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DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

1. PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL MEIO AMBIENTE NATURAL: também conhecido


como patrimônio físico, corresponde à natureza,
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO: adoção de medidas compreendendo a atmosfera, águas (subterrâneas e
prévias para inibir a ocorrência de danos ambientais superficiais, mar territorial), solo, subsolo, fauna e flora.
já cientificamente conhecidos e, consequentemente,
preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado O principal fundamento de proteção ao meio
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para a presente e futuras gerações. ambiente natural possui previsão no art. 225 da CF/88,
cujo conhecimento é muito importante para a prova da
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO: adoção de medidas OAB/FGV:
prévias para inibir a ocorrência de danos que
possivelmente possam ocorrer, embora ainda não haja
certeza cientifica. Na precaução, portanto, não há certeza Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
sobre a ocorrência do dano, mas há elementos científicos ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
suficientes para indicar a probabilidade de sua ocorrência. povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
o desenvolvimento econômico e social não pode ser visto
isoladamente, mas sim em harmonia com a preservação § 1º Para assegurar a efetividade desse direito,
do meio ambiente. incumbe ao Poder Público:

PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR: determina I - Preservar e restaurar os processos ecológicos


a necessidade de se responsabilizar financeiramente essenciais e prover o manejo ecológico das espécies
o poluidor pela degradação ambiental, seja de forma e ecossistemas;
preventiva ou reparatória. Assim, aqueles que
II - Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio
desenvolverem atividades potencialmente nocivas
genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à
são obrigados a arcar com o custo necessário para se
pesquisa e manipulação de material genético;
evitar o dano ambiental (caráter preventivo) e, havendo
a utilização indevida dos recursos naturais, o poluidor II - Definir, em todas as unidades da Federação,
deverá arcar financeiramente com o seu ato (caráter espaços territoriais e seus componentes a serem
reparatório). especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada
PRINCÍPIO DO USUÁRIO PAGADOR: determina que
qualquer utilização que comprometa a integridade dos
aquele que utilizar recursos naturais com fins econômicos
atributos que justifiquem sua proteção; (Regulamento)
deve pagar ao Estado pela sua utilização, já que o recurso
natural não pertence ao particular e sim à coletividade. IV - Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
atividade potencialmente causadora de significativa
PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO: preceitua a
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
necessidade de se dar conhecimento à população acerca
ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)
das questões envolvendo o meio ambiente, por meio
de informações claras e precisas sobre as atividades, V - Controlar a produção, a comercialização e o
eventos e decisões que possam ter reflexo ambiental. emprego de técnicas, métodos e substâncias que
A Lei de Acesso à Informação Ambiental, por exemplo, comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o
garante a qualquer interessado o acesso público aos meio ambiente; (Regulamento)
dados e informações existentes nos órgãos e entidades
integrantes do SISNAMA. VI - Promover a educação ambiental em todos os
níveis de ensino e a conscientização pública para a
PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE OU EQUIDADE preservação do meio ambiente;
INTERGERACIONAL: a preservação do meio ambiente
é um dever imposto a todos para garantir à presente e VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma
às futuras gerações o direito de usufruir dos recursos da lei, as práticas que coloquem em risco sua função
ambientais. O art. 225 da CF/88 consagra o princípio da ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
solidariedade. submetam os animais a crueldade. (Regulamento)
PRINCÍPIO PROTETOR RECEBEDOR: com previsão § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica
expressa no art. 6º, II, da Lei n. 12.305/10, dispõe que obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
aquele que proteger o meio ambiente poderá receber de acordo com solução técnica exigida pelo órgão
uma vantagem econômica em virtude de sua conduta público competente, na forma da lei.
diligente, como forma de se estimular a preservação
ambiental. Os incentivos financeiros poderão assumir § 3º As condutas e atividades consideradas
vários aspectos, citando-se como exemplo a possibilidade lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
de isenção do imposto Territorial Rural- ITR, para os pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
proprietários de terras que as transformem em RPPNs - administrativas, independentemente da obrigação de
Reservas Particulares de Patrimônio Natural. reparar os danos causados.

2. MEIO AMBIENTE § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica,


a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona
O meio ambiente pode ser classificado em meio Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização
ambiente natural, cultural, artificial e do trabalho. far-se-á, na forma da lei, dentro de condições
que assegurem a preservação do meio ambiente,
inclusive quanto ao uso dos recursos naturais 1
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atribuições, colaborar na proteção do meio ambiente,


§ 5º São indisponíveis as terras devolutas nele compreendido o do trabalho.
ou arrecadadas pelos Estados, por ações
discriminatórias, necessárias à proteção dos 3. DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
ecossistemas naturais.
SOBRE DIREITO AMBIENTAL
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear
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deverão ter sua localização definida em lei federal, COMPETÊNCIA MATERIAL


sem o que não poderão ser instaladas. As competências materiais subdividem-se em
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII exclusivas (art. 21 da CF/88) e comuns (art. 23 da
do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as CF/88), sendo que, enquanto as primeiras não podem ser
práticas desportivas que utilizem animais, desde que delegadas, porque se referem a assuntos de interesse
sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do exclusivo da União, como soberania e segurança do
art. 215 desta Constituição Federal, registradas como Estado, nas competências comuns a atuação de um ente
bem de natureza imaterial integrante do patrimônio federado não exclui a atuação dos demais, incluindo os
cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por Municípios, devendo lei complementar fixar normas para
lei específica que assegure o bem-estar dos animais a cooperação entre os entes, o que foi feito, em material
envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº ambiental, pela Lei Complementar n. 140/2011.
96, de 2017. Sintetizamos as competências constitucionais
materiais no quadro abaixo.
MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL: representa o espaço
urbano construído, ou seja, o conjunto de edificações (espaço
urbano fechado), e pelos equipamentos públicos (espaço COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA
MATERIAL EXCLUSIVA MATERIAL COMUM
urbano aberto), como ruas, praças, áreas verdes, etc.
Instituir sistema nacional Proteger os documentos,
O art. 182 da CF/88 é o principal fundamento de
de gerenciamento de as obras e outros bens de
tutela do meio ambiente artificial, sendo o responsável
recursos hídricos e definir valor histórico, artístico e
pela política de desenvolvimento urbano, conforme
critérios de outorga de cultural, os monumentos,
regulamento pela Lei n. 10.257/2001, conhecida como
direitos de seu uso (art. as paisagens naturais
Estatuto da Cidade.
21, XIX); notáveis e os sítios
Conforme previsto no § 1º do art. 182 da CF/88, arqueológicos (art. 23, III);
Explorar os serviços e
o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal,
instalações nucleares Impedir a evasão,
obrigatório para cidades com mais de 20.000 (vinte
de qualquer natureza a destruição e a
mil) habitantes, é o instrumento básico da política de
e exercer monopólio descaracterização de
desenvolvimento e de expansão urbana.
estatal sobre a pesquisa, obras de arte e de outros
Nesse aspecto, apenas a propriedade que obedecer a lavra, o enriquecimento bens de valor histórico,
ao estabelecido no plano diretor é que estará cumprindo e reprocessamento, artístico ou cultural (art.
com sua função social (§ 2º do art. 182), sendo que o a industrialização e o 23, IV);
Poder Público municipal, mediante lei específica para comércio de minérios
nucleares e seus Proteger o meio ambiente
área incluída no plano diretor, poderá exigir, nos termos
derivados, atendidos os e combater a poluição em
da lei federal, do proprietário do solo urbano não
seguintes princípios e qualquer de suas formas
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu
condições (art. 21, XXIII); (art. 23, VI);
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente,
de: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II Preservar as florestas, a
Estabelecer as áreas
- imposto sobre a propriedade predial e territorial fauna e a flora (art. 23, VII);
e as condições para o
urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com
exercício da atividade de
pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão Registrar, acompanhar e
garimpagem, em forma
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo fiscalizar as concessões
associativa (art. 21, XXV).
de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e de direitos de pesquisa e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os exploração de recursos
juros legais (§ 4º do art. 182. hídricos e minerais em
seus territórios art. 23, XI).
MEIO AMBIENTE CULTURAL: compreende o
patrimônio artístico, paisagístico, arqueológico, histórico Destaca-se ainda que, em matéria ambiental, o art.
e turístico. Representa o espaço criado pelo homem 30 da CF/88, incisos VIII e IX, atribui aos Municípios a
com valor agregado especial, relacionado à identidade, competência para promover, no que couber, adequado
costumes, memórias e à cultura da sociedade. ordenamento territorial, mediante planejamento e
MEIO AMBIENTE DO TRABALHO: local onde os controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo
trabalhadores prestam suas atividades, sendo direito urbano, bem como promover a proteção do patrimônio
de todo trabalhador a redução dos riscos inerentes histórico-cultural local, observada a legislação e a ação
ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene fiscalizadora federal e estadual
e segurança, conforme previsto no art. 7º, XXII, da
CF/88. O art. 200, VIII, da CF/88, por sua vez, se refere
expressamente ao meio ambiente de trabalho ao dispor
que cabe ao sistema único de saúde, entre outras
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COMPETÊNCIA LEGISLATIVA permanente, ele está condicionado à existência de


