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GERÊNCIA DE GUARDA-PARQUES

(GGPAR)

CAPACITAÇÃO EM
PREVENÇÃO E DEFESA FLORESTAL
(CPDF)
Núcleo Avançado GGPAR PARAISO
Núcleo Avançado Paraíso da Gerência de Guarda-Parques
Parte II: Tópicos de Legislação Ambiental
Douglas Vieira Rios
Guarda-Parque Coordenador do GGPAR PARAÍSO

Ementa:

- Constituição e Ambiente: Breve Histórico


- Princípios do Direito Ambiental
- Política Nacional de Meio Ambiente
- Recursos Hídricos
- Educação Ambiental
- Mata Atlântica
- Sistema Nacional de Unidades de Conservação
- Crimes Ambientais
- Proteção Florestal
DIREITO

Conjunto ordenado e sistemático de princípios e regras que


tem por tarefa definir e sistematizar o ordenamento jurídico
que o Estado impõe à sociedade e apontar solução para os
problemas ligados à sua interpretação e aplicação.

DIREITO AMBIENTAL

Ramo do direito público, autônomo, composto por princípios


e regras que regulam as condutas humanas que afetam,
potencial e efetivamente, de forma direta ou indireta, o meio
ambiente natural, cultural ou artificial.
HIERARQUIA DOS DIPLOMAS LEGAIS
CONSTITUIÇÃO E AMBIENTE: BREVE HISTÓRICO

•1824: Não fez qualquer referência à matéria, apenas cuidando da proibição


de indústrias contrárias à saúde do cidadão;

•1934: Proteção às belezas naturais, ao patrimônio histórico, artístico e


cultural; conferiu à União competência em matéria de riquezas do subsolo,
mineração, águas, florestas, caça e pesca;

•1937: Também se preocupou com proteção aos monumentos históricos,


artísticos e naturais, paisagens e locais dotados pela natureza; competência
da União legislar sobre minas, caça, pesca, subsolo, águas e florestas;
proteção das plantas e rebanhos contra moléstias e agentes nocivos.

•1969: A lei regulará mediante prévio levantamento ecológico, o


aproveitamento agrícola de terras sujeitas a intempéries e calamidades e o
mau uso da terra impedirão proprietário de receber incentivos e auxílio do
Governo.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO AMBIENTAL

•Princípio da Prevenção: Aplica-se a impactos ambientais já conhecidos e


dos quais se possa, com segurança, estabelecer um conjunto de nexos de
causalidade que seja suficiente para a identificação dos impactos futuros mais
prováveis. (ANTUNES, 2013, p.48)

•Princípio da Precaução: Aplica-se quando a informação científica é


insuficiente, inconclusiva ou incerta e haja indicações de que os possíveis
efeitos sobre o ambiente, a saúde das pessoas ou dos animais ou a proteção
vegetal possam ser potencialmente perigosos e incompatíveis com o nível de
proteção escolhido (MILARÉ, 2013, p.264)
•Princípio da Supremacia do Interesse Público na Defesa do Meio
Ambiente: se proclama a superioridade dos interesses da coletividade,
que devem prevalecer sobre os interesses dos particulares;

•Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público na Proteção do


Meio Ambiente: o meio ambiente é um bem que pertence à coletividade
e não integra o patrimônio disponível do Estado;

•Princípio da Intervenção Estatal Obrigatória na Defesa do Meio


Ambiente: o Poder Público tem o dever de atuar na defesa do meio
ambiente, tanto no âmbito administrativo, quanto no legislativo e
jurisdicional, cabendo ao Estado adotar as políticas públicas e os
programas de ação necessários para cumprir este dever imposto;
•Princípio do Controle do Poluidor pelo Poder Público: A ação dos
órgãos e entidades públicas se concretiza através do exercício do seu
poder de polícia administrativa, sendo que todos os entes do Poder
Público devem atuar para a proteção do ambiente e o combate de todas
as formas de poluição.

•Princípio do respeito à grupos formadores da à cultura, à memória e


à identidade dos sociedade: Defesa do patrimônio cultural; necessidade
de se proteger as denominadas “comunidades tradicionais”.

