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PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL

1. PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Busca harmonizar o crescimento econômico com a preservação


ambiental e a equidade social. Assim, o desrespeito a qualquer dessas vertentes
importa em violação ao referido princípio.
Segundo a comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento,
desenvolvimento sustentável significa “um desenvolvimento que faz face às
necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das
gerações futuras na satisfação de suas próprias necessidades”.
Atualmente, o mais sério problema é harmonizar a necessidade de crescimento
econômico em razão da pobreza no hemisfério sul com o crescente impacto ambiental
provocado pelos países do norte. Os estudiosos têm enfatizado a necessidade de
modificação dos usos sociais, com uma orientação para as necessidades das
pessoas, a distribuição de renda e técnicas adequadas à preservação dos recursos.

1.1 ANTROPOCENTRISMO OU ECOCENTRISMO

ANTROPOCÊNTRICA ANTROPOCÊNTRICA
ECOCÊNTRICA
UTILITARISTA PROTECIONISTA
A natureza é a principal Bem coletivo essencial que O ser humano é parte do
fonte de recurso para deve ser preservado como todo (meio ambiente), e,
atender as necessidades garantia da sobrevivência portanto, o ecossistema
humanas. humana; busca o equilíbrio merece especial proteção
entre o bem-estar humano e em relação à atividade
os processos ecológicos predatória humana.
essenciais.
Atualmente, as normas nacionais e internacionais adotam a posição
antropocêntrica protecionista, evoluindo em relação a um passado de indiferença com
a preservação dos recursos naturais.

1.2 A CF/88

Art. 225, CF. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.
Art. 170, CF. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na
livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da
justiça social, observados os seguintes princípios: (...)
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade; (...)
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme
o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais; (...)

A CF/88 permite no art. 225 a exploração da propriedade privada e dos


recursos naturais para a obtenção de lucro e a redução das desigualdades, desde que
respeitada a função social da terra, a preservação do meio ambiente e as leis trabalhistas,
buscando nitidamente harmonizar as necessidades humanas com a preservação
ambiental para as presentes e futuras gerações (consagra, também, o princípio da
solidariedade intergeracional).

3. PRINCÍPIO DO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO

Embora não presente nos arts. 5º a 17, que possuem rol não exaustivo de
direitos fundamentais (art. 5º, §2º, CF), realizando-se uma interpretação sistemática da
CF se constata que é direito fundamental da pessoa humana, posicionamento
consagrado pela jurisprudência brasileira. Inclusive, o STF entende que, por se tratar de

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direito fundamental inerente à vida, deve ser revestido de imprescritibilidade (vide
REsp 1.120.117-AC).
(...) O direito ao pedido de reparação de danos ambientais, dentro da logicidade
hermenêutica, está protegido pelo manto da imprescritibilidade, por se tratar de direito
inerente à vida, fundamental e essencial à afirmação dos povos, independentemente de
não estar expresso em texto legal. (...). O dano ambiental inclui-se dentre os direitos
indisponíveis e como tal está dentre os poucos acobertados pelo manto da
imprescritibilidade a ação que visa reparar o dano ambiental. 9. Quando o pedido é
genérico, pode o magistrado determinar, desde já, o montante da reparação, havendo
elementos suficientes nos autos. Precedentes do STJ. (...)
(STJ - REsp: 1120117 AC 2009/0074033-7, Data de Publicação: DJe 19/11/2009)
Está diretamente ligado ao princípio do mínimo existencial ecológico,
segundo o qual a existência humana depende da preservação de condições ambientais
mínimas necessárias à vida.

4. PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO E PRECAUÇÃO

PREVENÇÃO PRECAUÇÃO
Prevê medidas que não apenas reparem os É garantia contra os riscos potenciais que
danos, mas que também os impeçam de não podem ainda ser identificados;
acontecer;
Objetivo: evitar que o dano ocorra; Não é qualquer risco, mas apenas risco
grave e irreversível;
Pressupõe certeza científica do impacto Não há certeza científica quanto à
ambiental ocorrência do impacto ambiental;
Diante da certeza de ocorrência do dano, A ausência de certeza científica não deve
devem ser tomadas todas as medidas para postergar a adoção de medidas protetivas;
evita-lo;
É o principal fundamento do Estudo de Inversão do ônus da prova: é do potencial
impacto ambiental, que tem como objetivo poluidor o ônus de provar, com
visualizar os impactos previamente para anterioridade, que as intervenções
evita-los ou minimizá-los o quanto possível; pretendidas não são danosas;
Nexo causal cientificamente provado; O nexo causal é presumido;

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Ex.: atividade de mineração Ex.: efeito dos alimentos transgênicos

Está previsto expressamente na Lei Está previsto expressamente na Lei de


12.305/12 (Política Nacional de Resíduos Biossegurança (11.105/2005, art. 1º) e na
Sólidos), Lei 11.428/06 (Lei da Mata Lei de Política Nacional sobre Mudança do
Atlântica), e implicitamente no art. 2º, Lei Clima (12.187/2009, art. 3º).
6.938/81. Os Tribunais já possuem julgados A título de curiosidade, vide TRF 1ª Região,
sobre o tema (TJRS, Ag. Ins, 597204262). AI 200301000096950 e STJ, REsp
972902/RS.

5. PRINCÍPIO DO PLUIDOR-PAGADOR

Lei 6.938/81
Art 4º: A Política Nacional do Meio Ambiente visará: (...)
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os
danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais
com fins econômicos.
Art. 14, § 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor
obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos
causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério
Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade
civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
Art. 225, CF
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

Prescreve a responsabilidade do poluidor em carcar com as despesas de


prevenção, reparação repressão dos danos ambientais. Ou seja, os custos sociais
externos (externalidades negativas – são decorrentes da produção, mas suportadas pela
coletividade) devem ser internalizados aos custos da produção: “privatização dos lucros e
socialização das perdas”.

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A poluição e a degradação ambiental são as principais externalidades
negativas da atividade econômica, razão pela qual o Estado atua positivamente por
meio de políticas públicas para compelir o agente a evitar ou, ocorrido o dano,
reparar o ecossistema e indenizar a coletividade pela degradação.
O princípio tem, portando, dois escopos:
- dissuasivo: funciona como incentivo negativo em face de todos aqueles que pretendem
praticar alguma conduta lesiva ao meio ambiente;
- restitutivo: deve o poluidor assumir todas as consequências do dano.
Deve-se buscar evitar o desvirtuamento do princípio, de modo que se torne um
instrumento que permita “a compra do direito de poluir”, uma vez que tem como um de
seus principais objetivos prevenir a ocorrência do dano ambiental.

6. PRINCÍPIO DO USUÁRIO-PAGADOR

O usuário dos recursos naturais deve pagar pela sua utilização. A atribuição de
valor econômico ao bem natural tem como objetivo racionalizar o uso e evitar o
desperdício, além de ser uma contrapartida a coletividade, afinal, o particular está
se beneficiando de bem coletivo.
Aqui, o pagamento independe de dano, ou seja, dá-se tão somente em
razão da utilização, não sendo, portando, punição (Vide Art. 4º, VII, Lei 6.938/81
acima).
Previsto Expressamente na Lei 9.433/97, art. 19 (Política Nacional de Recursos
Hídricos), Lei 9.985/00, art. 36 (Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza), etc. Este, considerado constitucional pelo STF na ADI 3378/DF.

7. PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DE ATUAÇÃO (INTERVENÇÃO) ESTATAL/


PRINCÍPIO DA NATUREZA PÚBLICA DA PROTEÇÃO AMBIENTAL

Art. 225, CF. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico

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das espécies e ecossistemas; (Regulamento)
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; (Regulamento)
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes
a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente
através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos
que justifiquem sua proteção; (Regulamento)
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade;
Art. 174, CF. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento,
sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
Além destes meios, em caso de degradação ambiental, incumbe ao Poder
Público aplicar sanções administrativas previstas em lei (multas, suspensão da licença
ambiental, embargo da atividade, etc.).
LC 140, art. 17, § 2o: Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade
ambiental, o ente federativo que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas
para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão
competente para as providências cabíveis.
Portanto, devido o seu status de direito fundamental, a preservação do
meio ambiente é dever de todos os poderes do Estado, em todas as esferas de
atuação.

8. PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA (POPULAR) /PRINCÍPIO


DEMOCRÁTICO

Assim como o Estado, a população também tem o dever de atuar diretamente


na criação e na execução das políticas públicas de proteção ao meio ambiente.
Para tanto, a população lança mão de prerrogativas nas três esferas, a
exemplo de participação em audiências públicas, atuação de representantes da
sociedade civil em órgãos dotados de poderes normativos e deliberativos (conselhos e
comitês), etc.

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LC 140, art. 17, § 1o: Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração
ambiental decorrente de empreendimento ou atividade utilizadores de recursos
ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores, pode dirigir representação ao órgão
a que se refere o caput, para efeito do exercício de seu poder de polícia.

MEDIDAS LEGISLATIVAS Plebiscito, referendo, iniciativa popular (art. 14, CF)


Direito de informação, de petição e estudo prévio de
MEDIDAS
impacto ambiental (art. 5º, XXXIII e XXXIV, CF e art.
ADMINISTRATIVAS
225, IV, CF)
Ação Popular, Ação Civil Pública e respectivo inquérito
MEDIDAS PROCESSUAIS
Civil (art. 5º, LXXIII e art. 129, III, CF)

9. PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO

O direito à participação, analisado no item anterior, pressupõe o direito à


informação. Neste sentido, para que haja efetiva participação popular, é dever das
autoridades divulgar os dados sistematicamente, com periodicidade e em meios hábeis,
exceto as matérias que envolvam comprovadamente segredo industrial ou de Estado.
Art.5º, XXXIII, CF - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da
lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Art.225, IV, CF - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio
de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
Assim, esse princípio deve ser revestido das características de veracidade,
amplitude, tempestividade e acessibilidade, de modo a possibilitar à população
fiscalizar e, quando necessário, em tempo hábil (antes da ocorrência do dano ambiental)
movimentar os instrumentos possíveis para preservar o meio ambiente.
Art. 2º, Lei 10.650/2003: Os órgãos e entidades da Administração Pública, direta, indireta
e fundacional, integrantes do SISNAMA, ficam obrigados a permitir o acesso público aos
documentos, expedientes e processos administrativos que tratem de matéria ambiental e
a fornecer todas as informações ambientais que estejam sob sua guarda, em meio
escrito, visual, sonoro ou eletrônico, especialmente as relativas a:

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I - qualidade do meio ambiente;
II - políticas, planos e programas potencialmente causadores de impacto ambiental;
III - resultados de monitoramento e auditoria nos sistemas de controle de poluição e de
atividades potencialmente poluidoras, bem como de planos e ações de recuperação de
áreas degradadas;
IV - acidentes, situações de risco ou de emergência ambientais;
V - emissões de efluentes líquidos e gasosos, e produção de resíduos sólidos;
VII - diversidade biológica;
VIII - organismos geneticamente modificados.
§ 1o Qualquer indivíduo, independentemente da comprovação de interesse específico,
terá acesso às informações de que trata esta Lei, mediante requerimento escrito, no qual
assumirá a obrigação de não utilizar as informações colhidas para fins comerciais, sob as
penas da lei civil, penal, de direito autoral e de propriedade industrial, assim como de
citar as fontes, caso, por qualquer meio, venha a divulgar os aludidos dados.

10. PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Busca esclarecer e envolver a comunidade no processo de responsabilidade


com o meio ambiente.
Art.225, § 1º, CF: Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder
Público: (...)
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do meio ambiente;
Art 2º, Lei 6.938/81 - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes
princípios: (...)
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

Ademais, a LC 140/11 estabelece como sendo dever da União, Estados e


Municípios promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a proteção do meio ambiente (arts. 7º, XI; 8º, XI e 9º, XI).