programas ou projetos para o aproveitamento das terras
respectivas na exploração agropecuária, na indústria ou
COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA no reflorestamento (art. 46).
LEGISLATIVA DA UNIÃO LEGISLATIVA DOS
ESTADOS E DO DF
4. POLÍTICA NACIONAL E SISTEMA
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Competência Privativa Questões específicas NACIONAL DO MEIO AMBIENTE


(art. 22): águas, sobre as matérias de
energia, informática, competência privativa A Lei n. 6.938/1981 instituiu o a Política Nacional
telecomunicações e da União, desde que do Meio Ambiente (PNMA), que tem como objetivo geral
radiodifusão (inciso IV); haja lei complementar a preservação, melhoria e recuperação da qualidade
jazidas, minas, outros autorizando. ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País,
recursos minerais e condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos
metalurgia (inciso XII) Matérias não vedadas interesses da segurança nacional e à proteção da
e atividades nucleares pela CF/88. dignidade da vida humana (art. 2º).
(inciso XXVI); Lei
complementar poderá Competência Suplementar Do conceito acima transcrito, é possível visualizar
autorizar os Estados a dos Estados para os que objetivo do PNMA está relacionado principalmente
legislar sobre questões temas de competência a três verbos: preservar (manter o meio ambiente sem
específicas das matérias concorrente, mas, não intervenção humana), melhorar (aprimorar as condições
ora citadas. havendo normas geral ambientais) e recuperar (retornar ao estado inicial) a
da União, os Estados e o qualidade do meio ambiente. Embora não citado pela lei,
Competência Concorrente Distrito Federal poderão não podemos esquecer também da necessidade de se
(art. 24): Normas gerais exercer a competência conservar o meio ambiente, ou seja, compatibilizar os
sobre, florestas, caça, legislativa plena. Nesse impactos da atividade humana com a proteção ambiental.
pesca, fauna, conservação caso, se posteriormente
da natureza, defesa a União resolver legislar A lei n. 6.938/81 estabeleceu diversos instrumentos
do solo e dos recursos sobre norma geral, a norma para a efetivação dos objetivos da Política Nacional do
naturais, proteção do geral que o Estado (ou DF) Meio ambiente (art. 9º), dentre os quais destacamos os
meio ambiente e controle havia elaborado terá a sua mais importantes para a prova da OAB/FGV:
da poluição (inciso VI); eficácia suspensa no que
proteção ao patrimônio lhe for contrário. • Padrões de qualidade ambiental – estabelece
histórico, cultural, padrões para o lançamento de gases, resíduos,
artístico, turístico e e outros elementos, para a manutenção da
paisagístico (inciso VII), qualidade do meio ambiente. Os padrões são
responsabilidade por estabelecidos pelas Resoluções do CONAMA.
dano ao meio ambiente, • Zoneamento Ambiental – refere-se ao
ao consumidor, a bens e dimensionamento do solo, definindo áreas para
direitos de valor artístico, o desenvolvimento econômico (áreas de uso
estético, histórico, estritamente industrial, de uso diversificado, por
turístico e paisagístico exemplo) e definindo áreas de preservação e
Inciso VIII). conservação ambiental.
INCENTIVOS FISCAIS • Avaliação de Impacto ambiental (AIA) – os
empreendimentos e atividades econômicas
Os Estados Membros podem instituir incentivos devem avaliar os riscos ambientais, por meio
fiscais aos municípios que atingirem as metas ambientais de procedimentos de controle preventivo, o que
estipuladas em lei estadual, por meio de distribuição de parte é feito por meio de estudos ambientais, cuja
do ICMS arrecadado (1/4 do produto dos 25% da arrecadação), principal espécie é o estudo prévio de impacto
o denominado “ICMS verde” ou “ICMS ecológico”, conforme ambiental, previsto no art. 225, § 1º, IV, da CF/88.
art. 158, IV e parágrafo único, II, da CF/88
• Licenciamento e a revisão de atividades efetiva
TERRAS INDÍGENAS ou potencialmente poluidoras: o licenciamento
ambiental é regulamentado pelo art. 10 da Lei n.
Embora as terras indígenas sejam bens da União, 6.938/81 e pela Resolução 237/97 do CONAMA
a própria Constituição Federal de 1988 assegura às e somente é concedido após a análise do estudo
comunidades indígenas a posse permanente das terras prévio de impacto ambiental (EPIA).
que tradicionalmente ocupam, além do usufruto exclusivo
• Sistema Nacional de informações sobre o meio
das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes
ambiente – sistematizar e gerenciar os dados e as
(§ 2º do art. 231 da CF/88).
informações dos órgãos ambientais.
O Estatuto do Índio, por sua vez, garante aos índios • Cadastro Técnico Federal de atividades
a exploração exclusiva das riquezas do solo, nas áreas potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras
indígenas, cabendo-lhes com exclusividade o exercício da dos recursos ambientais - inscrição no cadastro
garimpagem, faiscação e cata das áreas referidas (art. 44) objetiva fazer um mapeamento das atividades
poluidoras e que se valem de recursos ambientais.
Já em relação ao corte de madeira nas florestas
indígenas, consideradas em regime de preservação • Prestação de informações relativas ao Meio
Ambiente - o poder público tem o dever de prestar
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as informações sobre o meio ambiente e, se não 5. LICENCIAMENTO AMBIENTAL


as possuir, deverá produzi-las.
• Instrumentos econômicos, como concessão florestal, Licenciamento ambiental: Decorre do poder de
servidão ambiental, seguro ambiental e outros. polícia ambiental e é um dos instrumentos previstos
na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (art. 10
da Lei n. 6.938/81), tendo por objetivo condicionar a
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CONCESSÃO SERVIDÃO SEGURO