•Princípio da Função Sócio Ambiental da Propriedade: O direito de


propriedade deve ser exercitado em consonância com as suas
finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados a
flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio
histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
(art. 1228, §1°do Cód.Civil).
•Princípio do Poluidor-Pagador: os custos sociais externos que
acompanham o processo produtivo precisam ser internalizados. É a
internalização das externalidades negativas. Os agentes econômicos
devem levá-los em conta ao elaborar os custos de produção e,
consequentemente, assumi-los. Imputa-se ao poluidor o custo social da
poluição por ele gerada, uma espécie de responsabilidade por dano
ecológico.

•Princípio do Usuário-Pagador: Os usuários de recursos naturais


pagam pelo uso direto destes recursos ou pelos serviços destinados a
garantir a qualidade ambiental e o equilíbrio ecológico.

•Princípio do Protetor-Recebedor: aquele que preserva ou recupera os


serviços ambientais, geralmente de modo oneroso aos próprios
interesses, tornar-se-ia credor de uma retribuição por parte dos
beneficiários desses mesmos serviços, sejam pessoas física ou jurídicas,
seja o Estado ou a sociedade como um todo.
•Princípio da Solidariedade Intergeracional: Cabe ao Poder Público e à
coletividade o dever de defender e preservar o ambiente para as
presentes e futuras gerações.

•Princípio da Proibição de Retrocesso Ambiental: Não se pode colocar


em risco a proteção de um direito fundamental que vem sendo
conquistada e consolidada ao longo do tempo, não podendo se desfazer
de um valor já sabiamente fundamental, para dar lugar a outro cujo
valor é controverso.
Redução de Unidade de Conservação por meio de Medida Provisória é Inconstitucional.

A Medida Provisória nº 558/2012 (convertida na Lei nº 12678/2012, erroneamente chamada de


"Novo Código Florestal) reduziu os limites territoriais de algumas Unidades de Conservação. As
UCs foram reduzidas a fim de que no local que sobrou fossem construídas usinas hidrelétricas.

A extinção ou redução de uma Unidade de Conservação somente pode ser feita por meio de
LEI ESPECÍFICA. (Art. 225, § 1º, III, da CRFB/1988).

Logo, isso abrange também Áreas de Preservação Permanente e Áreas de Reserva Legal.

Ou seja: Medida Provisória pode ser utilizada para ampliar, mas não para reduzir espaços de
proteção ambiental, segundo o Princípio do Direito Ambiental de Supremacia do Interesse Público na
Proteção do Meio Ambiente em Relação aos Interesses Privados e da Proibição ao Retrocesso na Proteção
Ambiental. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) aceita o uso de Medidas
Provisórias para ampliar espaços de proteção ambiental, mas nunca para reduzi-los.

Para saber a respeito: STF. Plenário. ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
05/04/2018.
RESPONSABILIDADE CIVIL DECORRENTE DE DANOS
AO MEIO AMBIENTE

O parágrafo 3º, do art. 225, estabeleceu que:

“as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão aos


infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados”.

Esta norma constitucional iniciou as responsabilizações nas esferas


administrativa, civil e criminal das pessoas físicas e jurídicas, evoluindo
ainda no sentido de atribuir a mesma importância tanto ao
ressarcimento quanto à reparação.
Responsabilidade Baseada na Culpa

CCB - Art. 159: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar
o dano”.

Isto quer dizer: Quem causou o dano fica obrigado a reparar, desde que
provada sua culpa.

CULPA é uma figura SUBJETIVA, que para ser provada precisa existir:

 Imperícia: Não dominar uma técnica, ou não empregá-la da forma


mais adequada.
 Imprudência: Não tomar as medidas necessárias para evitar a
ocorrência do dano.
 Negligência: Desleixo ou descuido devidamente caracterizado.
“O que traz a comodidade, tem que também trazer o incômodo”.

É a Teoria do Risco Assumido, cujo fundamento se baseia em que só se


atua numa área perigosa, se tiver capacidade de assumir todos os riscos
inerentes àquela atividade.

Quem atua numa atividade perigosa, deve ser responsável direto por
qualquer dano causado. Assume o risco, ou não exercerá aquela função.
PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE

O causador indireto de um dano também é responsável.

