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Gestão Ambiental

Desenvolvimento Sustentável
1 – Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável

Os conceitos de sustentabilidade e de desenvolvimento

sustentável.

A história do desenvolvimento sustentável.

Desenvolvimento sustentável em cidades europeias.

Desenvolvimento sustentável: o contexto local.

2
Sustentabilidade

O conceito de sustentabilidade, terá sido divulgado


pela primeira vez em 1980, num relatório da
International Union for the Conservation
of Nature and Natural Resources (IUCN),
World Conservation Strategy.

A sustentabilidade é identificada como uma aproximação


estratégica à integração da conservação e do desenvolvimento
coerente com os objetivos de manutenção do ecossistema,
preservação da diversidade genética e utilização sustentável dos
recursos.

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Indicadores de Sustentabilidade

PIB vs IPG

IPG - Indicador
de Progresso Genuíno
PIB - Produto Interno Tem em
Bruto consideração,
Apenas leva em para além do factor
consideração económico,
o factor económico. os outros pilares
essenciais –
ambiental e social.

4
Nota: Depleção = redução
5
6
Indicadores de Sustentabilidade

Um conceito criado para avaliar


a sustentabilidade do ser
humano é a Pegada Ecológica.
Os conceitos de pegada
ecológica e Biocapacidade são
centrais para compreender a
relação entre consumo de
recursos pelas pessoas e a
geração de recursos pelo
planeta.
7
“A biocapacidade é capacidade que uma área tem de produzir
recursos renováveis e de absorver e/ou filtrar resíduos
produzidos, considerando as práticas de gestão e extração
existentes no momento. É calculada em hectares globais
(gha), uma medida que entra em consideração com as áreas
disponíveis e a sua produtividade. A biocapacidade serve
também como indicador da capacidade de regeneração do
planeta.
A biocapacidade média por pessoa do planeta é de 1,7 gha.
Países com uma biocapacidade média de 3,4 gha por pessoa
têm o dobro dos recursos da média mundial.”
8
Mapa da biocapacidade per capita em hectares globais (2016)

9
Pegada
Ecológica (*)
(*) A Pegada Ecológica é uma
metodologia de contabilidade
ambiental que avalia a pressão
do consumo das populações
humanas sobre os recursos
naturais. Expressada em
hectares globais (gha), permite
comparar diferentes padrões de
consumo e verificar se estão
dentro da capacidade ecológica
do planeta.

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Pegada Ecológica

11
2020 – Mundial – 2,75; Europeia – 4,56; Portuguesa – 4,10

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Desenvolvimento Sustentável

• O conceito de desenvolvimento sustentável foi mundialmente


divulgado em 1987 no relatório “O Nosso Futuro Comum”, um
relatório final da Comissão Mundial sobre Ambiente e
Desenvolvimento, uma Comissão das Nações Unidas chefiada
pela então primeira-ministra da Noruega, a Sr.ª Gro Harlem
Brundtland (United Nations, 1987). Neste Relatório, também
conhecido como “Relatório Brundtland”, o desenvolvimento
sustentável é definido como:

“...um modelo de desenvolvimento que satisfaz as necessidades do


presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras
satisfazerem as suas próprias necessidades...”.

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Desenvolvimento Sustentável

A implementação do desenvolvimento sustentável assentava,


inicialmente, em dois pilares fundamentais: o desenvolvimento
económico e a proteção do ambiente. Após a Cimeira Social de
Copenhaga, organizada em 1995 (Comunicação da Comissão
Europeia nº 669/1994 – Prioridades da União Europeia na
Cimeira Mundial Para o Desenvolvimento Social) a vertente
social foi integrada como terceiro pilar do conceito de
desenvolvimento sustentável.

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Desenvolvimento Sustentável

Económico

Pilares do
Desenvolvimento
Sustentável
Ambiental

Social

15
Desenvolvimento Sustentável
Aos três pilares do desenvolvimento sustentável deve acrescentar-se,

ainda, a dimensão institucional, que chama a atenção para as questões

relativas às formas de governação, das instituições e dos sistemas

legislativos (flexibilidade, transparência, democracia) - nos seus diversos

níveis - e para o quadro da participação dos grupos de interesse (sindicatos

e empresas) e da sociedade civil (Organizações Não Governamentais -

ONG), considerados como parceiros essenciais na promoção dos objetivos

do desenvolvimento sustentável.