FLORESTAL AMBIENTAL AMBIENTAL construção, instalação, ampliação e funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos
O poder público, Representa a Ainda pendente de ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou
por meio de possibilidade regulamentação. capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
licitação, poderá de o particular ambiental, ao cumprimento prévio de exigências
delegar de renunciar ambientais.
forma onerosa total ou
a exploração parcialmente O licenciamento ambiental é um procedimento
econômica a utilização administrativo composto por três atos administrativos
de florestas dos recursos principais: licença prévia, licença de instalação e licença
públicas, como naturais de operação.
no caso de de sua
comercialização propriedade, o LICENÇA LICENÇA DE LICENÇA DE
de madeira e que pode ser PRÉVIA (LP) INSTALAÇÃO OPERAÇÃO
de construção feito de forma (LI) (LO)
hoteleira. temporária ou
permanente. Concedida Autoriza a Autoriza a
A servidão na fase instalação operação da
não pode ser preliminar do (construção) do atividade ou
planejamento do empreendimento empreendimento,
constituída empreendimento ou atividade de após a verificação
sobre área ou atividade acordo com as do efetivo
de reserva aprovando sua especificações cumprimento
legal florestal localização constantes do que consta
nem área de e concepção, dos planos, das licenças
preservação atestando a programas anteriores, com
permanente. viabilidade e projetos as medidas
ambiental e aprovados, de controle
estabelecendo incluindo ambiental e
A lei n. 6.938/81, em seu artigo 6º, cria ainda o
os requisitos as medidas condicionantes
Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, que básicos e de controle determinados
reúne os órgãos e instituições ambientais da União, condicionantes a ambiental para a operação,
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, serem atendidos e demais conforme art. 8º,
responsáveis pela proteção e melhoria ambiental, sendo nas próximas condicionantes, III, da Resolução
que qualquer interessado poderá ter acesso a suas fases de sua da qual n. 237 do CONAMA
informações, conforme previsto no art. 2º, §1º, da Lei nº implementação constituem
10.650/03. (art. 8º, I, da motivo Prazo mínimo de
Resolução n. 237 determinante 4 anos e máximo
Na estrutura do SISNAMA, destaca-se o CONAMA, do CONAMA) (art. 8º, II, da de 10 anos
órgão consultivo e deliberativo, com a finalidade de Resolução n. 237
Prazo Máximo: do CONAMA)
assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, 5 anos
diretrizes de políticas governamentais para o meio Prazo Máximo:
ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito 6 anos
de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis
com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e Ressalta-se que as licenças ambientais são
essencial à sadia qualidade de vida. temporárias e não geram direito adquirido. Nesse sentido,
o art. 19 da Resolução nº 237/97 do CONAMA dispõe que o
Já que em relação aos órgãos executores do órgão ambiental competente, mediante decisão motivada,
SISNAMA temos o IBAMA e o Instituto Chico Mendes. poderá modificar as condicionantes e as medidas de
controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença
IBAMA INSTITUTO CHICO expedida, quando ocorrer: I - violação ou inadequação de
MENDES quaisquer condicionantes ou normas legais; II - omissão
ou falsa descrição de informações relevantes que
Autarquia Federal Autarquia Federal subsidiaram a expedição da licença; III - superveniência
Entre as atribuições Responsável pelo Sistema de graves riscos ambientais e de saúde.
destacam-se o Nacional de Unidades Destaca-se ainda que, conforme mencionado no item
licenciamento ambiental Conservação (SNUC). sobre competência material ambiental, todos os entes
de atividades e obras federativos possuem competência para proteger o meio
com impacto ambiental ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
regional ou nacional, bem formas (art. 23, VI, da CF88).
como o poder de polícia.
Entretanto, para garantir segurança e evitar
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conflitos entre os licenciamentos, a Lei Complementar lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo
n. 140/2011 delimitou a competência de cada uma das administrativo para a apuração de infrações à legislação
esferas administrativas. ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade
licenciada ou autorizada”.
LICENCIA- Contudo, levando-se em consideração que a
LICENCIAMEN- LICENCIA- MENTO
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TO PELA UNIÃO MENTO PELOS fiscalização se trata de competência comum (art. 23


PELOS MUNI-
(IBAMA) ESTADOS E DF da CF/88), qualquer outro ente poderá fiscalizar o
CÍPIOS E DF
empreendimento e lavrar auto de infração sendo que,
Principais Principais Principais nos casos de iminência ou ocorrência de degradação
hipóteses: hipóteses: hipóteses: da qualidade ambiental, o ente federativo que tiver
Empreendimen- Atividades ou Obras, conhecimento do fato deverá determinar medidas
tos e atividades empreendimen- atividades e para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando
localizados ou tos não incluídos empreendi- imediatamente ao órgão competente para as providências
desenvolvidos na competência mentos de cabíveis (§ 2º do art. 17).
conjuntamente da União e dos impacto local,
no Brasil e em Municípios e os conforme Ressalta-se ainda que, na hipótese de lavratura de
país limítrofe; empreendimen- definido pelos mais de um auto de infração, deverá prevalecer o auto
em 2 (dois) ou tos localizados Conselhos lavrado pelo órgão de competência originária para o
mais Esta- ou desenvolvi- Estaduais de licenciamento, conforme § 3º do art. 17.
dos, no mar dos em unidades Meio Ambien-
territorial, na de conservação te, bem como 6. ESTUDOS AMBIENTAIS
plataforma con- instituídas pelo os localizados
tinental ou na Estado, exceto em unidades
ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA/
zona econômica em Áreas de de conserva-
RIMA): entre os estudos que integram a avaliação de
exclusiva; em Proteção Am- ção instituídas
impactos ambientais, o mais importante para a prova da
terras indígenas; biental (APAs). pelo Muni-
OAB/FGV é o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA/
em unidades cípio, exceto
RIMA), que possui previsão expressa no art. 225, § 1º, IV,
de conservação em Áreas
da CF/88, e representa o documento de avalição prévia de
instituídas pela de Proteção
empreendimento, obra ou atividade que tenha potencial
União, exceto Ambiental
de causar significativa degradação ambiental, devendo
em Áreas de (APAs);
ser elaborada por equipe técnica multidisciplinar
Proteção Am- escolhida pelo empreendedor e às suas expensas. O
biental (APAs), estudo será obrigatório sempre que o empreendimento
destinados puder gerar significativa degradação ambiental (artigo
a pesquisar, 225, § 1º, IV, da CF/88).
lavrar, produ-
zir, beneficiar, ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA: será
transportar, obrigatório nas atividades privadas ou públicas em área
armazenar e urbana (APENAS EM ÁREA URBANA) definidas em Lei
dispor material Municipal e a sua elaboração não substitui a elaboração
radioativo ou e a aprovação do estudo prévio de impacto ambiental
energia nuclear. (EIA). Além disso, os documentos do EIV devem ficar
à disposição no órgão competente municipal para a
A Lei Complementar n. 140/2011 traz também os consulta de qualquer interessado (arts. 35, 36 e 37 da Lei
conceitos de atuação supletiva e subsidiária. n. 10.257/2001).
• Atuação supletiva: ocorre quando a competência
originária é de um ente Federativo, mas outro ente 7.  SISTEMA NACIONAL DE
o substitui para fazer o licenciamento. Assim, se a
competência para o licenciamento for do Município, mas
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
este não contar com órgão ambiental capacitado ou (SNUC)
Conselho de Meio Ambiente, o licenciamento será feito
pelo Estado. Se o Estado, por sua vez, também não contar Conceito: a Constituição Federal de 1988, em seu art.
com órgão ambiental capacitado ou Conselho de Meio 225, §1º, III, destaca os espaços especialmente protegidos,
Ambiente, o licenciamento será feito pela União. dentre os quais se destacam as unidades de conservação,
regulamentadas pela Lei n. 9.985/2000, que instituiu o
• Atuação subsidiária: um ente Federativo que detém Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Há dois
a competência originária solicita apoio a outro ente para grupos de unidades de conservação: 1) Unidades de
realizar o licenciamento. O apoio pode ser econômico, Proteção Integral (UPI) e 2) Unidades de Uso Sustentável.
técnico, administrativo ou funcional.
UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL (UPI):
Importante destacar ainda que cabe ao órgão objetivam a preservação e permitem somente o uso
responsável pelo licenciamento a fiscalização da indireto de seus recursos naturais. Pertencem ao grupo
atividade ou do empreendimento licenciado, conforme das Unidades de Proteção Integral: 1) Estação Ecológica,
previsto no art. 17, caput, da LC n. 140/2011: “Compete 2) Reserva Biológica, 3) Parque Nacional, 4) Monumento
ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, Natural e 5) Refúgio de Vida Silvestre.
conforme o caso, de um empreendimento ou atividade,
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licenciador definir as unidades de conservação a serem