É possível se propor ação de responsabilidade civil contra qualquer dos


responsáveis pelo dano ou contra todos em conjunto.

A responsabilidade é objetiva e não tem limites. Atinge aos responsáveis diretos e


indiretos.
POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE - LEI 6938/ 1981

Regulamentada pelo Decreto 99274/ 1990.

SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente

• Órgão Consultivo e Deliberativo: O Conselho Nacional do Meio Ambiente –


CONAMA;

• Órgão Central: O Ministério do Meio Ambiente – MMA;

• Órgão Executor: O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos


Naturais Renováveis – IBAMA;

• Órgãos Seccionais: Órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de


programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de
provocar a degradação ambiental;

• Órgãos Locais: Órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e


fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições;
Instrumentos Apresentados:

Padrões de Qualidade Ambiental:

Envolve a gestão dos componentes do meio ambiente, que são a


qualidade do ar, das águas e dos padrões de ruído.

Zoneamento ambiental:

Instrumento jurídico de ordenação do uso e ocupação do solo. Previsto


no Estatuto das Cidades (Lei 10257/2001).

O zoneamento ecológico-econômico (Decreto n.º 4297/2002) assegura a


qualidade ambiental dos recursos hídricos e do solo e da conservação da
biodiversidade, vinculando as decisões dos agentes públicos e privados
que de qualquer forma utilizem esses recursos.
Avaliação de Impactos Ambientais (A.I.A.)

De caráter preventivo para assegurar que um determinado projeto


possível de causar danos ambientais seja analisado, levando-se em
consideração as probabilidades e potenciais de causar impactos ao
ambiente.

Os procedimentos devem garantir a adoção de medidas de proteção em


caso de aprovação para implantação do empreendimento.
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA):

Resolução CONAMA, n.º 001/86.

É um documento técnico, onde são avaliadas as consequências para o


ambiente decorrentes de um determinado projeto.

Nele encontram-se identificados e avaliados de forma imparcial e técnica


os impactos que um determinado projeto poderá causar no ambiente,
assim como apresentar medidas para minimizar os possíveis impactos.

O objetivo de se estudar os impactos é o de avaliar as consequências das


ações, para prevenir danos que o ambiente poderia sofrer devido à
execução dos projetos. Está previsto no artigo 225, § 1º, inciso IV da
Constituição Federal.
Licenciamento Ambiental

Resolução CONAMA 237/97.

Procedimento administrativo pelo qual ao órgão ambiental compete


licença e localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadora de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, considerando as
disposições legais e regulares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

Na Resolução CONAMA, constam os tipos de Licenças Ambientais, que


são: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação
(LO).
Auditoria Ambiental

Instrumento de verificação de condições ambientais de determinada


instituição.

Ela é uma consequência da qualidade utilizada pela empresa (pública ou


privada), que busca a certificação de sua gestão. No entanto não está
determinada como instrumento pelo artigo 9º da Lei de Política Nacional
do Meio Ambiente.

As auditorias procuram avaliar o desempenho dos sistemas de gestão,


procuram adequar-se à política ambiental e cumprimento dos objetivos
propostos.

Vale frisar, neste ponto, que algumas auditorias são obrigatórias,


quando empresas privadas buscam certificações, como as de ISO 14.000.
Em alguns Estados as auditorias ambientais são obrigatórias e utilizadas
pelo setor público, como instrumento de ação, controle e apoio para concessão
de licenças ambientais, por meio da contratação de empresas privadas para
sua realização.

Rio de Janeiro (Lei n.º 1898/1991);


Minas Gerais (Lei n .º 15017/2004);
Espírito Santo (Lei n.º 4802/1993);
Ceará (Lei n.º 12685/1997);
Santa Catarina (Lei n.º 10720/1998);
Amapá (Lei n.º 485/1999);
Paraíba (Portaria n.º 04/2004);
Distrito Federal (Lei n.º 3458/2004);
São Paulo são obrigatórias em alguns Municípios, onde há portos,
como na cidade de Santos.
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Havendo o Nexo de Causalidade, com base no Princípio da Precaução, o


Código de Defesa do Consumidor admite a inversão do ônus da prova
como um dos instrumentos de defesa do consumidor positivado no Art.
6º, inciso VIII:

É regra de julgamento que autoriza o Magistrado a atribuir à parte que detém


melhores condições o ônus de produzir as provas necessárias para o deslinde da
questão. Sempre que houver incerteza científica acerca da atividade econômica a
ser implementada, deve-se inverter o ônus probatório para que o potencial
poluidor prove que sua atividade não causará dano ao meio ambiente.

