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Tarefa 2: Abordagem sobre o surgimento da avaliação do impacto ambiental e

enquadramento legal internacional e nacional

1. Com base no texto de José Cavaleiro Rodrigues (2017) com o título: Da normatividade
global às boas práticas ambientalistas localizadas: lições de uma avaliação de impacto em
Moçambique, discuta os conceitos considerados básicos para a disciplina de AIA:

a. Origem e arranjos institucionais para a AIA (Internacional e Nacional)

R: O processo de AIA surgiu nos EUA através da aplicação do National Environmental Policy
Act - NEPA no início da década de 70.

O papel e a importância da AIA foram formalmente reconhecidos na Conferência das Nações


Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1992 no Rio de Janeiro. O princípio 17 da
declaração da Rio 92 diz que a Avaliação de Impacto Ambiental deve ser realizada para todas as
atividades susceptíveis de causar impactos adversos ao meio ambiente e que estão sujeitas a
tomada de decisão pelas autoridades nacionais competentes. Na África, o processo de AIA vem
sendo implementado como um instrumento para promover o desenvolvimento sustentável em
diferentes países. O comprometimento dos países africanos ao princípio 17 da Rio-92 foi
reafirmado na conferência de Durban, África do Sul em Junho de 1995. A AIA foi estabelecida
como procedimento de rotina em 24 países da África Sub-sahariana, incluindo Moçambique. O
Banco Mundial, em resposta á pressão de grupos ambientais e de desenvolvimento, adoptou os
procedimentos da Avaliação de Impacto Ambiental em 1989, sendo estes posteriormente revistos
em 1991 (World Bank Operational Directive 4.01). Em Moçambique a Legislação Ambiental foi
implementada em 1997 pela lei n° 20/97 de 01/10/1997 o regulamento sobre o processo de AIA.

Particularmente Moçambique e Brasil são países que pertencem a realidades econômicas, sociais
e ambientais distintas, bem como geográficas. O Brasil, por ser um Estado Federativo apresenta
uma maior complexidade de órgãos, instituições e leis ambientais que Moçambique, onde o
governo é mais centralizado e onde o Ministério do Ambiente aparece como coordenador das
diversas instituições que abrangem assuntos do meio ambiente.
Ambos utilizam a AIA como instrumento de política de meio ambiente, embora o Brasil tenha
instituído esta política em 1981 pela lei 6.938/81 e Moçambique a tenha instituído apenas em
1995 através da Resolução n° 5/95.

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O processo de AIA nos 2 países segue um padrão internacional padronizado em todo o mundo
devido à influência normalizadora de instituições como o Banco Mundial, a União Européia e o
Fundo Monetário Internacional.

b. Os instrumentos que fundamentam o processo de AIA- Lei Política do Ambiente

R: AIA tem o papel de verificar antecipadamente quais impactos ambientais (positivos e/ou
negativos) que uma determinada actividade pode causar, geralmente composto por dois
instrumentos de análise o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA).

O EIA é um trabalho técnico elaborado por uma equipe multidisciplinar (engenheiros, biólogos,
geólogos, entre outros.), sendo estes independentes do empregador e tecnicamente habilitados
para analisar os aspectos físicos, biológicos e socioeconômicos do ambiente, que, além de
atender aos objectivos específicos da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente e da
Constituição Federal, devem obedecer às diretrizes gerais e conteúdos mínimos estabelecidos na
Resolução nº 001 do CONAMA e outras exigências dos órgãos ambientais, quando houver.

O RIMA é um relatório-resumo dos resultados do EIA, em linguagem objectiva e acessível para


não técnicos, com conteúdo mínimo também estabelecidos pela Resolução do CONAMA nº
001/86. Tem como principal finalidade dá acessibilidade a qualquer pessoa interessada nas
informações colhidas e analisadas no EIA, por meio de uma linguagem didática e com o uso de
ilustrações por mapas, cartas, gráficos, quadros e demais técnicas de comunicação visual, de
modo que se possa entender as vantagens e desvantagens do projecto, bem como todo o contexto
de sua implementação.

Portanto, o EIA/RIMA é um conjunto de análises que busca verificar todos os possíveis impactos
ambientais que poderão advir da instalação ou ampliação de uma actividade e seu entorno. É um
arcabouço completo da relação do processo produtivo do empreendimento com o meio
socioambiental.