Objetiva a preservação da natureza
beneficiadas, considerando as propostas apresentadas
e a realização de pesquisas
no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo
científicas, mas essas pesquisas
inclusive ser contemplada a criação de novas unidades
tem o limite de 3% da área e não
ESTAÇÃO de conservação. O órgão competente deve fixar um valor
podem ultrapassar 1.500 hectares.
ECOLÓGICA proporcional ao grau de impacto ambiental para a sua
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Posse e domínio público, sendo concretização, sem a existência de um percentual mínimo


que as áreas particulares serão legal a ser pago pelo empreendedor.
desapropriadas, com indenização
Lei nº 13.668/2018 - a Lei nº 13.668/2018
prévia e em dinheiro.
acrescentou o § 4º ao art. 36 Lei 9.985/2000, que passou
Objetiva a preservação integral a dispor que a obrigação de compensação ambiental
da biota (fauna e flora) e poderá, em virtude do interesse público, ser cumprida
demais atributos inseridos nos também em unidades de conservação de posse e domínio
seus limites, permitindo-se a públicos do grupo de Uso Sustentável, especialmente as
RESERVA intervenção humana apenas para localizadas na Amazônia Legal.
BIOLÓGICA proteger o ecossistema.
UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL: objetivam a
Posse e domínio público, sendo conservação da natureza e admitem o uso de parcela
que as áreas particulares serão de seus recursos naturais, ou seja, permite-se o
desapropriadas. desenvolvimento de atividade econômica dentro do seu
espaço. São espécies de Unidades de Uso Sustentável: 1)
Objetiva a preservação de
Área de proteção ambiental (APA) 2) Área de Relevante
ecossistemas naturais de grande
Interessante ecológico, 3) Floresta Nacional, 4) Reserva
relevância ecológica e beleza
Extrativista, 5) Reserva de Fauna, 6) Reserva de
cênica, possibilitando a realização
Desenvolvimento Sustentável e 7) Reserva Particular do
de pesquisas científicas e o
Patrimônio Natural.
desenvolvimento de atividades
PARQUE de educação e interpretação
NACIONAL ambiental, de recreação em contato Área em geral extensa, pública
com a natureza e de turismo ou privada, com um certo
ecológico. (Ex: Parque do Iguaçu). grau de ocupação humana,
dotada de atributos abióticos,
Posse e domínio público, sendo bióticos, estéticos ou culturais
que as áreas particulares serão especialmente importantes para
desapropriadas. ÁREA DE a qualidade de vida e o bem-estar
Objetiva preservar sítios naturais PROTEÇÃO das populações humanas, e tem
AMBIENTAL – como objetivos básicos proteger a
raros, singulares ou de grande APA
beleza cênica. diversidade biológica, disciplinar o
processo de ocupação e assegurar
Pode ser constituído por a sustentabilidade do uso dos
MONUMENTO áreas particulares. Havendo recursos naturais.
NATURAL
incompatibilidade entre os
objetivos da área e as atividades Constituída por terras públicas ou
privadas ou não havendo privadas.
concordância do proprietário, a Área, pública ou privada, em
área deve ser desapropriada. geral de pequena extensão, com
Objetiva proteger ambientes pouca ou nenhuma ocupação
naturais onde se asseguram humana, com características
condições para a existência naturais extraordinárias ou que
ou reprodução de espécies ou abriga exemplares raros da biota
comunidades da flora local e da ÁREA DE regional, e tem como objetivo
REFÚGIO DE VIDA fauna residente ou migratória. RELEVANTE manter os ecossistemas naturais
SILVESTRE INTERESSANTE de importância regional ou local
ECOLÓGICO e regular o uso admissível dessas
Pode ser constituído por áreas
particulares, mas havendo áreas, de modo a compatibilizá-lo
incompatibilidade ou não com os objetivos de conservação
concordância do proprietário, a da natureza.
área deve ser desapropriada.
Constituída por terras públicas ou
Compensação ambiental: de acordo com o art. 36, privadas.
da Lei 9.985/2000, nos casos de licenciamento ambiental
de empreendimentos de significativo impacto ambiental,
assim considerado pelo órgão ambiental competente, com
fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo
relatório – EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar
a implantação e manutenção de unidade de conservação
do Grupo de Proteção Integral. Cabe ao órgão ambiental
6
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

Criação e Transformação de Unidade de Conservação:


Área com cobertura florestal de
as Unidades de Conservação podem ser criadas pelo
espécies predominantemente
Poder público Federal, Estadual ou Municipal, por lei
nativas e tem como objetivo básico
ou por decreto, mas dependem da realização prévia de
o uso múltiplo sustentável dos
estudos técnicos e de consulta pública, com exceção da
recursos florestais e a pesquisa
Estação Ecológica e Reserva Biológica, cuja criação não
científica, com ênfase em métodos
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FLORESTA exige consulta pública. Decreto ou lei poderão ainda


