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AULA 7 – Avaliação de Impactos Ambientais

1. Conteúdo da aula
Aspectos Legais e Institucionais

Licenciamento Ambiental e suas ferramentas – EIA/RIMA

Economia e Meio Ambiente

2. Legislação Ambiental
Objetivo: Disciplinar as relações entre o Homem e o Meio Ambiente, de forma a proteger o meio
ambiente e o próprio Homem dos efeitos associados à exploração irracional dos recursos
naturais.

Estrutura e Competências para Legislar sobre Meio Ambiente no Brasil (República


Federativa)
 União: Estabelece normas gerais, válidas para todo o Território Nacional;
 Estados: Estabelecem normas peculiares;
 Municípios: Estabelecem normas que atendam aos interesses locais.

Constituição Federal
Promulgada em 05 de outubro de 1988;

É a primeira que trata do meio ambiente de modo específico;

Capítulo VI – Do Meio Ambiente: Artigo 225 – “Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à Coletividade, o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações”.

Política Nacional de Meio Ambiente


..Lei n° 6.938, de 31/08/1981, alterada pelas leis n° 7.804 e 8.028, regulamentada pelo decreto
n° 99.274, de 06/06/1990;

..Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente;

..Institui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), que compreende os órgãos e


entidades da União, dos Estados, dos municípios, incluindo-se as fundações instituídas pelo
Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.

Estrutura do SISNAMA
MMA (Ministério do Meio Ambiente): Órgão Superior de conselho de governo, com a função de
assessorar o Presidente da República na formulação da Política Nacional e nas diretrizes
governamentais para o meio ambiente;

CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente): Órgão Consultivo e Deliberativo:

 Assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas


governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais;
 Deliberar, no âmbito de sua competência, sobre os padrões compatíveis com o meio
ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.

SEMA/PR (Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República): Órgão Central para


planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a Política Nacional e as
diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;

IBAMA (Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis): Órgão Executor para
executar e fazer executar, como órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixadas
para o meio ambiente.

Órgão Seccionais: órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas,


projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação
ambiental;

Órgãos Locais: órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e fiscalização dessas
atividades nas suas respectivas jurisdições.

Instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente


Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;

Zoneamento ambiental;

Avaliação de impactos ambientais;

Licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;

Penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à


preservação ou correção da degradação ambiental;

Instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo


IBAMA.

Abrangência da Legislação
Atualmente a legislação ambiental brasileira pode ser considerada como uma das mais
avançadas;

Praticamente, todos os temas relacionados ao meio ambiente são tratados e regulamentados


por normas específicas.

É importante destacar as seguintes leis federais:

Lei dos Recursos Hídricos (9.433/97) – Lei das Águas

Lei do Saneamento Básico (11.445/07)

Lei dos Resíduos Sólidos (12.305/10)

Essas leis foram regulamentadas e possuem sistemas de planejamento e gestão em operação


e/ou implantação, que executam as respectivas políticas nacionais e estaduais

Lei n° 9.605, de 12/02/1998 Crimes Ambientais: Dispõe sobre as sanções penais e


administrativas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências.
Define os crimes ambientais relacionados à degradação do meio ambiente e as respectivas
penas e critérios para a aplicação;
3. Legislação Estadual
 Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, os Estados passaram a ter
autonomia para estabelecerem a sua própria Constituição;
 Em 05 de outubro de 1989, o Estado de São Paulo promulgou a sua Constituição;
 Similar à Constituição Federal, a Constituição Paulista também dedicou um capítulo ao
Meio Ambiente;
 Pode-se dizer que o Estado de São Paulo foi o pioneiro no desenvolvimento de normas
de controle ambiental;
 Isto foi decorrência do intenso desenvolvimento industrial ocorrido na região, o que
acabou resultando em problemas de poluição;
 Em 29 de junho de 1973 foi sancionada a lei n° 118, responsável pela criação da
Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento e de Controle da Poluição da Água
(CETESB).

