tentam controlar outros.
 Equalitário: têm fortes ligações a grupos mas não são influenciados por
condicionantes externas. Não há diferenciação no grupo mas pode haver conflitos.
 Hierarquista: forte ligação ao grupo e condicionados fortemente pelo exterior.
Neste tipo de situação há pessoas a controlar outras e há estabilidade.
 Fatalista: fraca ligação a grupos (tendências individualistas) mas forte influência por
agentes externos (tendem a ser controladas).
 Autonomista: não têm afinidade para grupos nem são influenciados por
condicionantes externas.

As percentagens atribuídas aos indicadores finais de danos à saúde humana, danos à


qualidade de ecossistemas e danos a recursos são determinadas por diagramas
ternários, sendo que os 3 principais arquétipos – Individualista (I), Equalitário (E) e
Hierarquista (H) – representam, diferentes pontos nesses diagramas (diferentes
percentagens de cada categoria). Devem ser usados os 3 arquétipos, obtendo-se assim
3 versões diferentes do ecoindicador 99 (unidades: pontos, Pt, ou milipontos, mPt).
O procedimento para calcular a pontuação final é:
1) Normalizar os valores de cada uma das 3 categorias, dividindo os seus valore spor
factores de normalização – passamos a unidades de pontuação única, Pt
2) Multiplicar os valores normalizados por factores de peso, que na soma das 3
categorias têm de dar 1000. Geralmente:
 Danos à saúde humana: multiplicar por um factor de 400
 Danos à qualidade dos ecossitemas: multiplicar por um factor de 400
 Danos aos recursos: multiplicar por um factor de 200
Unidades finais deste calculo: mPt
3) Somar os valores ponderados para obter a pontuação final – valor do ecoindicador
(em mPt).

e. IV – Interpretação dos resultados


Fase de avaliação dos resultados das etapas anteriores para determinar se os objectivos iniciais
foram cumpridos.
PASSOS:
1) Identificação dos resultados mais importantes da análise de inventário e avaliação de
impacto ambiental
2) Análise de sensibilidade e consistência aos resultados do estudo
3) Retirar conclusões (ex: decidir entre dois produtos usando critério quantitativos e
qualitativos), fazer recomendações, definir objetivo final e compará-lo com o inicial, fazer
análise critica e por fim elaborar o relatório final.

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