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Desenvolvimento Sustentável

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Nota: UNDP - United Nations Development Programme; Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
18
O desenvolvimento sustentável tornou-se uma ferramenta regulamentada com a
Declaração do Rio em 1992, durante a realização da Cimeira da Terra, onde 178
líderes mundiais participantes adotaram um plano de ação global para a
sustentabilidade do século 21 – a Agenda 21 (United Nations, 1992).

A Agenda 21 é um plano de ação global para o desenvolvimento sustentável por


forma a lidar com problemas sociais e ambientais, incluindo pobreza, saúde,
superpopulação, proteção ambiental, desflorestação, consumo de energia,
biodiversidade, proteção de recursos de água doce, usos do solo, resíduos sólidos
e perigosos, transportes, saneamento e esgotos. A Agenda 21 está dirigida à ação
dos governos, das agências, das organizações e dos programas das Nações
Unidas, de outras organizações intergovernamentais e não-governamentais, dos
grupos de eleitores e do público em geral: todos juntos têm que influenciar, de
diferentes maneiras, a sua aplicação.
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Estratégias de Desenvolvimento Sustentável (EDS)
Referenciais das diversas políticas, não só devido à sua visão de
longo prazo, mas também porque corporizam visões globais de
desenvolvimento, em todas as suas vertentes.

A União Europeia, no Conselho Europeu de Gotemburgo, em 2001,


lançou a Estratégia Europeia de Desenvolvimento Sustentável
(EEDS) (Comunicação nº 264/2001 – Desenvolvimento sustentável na
Europa para um mundo melhor: Estratégia da União Europeia em
favor do desenvolvimento sustentável).

A EEDS possui 4 áreas prioritárias:


• Combate às alterações climáticas;
• Gestão de recursos naturais;
• Limitação de riscos para a saúde pública;
• Transportes sustentáveis.
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Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável
(ENDS 2015) (Resolução de Conselho de Ministros n.º 109/2007)
• Elaborada de forma compatível com os princípios da EEDS;
• Instrumento de orientação política da estratégia de
desenvolvimento do País no horizonte de 2015;
• Visa assegurar um crescimento económico associado a uma
maior coesão social, e a um elevado e crescente nível de
proteção do ambiente.

A ENDS é acompanhada do respetivo Plano de Implementação da


Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (PIENDS),
que funciona como um instrumento para implementação dos
objetivos e metas da ENDS, e apresenta as principais medidas
públicas a concretizar.
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Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável
(IDS) (Resolução de Conselho de Ministros n.º 109/2007)

• Um dos instrumentos utilizados para avaliar o desempenho da


ENDS.

• O IDS é um instrumento de monitorização que permite avaliar o


progresso do país em matéria de sustentabilidade, possibilitando
estabelecer a ligação com os principais níveis de decisão
estratégica - políticas, planos e programas - de âmbito nacional,
regional e setorial.
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Desenvolvimento Sustentável
Indicadores

Características de indicadores efetivos:


➢ Relevantes;
➢ Compreensíveis;
➢ Fiáveis;
➢ Acessíveis (dados).

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Desenvolvimento Sustentável
Indicadores

Eficiência económica: Eficiência social:

- custos de investimento; - oportunidades de


- custo do combustível; emprego;
- rendimento térmico, - benefícios para as
custos de operação e comunidades;
manutenção, etc. - segurança local.

Eficiência ecológica:

- concentrações de
elementos com efeitos
adversos no meio
ambiente.

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Atividades Internacionais
1965 Criação do PNUD - Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (United Nations Development Programme - UNDP).
1972 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Humano, em Estocolmo,
Suécia, onde se abordaram muitos aspetos do uso dos recursos naturais,
com especial ênfase para os aspetos de pressão sobre o meio natural
provocados pelo crescimento económico e pela poluição industrial.

Cimeira de Paris, onde a Europa iniciou a sua política sobre o meio


ambiente.

Criação do PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio


Ambiente e de organizações não-governamentais ambientalistas.

1976
1ª Conferência das Nações Unidas sobre os Aglomerados Urbanos, Habitat
I, em Vancouver, Canadá. A Declaração de Vancouver reuniu algumas das
principais preocupações com o futuro das grandes cidades, alertando para a
necessidade de maior participação das populações.
25
1983
Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento,
criada pelas Nações Unidas, encarregue de disponibilizar um
relatório sobre o meio ambiente e a problemática global para
o ano de 2000, incluindo estratégias para o desenvolvimento sustentável

1987 "O Nosso Futuro Comum" (Our Common Future) - Relatório Brundtland.
A Comissão Mundial do Meio Ambiente e do Desenvolvimento
publicou o protocolo “Nosso Futuro Comum",
mais conhecido como a declaração Brundtland.
Este protocolo pode considerar-se como ponto de partida
para a necessidade de um desenvolvimento sustentável.
1991 Grupo de Peritos de Ambiente Urbano (GPAU), criado pela Comissão Europeia.