Comprovada a lesão ambiental, torna-se indispensável que se estabeleça


uma relação de causa e efeito entre o comportamento do agente e o dano
dele proveniente.
POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

“Lei das Águas” - Lei nº 9433/1997.

Previsto na CRFB/1988, 21º artigo, inciso XIX, quando se propõe


“instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e
definir critérios de outorga de direitos de seu uso”.

 Lei nº 12334/2010 - Política de barragens no país.


Objetivos:

 Garantir a disponibilidade de água à atual e às futuras gerações;


 Utilizar de forma racional e integrada os recursos hídricos, baseado
na ideia de desenvolvimento sustentável, e;
 Prevenir e defender o país contra possíveis eventos hidrológicos.

Diretrizes:

 Gestão dos recursos hídricos e sua adequação às diversidades do


Brasil;
 Integração de tais recursos junto à gestão ambiental, à do uso do solo
e à dos sistemas estuarinos e zonas costeiras;
 A articulação do planejamento com o de outros setores usuários e o
planejamento de diferentes níveis federativos.
Artigo 1º - Água é um recurso natural limitado, de domínio público, mas
dotado de um valor econômico. Por ser limitado prevê-se que, em casos de
escassez de água no país, seu uso deve ser prioritariamente destinado
ao consumo humano e animal.

Artigo 5º - Instrumentos (Outorga e Cobrança).

Artigo 7º - Conteúdo mínimo necessário para os Planos de Recursos


Hídricos.

Além de diagnosticar a situação dos recursos hídricos, o plano também


deve analisar alternativas de crescimento demográfico, atividades
produtivas e de padrões de ocupação do solo.
Planos de Recursos Hídricos:

Devem apontar os critérios para a cobrança pelo uso dos recursos


hídricos e propostas para a criação de áreas de proteção destes recursos.

Elaborado por Bacia Hidrográfica, por estado e para o país como um


todo.

O texto prevê ainda um balanço entre disponibilidades e demandas


futuras, a fim de evitar conflitos, e o estabelecimento de metas e
medidas para a racionalização do uso, o aumento da quantidade e a
melhoria dos recursos hídricos disponíveis.
COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA
2008: 6 comitês
2016: 9 comitês

CBH Rio Dois


Rios CBH Baixo
CBH
Piabanha P. do Sul e
CBH Médio Itabapoana
Paraíba do Sul

CBH CBH
Baía da Macaé
Ilha
Grande CBH
CBH CBH Baia da Lagos São
Guandu Guanabara João
EDUCAÇÃO AMBIENTAL - LEI 9795/1999

Conceito que deve ser visto de forma estendida, não apenas voltado para o
respeito e preservação do meio ambiente natural, pois o meio ambiente
compreende muito mais do que a conservação da fauna e flora nativas;
aprofunda-se em questões pertinentes à própria convivência do ser humano em
sociedade, e na interação que tem com todo o planeta.

Impõe sua obrigatoriedade no ensino formal.

A Carta Magna (CRFB/1988) trouxe grande avanço no que toca às


questões ambientais, pois foi uma das primeiras constituições do mundo
a tratar do meio ambiente em capítulo próprio.
Transversalidade: Forma de se tratarem temas que devem ser
difundidos continuamente no ensino formal, através de todas as
disciplinas e níveis de ensino.

A Educação Ambiental é rica, contínua e interminável. Viver é um ato de


contínua Educação Ambiental, pois pelas experiências, vivências e
contextos, o ser humano aprende a interagir melhor no meio.
As bases da Educação Ambiental estão expressamente insertas no corpo
da Carta Magna, que através do art. 225, §1°, VI, diz que:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder


Público: [...]