para exploração sustentável
NACIONAL ampliar os limites da Unidade de Conservação ou alterá-
de florestas nativas. A lei n.
la para categoria mais restritiva, isto é, modificar uma
11.284/2006 trata da exploração
unidade de uso sustentável para unidade de proteção
das Florestas Nacionais.
integral. Entretanto, para revogar, reduzir os limites
Posse e domínio público, sendo territoriais ou alterar a unidade de conservação para
que as áreas particulares serão uma categoria mais branda, ou seja, transformar unidade
desapropriadas. de proteção integral em uso sustentável, exige-se
obrigatoriamente lei (não se admite decreto), conforme
Área utilizada por populações art. 22 da Lei n. 9.985/200.
extrativistas tradicionais, cuja
subsistência baseia-se no Toda unidade de conservação deve dispor de um
extrativismo e, complementarmente, plano de manejo (art. 27) e de zoneamento (art. 2º, XVI).
na agricultura de subsistência e
na criação de animais de pequeno Plano de manejo: documento técnico que vai
porte, e tem como objetivos disciplinar a zona de conservação, as normas sobre uso
RESERVA básicos proteger os meios de vida e o manejo dos recursos naturais, os limites territoriais,
EXTRATIVISTA e a cultura dessas populações, e a zona de amortecimento (área do entorno da unidade
assegurar o uso sustentável dos de conservação, onde se pode instituir limitações
recursos naturais da unidade. administrativas, estabelecendo restrições para a
utilização humana), corredores ecológicos, e todas as
Domínio Público, com uso concedido demais questões sobre a unidade de conservação,
às populações extrativistas, sendo inclusive sobre o plantio de organismos geneticamente
que as áreas particulares serão modificados nas zonas de amortecimento ou na APA. O
desapropriadas. Plano de manejo deve ser elaborado no prazo de até 5
anos após a criação da unidade de conservação. Na Área
Área natural com populações
de Proteção Ambiental (APA) e na Reserva Particular do
animais de espécies nativas,
Patrimônio Natural não há obrigatoriedade de zona de
terrestres ou aquáticas, residentes
amortecimento.
ou migratórias, adequadas para
estudos técnico-científicos sobre o Zoneamento: definição de setores ou zonas em
RESERVA DE
FAUNA manejo econômico sustentável de uma unidade de conservação com objetivos de manejo
recursos faunísticos. e normas específicas, com o propósito de proporcionar
os meios e as condições para que todos os objetivos da
Posse e domínio público, sendo
unidade possam ser alcançados de forma harmônica
que as áreas particulares serão
e eficaz. O zoneamento deve levar em consideração a
desapropriadas.
vulnerabilidade das áreas ambientais, determinando mais
Área natural que abriga restrições à atividade humana nas áreas mais sensíveis.
populações tradicionais, cuja
existência baseia-se em sistemas Desapropriação: conforme mencionado acima,
sustentáveis de exploração dos muitas vezes as áreas particulares que abrangem
recursos naturais, desenvolvidos unidades de conservação devem ser desapropriadas. No
ao longo de gerações e adaptados entanto, caso haja restrição do direito de propriedade do
RESERVA DE às condições ecológicas locais imóvel pela Administração Pública sem a formalização
DESENVOLVI- da desapropriação, diz-se que ocorreu a denominada
MENTO e que desempenham um papel
SUSTENTÁVEL fundamental na proteção da “desapropriação indireta”, cabendo ao proprietário o
natureza e na manutenção da ajuizamento de ação para efetivação da medida com o
diversidade biológica. pagamento da respectiva indenização.

Domínio público, sendo que


as áreas particulares serão 8. NOVO CÓDIGO FLORESTAL
desapropriadas.
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP): de
A Reserva Particular do acordo com o art. 3º, II, da Lei n. 12.651/12, entende-
Patrimônio Natural é uma área de se por Área de Preservação Permanente (APP) a área
posse e domínio privados, gravada protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a
com perpetuidade, e deverá função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
RESERVA ser averbada, por intermédio paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade,
PARTICULAR de Termo de Compromisso, no facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo
DO PATRIMÔNIO Registro Público de Imóveis e assegurar o bem-estar das populações humanas. Pode
NATURAL com o objetivo de conservar a ser urbana ou rural.
diversidade biológica, permitindo-
se apenas a pesquisa cientifica e a Obrigação Propter Rem: o proprietário, o possuidor
visitação com objetivos turísticos, 7
recreativos e educacionais.
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

ou ocupante a qualquer título é obrigado a recompor a


Estágio avançado de regeneração:
área degradada de preservação permanente (art. 7º, §1º,
mesmas regras da vegetação primária
da Lei nº 12.651/2012), sendo que essa obrigação possui
natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de Estágio médio: Quando houver
transferência de domínio ou posse do imóvel rural (art. hipóteses de utilidade pública,
7º, §2º, da Lei nº 12.651/2012). interesse social (atividades
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imprescindíveis para a proteção da


RESERVA LEGAL: o art. 3º, III, da Lei n. 12.651/12,
vegetação nativa, como prevenção
estabelece que se trata de área localizada no interior de
do fogo, erosão, proteção espécies
uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos
invasoras, etc., e manejo florestal
do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de
sustentável, desde que não prejudique
modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural,
a função ambiental da área), práticas
auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos
preservacionistas, pesquisa cientifica
ecológicos e promover a conservação da biodiversidade,
e autorização para o pequeno
bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da VEGETAÇÃO proprietário, posseiro ou populações
flora nativa. Apenas em propriedade rural. SECUNDÁRIA
tradicionais, exceto no caso se áreas
CADASTRO NACIONAL RURAL: com o Novo Código de proteção permanente).
Florestal, todos os imóveis rurais do Brasil devem estar
Estágio inicial de regeneração: Nos
inscritos no Cadastro Ambiental Rural - CAR, registro
estados com menos de 5% da área
público eletrônico de âmbito nacional, com a finalidade
original de Mata atlântica aplicam-
de integrar as informações ambientais das propriedades
se as mesmas regras da vegetação
e posses rurais, compondo base de dados para controle,
secundária de estágio médio de
monitoramento, planejamento ambiental e econômico e
regeneração. Já nos Estados com
combate ao desmatamento. A Área de Reserva Legal deve
mais de 5% área original de Mata
estar delimitada no Cadastro Ambiental Rural, alterando
atlântica, o corte, a supressão
o sistema anterior, em que a Área de Reserva Legal vinha
e a exploração dependerão de
delimitada e averbada à margem da matrícula do imóvel.
licenciamento/autorização do órgão
O CAR é obrigatório para todos os imóveis rurais do Brasil,
estadual de proteção.
não sendo considerado título para fins de reconhecimento
do direito de propriedade ou posse (art. 29, caput e § 2º, ÁREA URBANA
da Lei nº 12.651/2012).

NÃO SE PERMITE O CORTE,


9. MATA ATLÂNTICA SUPRESSÃO OU A EXPLORAÇÃO
VEGETAÇÃO DO BIOMA MATA ATLÂNTICA
PRIMÁRIA
A Lei n. 11.428/06 classifica a vegetação da Mata NA VEGETAÇÃO PRIMÁRIA
Atlântica em duas áreas principais: vegetação primária LOCALIZADA NA ÁREA URBANA
e vegetação secundária. A vegetação primária á aquela
intocada, sem atividades humana, ao passo que a Estágio avançado de regeneração:
vegetação secundária é aquela que já foi objeto da Se o perímetro urbano foi
intervenção do homem, como no caso do desmatamento, aprovado antes da vigência da Lei
podendo ser dividida em 3 (três) estágios: a) estágio (22/12/2006), permite-se o corte,
inicial de regeneração, b) estágio médio de regeneração e supressão e exploração, desde que
c) estágio avançado de regeneração. preservado 50% do Bioma Mata
Atlântica. Se o perímetro urbano
As regras para corte, supressão e exploração da foi aprovado depois da vigência da
vegetação do Bioma Mata Atlântica de acordo com a área Lei, é vedado o corte, supressão ou
(rural ou urbana) e com estágio de proteção (vegetação exploração do Bioma Mata Atlântica.
primária e secundária).
Estágio médio de regeneração: se
ÁREA RURAL o perímetro urbano foi aprovado
VEGETAÇÃO antes da vigência da Lei, permite-se
SECUNDÁRIA
Permite-se o corte/supressão desde a supressão, o corte ou a exploração
que observadas as seguintes regras: desde que mantido 30% do Bioma
a) hipóteses de utilidade pública Mata Atlântica. Se o perímetro
(atividades imprescindíveis para for aprovado posteriormente
VEGETAÇÃO proteção sanitária ou segurança à vigência da Lei, permite-se a
PRIMÁRIA nacional, bem como para obras de supressão, o corte ou a exploração
infraestrutura de serviços públicos desde que mantido 30% do Bioma
essenciais de transporte, saneamento e Mata Atlântica.
energia), b) práticas preservacionistas
Estágio inicial de regeneração:
e c) pesquisas científicas.
possui uma liberdade maior de
acordo com o decidido pelo órgão
ambiental competente.

Entretanto, conforme previsto no art. 11 da Lei n.