1992 Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, realizada em


Junho, no Rio de Janeiro, Brasil e conhecida como Cimeira da Terra,
adotou um Plano de Acão para o desenvolvimento
sustentável, que envolve temas económicos, sociais e culturais de
proteção do meio ambiente, sendo designado por Agenda 21.

Tratado da União Europeia (Tratado de Maastricht) que define a promoção de um


crescimento sustentável em relação ao meio ambiente.
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1993 Projeto das Cidades Europeias Sustentáveis, lançado pelo GPAU com o objetivo de
desenvolver a cooperação entre as cidades para a promoção dos Planos de Acão das
Agendas Locais 21. O projeto oferece um quadro para a ação local e identifica uma
série de princípios a usar no estabelecimento de metas e na medição e
acompanhamento dos progressos em direção à sustentabilidade nas zonas urbanas.

1994 1ª Conferência Europeia das Cidades e Vilas Sustentáveis,


em Aalborg, Dinamarca. Aprovada a Carta das Cidades Europeias para a
Sustentabilidade - Carta de Aalborg.

1ª Conferência das Partes, Berlim, Alemanha, a primeira Conferência das Partes da


Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.
1996 2ª Conferência das Nações Unidas sobre os Aglomerados Urbanos, Habitat II, em
Istambul, Turquia, que reconhece as cidades como parceiras das Nações Unidas e
confirma os compromissos do Rio.

2ª Conferência Europeia das Cidades e Vilas Sustentáveis, realizada em Lisboa e


onde foi aprovado o Plano de Ação de Lisboa: da Carta à Ação, que reflete a
necessidade de pôr em ação os mecanismos necessários para atingir as intenções
gerais da Carta de Aalborg.
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1997 Rio +5 - Nova Iorque - Segunda Cimeira da Terra, ou Cimeira da Terra +5. Preparação da
Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Joanesburgo, 2002).
3ª Conferência das Partes, realizada em Dezembro em Quioto, Japão,
Protocolo de Quioto – redução até ao período 2008-2012
das emissões em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990.
2002 Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, em Joanesburgo, África do Sul.
Exame do progresso da Agenda 21. A Cimeira reafirmou o desenvolvimento
sustentável como um tema central da agenda internacional e deu um novo
ímpeto à ação global no combate à pobreza e à proteção do ambiente.
2004 4ª Conferência Europeia das Cidades e Vilas Sustentáveis, em Aalborg, (Aalborg +10),
confirmou o papel insubstituível das cidades, regiões, áreas metropolitanas, municípios
e autoridades locais na adoção de boas práticas de Desenvolvimento Sustentável,
através da aprovação de um documento “Perspetivando o Futuro”.
2007 5ª Conferência Europeia das Cidades e Vilas Sustentáveis, em Sevilha, Espanha. As
autoridades locais comprometeram-se a avançar na implementação
das políticas de desenvolvimento sustentável, levando os
Compromissos de Aalborg às “ruas” e envolvendo as comunidades
locais (empresas, instituições, associações, cidadãos).
"Carta de Leipzig sobre as Cidades Europeias Sustentáveis" - documento sobre
princípios e estratégias comuns em matéria de política de desenvolvimento urbano.
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2010 6ª Conferência Europeia das Cidades e Vilas Sustentáveis,
em Dunquerque, França.
Declaração de Sustentabilidade Local Dunquerque 2010 e o
Apelo à Acão Climática Dunquerque 2010.
2012 Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20),
no Rio de Janeiro, Brasil. Na Conferência Rio+20 foram tomadas
decisões sobre o futuro numa série de áreas temáticas, incluindo
a energia, a segurança alimentar, os oceanos e as cidades,
constantes em “O Futuro que Queremos”.
2013 7ª Conferência Europeia das Cidades e Vilas Sustentáveis,
em Genebra, Suíça. Nesta conferência foi lançada a
Plataforma de Cidades Europeias Sustentáveis, que pretende
ser um centro de informações para os governos locais, organizações
e indivíduos interessados.
2014 Local Renewables Conference 2014, em Freiburg, Alemanha. Esta Conferência
faz parte de uma série de eventos lançados, em 2007, a fim de promover a
sustentabilidade a nível regional e local. Todos os anos, a Conferência analisa
um tema diferente ligado às energias renováveis, como a ação local de
uma energia segura e sustentável na Europa (2007), a política urbana e planeamento
público (2009), a mobilidade sustentável (2010), edifícios verdes (2011) e redes e
soluções inteligentes (2012).
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2014 20.ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações
Climáticas, em Lima, Peru, onde Portugal foi considerado como um
exemplo a seguir atendendo à proposta de Compromisso para o
Crescimento Verde, à Reforma da Fiscalidade Verde e à política energética.