Atribuições da CETESB
Pela Lei n° 118, entre as atribuições da CETESB incluíam-se:

Controle da qualidade das águas destinadas ao abastecimento público e a outros usos, assim
como das águas residuárias;

..Estudos, pesquisas, treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;

..Prestar assistência técnica especializada à operação e manutenção de sistemas de água,


esgotos e resíduos industriais;

..Manter sistema de informação e divulgar dados de interesse da engenharia sanitária e da


poluição da águas;

..Incentivar o aperfeiçoamento de métodos e processos para estudos, projetos, execução,


operação e manutenção de sistemas.

Sistema Estadual de Meio Ambiente


..O decreto n° 24.932, de 24/03/1986, foi responsável pela instituição do Sistema Estadual de
Meio Ambiente e criação da Secretaria do Meio Ambiente;

..A criação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente visou:

..Atender a necessidade do estado dispor de um instrumento de coordenação das atividades


ligadas à defesa, preservação e melhoria do meio ambiente.

Objetivos do Sistema Estadual de Meio Ambiente


..I – Promover a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental;

..II – Coordenar e integrar as atividades ligadas à defesa do meio ambiente;

..III – Promover a elaboração e o aperfeiçoamento das normas de proteção ao meio ambiente;

..IV – Estimular a realização de atividades educativas e a participação da comunidade no


processo de preservação do meio ambiente.

Legislação Ambiental de São Paulo


..O estado de São Paulo possui uma das estruturas mais avançadas relacionadas à legislação
ambiental;

..Praticamente, todas as atividades que tenham relação com o meio ambiente estão
contempladas nas normas ambientais;

4. EIA/RIMA e Licenciamento Ambiental


Impacto Ambiental?

>>Alteração das características do meio ambiente, resultantes das atividades humanas, que
direta ou indiretamente, positiva ou negativamente, afetem:

 A saúde, segurança e bem estar da população;


 As atividades sociais e econômicas;
 A biota;
 As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
 A qualidade dos recursos ambientais.

A Exigência da Avaliação de Impactos Ambientais


Problemas relacionados ao desenvolvimento econômico desvinculado do meio ambiente;

..Necessidade de criar instrumentos capazes de complementar e aprimorar as ferramentas


utilizadas para aprovação de novas atividades e empreendimentos;

..Estados Unidos e Europa desenvolveram estudos para buscar uma resposta ao desafio
proposto.

..Década de 60, consolidação do conceito de impacto ambiental;

..Detalhamento do conceito de impacto ambiental, para transformar-lo em um instrumento do


processo de decisão no licenciamento ambiental, com os seguintes requisitos:

..Características técnicas regulamentadas pelo poder público;

..Acessível aos vários segmentos da sociedade interessada no processo de licenciamento


ambiental.

Características Básicas da Avaliação de Impacto Ambiental


..Descrever a ação proposta e as alternativas;

..Prever a natureza e a magnitude dos efeitos ambientais;

..Identificar as preocupações humanas relevantes;

..Listar os indicadores de impacto a serem utilizados e definir a sua magnitude;

..Quantificar a intensidade do impacto por meio dos indicadores definidos.

5. Avaliação de Impactos Ambientais no Brasil


Histórico
..1981 ..Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecendo como seus instrumentos;
..Exigência da avaliação de impactos ambientais;

..Licenciamento e revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras.

..1986 ..Resolução CONAMA n° 01, 23/01/1986:

..Estabelece as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para


uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental.

Resolução CONAMA n° 01/1986


..Atividades com potencial de modificação do meio ambiente deverão elaborar o EIA:

..Estradas de rodagem com 2 ou mais faixas;

..Ferrovias;

..Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;

..Aeroportos;

..Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários;

..Linhas de transmissão de energia elétrica (> 230 kV);

..Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos;

..Extração de combustível fóssil;

..Extração de minério;

..Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos;

..Usina de geração de eletricidade (> 10 MW);

..Complexo e unidades industriais;

..Distritos industriais;

..Exploração econômica de madeira ou lenha;

..Projetos urbanísticos (> 100 ha), ou em áreas de relevante interesse ambiental;

..Atividades que utilizem carvão vegetal e derivados;

..Projetos agropecuários acima de 1.000 ha, ou menores, caso seja em áreas relevantes do ponto
devista ambiental..