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A Lei 9.795/99 instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental:
Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ambiental: (...)
IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na
preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade
ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;

11. PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE

Art. 186, CF. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos
seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

O direito à propriedade perde seu caráter absoluto, estando condicionado


ao cumprimento de sua função social, a qual inclui a preservação do meio ambiente,
podendo o titular ter seu direito garantido caso não cumpra.
Neste sentido, o proprietário deve exercer esse direito não somente em
seu interesse, mas principalmente visando o benefício de toda a coletividade.
Assim não é bastante que apenas não prejudique o meio ambiente, exige-se que
efetivamente contribua para a sua melhoria.
Exemplo: dever de manutenção, preservação, recuperação e recomposição da
vegetação em APPs e reserva legal, ainda quando não tenha sido ele o responsável pelo
desmatamento – obrigação propter rem, vinculado ao titular do direito real (vide STJ,
REsp 217.858/03).

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12. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS/ PRINCÍPIO DA
UBIQUIDADE

Art. 4º, CF: A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais
pelos seguintes princípios: (...)
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
Esse princípio assume relevância, pois, em regra, os fenômenos
poluidores não se restringem a um local específico, mas afetam o ecossistema
como um todo, mesmo que a longo prazo.
Assim, visando contribuir para a preservação do ambiente com um todo, os
países mais avançados na proteção ambiental devem repassar conhecimentos para os
demais, assim como os países em geral devem cooperar uns com os outros nas
apurações de danos em territórios contíguos, etc.
Tal princípio não importa em renúncia à soberania do Estado.

13. PRINCÍPIO DO CONTROLE DO POLUIDOR PELO PODER PÚBLICO/ PRINCÍPIO


DO LIMITE

Esse princípio evoca o poder de polícia em matéria ambiental.


Art.225, § 1º, CF: Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
LC 140/11
Art. 7o São ações administrativas da União:
XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na
forma da lei;
Art. 8o São ações administrativas dos Estados:
XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na
forma da lei;
Art. 9o São ações administrativas dos Municípios:
XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na
forma da lei;

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Art. 5o, § 6°, Lei 7.347/85 Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos
interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais,
mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial. .

14. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO RETROCESSO ECOLÓGICO /EFEITO CLIQUET


AMBIENTAL

Como o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é direito


fundamental, as garantias uma vez conquistadas não podem retroceder. Portanto,
tal princípio visa obstar medidas legislativas e executivas que visem dirimir ou
mitigar normas protetivas já consolidadas.
Trata-se de princípio implícito que tem como fundamentos o Estado
Democrático de Direito, o princípio da dignidade da pessoa humana, o princípio da
máxima eficácia das normas de direitos fundamentais, o princípio da segurança jurídica,
etc.
Este princípio ainda se apresenta como vanguarda no direito ambiental
brasileiro, visto que muitos doutrinadores e juristas têm certo receio em acatá-lo sob o
argumento de mitigação da liberdade e da independência dos Poderes. Entretanto,
mostra-se como uma tendência de cada vez maior aceitação, em razão da necessidade
de garantir um substrato mínimo dos direitos fundamentais. Senão, vejamos o recente
julgado do STJ:
(...) O exercício do ius variandi, para flexibilizar restrições urbanístico-ambientais
contratuais, haverá de respeitar o ato jurídico perfeito e o licenciamento do
empreendimento, pressuposto geral que, no Direito Urbanístico, como no Direito
Ambiental, é decorrência da crescente escassez de espaços verdes e dilapidação da
qualidade de vida nas cidades. Por isso mesmo, submete-se ao princípio da não-
regressão (ou, por outra terminologia, princípio da proibição de retrocesso),
garantia de que os avanços urbanístico-ambientais conquistados no passado não
serão diluídos, destruídos ou negados pela geração atual ou pelas seguintes (...).
(STJ - REsp: 302906 SP 2001/0014094-7, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data
de Julgamento: 26/08/2010, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe
01/12/2010)

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