2015 21.ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações
Climáticas, em dezembro, em Paris. Novo acordo (Acordo de Paris) para reduzir a
emissão de gases de efeito estufa, de modo a limitar o aumento da temperatura global
até 2100.
O acordo veio a ser assinado em 12 de dezembro pelos representantes
dos 195 países participantes. Os planos nacionais a apresentar a cada
cinco anos, por todos os países, contendo a sua contribuição para a luta
contra o aquecimento global, constituem a base deste acordo.

2015 Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).


Em setembro de 2015, as 193 delegações integrantes da
Assembleia Geral da ONU assinaram o documento intitulado
“Transformando o Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável”, também conhecido como
Agenda 2030, com 17 novos Objetivos chamados de Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável, os ODS.
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2016 22.ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas
para as Alterações Climáticas.
Evento marcado pela entrada em vigor do Acordo de Paris, que passou
a valer a partir do dia 4 de novembro de 2016.
2019 25.ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas
para as Alterações Climáticas.
Tempo de agir - fez um apelo para que todos os países aumentem os
compromissos no combate às alterações climáticas - limitar o
Aumento da temperatura do planeta em 1,5ºC (2ºC estabelecido no Acordo de Paris).

2021 COP26, 1-13 novembro 2021 Glasgow


(adiada de 2020 devido à Covid-19)
O documento final, conhecido como Pacto Climático de Glasgow,
apela a 197 países para que mostrem o seu progresso na
implementação de medidas climáticas no próximo ano, durante a
COP27, que terá lugar no Egito.

2022 COP-27, entre os dias 6 e 18 de novembro de 2022


em Sharm El Sheikh, no Egito, e finalizou com a criação do
Fundo de Perdas e Danos.

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2023 COP-28, entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro
de 2023, nos Emirados Árabes Unidos (Expo
City Dubai). Principal resultado: início da transição
para o fim dos combustíveis fósseis.
(+ operacionalização do novo fundo para perdas e danos;
declaração sobre Clima e Saúde para acelerar ações para
proteger as pessoas dos crescentes impactos climáticos).

2024 COP-29
11-22 novembro 2024
Baku, Abseron, Azerbeijão

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«A Agenda 2030 é fruto do trabalho conjunto
de governos e cidadãos de todo o mundo para
criar um novo modelo global para acabar com
a pobreza, promover a prosperidade e o bem-
estar de todos, proteger o ambiente e
combater as alterações climáticas…»

A Agenda 2030 integra 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS),


que deverão ser implementados por todos os países e que abrangem áreas
como: o acesso equitativo à educação e a serviços de saúde de qualidade; a
criação de emprego digno; a sustentabilidade energética e ambiental; a
conservação e gestão dos oceanos; a promoção de instituições eficazes e de
sociedades estáveis e o combate à desigualdade a todos os níveis.
O documento adotado na Cimeira (da ONU, em Nova Iorque (EUA), de 25 a 27 de
setembro 2015), para vigorar até 2030, tem a designação de “Transformando o
nosso Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”.
[https://www.instituto-camoes.pt/]
33
Agenda 2030 [Fonte: portugaleaagenda2030paraodesenvolvimentosustentaavel]
A Agenda 2030 é uma agenda alargada e ambiciosa que aborda várias dimensões
do desenvolvimento sustentável (social, económica, ambiental) e que promove a
paz, a justiça e instituições eficazes.
17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

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Agenda 2030
Os 17 ODS organizados pelos “5P”

Portugal materializa nos ODS 4, 5, 9, 10, 13 e 14 as suas prioridades


estratégicas na implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável [https://portaldiplomatico.mne.gov.pt/images/pdf/politica_externa/15771Portugal2017_PT.pdf]. 35
Desenvolvimento Sustentável: O Contexto Local

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• Atualmente, 70% do PIB global é gerado pelas cidades.