11.428/2006, há situações em que o corte e a supressão
8
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio 11. RESPONSABILIDADE PELO DANO
de regeneração do Bioma Mata Atlântica ficam vedados:
I – Quando a vegetação: a) abrigar espécies da flora e da AMBIENTAL
fauna silvestres ameaçadas de extinção, em território
nacional ou em âmbito estadual, assim declaradas RESPONSABILIDADE CIVIL
pela União ou pelos Estados, e a intervenção ou o
Responsabilidade objetiva: a responsabilidade civil em
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parcelamento puserem em risco a sobrevivência dessas


espécies, b) exercer a função de proteção de mananciais matéria ambiental é objetiva, ou seja, independentemente
ou de prevenção e controle de erosão, c) formar da existência de culpa, conforme previsto expressamente
corredores entre remanescentes de vegetação primária no art. 14, § 1º Lei n. 6.938/81. Além disso, prevalece o
ou secundária em estágio avançado de regeneração, d) entendimento que se aplica a teoria do risco integral, ou
proteger o entorno das unidades de conservação, ou e) seja, o causador do dano ambiental não poderá alegar
possuir excepcional valor paisagístico, reconhecido pelos excludentes de responsabilidade, como caso fortuito ou
órgãos executivos competentes do Sistema Nacional do força maior, para afastar o dever de reparar o dano.
Meio Ambiente - SISNAMA; II - Quando o proprietário Exceção: a única exceção à responsabilidade
ou posseiro não cumprir os dispositivos da legislação objetiva é quando se tratar da omissão do poder público
ambiental, em especial as exigências da Lei nº 4.771, de no exercício do poder de polícia, hipótese em que a
15 de setembro de 1965, no que respeita às Áreas de responsabilidade será subjetiva, conforme jurisprudência
Preservação Permanente e à Reserva Legal. majoritária do STJ.

10. GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS Solidariedade: a responsabilidade civil ambiental é


ainda solidária (art. 942 do CC), de modo que todos que
participaram, direta ou indiretamente, para a ocorrência
Florestas Públicas: conforme previsto no art. 3º da do dano serão solidariamente responsáveis pela sua
Lei n. 11.284/06, consideram-se florestas públicas as reparação.
florestas, naturais ou plantadas, localizadas nos diversos
biomas brasileiros, em bens sob o domínio da União, Desconsideração da Personalidade Jurídica: em
dos Estados, dos Municípios, do Distrito Federal ou das matéria ambiental, permite-se a desconsideração da
entidades da administração indireta. pessoa jurídica sempre que esta seja obstáculo ao
ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio
A gestão das florestas públicas pode ocorrer sob as ambiente (art. 4º da Lei n. 9.605/98). Trata-se da adoção
seguintes formas: da teoria menor.
Gestão direta – a própria Administração Pública faz Jurisprudência: a) o STF e o STJ vêm reconhecendo
a gestão da floresta pública, sendo-lhe facultado, para a possibilidade de aplicação do princípio da insignificância
execução de atividades subsidiárias, firmar convênios, ou bagatela para os crimes ambientais, quando verificada
termos de parceria, contratos ou instrumentos similares a baixa lesividade da conduta; b) por outro lado, de acordo
com terceiros, observados os procedimentos licitatórios com a Súmula n. 613 do STJ, “não se admite a aplicação da
e demais exigências legais pertinentes. A duração teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental”.
dos contratos e instrumentos similares fica limitada
a 120 (cento e vinte) meses e, nas licitações para as RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL
contratações, além do preço, poderá ser considerado o
critério da melhor técnica previsto no inciso II do caput Fiscalização: levando-se em consideração que a
do art. 26 da Lei n. 11.284/06. fiscalização se trata de competência comum (art. 23 da
CF/88), qualquer ente pode fiscalizar os empreendimentos
Destinação às Comunidades Locais - antes da e lavrar auto de infração. No entanto, na hipótese
realização das concessões florestais, as florestas de lavratura de mais de um auto de infração, deverá
públicas ocupadas ou utilizadas por comunidades locais prevalecer o auto lavrado pelo órgão de competência
serão identificadas e destinadas, de forma não onerosa, originária para o licenciamento.
para o uso dessas comunidades por meio de criação de
reservas extrativistas, de reservas de desenvolvimento Auto de Infração: as autoridades do SISNAMA (IBAMA
sustentável, concessão de uso, ou outra forma prevista no âmbito federal, por exemplo) e os agentes da Capitania
em lei. dos Portos é que possuem competência para lavrar auto
de infração e instaurar processo administrativo ambiental.
Concessão Florestal – trata-se de delegação onerosa,
feita pelo Poder Público, do direito de praticar manejo Processo Administrativo: após a lavratura do auto de
florestal sustentável em uma floresta pública, para infração, o infrator tem 20 dias para apresentar defesa ou
exploração de produtos (produtos madeireiros e/ou não impugnação ao auto de infração. A autoridade, por sua
madeireiros, como sementes, resinas, cascas e raízes) e vez, terá o prazo de 30 dias, também contado da lavratura
serviços florestais (atividades de ecoturismo, recreação do auto, para julgar. Após a decisão, o infrator poderá
em contato com a natureza, educação ambiental, etc.), recorrer no prazo de 20 dias. Após a decisão do recurso,
mediante licitação na modalidade concorrência, apenas se este não for procedente, o recorrente terá 5 dias para
à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atenda às pagar a multa.
exigências do respectivo edital de licitação e demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco Súmula n. 467 do STJ: “Prescreve em cinco anos,
e por prazo determinado (quando for produto florestal, contados do término do processo administrativo, a
o prazo mínimo será um ciclo e o prazo máximo será 40 pretensão da Administração Pública de promover a
anos. Quando se tratar de serviço, o prazo mínimo será de execução da multa por infração ambiental”.
5 anos e o prazo máximo 20 anos).
9
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

RESPONSABILIDADE PENAL AMBIENTAL


SERVIÇOS À I - Custeio de programas e de
COMUNIDADE projetos ambientais;
Conceito: De acordo com o art. 2º da Lei de Crimes
Ambientais (Lei n. 9.605/98), “quem, de qualquer forma, (ART. 23 DA LEI
N. 9.605/1998) II - Execução de obras de
concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei,
recuperação de áreas degradadas;
incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua
OAB NA MEDIDA | DIREITO AMBIENTAL | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, III - manutenção de espaços