Diretrizes Gerais a serem Atendidas no Estudo de Impacto Ambiental


..Contemplar as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-as com a
hipótese de não execução do projeto;

..Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de


implantação e operação da atividade;

..Identificar os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada;

..Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de


influência do projeto.
Conteúdo Mínimo do Estudo de Impacto Ambiental
..Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto;

..Completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações;

..Necessidade de caracterizar a área antes da implantação;

Elementos de estudo:
..Meio físico: subsolo, água, ar e clima, com destaque aos recursos minerais, topografia, tipos e
aptidão do solo, corpos d’água, regime hidrológico, correntes marinhas e atmosféricas;

..Meio biológico e ecossistemas naturais: fauna e flora, destacando espécies indicadoras da


qualidade ambiental, valor científico e econômico e espécies em extinção;

..Meio sócio-econômico: uso e ocupação do solo, uso da água e sócio-economia.

Impactos ambientais
..Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas;

..Identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos


relevantes, discriminando:

..Tipo de impacto: positivo ou negativo;

..Ação: direta ou indireta;

..Ocorrência: imediato, médio prazo e longo prazo;

..Duração: temporário ou permanente;

..Grau de reversibilidade;

..Propriedades cumulativas e sinergéticas;

..Distribuição dos ônus e benefícios sociais.

Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos:


..Equipamentos de controle;

..Sistemas de tratamento de despejos, com a avaliação da eficiência de cada uma delas;

..Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e negativos, com


indicação dos parâmetros a serem considerados.

Relatório de Impacto Ambiental


..Refere-se ao resumo do Estudo de Impactos Ambientais, com a apresentação das principais
conclusões do mesmo;

..Deve ser apresentado de forma objetiva e adequada à sua compreensão;

..A linguagem deve ser acessível:

..Ilustrações por mapas, cartas, quadros e gráficos;

..Apresentar as vantagens e desvantagens do projeto e conseqüências ambientais.


6. Processo de Licenciamento
..Resolução CONAMA nº 237/1997;

..O processo de licenciamento é realizado em três etapas:

..Licença Prévia (LP) – aprova a localização e concepção do projeto.

..Licença de Instalação (LI) – autoriza a instalação da atividade ou empreendimento.

..Licença de Operação (LO) – autoriza a operação da atividade ou empreendimento.

..O EIA/RIMA pode ser uma exigência para o processo de licenciamento.

Criação do Relatório Ambiental Preliminar


..Resolução SMA n° 42/1994, normatização do licenciamento ambiental no Estado de São Paulo;

..Exigência da apresentação do Relatório Ambiental Preliminar (RAP), que pode tornar


dispensável a elaboração do EIA e RIMA;

..A partir da avaliação do RAP, define-se ou não, a necessidade da elaboração do EIA e RIMA.

Roteiro para Obtenção de Licenças para Novos Empreendimentos

7. Fundamentos da Metodologia para AIA


Métodos disponíveis atualmente foram resultado da evolução de métodos já existentes;

Alguns resultaram de adaptações de ferramentas utilizadas em outras áreas:

 Técnicas de planejamento regional;


 Estudos econômicos;
 Estudos de ecologia.

Outros foram criados para atender aos requisitos legais envolvidos:

Buscam disciplinar os raciocínios e procedimentos para identificação dos agentes causadores e


respectivas modificações.

A metodologia a ser utilizada deve levar em consideração a regulamentação pelo poder público;
Neste caso, deve-se considerar o que é impacto ambiental, no contexto do poder público
(Resolução CONAMA n° 01/1986):

 Impacto ambiental é qualquer alteração do meio ambiente, causada por matéria ou


energia resultante de atividades humanas, que afetam direta ou indiretamente:
o A saúde, segurança e bem-estar da população;
o As atividades sociais e econômicas;
o As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
o A qualidade dos recursos ambientais.