• Nos países desenvolvidos, cerca de 80% da população


vive em aglomerados urbanos.

• 53% do total da população mundial reside nas cidades.

• Estima-se que 70% da população mundial viverá em


cidades até 2050.

• Na Europa, as cidades representam cerca de 75% do


consumo de energia.

O importante papel das cidades

em possibilitar futuros mais sustentáveis.


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O papel que as cidades e os governos locais podem assumir para um
desenvolvimento sustentável numa escala global é explicitamente
reconhecido na Agenda 21, que inclui, no capítulo 28, intitulado "Atividades
das Autoridades Locais para suporte da Agenda 21” (United Nations, 1992),
um apelo ao fortalecimento dos governos locais e o seu envolvimento no
esforço global, através da construção de parcerias entre autoridades locais e
outros setores, desenvolvendo uma versão local da Agenda 21 para as suas
comunidades - Agenda 21 Local.

“Como muitos dos problemas e soluções consignados na Agenda 21 têm as


suas raízes nas atividades locais, a participação e cooperação das
autoridades locais será um fator determinante na realização dos seus
objetivos. As autoridades locais constroem, operam e preservam as
infraestruturas económicas, sociais e ambientais, supervisionam os processos
de planeamento, estabelecem políticas e regulamentações ambientais e
contribuem para a implementação de políticas ambientais nacionais e
subnacionais. Como nível de governo mais próximo das populações,
desempenham um papel essencial na educação, mobilização e resposta ao
público na promoção de um desenvolvimento sustentável.”

AGENDA 21, Capítulo 28


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A Agenda 21

Um plano de ação global para a sustentabilidade do século 21 – a


Agenda 21 (Declaração do Rio, 1992).

A Agenda 21 divide-se em quatro secções:


• Dimensões sociais e económicas;

• Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento;

• Reforço do papel dos grupos principais;

• Meios de execução.

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A Agenda 21 Local
A Agenda 21 Local é um programa que visa alcançar um desenvolvimento
sustentável numa escala global. Pode ser definida como um processo
participativo, multissetorial, que visa atingir os objetivos da Agenda 21 ao nível
local, através da preparação e implementação de um plano de ação estratégico
de longo prazo, dirigido às prioridades locais para o desenvolvimento
sustentável. Como tal, um processo de Agenda 21 Local deve reunir os vários
grupos sociais na promoção de uma série de atividades ao nível local, que
impliquem mudanças no padrão atual de desenvolvimento, integrando as
dimensões socio-económicas, político-institucionais, culturais e ambientais
da sustentabilidade.

40
41
Princípios da sustentabilidade em áreas urbanas

1. Princípio da gestão urbana

2. Princípio da integração política

3. Princípio dos ecossistemas

4. Princípio da cooperação e parceria

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Desenvolvimento sustentável nas cidades europeias

1 – Factores de sucesso mais importantes:

• participação dos cidadãos;

• criação de grupos de trabalho de diferentes parceiros e organizações;

• participação de negócios e mercado;

• envolvimento da Câmara e políticos;

• crescimento de conhecimento;

• resolução da poluição ambiental, qualidade do ar, etc.

43
Desenvolvimento sustentável nas cidades europeias

2 – Falhas mais importantes:


• dificuldades de organização, problemas administrativos;
• implementação do setor económico privado;
• ausência de suporte político na Câmara;
• excessiva análise técnica, problemas técnicos durante a implementação;
• dificuldades financeiras;
• dificuldades de transformar teoria em prática por ausência de
conhecimento;
• não coordenação entre autoridades regionais e locais.

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O contexto local

Elementos chave em projectos bem sucedidos

2 – Atores:
1 – Metas e objetivos:
• governantes;
• redução de CO2; • câmara;
• redução da poluição aérea local; • agências nacionais;
• operadoras;
• revitalização urbana;
• companhias distribuidoras;
• fragmentação modal nos transportes. • autoridades viárias;
• corporações públicas e privadas.