VI – promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a


conscientização pública para a preservação do meio ambiente”;
Artigo 5º - Objetivos:

 Desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente


em suas múltiplas e complexas relações (aspectos ecológicos,
psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos,
culturais e éticos);

 Garantia de democratização das informações ambientais;

 Estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a


problemática ambiental e social;

 Incentivo à participação individual e coletiva, permanente e


responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente,
entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor
inseparável do exercício da cidadania.
Lei 9985/2000 - SNUC

Unidade de Conservação

Espaço territorial e seus recursos ambientais,


incluindo as águas jurisdicionais, com
características naturais relevantes,
legalmente instituído pelo Poder Público,
com objetivos de conservação e limites definidos,
sob regime especial de administração, ao
qual se aplicam garantias adequadas de
proteção.
POR QUE PRECISAMOS DE ÁREAS PROTEGIDAS?

Razão Ecológica:
Proteção natural.

Razão Cultural:
Preservar modos e meios de vidas de populações tradicionais.

Razão Econômica:
Oferecimento de serviços ambientais, ICMS Verde...

Razão Moral:
Reflexão sobre padrões de consumo e responsabilidade da tutela
planetária comum.

Razão Espiritual:
Materialismo agnóstico VS Conexão Natural.
14 UCs proteção integral = aproximadamente 208.037 hectares protegidos
Proteção Integral: Uso Sustentável:
Preservar a natureza. Uso indireto. Conservação com o uso sustentável.

APA
Estação Ecológica
ARIE
Reserva Biológica
FLONA
Parque
RESEX

Monumento Natural REFAU

Refúgio de Vida Silvestre RDS

RPPN
LEI DA MATA ATLÂNTICA

Lei 11428/2006 e o Decreto 6660/2008.

Patrimônio Nacional pela CRFB/1988.

Comparação ao Decreto 750/1993 - Contêm várias alterações


ambientalmente nocivas, configurando um retrocesso para a proteção
da Mata Atlântica.

Trata-se, inequivocamente, de um bioma brasileiro ameaçado de


extinção e que está entre os biomas mais importantes e ameaçados do
mundo.
Mesmo reduzida atualmente a
cerca de 7% de seu território
original e muito fragmentada, a
Mata Atlântica possui uma
importância social e ambiental
enorme.

Para cerca de 70% da população


brasileira que vive em seu domínio, ela
regula o fluxo dos mananciais
hídricos, assegura a fertilidade do
solo, controla o clima e protege
escarpas e encostas das serras, além
de preservar um patrimônio
natural e cultural imenso.
Independentemente se o
licenciamento ambiental de
uma atividade ou
empreendimento é feito pela
União, pelo Estado ou pelo
Município, a supressão da
vegetação nativa de Mata
Atlântica só pode ser
autorizada pelo órgão
ambiental competente.
Vegetação Primária: Aquela que sofreu ações mínimas do homem, que não afetaram
suas características originais de estrutura e de espécies.

Vegetação secundária ou em regeneração: Aquela resultante dos processos naturais


de sucessão, após ter sido total ou parcialmente desmatada. A vegetação secundária
pode estar no estágio inicial, médio ou avançado de regeneração.

A vegetação não perderá a sua classificação nos casos de incêndio, desmatamento ou


qualquer outro tipo de intervenção não autorizada!
Biomas integrantes da
Mata Atlântica (IBGE):

 Floresta Ombrófila
Densa;
 Floresta Ombrófila
Mista, também
denominada de Mata de
Araucárias;
 Floresta Ombrófila
Aberta;
 Floresta Estacional
Semidecidual;
 Floresta Estacional
Decidual.

Bem como os manguezais, as vegetações de restingas, campos de altitude, brejos


interioranos e encraves florestais do Nordeste.
Apenas se a Lei da Mata Atlântica permitir, outros dispositivos
legais como a Lei de Proteção de Matas Nativas, deverão ser
observados e cumpridos!
CRIMES AMBIENTAIS - LEI 9605/1988

O ambiente é um bem fundamental à existência humana e, como tal,


deve ser assegurado e protegido para uso de todos. Este é princípio
expresso no texto da Constituição Federal, que no seu art. 225.