8. Estudo de Impacto Ambiental para a Condição Brasileira


O método mais adequado deve:

 Atender aos requisitos mínimos legalmente exigidos para a execução do EIA/RIMA;


 Tornar o mesmo adequado para a apreciação dos técnicos e público interessado.

Deve-se contemplar no mínimo:

 Diagnóstico ambiental da área de influência;


 Identificação de impactos;
 Previsão e medição dos impactos;
 Definição de medidas mitigadoras;
 Elaboração do programa de monitoramento;
 Comunicação dos resultados.

Considerações Relevantes sobre o Método de Estudo de Impacto Ambiental


..Deve considerar a relevância do impacto ambiental e sua magnitude;

..Adequação para que o processo de tomada de decisão, sem que este seja comprometido:

..A comunicação entre as partes interessadas deve favorecer o entendimento do público


interessado;

..As informações devem ser compreensíveis, independente do nível de conhecimento dos


mesmos.

9. Principais Métodos para a Avaliação de Impactos Ambientais


..Método Ad Hoc;

..Método das Listagens de Controle;

..Método da Superposição de Cartas;

..Método das Redes e Matrizes de Interação;

..Método dos Modelos de Simulação;

..Método da Análise Benefício-Custo;

..Método da Análise Multiobjetivo.

Método AdHoc
..Realização de reuniões com técnicos e cientistas especializados:

..Devem deter conhecimentos teóricos e práticos sobre o empreendimento em análise;

..Utilização de questionários respondidos por pessoas com interesse no problema;

..Obtenção de uma visão integrada sobre o empreendimento;

..Avaliação dos sobre os impactos prováveis, o que possibilita a análise e classificação de


alternativas.

Exemplo: Identificação e Classificação de Impactos Ambientais pelo Método AdHoc

Método das Listagens de Controle


..Evolução natural do método AdHoc;

..Preparação de listagens de fatores ambientais potencialmente afetados pelas ações propostas;

..Elaboração de listagens padrão para empreendimentos similares, disponibilizadas em


bibliografias especializadas;

..Vantagens: simplicidade de aplicação e exigência reduzida de dados e informações;

..Desvantagens: não possibilitam projeções e previsões, ou identificação de impactos de


segunda ordem.

Método das Listagens Ponderais ou Método de Battelle


É uma evolução consolidada das listagens de controle comparativas com ponderação;

A importância de cada parâmetro, em relação aos principais impactos do projeto e estabelecida


por meio de pesos;

Apoio de equipe multidisciplinar para:

 Distribuição de pesos entre os parâmetros;


 Desenvolvimento das funções e valores dos índices de qualidade ambiental;

Principais características:
 É abrangente e seletivo;
 Bastante objetivo para comparação de alternativas;
 Não permite interação dos impactos;
 Permite previsão de magnitude;
 Não distingue a distribuição temporal.

É constituído por 78 parâmetros representativos dos componentes ambientais;

A cada parâmetro está associado um peso previamente definido, estabelecendo a importância


relativa de cada um;

Para cada parâmetro é definido um índice de qualidade ambiental, que varia de 0 a 1,


estabelecido pela equipe multidisciplinar.

A classificação dos impactos ambientais é obtida pela somatória dos produtos dos índices de
qualidade e pelos pesos dos respectivos parâmetros.

Para ser utilizado é necessário conhecer a função que relaciona o índice de qualidade ambiental
com o parâmetro analisado.

Exemplo de Função da Variação do Índice de Qualidade com a Concentração de Oxigênio


Dissolvido na Água:

Método da Superposição de Cartas


..Confecção de cartas temáticas relativas aos fatores ambientais potencialmente afetados pelas
alternativas estudadas;

..Efeitos sobre o solo, cobertura vegetal, paisagem entre outros aspectos são analisados;

..Informações resultantes são sintetizadas segundo conceitos de restrição ou de potencial de


uso da área;

..Utilização do Sistema de Informação Geográfica.