o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o públicos;
gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica,
que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de IV - Contribuições a entidades
impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la”. ambientais ou culturais públicas
Assim, todos aqueles que concorreram como Principais Características dos Crimes Ambientais:
autores, coautores ou partícipes, responderão pelo a) são de ação penal pública incondicionada, b) os tipos
mesmo crime ambiental, mas a pena será dosada na penais ambientais, em regra, descrevem crimes de
medida da culpabilidade de cada um. Além disso, a perigo abstrato, que se consumam com a própria criação
segunda parte do artigo 2º determina que o diretor, o do risco, efetivo ou presumido, independentemente de
administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, qualquer resultado danoso, c) Não há norma específica
o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa estabelecendo qual a justiça competente para julgar
jurídica também respondem por omissão, quando sabiam crimes ambientais.
da existência do crime e, podendo evita-lo, não o fizeram.
A omissão dessas pessoas físicas é considerada crime No entanto, prevalece o entendimento de que se o
desde que: a) as pessoas tenham ciência do crime; b) não crime atingir interesse direto e específico da União, ou de
tomaram a conduta adequada para evitar o crime. suas autarquias e empresas públicas, a competência é da
Justiça federal, e nos demais casos a competência será
Pessoa Jurídica: O § 3º do art. 225 da CF/88 inovou da Justiça Comum, e d) Tratando-se de crime de menor
ao prever expressamente a responsabilidade penal das potencial ofensivo (pena máxima em abstrato de até 2
pessoas jurídicas. O art. 3º da Lei dos Crimes Ambientais, anos) ou de contravenção penal é possível transação
por sua vez, dispõe que “as pessoas jurídicas serão penal. No entanto, diferentemente da Lei n. 9099/95, em
responsabilizadas administrativa, civil e penalmente, que não se exige a composição civil para a transação
nos casos em que a infração seja cometida por decisão penal, na lei ambiental a transação penal somente é
de seu representante legal ou contratual, ou de seu cabível se houver a prévia composição civil dos danos
órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua ambientais (art. 27 da Lei n. 9.605/88).
entidade. Além disso, prevê em seu parágrafo único que
“a responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a
das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do 12. POLÍTICA NACIONAL DOS
mesmo fato”. RESÍDUOS SÓLIDOS
Como a pena restritiva de liberdade não pode ser e
Conceito: Conforme previsto no inciso XVI do art.
aplicada à pessoa jurídica, as sanções penais compatíveis
3º da Lei n. 12.305/2010, considera-se resíduo sólido
são: multa, pena restritivas de direito e prestação de
todo material, substância, objeto ou bem descartado
serviços à comunidade.
resultante de atividades humanas em sociedade, bem
como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
MULTA Pode ser fixada entre 10 e 360 dias- particularidades tornem inviável o seu lançamento na
multa, sendo o valor do dia - multa rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam
superior a 1/30 e inferior a 5 vezes para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis
o valor do salário mínimo. Se o juiz em face da melhor tecnologia disponível.
considerar que o valor da multa
será ineficaz poderá multiplica-la Concepção: A concepção da Lei de Política Nacional
em até 3 vezes. de Resíduos Sólidos é que não haja a geração de resíduos
sólidos. Caso isso não seja possível, deve-se reduzir,
RESTRITIVAS I - Suspensão parcial ou total reutilizar, reciclar ou tratar os resíduos sólidos. Se
DE DIREITO de atividades, quando estas essas medidas não forem possíveis, haverá ao menos a
(ART. 22 DA LEI não estiverem obedecendo destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos.
N. 9.605/1998) às disposições legais ou
regulamentares, relativas à Princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:
proteção do meio ambiente. a) prevenção e a precaução; b) poluidor-pagador e o
protetor-recebedor; c) visão sistêmica, na gestão dos
II - Interdição temporária de resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental,
estabelecimento, obra ou atividade; social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde
quando estiver funcionando pública; d) desenvolvimento sustentável; e) ecoeficiência,
sem a devida autorização, ou em mediante a compatibilização entre o fornecimento, a
desacordo com a concedida, ou preços competitivos, de bens e serviços qualificados que
com violação de disposição legal ou satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade
regulamentar. de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo
III - proibição de contratar com o de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente
Poder Público, bem como dele obter à capacidade de sustentação estimada do planeta; f)
subsídios, subvenções ou doações, cooperação entre as diferentes esferas do poder público,
não podendo exceder o prazo de 10 10
(dez) anos.
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

o setor empresarial e demais segmentos da sociedade; resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos,
g) responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida por sua natureza, composição ou volume, não sejam
dos produtos; h) reconhecimento do resíduo sólido equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público
reutilizável e reciclável como um bem econômico e de municipal; pelas empresas de construção civil, pelos
valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de responsáveis pelos terminais e outras instalações que
cidadania; i) respeito às diversidades locais e regionais; j) geram resíduos de serviços de transportes, bem como
OAB NA MEDIDA | DIREITO AMBIENTAL | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

direito da sociedade à informação e ao controle social e k) pelos responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se
razoabilidade e a proporcionalidade. exigido pelo órgão competente do SISNAMA, do SNVS ou
do SUASA.
Dentre os instrumentos da Política Nacional de
Resíduos Sólidos, o mais importante para a prova da O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos deve
OAB é o plano de resíduo sólido, documento que deve ser integrar o licenciamento ambiental, ou seja, o órgão
elaborado pelas Pessoas jurídicas que geram resíduos responsável pelo licenciamento ambiental também será
sólidos, bem como pelo Poder Público, no âmbito da responsável pela aprovação do Plano de Gerenciamento.
União, dos Estados e dos Municípios. O plano de resíduo Se a obra ou atividade desenvolvida não exigir
sólido é classificado em: licenciamento ambiental, o Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos será aprovado pelo Município.
Plano Nacional de Resíduos Sólidos – Elaborado
pela União com a colaboração do Ministério do Meio
Ambiente, tem como conteúdo o levantamento da Logística Reversa: A logística reversa é um outro
situação dos resíduos sólidos no país, com a estipulação instrumento importante da PNRS caracterizado
de metas e proposição de cenários (incluindo tendências por um conjunto de ações, procedimentos e meios
internacionais e macroeconômicas), especificando ainda destinados a viabilizar a coleta e a restituição
programas, projetos e ações para o atendimento das dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
metas previstas. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos tem reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
vigência por prazo indeterminado e horizonte de 20 (vinte) produtivos, ou outra destinação final ambientalmente
anos, devendo ser atualizado a cada 4 (quatro) anos adequada (art. 3º, XII). Os produtos que estão
sujeitos à logística reversa são os resíduos e
Planos Estaduais de Resíduos Sólidos – Devem embalagens de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus,
abranger todo o território do Estado e sua elaboração óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
é condição para que os Estados tenham acesso a lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e
recursos da União, ou por ela controlados, destinados mercúrio e de luz mista; produtos eletroeletrônicos
a empreendimentos e serviços relacionados à gestão e seus componentes (art. 33). A inobservância da
de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por logística reserva pode ensejar a responsabilidade do
incentivos ou financiamentos de entidades federais de fabricante, importador, distribuidor e do comerciante.
crédito ou fomento para tal finalidade. O plano estadual
de resíduos sólidos será elaborado para vigência por
prazo indeterminado, abrangendo todo o território do
Estado, com horizonte de atuação de 20 (vinte) anos e
13. SANEAMENTO BÁSICO
revisões a cada 4 (quatro) ano
Compreende um conjunto de procedimentos
Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos adotados com o objetivo de garantir higiene e um
Sólidos - A elaboração de plano municipal de gestão ambiente saudável para os habitantes de determinada
integrada de resíduos sólidos é condição para o Distrito região, envolvendo: abastecimento de água potável,
Federal e os Municípios tenham acesso a recursos da União, coleta e tratamento de esgoto sanitário, limpeza urbana
ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e manejo de resíduos sólidos, bem como a drenagem e
e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo manejo das águas pluviais.
de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por
Recursos Hídricos: como expressamente dispõe o
incentivos ou financiamentos de entidades federais de
art. 4º da Lei n. 11.455/2007, os recursos hídricos não
crédito ou fomento para tal finalidade (art. 18 da Lei nº
integram os serviços públicos de saneamento básico,
12.305/2010).
tendo regramento específico pela Lei n. 9.433/97.
Para Municípios com menos de 20.000 (vinte mil)
Princípios fundamentais dos serviços públicos de
habitantes, o plano municipal de gestão integrada de
saneamento básico: a) universalização do acesso, b)
resíduos sólidos terá conteúdo simplificado, na forma
integralidade, c) adoção de métodos, técnicas e processos
do regulamento, salvo se o Municípios: I – for integrante
que considerem as peculiaridades locais e regionais, d)
de áreas de especial interesse turístico; II – for inserido
articulação com as políticas de desenvolvimento urbano
na área de influência de empreendimentos ou atividades
e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua
com significativo impacto ambiental de âmbito regional
erradicação, de proteção ambiental, de promoção da
ou nacional; III – tiver território que abranja, total ou
saúde e outras de relevante interesse social voltadas
parcialmente, Unidades de Conservação.
para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o
Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – O saneamento básico seja fator determinante, e) eficiência
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos deve ser e sustentabilidade econômica.
elaborado pelos geradores de resíduos dos serviços
A prestação dos serviços públicos de saneamento
públicos de saneamento básico, de resíduos industriais,
básico pode prestada diretamente pelo Poder Público,
de resíduos de serviços de saúde, de resíduos de
ou por particulares, mediante delegação, por meio de
mineração, pelos estabelecimentos comerciais e de
contrato administrativo, precedido de licitação.
prestação de serviços que gerem resíduos perigosos ou
11
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