Antes da sua existência, a proteção ao meio ambiente era um grande


desafio, uma vez que as leis eram esparsas e de difícil aplicação: havia
contradições como, matar um animal da fauna silvestre, mesmo para se
alimentar era crime inafiançável, enquanto maus tratos a animais e
desmatamento eram simples contravenções punidas com multa.
Com o surgimento da LEI DE CRIMES AMBIENTAIS, a legislação ambiental
no que toca à proteção ao meio ambiente é centralizada.

As penas agora têm uniformização e gradação adequadas e as infrações


são claramente definidas.

Contrário ao que ocorria no passado, a lei define a responsabilidade das pessoas


jurídicas, permitindo que grandes empresas sejam responsabilizadas
criminalmente pelos danos que seus empreendimentos possam causar à
natureza.
Crime é uma violação ao direito.

Será um crime ambiental todo e qualquer dano ou prejuízo causado aos


elementos que compõem o ambiente: flora, fauna, recursos naturais e o
patrimônio cultural.

Por violar direito protegido, todo crime é passível de sanção


(penalização), que é regulado por lei.

Além das agressões que ultrapassam os limites estabelecidos por lei,


também são considerados crimes ambientais as condutas que ignoram normas
ambientais, mesmo que não sejam causados danos ao meio ambiente.

É o caso dos empreendimentos sem a devida licença ambiental. Neste caso,


há a desobediência a uma exigência da legislação ambiental e, por isso,
ela é passível de punição por multa e/ou detenção.
As penas previstas são aplicadas conforme a gravidade da infração:
quanto mais reprovável a conduta, mais severa a punição.

 Ela pode ser privativa de liberdade, onde o sujeito condenado deverá


cumprir sua pena em regime penitenciário;
 Restritiva de direitos, quando for aplicada ao sujeito -- em
substituição à prisão –
 Penalidades como a prestação de serviços à comunidade,
 Suspensão de atividades,
 ou Multa.
A pessoa jurídica infratora, uma empresa que viola um direito
ambiental, não pode ter sua liberdade restringida da mesma forma que
uma pessoa comum, mas é sujeita a penalizações.

Neste caso, aplicam-se as penas de multa e/ou restritivas de direitos,


que são: a suspensão parcial ou total das atividades; interdição
temporária de estabelecimento, obra ou atividade; a proibição de
contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios,
subvenções ou doações.
Diante de um crime ambiental, a AÇÃO CIVIL PÚBLICA (regulamentada
pela Lei 7.347/85) é o instrumento jurídico que protege o meio ambiente.

O objetivo da ação é a reparação do dano onde ocorreu a lesão dos


recursos ambientais. Podem propor esta ação o Ministério Público,
Defensoria Pública, União, Estado, Município, empresas públicas,
fundações, sociedades de economia mista e associações com finalidade
de proteção ao meio ambiente.
Tipos de Crimes Ambientais

CONTRA A FAUNA
(ARTS. 29 A 37)

São as agressões cometidas contra animais silvestres, nativos ou em


rota migratória:

Caça, pesca, transporte e a comercialização sem autorização; os maus-tratos; a


realização experiências dolorosas ou cruéis com animais quando existe outro
meio, independente do fim.

Também estão incluídas as agressões aos habitats naturais dos animais, como a
modificação, danificação ou destruição de seu ninho, abrigo ou criadouro
natural.

A introdução de espécimes animal estrangeiras no país sem a devida


autorização também é considerado crime ambiental!
CONTRA A FLORA
(ART. 38 A 53)

 Causar destruição ou dano a vegetação de Áreas de Preservação Permanente


(APP), em qualquer estágio, ou a Unidades de Conservação;

 Provocar incêndio em mata ou floresta ou fabricar, vender, transportar ou soltar


balões que possam provocá-lo em qualquer área;

 Extração, corte, aquisição, venda, exposição para fins comerciais de madeira,


lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal sem a devida autorização ou
em desacordo com esta;

 Extrair de florestas de domínio público ou de preservação permanente pedra,


areia, cal ou qualquer espécie de mineral;

 Impedir ou dificultar a regeneração natural de qualquer forma de vegetação;

 Destruir, danificar, lesar ou maltratar plantas de ornamentação de logradouros


públicos ou em propriedade privada alheia...
POLUIÇÃO E OUTROS CRIMES AMBIENTAIS
(ART. 54 A 61)

Todas as atividades humanas produzem poluentes (lixo, resíduos, e


afins), no entanto, apenas será considerado crime ambiental passível de
penalização a poluição acima dos limites estabelecidos por lei.