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Estratégias energéticas no contexto urbano - Iniciativas Europeias

CIVITAS - visa apoiar e avaliar a implementação de estratégias ambiciosas de


transporte urbano sustentável;
CONCERTO - para fomentar o desenvolvimento de cidades mais sustentáveis,
através da promoção da integração de medidas de eficiência energética e de
sistemas de energias renováveis;
BUILD-UP - para sensibilizar todas as partes da cadeia de construção em
relação ao potencial de poupança energética criado para a promoção da
eficiência energética em edifícios com recurso a projetos em edifícios;
EDIFÍCIOS ECOLÓGICOS - programa de demonstração, tanto para a
construção de novos edifícios como para técnicas de renovação;
MANAGENERGY - para apoiar o trabalho dos diferentes atores
nas áreas da eficiência energética e das energias renováveis a
nível local e regional;

PACTO DE AUTARCAS - movimento europeu que envolve autarquias


locais e regionais voluntariamente empenhadas no aumento da eficiência
energética e na utilização de fontes de energias renováveis nos respetivos
territórios. Planos de Ação para a Energia Sustentável (PAES)
46
47
O Pacto de Autarcas, lançado em 2008, é o principal movimento

europeu a envolver autarquias locais e regionais que

voluntariamente se empenham no aumento da eficiência

energética e na utilização de fontes de energias renováveis nos

respetivos territórios. Através do seu compromisso, os signatários

pretendem atingir e ultrapassar o objetivo da União Europeia de

reduzir o CO2 em 20% até 2020.

48
49
2014 - A Comissão Europeia lançou a iniciativa Mayors Adapt. Com
base nos mesmos princípios do Pacto de Autarcas, esta iniciativa
congénere centrou-se na adaptação às alterações climáticas. A
iniciativa Mayors Adapt convidou os municípios a demonstrar liderança
na adaptação e apoiou-os no desenvolvimento e na implementação de
estratégias de adaptação local.
2015 - As iniciativas Pacto de Autarcas e Mayors Adapt uniram-se
oficialmente - o novo Pacto de Autarcas para o Clima e Energia -
mais ambicioso e abrangente: as cidades signatárias comprometem-se
agora a apoiar ativamente a implementação da meta de redução de
40% dos GEE até 2030, defendida pela UE, e concordam em adotar
uma abordagem integrada para a mitigação e adaptação às alterações
climáticas e em garantir o acesso a energia segura, sustentável e
acessível para todos. 50
2016 - O Pacto de Autarcas uniu forças com outra iniciativa das cidades,
the Compact of Mayors - o “Pacto de Autarcas Global para o Clima
e Energia”. Totalmente alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável das Nações Unidas, o Pacto de Autarcas Global aborda três
questões principais: a mitigação e adaptação às alterações climáticas e
o acesso universal a energia segura, limpa e a um preço acessível.

51
52
Cidades Sustentáveis

A Norma Internacional ISO 37120:2014 – “Sustainable development of


communities – Indicators for city services and quality of life” – é a
primeira norma internacional sobre o desenvolvimento de cidades
sustentáveis.

A ISO 37120:2014 destina-se ao estabelecimento de metodologias para um


conjunto de indicadores padronizados que permitam aferir o desempenho das
cidades em termos de desenvolvimento urbano sustentável.

A ISO 37120:2014 tem por objetivo apoiar na orientação e avaliação da


gestão da cidade nos seus vários domínios (desempenho dos serviços
urbanos, fornecimento de serviços e qualidade de vida) assente no princípio
da sustentabilidade e resiliência.
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NP ISO 37120:2017

A Norma Portuguesa - NP ISO 37120:2017, Desenvolvimento sustentável de

comunidades – Indicadores para os serviços urbanos e a qualidade de vida –

constitui a versão portuguesa da ISO 37120:2014.

A Norma é aplicável a qualquer cidade, município ou governo local que se

comprometa a medir o respetivo desempenho de modo comparável e verificável.

A Norma estabelece metodologias para um conjunto de indicadores que permitem

aferir o desempenho das cidades em termos de desenvolvimento urbano

sustentável.
54
NP ISO 37120:2017

Este instrumento permite apoiar as cidades:

• na gestão do desempenho dos serviços urbanos e da qualidade de vida;

• na comparação com outras cidades entre uma vasta gama de indicadores;

• na partilha das melhores práticas.

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Norma Portuguesa - NP ISO 37120:2017

A Norma inclui, além de conceitos sobre cidade e outros itens, uma lista de
indicadores agrupados tematicamente em 17 Secções:

Economia Segurança
Educação Alojamento
Energia Resíduos sólidos
Ambiente Telecomunicações e inovação
Finanças Transportes
Resposta a incêndios e a emergências Planeamento urbano
Governança Águas residuais
Saúde Água e saneamento
Recreio

Alguns indicadores permitem a comparabilidade entre países, do vasto universo


dos países membros das Nações Unidas.
Para cada Secção são identificados indicadores principais e de apoio.
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