Método das Matrizes de Interação


..Evolução das listagens de controle;
..Relação bidimensional entre fatores ambientais e ações decorrentes de um projeto;

..Relaciona os impactos de cada ação nos cruzamentos entre linhas e colunas, mantendo-se a
relação de causa e efeito;

..Com a utilização de indicadores adequados é possível configurar o impacto potencial de cada


ação;

Matriz de Leopold
..Relaciona 88 componentes ou fatores ambientais e 100 ações potencialmente capazes de
alterar o meio ambiente;

..Nos cruzamentos entre linhas e colunas são atribuídos valores que variam de 1 a 10, indicando
a magnitude e a relevância do impacto;

..Para distinguir entre impacto benéfico ou adverso, utiliza-se os sinais de + e -, respectivamente;

Exemplo: Representação da Matriz de Leopold

Seleção da Metodologia
..A definição da metodologia a ser utilizada depende especificamente do caso que será
analisado;

..Geralmente esta atividade fica a cargo dos profissionais que serão os responsáveis pela
elaboração do estudo de impacto ambiental;

..De acordo com a Resolução CONAMA n° 01/1986, o Estudo de Impacto Ambiental deverá ser
feito por equipe multidisciplinar , independe do proponente;

..De modo geral, o método a ser utilizado para a avaliação dos impactos será definido pela
equipe contratada;

10. Economia e Meio Ambiente


A questão ambiental no âmbito da economia, benefícios de uma política ambiental e a cobrança
pelo uso dos recursos naturais.

Sistemas de Gestão Ambiental

Meio Ambiente e Economia


..Pela constituição: Meio ambiente é um bem de uso comum; Sua utilização deve atender aos
interesses de toda a sociedade;

..O acesso aos recursos ambientais deve ser disciplinado em benefício dessa sociedade;

..Imposição de padrões ambientais que afetam interesses conflitantes.

..Perguntas sobre padrões ambientais:

 Há vantagens na obediência a esses padrões?


 Quem obtém os benefícios e quem assume os custos?
 Há um benefício líquido para a sociedade?
 Esse benefício é o máximo que se consegue obter?

Teoria Econômica
..O acesso aos bens e serviços é adequadamente disciplinado quando submetido às leis de
mercado;

..Todos os conflitos são resolvidos de modo a atender aos objetivos da economia;

..Como o meio ambiente pode ser considerado um bem, teoricamente, o mesmo poderia estar
sujeito à teoria econômica.

Dúvidas sobre a Teoria Econômica


..O principal objetivo é atender à maior quantidade de demandas mais valorizadas;

..Os bens disciplinados pela economia de mercado são de acesso controlado pela lei da oferta e
da procura;

..Neste caso podem ocorrer distorções com relação aos interesses de toda a sociedade.

Economia de Mercado
..Demanda reflete a disposição de consumir um determinado bem ou serviço;

..Oferta reflete a disposição em se produzir este bem ou serviço;

..Só indivíduos que têm capacidade para pagar o preço exigido podem ter acesso ao bem ou
serviço;

..Recursos ambientais que cumprem função social não podem estar sujeitos às leis de mercado.

Que Bens que podem ser Subordinados à Economia de Mercado


..Todos os bens podem ser classificados em quatro categorias em relação às leis de mercado;

..A classificação leva em consideração:

 ..A possibilidade de restringir o acesso ao mesmo: Exeqüível ou inexeqüível.


 ..Forma de consumo: Individual ou conjunto.

Considerações
..Bens e serviços ambientais assemelham-se à categoria de coletivos;

..Não podem estar sujeitos às leis econômicas;


..O acesso aos mesmos depende de legislação que estabeleça padrões ambientais;

..Como bens públicos os mesmos só podem ser regulamentados pelo poder público.

11. Economia x Meio Ambiente


..Existem duas linhas de pensamento econômico, relacionadas às questões ambientais:

 ..Economia do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais;


 ..Economia Ecológica.

Economia do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

..Mecanismos de mercado:

..São capazes de regular a utilização dos bens e serviços ambientais por toda a sociedade;

..São capazes de proteger o meio ambiente.

..O meio ambiente pode ser privatizado;

..Quem se beneficia da utilização do meio ambiente deve absorver os custos atribuídos pela
sociedade;

..O beneficiário deve comprar do poder público o direito de uso desse ambiente.