Além desta, também é criminosa a poluição que provoque ou possa


provocar danos à saúde humana, mortandade de animais e destruição
significativa da flora.
São considerados crimes ambientais:

 Pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem autorização ou


em desacordo com a obtida e a não-recuperação da área explorada;

 Produção, processamento, embalagem, importação, exportação,


comercialização, fornecimento, transporte, armazenamento, guarda,
abandono ou uso de substâncias tóxicas, perigosas ou nocivas a
saúde humana ou em desacordo com as leis;

 Operação de empreendimentos de potencial poluidor sem licença


ambiental ou em desacordo com esta;

 Disseminação de doenças, pragas ou espécies que possam causar


dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora e aos ecossistemas.
CONTRA O ORDENAMENTO URBANO E O PATRIMÔNIO CULTURAL
(ART. 62 A 65)

Ambiente é um conceito amplo, que não se limita aos elementos naturais


(solo, ar, água, flora, fauna).

Na verdade, o meio ambiente é a interação destes, com elementos


artificiais -- aqueles formados pelo espaço urbano construído e alterado
pelo homem -- e culturais que, juntos, propiciam um desenvolvimento
equilibrado da vida.

Desta forma, a violação da ordem urbana e/ou da cultura também


configura um crime ambiental.
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
(ART. 66 A 69)

São as condutas que dificultam ou impedem que o Poder Público exerça


a sua função fiscalizadora e protetora do meio ambiente, seja ela
praticada por particulares ou por funcionários do próprio Poder Público.

 Funcionário público que faz afirmação falsa ou enganosa, omitir a


verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em
procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental;

 Conceder licença, autorização ou permissão em desacordo com as


normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja
realização depende de ato autorizativo do Poder Público.

 Deixar de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental,


quando tem o dever legal ou contratual de fazê-la, ou que dificulta a
ação fiscalizadora sobre o meio ambiente.
Circunstâncias Agravantes

Traz um enorme rol de situações em que, se o agente ou o ato estiver ali


encaixado, a pena privativa de liberdade será aumentada, em um
quantum a critério do juiz.

O mais peculiar, todavia, dá-se nas situações onde a pena será


agravada se o crime for cometido “em domingos ou feriados” ou “à
noite”.

O intuito do legislador foi aumentar a pena privativa de liberdade nos


crimes cometidos quando se dá menos fiscalização por parte do Poder
Público – em suma, é o velho “jeitinho brasileiro”: precisa coibir o crime;
ao invés de aumentar a fiscalização, aumenta-se a pena quando a fiscalização é
menor.
LEI DE PROTEÇÃO FLORESTAL - Lei Nº 12651/2012

Além de vetos de dispositivos importantes à regularização de situações


consolidadas, o Poder Executivo encaminhou ao Congresso a Medida
Provisória nº 571/2012, que altera no berço de nascimento da lei de
Proteção de Matas Nativas.

Os conflitos de pontos de vista estão longe de estarem pacificados, devendo


a discussão e negociação política continuar com a análise dos vetos e da
Medida Provisória pelo Congresso.
“Proteção de Matas Nativas” X “Código Florestal” (4771/1965)

Nada muda em termos gerais e estruturais, já que a lei aprovada permitiu


tão somente ajustes pontuais para adequação da situação de fato à situação
de direito pretendida pela legislação ambiental.

A proteção do ambiente natural continua sendo obrigação do proprietário


mediante a manutenção de espaços protegidos de propriedade privada,
divididos entre Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL).