Existem também, instrumentos jurídicos que são meios previstos pelo sistema jurídico de cada
país para forçar a realização de determinada conduta, evitando ou reparando o dano provocado
no meio ambiente. Sendo assim, são regulados por fontes formais (veículos introdutórios de

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normas jurídicas) do direito e apresentam como ponto em comum a presença da coação. Vale
dizer, em tais situações o ordenamento ameaça com a possibilidade do uso da sanção negativa,
para obter a prática da conduta desejada. Instrumentos administrativos (regulatórios), também
denominados de instrumentos directos, são medidas ou estratégias estabelecidas pela legislação
ambiental, à qual deve se submeter todo aquele que desejar realizar um comportamento
susceptível de degradar o meio ambiente. Assim, constituem medidas estabelecidas pelo Poder
Público.

Como exemplos desses instrumentos, podem-se citar os regulamentos, licenças ambientais,


proibições, normas sobre níveis máximos ou mínimos de poluição, o zoneamento, auditoria
ambiental, bem como outros atos administrativos que resultam do exercício do poder de polícia
administrativa.

De acordo com o capítulo 8 da Agenda 21 em Moçambique, os instumentos legais criados em


Moçambique para facultar a integração do ambiente e desenvolvimento no processo de tomada
de decisões incluem:
- A Política Nacional do Ambiente, através da Resolução n° 5/95 de 3 de Agosto do
Conselho de Ministros, que representa o instrumento através do qual o governo reconhece de
forma clara e inequívoca a interdependência entre o desenvolvimento e o ambiente. É um meio
para a execução, no país, de políticas sócio e macroeconômicas ambientalmente aceitáveis,
visando a promover e impulsionar um crescimento econômico fundamentado nos preceitos
universais do desenvolvimento sustentável.
- A Lei do Ambiente (anexo I), aprovada pelo Decreto de Lei n° 20/97 de 1 de Outubro BR
n° 40 I série, com o objectivo de definir as bases legais para utilização e gestão correcta do
ambiente. A Lei do Ambiente no artigo 15 delibera sobre o processo de Licenciamento
Ambiental tornando obrigatória uma Avaliação de Impacto Ambiental da proposta da actividade
para a emissão de licenças. Segundo a lei, impacto ambiental é qualquer mudança do ambiente,
para melhor ou para pior, especialmente com efeitos no ar, na terra e na saúde das pessoas,
resultante de actividades humanas. O processo de AIA é tratado em legislação à parte
nomeadamente pelo Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental.
- Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (anexo II), aprovado pelo
Conselho de Ministros, pelo Decreto n° 76/98 BR n° 51I série de 29/12/98 (posteriormente

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revogado pelo Decreto n° 45/2004 BR n° 39 I série de 29/09/04) que estabeleceu as definições,
as responsabilidades, os critérios e as directrizes para a implantação da Avaliação de Impacto
Ambiental - AIA.

c) Enquadramento legal do AIA em Moçambique- Descrever os capítulos que integram o


Decreto n⁰54/2015

R: Regula o licenciamento ambiental a nível nacional, condicionando projectos que, pela sua
natureza, dimensão e localização, podem causar impactos ambientais negativos e externos.
Reconhecer também os locais com alto valor de biodiversidade e os que constituem “questões
fatais”. Introduza o conceito de obediência de mitigação e de contra balanços de biodiversidade.

No Capítulo I, temos as disposições gerais, que trata do objecto de estudo, a AIA, o âmbito de
aplicação, onde vimos que este regulamento aplica-se à todas actividades ambientais com
excepção da mineira e Petrolífera. Temos também as categorias e as isenções que referem às
actividades destinada à defesa Nacional.

No Capítulo II, temos a Avaliação do Impacto Ambiental, que trata das competências das
Autoridades de Avaliação do impacto ambiental central e provincial; as instruções para iniciar o
processo de AIA; a pré-avaliação, os critérios de avaliação, pois toda actividade que possa causar
algum dano ambiental, deve ser pre-avaliada; temos também o Estudo de Impacto Ambiental,
que pode ser simplificado; existe ainda a Comissão Técnica de Avaliação dos impactos
ambientais; a obrigação e direito de revisões específicas; o processo de participação pública que
refere-se àaudiência e consulta pública, inerentes àessas actividades; e concluindo o EIA, temos
a Revisão do estudo ambiental, que também pode ser simplificado;

No capítulo III, trata-se do Licenciamento Ambiental, nomeadamente àsetapas, àsdecisões sobre


a viabilidade ambiental; a caducidade e a validade de licença ambiental, que éde 2 anos;

O capitulo IV, trata dos consultores ambientais e proponentes, nomeadamente: registo e


responsabilidade de consultores ambientais e responsabilidade dos proponentes.

E por fim, no capítulo V, temos àinspecção, taxas, sanções.

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