Economia do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais


..Mecanismos de mercado substituiriam a regulamentação, simplificando a gestão do meio
ambiente;

..Modelo teoricamente perfeito, porém inexeqüível na prática;

..Como se pode garantir o acesso livre aos bens e serviços ambientais sem a formação de
oligopólios e monopólios;

..Os interesses econômicos muitas vezes se contrapõem aos sociais;

..Como atribuir um valor para os bens e serviços ambientais.

Economia Ecológica
..O fluxo de matéria e energia é limitado, deacordo com os princípios da física;

..Processos e recursos naturais são limitados:

..O ser humano não pode estabelecer, livremente, normas de acesso aos mesmos;

..Valoração dos bens e serviços ambientais:

..Não apenas pelo custo de exploração etransformação;

..Deve considerar o custo associado à sua existência.

Modelo Alternativo
..Conceito de usuário pagador;

..Estabelece-se a cobrança de uma taxa do usuário do recurso ambiental.


..Embora a cobrança seja exigida, o usuário não está dispensado do cumprimento da
regulamentação ambiental vigente.

Modelos Econômicos Atuais


..Com a variável ambiental nos modelos econômicos, novos termos começam a ser discutidos;

..Os modelos de avaliação econômica baseados nos custos diretos não são capazes de conduzir
à resultados satisfatórios;

..É necessária a análise de externalidades e fatores intangíveis.

Fatores Intangíveis
..Geralmente são difíceis de ser avaliados ou determinados e dependem do ponto de vista de

cada grupo interessado; ..Isto basicamente pelo fato dos mesmos poderem ou não se
materializar;

..Quando uma indústria é construída:

..Como quantificar os efeitos da qualidade do ar sobre o bem estar da comunidade em geral;

..Como a alteração da paisagem afeta as pessoas;

..A exploração de um recurso natural hoje poderá afetar outras atividades no futuro.

Externalidades
..São considerados os custos indiretos, que normalmente não são contemplados em uma
avaliação econômica;

..O desmatamento resultante da implantação de uma área para cultivo de soja:

..Perda da função ecológica da biodiversidade do local para o ecossistema como um todo;

..Quanto poderia ser obtido utilizando-se a área para atividades de turismo e extrativismo
vegetal;

..A poluição também é um exemplo de externalidade;

..Se não houvessem normas de controle ambiental, a poluição seria gratuita;

..Quem deve arcar com os custos associados à degradação do meio ambiente, em decorrência
de uma atividade qualquer?

Desenvolvimento de um Modelo Integrado


..Como conciliar os conceitos econômicos e ambientais em um único modelo?

..Quais são as ferramentas que poderiam ser utilizadas para viabilizar a integração dos interesses
econômicos e ambientais?

..Atualmente já existem iniciativas neste sentido.

..Políticas ambientais;

..Normas internacionais relacionadas à gestão do meio ambiente nos setores produtivos.


12. Políticas Ambientais
..Visam, por meio de regulamentação e/ou mecanismos econômicos, reduzir a deterioração da
qualidade ambiental;

..Devem refletir os interesses e aspirações da sociedade e dos indivíduos, com relação ao meio
ambiente;

..Quanto maior for o nível de conscientização dessa sociedade, mais complexa será a política
ambiental: Externalidades e os fatores intangíveis são contemplados na política ambiental.

..Os elementos da política ambiental podem serdefinidos com base na análise de risco e
benefício;

..Para o estabelecimento de uma ação ou diretriz pela política ambiental, o benefício líquido
resultante deve ser maximizado;

..Esta avaliação é feita com base em valores monetários, considerando-se:

 ..O valor que um indivíduo estaria disposto a pagar para obter a melhoria proposta;
 ..O valor que estaria disposto a receber para não receber a melhoria.

A Cobrança pelo Uso dos Recursos Ambientais


..É uma alternativa para alocação mais eficiente dos recursos disponíveis, de acordo com o
modelo econômico;

..Questões a serem respondidas:

..Qual o valor a ser cobrado?

..De quem cobrar?

..Qual o melhor instrumento de cobrança?

13. Bibliografia

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