A grande novidade está, na verdade na implementação e na fiscalização


desses espaços, agora sujeito ao Cadastro Ambiental Rural (CAR).
• Principais alterações sobre APP trazidas pela Lei 12.651/12

- APP de topo de morro


• Principais alterações sobre Reserva Legal
trazidas pela Lei 12.651/12
50 m

- APP de topo de morro


Declividade

17 ° 25 °
• Principais alterações sobre APP trazidas pela Lei 12.651/12

- APP de topo de morro - BASE


- ...nos relevos ondulados, pela cota da depressão
mais baixa ao seu redor;

Cota da
depressão
mais baixa
• Principais alterações sobre APP trazidas pela Lei 12.651/12

- APP de topo de morro - BASE


- ...nos relevos ondulados, pela cota da depressão
mais baixa ao seu redor;
- ... nos relevos ondulados, pela cota do ponto de
sela mais próximo da elevação;
Ponto de
sela mais
próximo
Cota da
depressão
mais baixa
Fonte: MP-SP alerta para perdas ambientais com aprovação do novo Código Florestal /
http://www.mp.sp.gov.br
Fonte: MP-SP alerta para perdas ambientais com aprovação do novo Código Florestal /
http://www.mp.sp.gov.br
Áreas de Preservação Permanente (APPs)

São aquelas que devem ser mantidas intactas pelo proprietário ou possuidor de
imóvel rural, independentemente de qualquer outra providência ou condição em virtude da
sua natural função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo
e assegurar o bem-estar das populações humanas (Art. 3º, II, da Lei 12.561/12).

Além das mencionadas APPs hídricas, de aplicação certamente generalizada,


mantiveram-se, com alguns esclarecimentos, a proteção das encostas, dos topos de
morros, restingas, manguezais, bordas de tabuleiros e chapadas e de altitude superior a 1800
metros.

Sem prejuízo de serem APPs, as encostas, com declividade maior que 45°, foram
declaradas de uso restrito, não passíveis de supressão da vegetação natural, as áreas
com declividade entre 25° e 45º, garantida a manutenção das atividades atualmente
existentes, bem como da infraestrutura instalada.
Reserva Legal

Se traduz na obrigação legal do proprietário de preservar uma área de floresta nativa


equivalente a um percentual da sua área total, variável de 20% a 80%, conforme a
localização e o bioma.

Assim, se o imóvel for localizado na Amazônia Legal : 80% (oitenta por cento);
Cerrado: 35% (trinta e cinco por cento); Mata Atlântica e Campos: 20% (vinte por
cento).

A Reserva Legal continua sendo passível de exploração limitada, mediante manejo


sustentável, sendo que sua averbação no Cartório de Registro de Imóveis não será
obrigatório a partir da sua declaração e inclusão no Cadastro Ambiental Rural
(CAR).
Reserva
Legal

Imóvel
Rural

20% para
Mata
Atlântica
Cadastro Ambiental Rural

Importante ferramenta para a gestão do uso e ocupação do solo quanto às questões


ambientais.

De inscrição obrigatória para todos os proprietários rurais, é um novo registro público,


onde deverão ser inscritas as propriedades, com seu perímetro identificado e
delimitado com coordenadas geográficas, assim como todos os espaços protegidos
no interior do imóvel, especialmente APPs e Reserva Legal.

O Cadastro deterá não só o perímetro dos imóveis georreferenciado, mas também a


delimitação geográfica das áreas do interior das propriedades, cujo
acompanhamento e fiscalização poderá passar a ser feito por imagens de satélite.
Visualização da propriedade
Delimitação das APPs
Delimitação da vegetação natural
Delimitação da Reserva Legal
Resumo das áreas
Mapa concluído
Outras Legislações de Interesse - ERJ

Lei n 7.790, de 28 de novembro de 2017


Declara patrimônio cultural, histórico e imaterial e considera de especial interesse social as
comunidades quilombolas, caipiras, caboclas, de pescadores, caiçaras e agricultores no âmbito
do estado do rio de janeiro, inclusive aquelas localizadas em unidades de conservação da
natureza, e dá outras providências.

Lei n° 7.122, de 03 de dezembro de 2015


Institui a política estadual de incentivo ao uso da energia solar.

Decreto nº 44.232, de 07 de junho de 2013


Dispõe acerca da implementação do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável
do Estado do Rio de Janeiro (SISANS/RJ).

Lei nº 5637, de 06 de janeiro de 2010


Cria o programa estadual de desenvolvimento de agrovilas e dá outras providências.

Lei complementar nº 131, de 06 de novembro de 2009


Dispõe sobre medidas voltadas à regularização fundiária de interesse social em imóveis do
estado do rio de janeiro e dos demais entes da administração direta e indireta e dá outras
providências.

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