O art. 10 da Lei n. 11.107/2005, alterado pela Lei n. que as águas são inalienáveis (art. 18).
14.026/20, dispõe que a prestação dos serviços públicos
de saneamento básico por entidade que não integre Dependem de Outorga (art. 12 da Lei n. 9.44/97):
a administração do titular depende da celebração de I - derivação ou captação de parcela da água existente
contrato de concessão, mediante prévia licitação, nos em um corpo de água para consumo final, inclusive
termos do art. 175 da Constituição Federal, vedada a sua abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;
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disciplina mediante contrato de programa, convênio, II - extração de água de aquífero subterrâneo para
termo de parceria ou outros instrumentos de natureza consumo final ou insumo de processo produtivo; III -
precária. lançamento em corpo de água de esgotos e demais
resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o
Sustentabilidade econômico-financeira: deve ser fim de sua diluição, transporte ou disposição final; IV -
assegurada, sempre que possível, mediante remuneração aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; V - outros
pela cobrança dos seguintes serviços públicos: I - usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade
abastecimento de água e esgotamento sanitário, II - de da água existente em um corpo de água.
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos, e
III - de manejo de águas pluviais urbanas. Quem concede a outorga? Se a água for bem da
União, a outorga caberá à Agência Nacional de Águas
Subsídio: poderão ser adotados subsídios tarifários (ANA), podendo ser delegada aos Estados ou Distrito
e não tarifários para os usuários e localidades que não Federal. No entanto, se a água for estadual ou municipal,
tenham capacidade de pagamento ou escala econômica caberá a referidos entes a realização da outorga.
suficiente para cobrir o custo integral dos serviços
(conforme § 2º do art. 29 da Lei n. 11.107/2005) Não dependem de outorga: I - o uso de recursos
hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos
núcleos populacionais, distribuídos no meio rural; II -
14. POLÍTICA NACIONAL DOS as derivações, captações e lançamentos considerados
RECURSOS HÍDRICOS insignificantes; III - as acumulações de volumes de água
consideradas insignificantes.
FUNDAMENTOS (art. 1º da Lei n. 9.433/97: a) A
Cobrança: Em relação ao instrumento da cobrança
água é considerada um bem de domínio público (e não
dos recursos hídricos, parte-se do pressuposto de que
privado), sendo que, em situações de escassez, o seu
a água é bem escasso e dotado de valor econômico, de
uso prioritário é o consumo humano e a dessedentação
modo que a sua cobrança objetiva, conforme 19 da Lei
de animais, b) a água é um recurso natural limitado,
n. 9.433/97, I - reconhecer a água como bem econômico
dotado de valor econômico, c) A gestão dos recursos
e dar ao usuário uma indicação de seu real valor; II -
hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo
incentivar a racionalização do uso da água e III - obter
das águas, como, por exemplo, para navegação, para
recursos financeiros para o financiamento dos programas
o consumo humano, para geração de energia, etc., d)
e intervenções contemplados nos planos de recursos
De acordo com a Lei n. 9.4333/97, a bacia hidrografia,
hídricos.
área onde há o escoamento e a drenagem de um rio
principal e de seus afluentes, é considerada a unidade É importante destacar ainda que, de acordo com o
territorial para implementação da Política Nacional de art. 21 da Lei n. 9.433/97, para a fixação dos valores a
Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos devem ser
Gerenciamento de Recursos Hídricos e e) Já a gestão dos observados, dentre outros: I - nas derivações, captações
recursos hídricos deve ser ainda descentralizada, isto é, e extrações de água, o volume retirado e seu regime
deve ter participação do poder público, dos usuários e de variação; II - nos lançamentos de esgotos e demais
das comunidades (gestão tripartite). resíduos líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu
regime de variação e as características físico-químicas,
OBJETIVOS (art. 2º da Lei n. 9.44/97): São objetivos
biológicas e de toxidade do afluente.
da Política Nacional de Recursos Hídricos: I - assegurar à
atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade
de água, em padrões de qualidade adequados aos 15. POLÍTICA NACIONAL SOBRE
respectivos usos; II - a utilização racional e integrada dos
recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com MUDANÇAS DO CLIMA
vistas ao desenvolvimento sustentável; III - a prevenção
e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem A Lei n. 12.187/2009 criou a Política Nacional sobre
natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos Mudança do Clima (PNMC), tendo como principal diretriz
naturais e IV - incentivar e promover a captação, a o protocolo de Quioto, para mitigação e adaptação à
preservação e o aproveitamento de águas pluviais. mudança do clima.

INSTRUMENTOS: para a concretização da PNRH, os dois Objetivos da PNMC (art. 4º da Lei n. 12.187/2009):
instrumentos mais importantes são a outorga e a cobrança. I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-
social com a proteção do sistema climático; II - à redução
Outorga: A outorga pode ser concedida pelo poder das emissões antrópicas de gases de efeito estufa em
Público Federal, Estadual ou Municipal, pelo prazo relação às suas diferentes fontes; IV - ao fortalecimento
máximo, renovável, de 35 anos, e possui como objetivo das remoções antrópicas por sumidouros de gases de
garantir o controle quantitativo e qualitativo do uso da efeito estufa no território nacional; V - à implementação de
água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água. A medidas para promover a adaptação à mudança do clima
outorga permite apenas o uso das águas, não implicando, pelas 3 (três) esferas da Federação, com a participação
portanto, sua alienação, nem parcial nem total, uma vez e a colaboração dos agentes econômicos e sociais
interessados ou beneficiários, em particular aqueles
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DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

especialmente vulneráveis aos seus efeitos adversos;


VI - à preservação, à conservação e à recuperação dos
recursos ambientais, com particular atenção aos grandes
biomas naturais tidos como Patrimônio Nacional; VII
- à consolidação e à expansão das áreas legalmente
protegidas e ao incentivo aos reflorestamentos e à
OAB NA MEDIDA | DIREITO AMBIENTAL | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

recomposição da cobertura vegetal em áreas degradadas;


VIII - ao estímulo ao desenvolvimento do Mercado
Brasileiro de Redução de Emissões - MBRE.

Mercado Brasileiro de Redução de Emissões - De


acordo com o art. 9º da Lei n. 12.187/2009, o Mercado
Brasileiro de Redução de Emissões - MBRE será
operacionalizado em bolsas de mercadorias e futuros,
bolsas de valores e entidades de balcão organizado,
autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários -
CVM, onde se dará a negociação de títulos mobiliários
representativos de emissões de gases de efeito estufa
evitadas certificadas.

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